quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Bom para mim, então recomendo

 Tema: atualizando as indicações

Por Rosana Tibúrcio

 

Nunca entendi a individualidade tão clara como agora nesse tempo de pandemia apesar de todos terem quase que dois objetivos comuns: seguir com saúde e não pirar o cabeção.

Os quebra-cabeças têm me ajudado demais a passar essa pandemia. Recomendo. Os da marca grow, pois são os melhores. Comecem pelos que têm menos peças e vá...

Mas assim, o mundo do podcast me surpreendeu como o mais acolhedor divã nesse período de quarentena. Ouço vários e em cada um deles tem aspectos singulares que me acolhem e melhoram minha cabeça e coração.

Tem o Papo das Duas, da minha grandona e postante aqui do Guaraná, a Nina. Recomendo dois episódios: adolescência e guaraná com canudinho.

Tem o Estamos bem? que, quando ouço, me sinto não só reconfortada como também parte da amizade dos dois apresentadores e, mais, esse me faz entender que eu até estou indo bem... no caminho certo.

Tem o Debates inúteis que, quando ouço, me sinto na mesa de um bar com aqueles três, que rio tudo que preciso para desopilar o fígado e que choro algumas vezes. De inúteis, Mel, Tiago e Álvaro Leme não têm nada. Meus amigos desde a infância.

Tem o É nóia minha que me faz quase dizer para a Camila Frender que sou sim, muito mais noiada que ela e que sou PHD nesse quesito. Rio junto com Camila...

Tem o S.A.D. o podcast mais bagaceira e despudorado que existe... a ponto de achar que faço parte daquela turma. Teria bons conselhos também para dar aos ouvintes.

Tem outros tantos, mas nenhum deles é apresentado por uma mulher de 64 anos, assim como eu... e aí então... indico aos leitores do meu post, o seguinte: que idealizem um projeto qualquer, que seja um  novo podcast. O que importa é deixar a mente ocupada, contar com amigos para caminhar com vocês em algum projeto e depois... Deus toma conta!!! Afinal, o mais importante de tudo é: manter a mente ocupada. Bora??? De minha parte, vejam só: vem coisa boa por aí...

Ahhhhhhh, e no mais, sei que não está fácil para ninguém, por isso não acreditem em quem vier com aquela de que “o lado positivo da COVID”... nada de aceitar, essa falácia, sem reação, por isso recomendo com todas as letras um ‘vá à merda’ para quem vier com essa. É purificador!!! Falo verdades!!! 

 

Uma linda quinta-feira para todos você, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar, mesmo nas quintas que não posto... e hoje há, uma semana atrasada, meu desejo de que todos se saiam melhor desse perrengue do que quando entraram.   

terça-feira, 28 de julho de 2020

Como vai você? Assim como eu*

Tema: Atualizando as indicações
Por Rafael Freitas

Você, assim como eu, tem feito esforços hercúleos pra não pirar o cabeção nessa quarentena? Então segura essa ansiedade, acaba logo esse home office e cata essas indicações leves e divertidas (algumas nem tanto, tá?! rs) pra você relaxar. Você merece!

Livros
Desculpa, mas perdi o hábito de leitura em algum lugar de 2019 e não o recuperei ainda. Mas vale lembrar que O filho de mil homens, do Valter Hugo Mãe, sempre será minha maior indicação.

Séries:
How I Met Your Mother
Quase havia me esquecido de como gosto dessa série. Se você, assim como eu, gosta de comédias românticas, se joga! Tem uns "close errado"? Tem. Muitos. Já aproveita e vai exercitando o olhar e o pensamento crítico, intercalados com boas risadas!

Fleabag
Duas temporadas, poucos episódios, curtinhos, porém incríveis. Um humor bem peculiar, ácido, eu diria, sem deixar de ser reflexiva.

O Jogo das Chaves
Já que estamos na Amazon, essa pode ser interessante pra quem estiver a fim de refletir, assim como eu, numa possível desconstrução para os relacionamentos.

Modern Family
Gente, assisti apenas duas temporadas (porque foram semanas de muito trabalho, juro), mas já amo. O episódio acaba e eu continuo rindo. Dia seguinte, no meio da tarde, lembro de alguma cena e continuo rindo.

YouTube:
Diva Depressão
Você, assim como eu, acaba o home office morto e só pensa em tomar um banho e "desligar"? Edu e Phi realizam essa proeza. Às vezes coloco um vídeo pra assistir enquanto arrumo o quarto, às vezes paro tudo pra ver os dois. E rio tanto que minha mãe até vem perguntar o motivo. Recomendo começar pelo Amiga, deixa de ser trouxa ft. Bianca DellaFancy e pelo Reagindo às melhores revoltas de Márcia Sensitiva.

Música:
Sim, gente! Estou enaltecendo meu próprio grupo musical! Tem no Spotify! Vai  dar streaming pra gente!

Phill Veras
Conheci recentemente e super indico se você, assim como eu, curte essa galera da nova MPB, tudo calminho, letras bonitas... Ouve só A estrada, que delícia.

Léon
Cantora sueca. Falling é pra quem, assim como eu, gosta de dançar feliz no quarto, vendo tudo arrumadinho (ou no meio da bagunça mesmo rs).

No mais:
Seguimos nos cuidando! Fique em casa se puder. Se precisar sair, vá de máscara. Lave bem as mãos, use álcool em gel. E não se preocupe com seu cabelo! Assim que acabar a pandemia, você já sabe quem procurar: Cabeleireira Leila: cabelos, unhas, hitratração e unhas. Cabeleileila Leila: venha fazer suas unhas, seus cabelos, e até mesmo hitratrar suas madeixa de cabelo conosco. Cabeleileila Leira:  tudo esterilizado pa você não ficar mal. Cabeleileila Leila:  ela e seu sobrinho-neto Luiz Claudio vão fazer suas unhas e cortar seus cabelos de uma forma maravilhosa! Leila Cabeleileilos: o salão de cabeleileilo da cabeleileila Leila!


* Trecho de "Nem luxo, nem lixo", de Rita Lee.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Se busca por padrão, não precisa ler esse post

O tal do isolamento social mudou um pouco minha relação com algumas coisas, sim, embora algumas indicações por aqui continuem muito parecidas com o meu eu de 5 meses atrás.. Quer dizer: não temos padrão.

Se quiser um livro pra distrair a cabeça, leia Eleanor e Park e se quiser se organizar melhor na vida não precisa ler o Milagre da Manhã não, mas vale saber do que se trata e tentar aplicar na sua rotina na medida do possível. 
Porque assim, é chato sim o super discurso de superação e você é capaz só precisa começar, porém: nos dois momentos da vida em que tentei aplicar algumas dessas dicas de acordar mais cedo do que o habitual para fazer coisas pra mim e por mim, eu realmente me senti muito bem. Então não custa tirar a parte que não vale pra gente de lado e absorver o que pode nos ajudar de alguma forma

Sobre música, indico dois extremos que me fazem super bem: minha playlist de sertanejo do Spotify e o perfil do Pedro Sampaio, enquanto o primeiro me faz cantar a sofrência que conheci lá quando criança e adolescente (então sei todas as letras), o segundo me dá vontade de jogar tudo pro alto e sair dançando pela casa - pra não dizer rebolando até o chão porque infelizmente só faço isso bem em pensamento.

Já em termos de de canal do YouTube, apesar de eu continuar vendo todos os vídeos do Chata de Galocha, como faço há anos, acompanhando receitas, conteúdos leves e essa família fofa, eu comecei a seguir, por exemplo, a Pri Leite: uma professora de Yoga que tem muitas video-aulas disponíveis, inclusive para iniciantes como nós. E também estou maratonando os vídeos da Carol Moreira sobre Dark, porque só ela mesmo pra me ajudar a entender as conclusões que de alguma forma eu já havia chegado, mas não sabia.

De podcast, eu sempre vou indicar o Bom dia, Obvious pra um bate-papo mais levado a sério, o É noia minha? pra rir muito e O assunto pra se informar.

Agora se você quiser um filme pra se chocar e ficar agoniadíssimo, sim, assista Mother! Se a ideia for só se distrair, veja O estagiário. Sei lá.. eu gostei

quinta-feira, 23 de julho de 2020

É noia minha?*


Tema: minhas noias
Por Rosana Tibúrcio

Por algum tempo tive várias dúvidas sobre o que era mania e o que era noia. Ai, depois de analisar essas duas coisas, cá com meus botões, sigo crendo que noia é algo mais leve que mania e, também, algo mais subjetivo. Será? Ah, também não é disso que vim falar. Bora para algumas noias. E como tenho toc de cinco, citarei esse tanto de noias porque né? SOU DESSAS!!!

1. Ao comer em companhia de alguém quase sempre me refiro a outra comida que não a que estou degustando naquela hora. Num café da tarde, comendo um bolo de cenoura, por exemplo, faço referência ao bolo de aniversário de Dona Pequena que é sim, um dos melhores da vida; cito um bolo de cenoura que estava melhor ou pior do que o que estou comendo àquela hora; me refiro àquela bolachinha que amei quando estava lá na casa de não sei quem. E mais, é o tipo de noia que não é só minha, não é egoísta, porque se a minha companhia não seguir esse mesmo caminho eu falo até do tempo, se for preciso. Mas se a pessoa é noiada como eu, o café da tarde vira um banquete dos deuses!!! Isso é estranho. Mas é, também, delicioso!!!

2. Quando leio uma legenda de alguma pessoa no feed do instagram em que está escrito: “nem precisa de legenda” eu sinto muita coceira, tenho vontade de chamar aquela pessoa para um diálogo e explicar que ela fez uma legenda para a foto, só que feia, muito feia: “não precisa de legenda”. Tenho vontade de explicar para essa pessoa que uma foto sem legenda é uma foto sem legenda mesmo. Só a foto!!! Isso não é tão bom. Dá gastura; é uma noia meio tensa.

3. Quando ouço ou leio alguém comentando que o outro ou a outra fez isso e assado; que nunca fica atento, que não é empático, que não responde como deveria, que não tem noção, que não tem atenção, que não deveria fazer isso ou aquilo, que não, não, não e né??? Nunca aquela pessoa que fala ou escreve é o outro ou a outra? E no caso de agora, aqui neste post: eu também não sou, por vezes, essa outra? Ou esse outro e outra nunca foi, é ou será quem faz comentários sobre a outra ou o outro? Fica tudo muito confuso, parece aquela história das tampinhas de canetas perdidas e que ninguém acha. Mas aí então, quem fica com essas tampas? Não conseguiram entender essa minha noia? Não?Mas como? Tudo bem que ela é meio filosófica, mas é uma noia sim que eu tenho.

4. Desde quando entrei no mundo do podcast – obrigada Marina – e mais, desde quando me vejo no meu podcast – vem coisa boa por aí – qualquer assunto mais profundo, sobretudo os que eu troco com Rafa, me faz questionar: isso daria uma boa pauta para um episódio? Quase sempre respondo que sim. Aí vou e anoto no meu caderninho de pautas para podcast que não existe ainda. Com essa nova noia eu já tô com umas duas páginas de temas anotadinhos para futuros debates com alguém ou futuras digressões de mim, comigo mesma. É uma noia deliciosa. Vem coisa boa por aí!!!

5. Eu poderia agora, nesse quinto item, dizer que algumas vezes eu fico imaginando algum casal trepar; porém, como esse é um blog família, eu prefiro dizer que desde que Laurinha me deu uma análise cromática de presente e que eu soube que sou inverno frio, fico matutando e repetindo para todo mundo: amo a cor vermelha, mas agora entendo por que não tenho roupas vermelhas. E não só, fico tentando identificar quem mais, além de mim, é dessa mesma paleta. Uma noia tão grande que me deixa com vontade de me aprofundar nesse assunto, mas ainda não sei se sei se farei isso. Confuso, né? Muito confuso, eu sei. Mas minhas gentes, qual noia não é?



Uma linda quinta-feira para vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo no ar e hoje há mais algumas revelações de uma adolescente anciã.

*nome do podcast de Camila Fremder, minha amiga imaginária do mundo das noias e dos podcast. 

terça-feira, 21 de julho de 2020

Atento e forte*

Tema: Minhas noias
Por Rafael Freitas


Apenas mais um dia comum de conversas entre dois amigos que falam sobre tudo, em qualquer hora. Qual a graça de ter muitas noias e não ter com quem dividi-las, não é mesmo minha gente? (Trechos levemente editados. A conversa partiu da influência de movimentos artísticos da contemporaneidade, beleza e experiência estética, movimentos sociais, moda e padrões de beleza e continuou.... rs)

T: Às vezes eu me pego pensando nisso... Mesmo quando vejo um cara extremamente bonito, com um corpo legal, eu não tenho (tanta!) vontade de ter o cara (ou não só o cara), mas meu desejo maior é de ter aquele corpo... Seria isso um enraizamento tão grande no meu inconsciente do que é o padrão que a sociedade espera ou seria apenas uma escolha estética minha "indissociada" de influência (existe isso??)?
R: O último menino que me interessei era bem queer. O Rafael das festas GLS não se permitiria ficar com ele. O Rafael que posta foto com maquiagem drag sim!
T: Então... Eu estava conversando com um cara legal, bem legal, interessante, inteligente, mas notadamente queer, em expressões, posicionamentos e tal. Ficamos, foi bom, mas não espetacular. Uma amizade bacana sairia dali? Sim. um romance? Dificilmente. A questão, ou as questões: seria por que o cara não se encaixa num padrão que eu mesmo estabeleci? Existe esse padrão inconsciente e eu não sei reconhecer? Minhas escolhas revelam não um padrão estabelecido, mas, somente, um gosto estético? Julgar-se-ia o gosto estético? Ou eu resolvi ficar com o menino sabendo que ele não se encaixava nesse padrão para me colocar à prova?
R: Como julgar a tração física, né. Como perceber se o tesão não acontece porque criamos um padrão ou se porque não acontece mesmo? É possível cruzar essa discussão com gênero, valorização do masculino, machismo? Com certeza!
T: Tração física? Tem fórmulas para isso!!! hahahah Não podia perder a piada.
R: NUNCA FUI BOM EM FÍSICA. Que ódio. hahahahahahaha

(PAUSA DRAMÁTICA. RIAM.)

T: [...] eu estava me julgando por isso. Mas não acho justo e nem acho que seja esse o caminho. O primeiro passo é reconhecer essa influência? Tipo... Já era assim e eu entrei no jogo? Mas a gente deveria se forçar a um gosto que não nos atrai para quebrar esse paradigma? Não seria a mesma coisa de forçar ficar com mulher para deixar de ser gay? Viajando léguas, mas é só pra acalorar o debate. Só consigo imaginar isso tudo num podcast.
R: Mas aí vem a desconstrução, né... Só percebendo que ela existe e como ela nos atinge que poderemos ter uma noção de como ela afeta nossas relações. O que não quer dizer que eu tenha que forçar alguma coisa. Porque aí eu deixo de ter a minha liberdade e passo a seguir um padrão de desconstrução que funciona pra alguns, mas não pra mim. Me incomoda muito um grupo que luta pelo respeito às diferenças cobrar que todos daquele grupo tenham o mesmo comportamento com relação à sua identidade de gênero.
T: Que é exatamente meu ponto: desconstrução forçada é desconstrução ou é um mini-mainstream de um grupo?
R: Eu sou um homem gay cis e não tenho o costume de chamar meus amigos pelo feminino. Aí o povo já surta que é heteronormatividade. Não posso me identificar como homem cis? Sou menos gay por isso?
T: Vc nunca seria menos gay, bicha!
R: Quero é ser mais gay!

(PAUSA DRAMÁTICA. RIAM DE NOVO.)

R: Não estou em processo de desconstrução quando reconheço minha identidade de gênero, respeito a de todos e contribuo para dirimir o discurso de ódio?
T: Achei linda essa frase! E concordo em absoluto.
R: Eu quero uma nível de liberdade que é utópico, mas quero.
T: Mas a utopia é o caminho para atingirmos o possível.
R: E eu achei linda essa frase! O tema do Guaraná hoje é noias. Posso postar nossa conversa?
T: Claro que sim!!


* Trecho da música Divino maravilhoso, de Caetano e Gil, que é uma possível tatuagens das muitas que esses amigos querem fazer.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Boa noite

Minhas noias
Por Laura Reis 

Em homenagem à nossa querida escritora, roteirista e podcaster Camila Fremder, nessa semana vamos trazer ao público as nossas noias.
A regra é clara: sem julgamentos, só apoio moral, viu?

E pra já começar causando e sem querer levantar bandeira de terraplanista, mas já decepcionando todo mundo: eu não consigo realizar na minha mente que a terra é redonda se não existe uma super descida em algum momento. E não venha me falar sobre gravidade porque essa é outra coisa que não entra muito na minha cabeça.
Desculpa, mundo. Sou de humanas e talvez meio ignorante.

Agora um fato muito importante sobre mim é que eu não gosto de jeito nenhum de ser a última a falar alguma coisa na hora de dormir, quando tô dividindo o quarto com alguém.
Desde novinha, quando ia dormir na casa de amiga eu faço questão de falar bem rápido o “boa noite” que é pra pessoa responder e eu ficar tranquila sobre não ter tido a última palavra ali… é como se eu não quisesse ser ignorada em mais um momento do meu dia #drama.
Agora quando a pessoa me responde e emenda outro comentário travestido de pergunta, eu fico possessa e me esforço ao máximo pra construir um raciocínio ali, prestes a dormir, que obrigue o outro a me responder novamente.
Nem que seja repetindo o boa noite até funcionar.

Por outro lado, eu sempre quero ser a última pessoa a falar alguma coisa numa discussão por mensagem escrita - mesmo que isso signifique ser ignorada.
Como eu tenho receio de ficar sem explicar algum ponto do meu pensamento/sentimento, ser mal interpretada ou pior: esquecer tudo o que queria falar em dez minutos, se entro numa discussão eu preciso contextualizar tudo e usar todos os argumentos possíveis pra validar o meu lado naquela discussão.
Mesmo que dali a poucas horas eu já não faça mais ideia do motivo pelo qual aquilo começou ou se eu realmente concordo comigo mesma.

Pra terminar numa vibe ainda mais baixa... eu sempre acho que a minha fase já passou: aos 15 anos eu era muito caprichosa, seria uma excelente funcionária; aos 21 anos eu tinha um olhar muito único e poético, seria uma fotógrafa incrível.
Só que a agora eu tenho 31, né? As costas doem, as contas chegam e nem sempre deixo de julgar o outro. O resultado é ficar insegura com o julgamento alheio, sempre.

E vocês, me falem mais sobre vocês..

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Família afetiva

Tema: conto continuado
Por Rosana Tibúrcio



- Podem deixar que eu termino o jantar para vocês duas.
Olhamos espantadas para a nossa garota que sempre dizia ser avessa à cozinha, assim como eu. Algo me que deixa muito contente, não vou negar. Qual a mãe não quer ver traços seus nos filhos e filhas? Que sejam os gerados por ela ou os não. Não importa. Mães buscam reflexos em sua cria.
  
Olhei para Helena... em busca de um sinal de aprovação... ou não. Recebo aquela piscadinha de volta e, muito feliz, respiro aliviada, me dirijo ao sofá substituindo o corpo despachado de Luísa pelo meu. Recordo-me que meu último pensamento foi: “se Helena soubesse o que aconteceu no meu trabalho hoje, o que eu fui preciso passar. Mas prefiro por não contar, pois ela está tão cansada!!! Eu sei!!!

- Manu, Manu... o café está na mesa.
Acordo assustada, olho espantada para o lado sem saber, exatamente, onde estou e percebo que ainda no sofá, mas agora deitada e com uma manta sobre meu corpo. Percebo mais: não é noite, tem sol lá fora, vejo tudo muito claro pela janela.

Meio atordoada, sem nada entender, olho ao redor e vejo meus filhos me olhando, a casa toda arrumada, sinto aquele cheiro delicioso de café que tanto amo. Ouço um roncar de fome vindo do meu estômago e rio, sem graça, e sem saber, exatamente, o que aconteceu depois que me sentei no sofá à noite.

Sorrindo para mim, com várias fotos na mão, Helena me diz: 
- Vida, olha aqui o que aconteceu ontem depois que Luísa tomou seu lugar na cozinha.

Aquela sensação de cansaço e desânimo de ontem foi substituída pela felicidade em saber que deu tudo muito certo e que agora posso contar o que, de fato, me ocorrera ontem. Afinal, tenho uma família linda e afetiva...



Uma linda quinta-feira, opppss segunda, mas digamos que seja quinta, para todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas sempre há algo diferente no ar, até quando não há.  

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Bebida Afetiva



Tema: Conto continuado
Por: Nina Reis


Afinal de contas, nunca ouvi dizer que alguém nessa vida, não gosta de macarrão, principalmente minha “vida” Helena. Voltei pro celular e é claro, pedi um help pra Rita. Tenho todos os vídeos da Rita Lobo salvos e sabia que aquele macarrão carbonara que Mara fez, era receita de Ritinha.
Logo que comecei a distribuir os ingredientes pela bancada me lembrei do nosso vinho verde favorito. Lá estava ele geladinho na geladeira e é claro, o suco de limão das crianças também já estava sendo preparado. Com o barulho do liquidificador, Helena se levantou e foi me fazer companhia na cozinha. Ela estava exausta e mesmo assim cantarolava Chico e sorria.
Antes mesmo do macarrão ficar pronto, já havíamos bebido uma garrafa do Casal Garcia, mal sabíamos se terminaríamos o jantar.
Luísa que estava estirada no sofá de repente se levantou e abriu a porta de entrada:

terça-feira, 30 de junho de 2020

Gesto afetivo

Tema: Conto continuado
Por Rafael Freitas


_ Vida, pizza hoje não!

Parece que ela estava adivinhando! Seria tão mais fácil pedir duas pizzas grandes ali pelo aplicativo mesmo... Fiz uma careta para o smartphone. Ela gritou de novo:

_ Vida, me traz um copo d'água, por favor.

Era assim que Helena me chamava: "Vida". No começo achava um pouco piegas, confesso. Exagerado, até: quanta responsabilidade ser a vida toda de alguém, não é?! Mas depois de tanto tempo juntas, e ainda mais depois que decidimos ter as crianças, fazia sentido: estávamos construindo uma vida juntas, uma família juntas, e estávamos muito felizes com as decisões que havíamos tomado. Juntas.

Peguei um copo, enchi de água e levei pra ela na sala. Allan e os amigos brincavam no quarto. Luísa, deitada de qualquer jeito no sofá, estava grudada naquele smartphone. Ah, esses pré-adolescentes...

Entreguei o copo pra Helena que sorriu e me lançou uma piscadinha quando deu o primeiro gole. Eu amava aquela piscadinha: o mesmo gesto que fez quando nos conhecemos num almoço na casa da Mara. Decidi o que fazer para o jantar ali, enquanto voltava para a cozinha, pensando naquela piscadinha: vencer o tal trauma de cozinha e fazer o mesmo prato daquele almoço, tão especial para nós duas, aproveitando, claro, que as crianças também gostavam:

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Comida Afetiva

Tema: Conto continuado
Por: Laura Reis

Naquela noite de terça-feira, chegamos exaustas em casa: Helena havia passado a tarde inteira por conta de todos os meninos, que ficaram sem aula porque a professora precisou fazer uma consulta de emergência.
Apenas mais tarde que os colegas de Allan iriam embora.. então precisávamos pensar não somente em uma refeição que agradasse a todos - um trauma pra mim que sempre fugi da cozinha, mas também em, pelo menos, nove opções de entretenimento.
Mesmo tendo trabalhado até muito tarde na empresa, sabia que Helena precisava mais daquele "descanso" que era ficar no sofá enquanto todos assistiam, pela décima vez, a mágica do tal youtuber do momento. Era claro o truque que ele usava, mas enfim... não é hora de refletir sobre gosto duvidoso de crianças tão pequenas.
Olhei pra geladeira, olhei pro aplicativo de comida no celular e ouvi lá da sala:

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Hashatags: sabendo usar, pode facilitar.

Tema: Por quem eu queria ser notado, Instagram?
Por Rosana Tibúrcio


Peraí, tá tudo errado, como posso ser notada por quem quero se nem sei usar hastags direito? Só agora pensei nisso e eis que decidi me movimentar, ao máximo, para mudar meu destino.

Quero que me note, pra ontem, um rico e bem-humorado; rico e sensual; rico e inteligente; rico e respeitoso; rico e gostoso; rico e bom falante; rico e que saiba usar os verbos corretamente a ponto de me ensinar, que saiba usar as crases e que escreva bem; rico e apreciador da boa música popular brasileira e da música bagaceira; rico e viciado em séries e filmes; rico e antirracista, rico e contra a homofobia; rico e contra o machismo; rico e de esquerda; rico e que saiba gargalhar de besteiras; rico e bom de mesa cama e banho; rico e que gosta de rede social e se diverte consultando hashtags criativas; rico e bastante dono de si para entender que não sou uma interesseira, sou apenas realista.

Euzinha aqui, rica de sonhos, muito provavelmente não encontrarei meu homem ideal – para um romance ideal de encerramento de vida amorosa ideal – que possa me notar no Instagram se não fizer uma mudança. Não posso mais ficar nesse marasmo de rexitégues sem sal.
Hora de mudar essa bagaça!!!
Estou divagando, cês acham? Sabe-se lá... e né? por desencargo de consciência, e a fim de dar um empurrãozinho no destino, passarei a usar, a partir de agora, algumas rexitégues facilitadoras para que esse homem rico e maravilhoso possa me notar.

Vamos lá, quem pode me ajudar a criar algumas hashtags facilitadoras? 
Pensei em algumas só para começar o movimento:
#mulhermaravilhosadecabelosbrancos 
#mulhercabelosbrancosaprocuradeumamor 
#idosinhasolteiramaravilhosa et cetera e tal.

Bora me ajudar? Conto com vocês!!!



Uma linda quinta-feira para todos, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há uma palhaçada que me fez rir um bocadinho enquanto escrevia esse post sem pé nem cabeça... tal qual a vida.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Tá boa pra autopromoção*, ela..

Tema: Por quem eu queria ser notado, Instagram?
Por Laura Reis

Legendas incríveis, fotos conceituais ou lindas - quando eu apareço, stories pertinentes ou muito divertidos, certo padrão no feed, mas nem tanto. Personalidade, conteúdo, bom humor. São essas as características que prezo ao manter o meu Instagram ativo, enquanto troco mensagens fofas ou espirituosas no direct.
Tudo para garantir que as mensagens passadas sejam totalmente condizentes com meus valores, gostos e objetivos.
Tudo despretensiosamente calculado. O resultado é claro: fiéis seguidores.

Meu chefe podia me notar na vida real ou digital, né? Certeza que eu ia ganhar um aumento.


*de perfil nas redes sociais, né? Aceito dicas para fazê-lo na vida real.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Abrir link numa nova janela


Tema: Não me leva a nada, mas amo
Por: Rosana Tibúrcio


Eis que abro o instagram e vejo uma foto de Débora Secco com o atual marido e penso: gosto peculiar, parece que ama novinhos e mais velhinhos; nada contra, quisera eu. Não foi ela que se casou com aquele diretor Rogério Gomes? Para que quebrar cabeça? Wikipédea existe para isso. Digito o nome da lindinha e pronto, achei. Verdade, ela foi casada com Rogério Gomes, clico no nome e vou no “abrir link numa nova janela”. Num é que ela namorou o Maurício Mattar? Sim, o ex da Elba Ramalho. Clico no Maurício e repito o “abrir link numa...” Que louca, pegou o Dolabella, o ex de Piovani. Cruzes, mas vou no “abrir link...”. Marcelo Faria, também foi peguete de Debinha, aquele que namorou a Isis Valverde... abrindo outro link sim. Surge um Erik Marmol sei lá quem é, mas cliclo nele também. Depois Debinha fofis e esperta namorou Marcelo Falcão; desse lembro-me muito bem, pois numa festa do milho daqui da cidade ela esteve com ele no show, aquele Falcão que namorou Maria Rita depois parece, cliclo no link Falcão. Eis que Deborazinha quis ter uma família e casou-se com o escrotinho do Roger Flores, aquele que namorou a Galisteu e abrindo link do Flores. Os outros namoricos de Debinha não mereceram destaque na minha memória nem da “enciclopédia livre”.

Tantos links, tanta coisa, mas vamos de Rogério Gomes. O espertinho só namorou mulher linda, de Debinha passou para Andréa Horta e de Andréa foi para Paolla Oliveira que, certeza, namorou Maurício Mattar, o mesmo que Débora Secco namorou, o ex de Elba Ramalho. Links abertos de Andréa Horta e Paolla Oliveira.

Pegando o Maurício Mattar agora. O ex-marido de Elba Ramalho. Que namorou a Angélica (abrindo link Elba e Angélica) e outras tantas que não vem ao caso.

Abrindo link do Dolabella e lá encontro pouca coisa dele, mas quase certeza que ele namorou a filha o Zezé, o filho de Francisco: a Wanessa, vou clicar nela só para checar rapidinho. Num é que estava certa? Wanessinha se relacionou, com o Dollabela agressor, por duas vezes. Cara, que gosto!

E assim vou... quando cuido que não... tô eu com 555 links abertos chocada com minha falta do que fazer e cá putaria desse povo. É muita pegação!!! Mas né? Deus me livre, quem me dera!!!

Cês tão achando que fico só nos brasileiros e brasileiras? Qual o quê? Tava vendo Little Fires Everywhere e tive vontade de saber um pouco sobre Kerry Washington e Reese Witherspoon. Kerrey é casada desde 2013 com Nnamdi Asomugha – sei lá quem é, mas abrindo link; Reese foi casada com Ryan Phillippe (abrindo link...), tiveram filhos, depois ela se envolveu com Jake Gyllenhaal (abrindo link) e agora tá com Jim Toth que nem página na wikipédia tem. Sofro!!!

Affe, cansei, mas cansei feliz porque exercitei meu lado fofoqueira não tão do mal. Cês já experimentaram fazer um tour desses? É uma diiiilícia. Melhor que isso é só encher a sacola de porrada de brusinha, num site qualquer... e depois excluir tudo. Ou não!!!


Uma linda quinta-feira para vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há uma Rosaninha fútil sim, porque né? Quem nunca???

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Será que não?


Tema: Não me leva a nada, mas amo
Por: Nina Reis


Ficou impossível não falar das minhas canecas, depois de ler o post da Laurinha falando da coleção de cadernos dela.
Faço coleção de canecas há mais de 20 anos e sempre fui apaixonada. 
Tudo bem que por ora meu entusiasmo não tem sido dos maiores, pois em plena quarentena, tenho mais de cinquenta e cincos coisas pra pensar. 
Já fiz inúmeros projetos para elas, como por exemplo, armários expositores, prateleiras diferenciadas, nichos coloridos. Vocês não estão entendendo, foram muitos projetos desenhados, imaginados e sonhados. Nada ainda deu certo e acredito sim, que ainda conseguirei elaborar algo surpreendente.
Hoje elas estão expostas em prateleiras fechadas, porém, sempre que abro o armário, sinto uma felicidade inexplicável, um sentimento parecido com o da Laurinha, afinal de contas, lembro de cada pessoa que me presenteou e de como elas chegaram para fazer parte da minha coleção.
Agora tem uma coisa que me arrependo amargamente, foi de não ter datado todas elas.


Então não cometa o mesmo erro, caso queira fazer coleção de alguma coisa. É muito mais legal quando tudo está catalogado. Não me leva a nada, mas amo, peraí, será que não leva mesmo?

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Bobagens importantes s2

Tema: Não me leva a nada, mas amo! 
Por Laura Reis

É difícil pensar que alguma coisa nessa vida não nos leva a nada sem começar a ser aquela pessoa super otimista, que só vê o lado positivo das coisas, tenta ponderar e pode vir a ser a chata do rolê - mesmo que em pensamento.

A primeira coisa que me veio à cabeça ao ver a tela em branco e precisar escrever sobre esse tema, por exemplo, foi a minha coleção de caderninhos nos quais eu jamais vou escrever um número ou risco sequer.

Como não escrevo ou desenho neles, parece inútil ter mais de 30 unidades ocupando um espaço aqui na minha estante, né? Só que, quando paro pra observar ou mesmo quando limpo cada um deles, uma sensação boa aparece por aqui: saudade de pessoas que são importantes na minha história e que me presentearam, risos por lembrar de momentos em que comprei ou ganhei algum, a lembrança - nem sempre tão tão distante - de como a escrita e a leitura estiveram tão presentes na minha rotina; a satisfação em ver capas bonitas, páginas coloridas ou costuras tão bem feitas e o sentimento possessivo de “é meu! s2”, que é muito meu mesmo.

E, claro, pode parecer também que divagar sobre essas coisas simples da vida, como uma coleção de cadernos, seja uma bobagem que não leva a nada, mas pra mim essa também é sim, uma bobagem muito importante. E eu amo.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Isso é que é viver...



Tema: Karaokê
Por Rosana Tibúrcio

Por um grande período na minha vida eu fui maravilhosa com letras de músicas, sabia todas que mais tocavam àquela época: letra, autor, intérprete... e, lóóógico, a melodia. Sim, sei que sou desafinada e né? Ouvi isso quando criança e no tempo em que meu ouvido era bom.

Estava eu – contando a cena do tempo de criança – brincando de um jogo musical em que alguém citava uma palavra e a gente corria para o palco – pequena elevação feita de tijolos – subia e cantava uma canção com aquela palavra. E eu cantava quase todas as palavras e me achava o máximo, pois meio que campeã desse jogo da vida (ui!!!). Um dia ouvi um amigo do meu pai, que estava com ele na calçada de casa, dizendo: “Rosana sabe todas as músicas”. Meu coração cantou de alegria, era um elogio. Aí meu pai, crítico que só, e desnecessário, complementa: “mas é muito desafinada” (oi???). Aí eu me pergunto: para que pessoas faziam isso e continuam fazendo, né? Transformar uma brincadeira deliciosa, um elogio genuíno, em uma lembrança não muito boa. Pais, adultos, melhorem!!!

Mas não é disso que quero falar. Porém, talvez ainda. A partir desse dia eu – à época não entendia muito bem, mas depois soube – melhorei mais ainda no quesito “sei todas as letras sim, ganho todas ou quase todas desde que não tenha um adulto por perto para me julgar”.

Anos foram se passando, eu ainda boa de letra – reforço esse quesito porque, na atualidade, piorei bastante –, me deparo com o tal karaokê e, então, mesmo com muita de vontade de participar de alguns... fugia. Afinal, só tinha adulto por ali, adulto normalmente é crítico, e mais: o brinquedo atribui uma nota ao participante bem de acordo com a afinação. Perderia todas se se levasse em conta o meu passado e minha realidade: sim, ainda desafinada. Para que me chatear?

Até que um dia – JURO não me recordo onde nem quando e... não foi sonho – participei de um karaokê com apenas uma música que cantei – obrigada cervejinha e seus efeitos leves – tão feliz:  “Você deve acreditar no que é lindo, pode ir fundo, isso é que é viver...” Música acaba e eis que surge Rosaninha campeã da madrugada do karaokê: nota 100. Tal qual o moço campeão e cantor – de fato e bom –, do post de terça-feira. Chupa mundo!!!

Nunca mais participei de um karaokê, mas confesso um sonho de consumo: quero um trem desses para cantar, a plenos pulmões, sem medo de ser feliz “vai sem medo, isso é que é viver...” Afinal, nenhum karaokê que se preze pode ser bom sem “chuva de prata”. É nessa canção que me apego em se tratando dessa delícia de passatempo, mesmo tendo participado apenas uma única vez.

Uma linda quinta-feira para todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar... e hoje há nostalgia, saudade e sonho...

terça-feira, 2 de junho de 2020

E não há tempo que volte*

Tema: Karaokê
Por Rafael Freitas

Há vinte anos, eu frequentava assiduamente um bar da minha cidade: a Casa do Compadre Demercindo Brandão. Apenas Casa do Compadre ou "Bar do Gilson", para os mais chegados.

Não noites de sextas-feiras ou sábados, se não havia show ao vivo ou alguma festa temática (saudades festa à fantasia e baile brega), o bar abria com karaokê. E eu adorava. Ia com o namorado, encontrava alguns amigos e amigas lá; gente que eu só encontrava nessas ocasiões, inclusive.

Eu colocava meu nome na lista do karaokê várias vezes. Se não era minha vez, alguém me chamava para um dueto. Uma das meninas que eu só encontrava lá gostava de cantar "Me usa", aquele forrozão, e eu dançava com uma amiga dela.

Quando já fazia um tempo que estávamos ali, as pessoas começando a demonstrar o nível etílico, eu cantava uma música que gostava muito: "Tempos Modernos", do Lulu Santos. E sempre tirava nota 100, ou seja, não podia cantar mais nenhuma depois (!!!). Raríssimas pessoas tiravam nota máxima, se me permitem a modéstia. Ah, lembro de um amigo da minha turma que tirava a mesma nota com uma música do Fábio Júnior! (E que, depois de bêbado, me dava informações indiciosas de que era gay, como se eu - o bar todo? - não soubesse!)

Essas noites estão entre minhas memórias preferidas da adolescência. A diversão, o entendimento da minha sexualidade (e da dos outros, haha), e uma sensação de bem-estar que deve ser o que, hoje, entendo como a sensação de pertencimento a um grupo.

E passados vinte anos, ainda gosto de "Tempos Modernos". Mas quão triste é perceber que não "vejo a vida melhor no futuro" que eu cantava naquela época?

Pode ser a mágoa pelo contexto político e pelas últimas notícias? Pode. Mas é aquela coisa: "o tempo voa, escorre pelas mãos mesmo sem se sentir". Será que estamos vivendo "tudo o que há pra viver"? Será que o meu semelhante está vivendo tudo o que há pra viver?

Ontem eu chorei. Chorei e me senti impotente. Porque eu creio "no amor numa boa, que valha pra qualquer pessoa". E quero estar rodeado de "gente fina, elegante e sincera". Mas se você vier me falar que preconceito não existe, racismo não existe, que as minorias já estão querendo demais, usando como argumento essa história de que a mamata acabou e me chamar de mortadela, serei obrigado a dizer:

_ Cara, o quê?


* Trecho da música "Tempos Modernos, do cantor Lulu Santos.



quinta-feira, 28 de maio de 2020

Bonito não é, mas trabalho com a verdade...

Tema: verdades secretas
Por Rosana Tibúrcio

Nunca gostei muito de discussões e, muito menos, de revelar ódio gratuito ou nem tão. Ainda mais se essas posturas forem públicas.
Quando mais nova não entrava em brigas, sobretudo as corporais, porque era muito medrosa. Medo de apanhar sim!!! Confesso!!! Então, minha arma era enfiar o dedo no olho do meu oponente. Literalmente. Às vezes vencia com essa. Algumas vezes não.
À medida que fui crescendo, fui substituindo o desejo de uma briga efetiva, de uma provocação odiosa, pela rispidez e azedume nas respostas que dava e, ainda, dou. Paciência sempre me faltou. #façorimas.
Da meninice, passando pela adolescência, juventude e fase adulta, continuei sendo ríspida sim, mas com classe, pois o que falta em quem discute, odeia e briga em público, é classe, não é mesmo? Será?
 Me pego muitas vezes pensando nisso, me autoanalisando a fim de entender a verdade secreta existente por detrás dessa minha aparente postura de gente vergonhosa, sensata e que jamais será apontada como “Rosana é uma mulher que briga e discute em público”; “Rosana é uma hater.”
Escolhi dizer hater porque é a palavra usual desse mundo virtual em que vivemos, que frequento e gosto. E nesse lugar tenho a mesma postura: fujo das discussões em público, mas sou ríspida e sem paciência, com quem me torra o saco. Bonito não é, mas dá uma enganada.
Em contrapartida, fico sempre no meu canto quando ouço, vejo ou leio algo de que não concordo ou acho pavoroso. Ir em rede alheia para dizer que penso diferente, que discordo de tudo que o outro pensa? Jamais!
Mas sabem minha verdade secreta? Tenho vontade de ir no instagram e xingar aquele idoso que afirmou ser gripezinha o COVID19, que morreriam velhinhos, como se ele não fosse e como se velhinhos fossem menos que os jovens. Mas né? Não vou. Não vou porque ele tem filha que respeito e admiro. Não vou porque não tenho peito para ser apontada como hater dos comentários virtuais. E agora, que acabei de ler uma notícia sobre um casal de youtuber que acabou de devolver um filho, adotado em 2017, porque ele era “autista demais”, minha vontade é ir lá nos posts deles e xinga-los de todos os nomes que sei, em português, e aprender outros tantos em inglês. Mas né? Sigo plena sem escrever um “a” do que não considero ser ideal a uma mulher que não gosta de espalhar ódio nem provocar uma discussão. Sobretudo em público.
Vontade não me falta, mas haverá sempre alguém para fazer esse papel que, por vezes, sinto vontade de desempenhar. Quem nunca???

Um lindo restinho de quinta-feira para todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há essa, não tão linda, minha verdade secreta. Desculpaêêêê!!!

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Batom Vermelho


Tema: Verdades Secretas
Por: Nina Reis


Lá vai ela para o trabalho, de salto alto bico fino, meia calça transparente, unhas vermelhas, cabelos escovados, máscaras de cílios e o seu protetor solar.
Carregava uma pasta preta com toda papelada importante para apresentação do seu projeto. Afinal, hoje era o grande dia, ela já estava duas noites sem dormir e carregava também uma mistura de medo, coragem, incertezas e confiança.
Abre a porta, sente aquele arrepio na espinha, senta na sua ilha ao lado de pessoas com quem nunca conversou e analisa pela milésima vez todos os papéis.
No rosto, bochechas com tom de rosa queimado e os olhos marejados.

E se der tudo errado? ela pensou.

Chegou a hora e ela ainda refletia, se falaria tudo que pensava a respeito das possíveis mudanças na empresa ou apenas apresentaria seu projeto e nada mais.
Pernas bambas, suor no corpo e um ar condicionado que marcava dezenove graus.
Foi então que ela se levantou, entrou no banheiro e passou seu batom vermelho.
Verdades ditas, projeto apresentado e tudo estava concluído.
O segredo que ela carrega se reflete no espelho, na roupa que veste, no batom que usa e nos olhos de quem verdadeiramente a conhece.

terça-feira, 26 de maio de 2020

As raridades e o que é comum*

Tema: Verdades secretas
Por Rafael Freitas


Verdades Secretas foi uma novela global exibida em 2015, escrita por Walcyr Carrasco. A trama envolvia moda, book rosa, Angel demoníaca e a bunda do Rodrigo Lombardi. TRAGO VERDADES.

Sim, esse início é necessário, me desculpe. Mas simplesmente não dá para ouvir alguém dizendo "verdades secretas" sem lembrar daquela bun... DIGO, daquela novela. Isso porque assisti a poucos episódios.

Mesmo assim, para mim um personagem se destacava: Visky, um booker - profissional que seleciona modelos para fotos, catálogos, comerciais, entre outros - vivido pelo lindo do Rainer Cadete. Visky era fashionista, cabelão lindo e tinha, como trilha sonora, a música Prumo, da Tulipa Ruiz. E essa é, de fato, a primeira coisa que me vem à cabeça quando lembro da novela: a voz marcante e a letra irreverente da música da Tulipa Ruiz.

Como eu amo Tulipa Ruiz! Adoro seu jeito de abordar coisas do cotidiano em suas letras, com construções simples, mas carregadas de sentido e de gatilhos para reflexão sobre a vida, relacionamentos, comportamentos, sobre quem se é de verdade.

E, se me permite um conselho, para ser de verdade é preciso conhecer-se, entender-se, "tomar conta se si, das tuas minhocas, caraminholas, das encucações, dos teus pepinos". É preciso assumir-se, conscientizar-se "das pérolas, das abobrinhas, dos abacaxis, dos nós, dos faniquitos pra depois compreender os teus defeitos, um por um, as raridades e o que é comum quando tá sozinho ou quando tá em bando, quando o céu tá preto ou quando tá limpando".

E o resultado dessas reflexões são o quê? Nossas verdades secretas. Não faz total sentido? Para mim, sim.

Agora, além do conselho, fica o convite: reflita, conheça-se, ouça Tulipa Ruiz e dê um Google (você sabe do que estou falando): a felicidade não será mais tão secreta.


* Trecho da música Prumo, da cantora Tulipa Ruiz.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Não gosto de surpresas

Tema: Verdades Secretas
Por Laura Reis

A grande verdade é que eu não tô sabendo muito o que fazer essa semana e que o dia de hoje, em específico, foi muito estranho e muito diferente da minha última segunda-feira por exemplo.

Naquela segunda-feira em que eu estava ansiosa para terminar o trabalho mais cedo pra poder ajeitar minhas coisinhas em casa e curtir o fim do meu dia especial com quem eu mais amo: eu mesma.

Aí do nada apareceram quarenta e vinte pessoas gritando e cantando um parabéns horrível e descoordenado - foi até bom não ter gravado, porque com o passar do tempo a gente pode mudar essa memória e achar que era uma cantoria linda -, mas, claro, cheio de carinho e amor como eu mereço.

Em certo momento da minha vida eu disse que odiava surpresas e o fato é que eu não gosto de ser incluída nas coisas, detesto ser a única que não sabe o que está acontecendo. Nunca gostei nem de faltar de aula porque tinha receio de não entender os comentários e piadinhas do dia seguinte, por exemplo (e talvez só por isso eu não faltei tantas vezes à aula como outros adolescentes, mas enfim…).

Portanto a verdade é que, sim, não gosto de surpresas porque gosto de participar dos processos. A parte secreta é que, uai.. de repente se o fim do processo for eu sendo surpreendida positivamente, fiquem aí com seus segredos então, gente..
(Mas depois me conta tudo, por favor?)

Inclusive ainda espero um relatório de como foi a organização da minha festa de aniversário online hein? Obrigada fãs, amo vocês <3 p="">

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Deus me livre, mas quem me dera...

Tema: nova fase*
Por Rosana Tibúrcio

Olá, sou Rosana Tibúrcio, nasci no dia dezesseis de novembro de mil e novecentos e cinquenta e cinco e vou contar como eu era desde que nasci... hahaha brincs... só pra dizer que fui, sim, moldada a fogo e ferro. Ou não!!!

Acredito que mudar de opinião, sentimento, mania é uma evolução. E acredito mais: muita coisa que afirmamos não querer mudar é quase que uma teimosia nossa com nós mesmos. No fundo, bem lá no fundo, é o tal sem querer querendo, o Deus me livre, mas quem me dera. 

Bora então para algumas atitudes minhas que poderiam ser classificadas nisso daí do Deus me livre... e outras que nem tanto, que apenas apresentam uma evolução ou uma revolta atual e necessária da minha linda pessoa?

1. Ir para a cama e deixar vasilhas suja na pia? Que seja uma colher? Jamais!!! Mas olha... nessa noite mesmo a pia “dormiu” com um pratinho, um garfo e um copo sujos. Acordamos bem felizes e vivas, a pia e eu.

2. Presentear alguém sem um embrulho compatível? Sem um papel bonito de presente? Tá louca? Deus me livre!!! Mas hoje mesmo eu dei um presente sem embrulho e, sem dúvida nenhuma, quem recebeu o presente especial ficou muito feliz.

3. Pode levar tudo, menos os livros da casa... disse eu ao me separar. Deus me livre ficar sem minha biblioteca!!! Ontem ao limpar a biblioteca: podia ter levado todos os livros que não foram comprados por mim... quem me dera!!!

4. Casal gay adotar uma criança? Como ficará a cabeça dessa criança quando entender que tem dois pais ou duas mães? Sim, minhas gentes, há quase duas décadas fui essa idiota!!! Eis que uma amiga gay me disse: e como ficará a cabeça dessa criança que não tem nenhum pai ou mãe, que é jogada de orfanato a abrigo??? Virei a chave na hora, acordei para a vida, e até hoje tenho vergonha dessa Rosana imbecil que fui um dia. Mas hoje também tenho a honra de conhecer e ter uma amiga, que considero uma irmã, que foi, junto à sua parceira àquela época, mães da primeira criança de Minas Gerais registrada com o nome de duas mães.

5. Desrespeitar uma autoridade, um presidente da república??? Jamais!!! Um presidente é sempre uma autoridade respeitável, seja ele de direita ou de esquerda. Sim, todos foram autoridade até então,  para mim, incluindo o mãozinha grande, mas esse atual presidente escroto, psicopata, imbecil, burro, idiota, mentiroso, que só fala merda e incita o ódio é, realmente, um grandessíssimo filho de uma puta. 

Mudei sim, com muita honra!!!

Uma linda quinta-feira para todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje tem um incentivo às mudanças. Faz bem. Mas meu post continuará saindo às 15h55... porque tenho toc dessa hora. 

** Gostava/não gosto mais; era/não sou mais

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Minha melhor versão


Tema: Nova fase*
Por: Nina Reis

Hoje, dia treze de maio de dois mil e vinte, dia de postar no blog eu me encontro mais perdida que cego em tiroteio. Eis que esses dois últimos dias foram massacrantes pra mim e repensei tanta coisa; ao mesmo tempo, não queria era pensar em nada. 
Senta e vem comigo nesse texto que pode ser bem desconexo, mas tenha paciência, pode ser libertador pra você também, caso se identifique.

Lá em dois mil e cinco, poucos meses antes de fazer minha primeira tatuagem, euzinha aqui simplesmente achava horrível quem optava por manchar toda pele e fazer desenhos que bem provavelmente, ficarão borrados com o tempo. Olhava com desdém, muitas vezes com desprezo e pensava: esse moleque não tem mãe, não tem amigo e não tem espelho. 

Ê mundinho que dá voltas meu “polvo”, hoje aqui estou, pinicando de vontade de fazer a minha décima, aliás, as próximas três tatuagens em meu corpinho e que, provavelmente, ficarão borradas com o tempo, mas e daí, isso é algo que não me preocupa mais e se te preocupa, esqueça disso e lembre-se, seu corpo, suas regras, meu corpo, minhas regras.

Teve um longo período da minha vida que simplesmente amava agradar os outros, principalmente as amigas. Eis que um dia disse meu primeiro NÃO e tudo mudou, senti uma liberdade gigantesca. Entendi que minha companhia era/é maravilhosa e que me obrigar a dizer sim para alguém, somente pra “manter” uma amizade, era/é passar por cima dos meus valores e hoje sei que o NÃO tem um valor imensurável pra mim. Se ainda não disse o seu primeiro NÃO, leia, releia e releia novamente esse texto, quem sabe não será libertador pra você também. 


Era uma criança/adolescente tão, mas tão implicante, que não sei como sobrevivi. Sério! Fui aprendendo a duras penas a tentar baixar a bola e compreender que no final das contas a pessoa que mais sofria era eu. Demorou, mas aprendi. Vez ou outra falho, porque assim, não sou perfeita né? Me deixa!


Era uma pessoa muito mais doce. Não, não fiquei amarga, nem ácida! Mas aprendi também que ficar neutra, ou muitas vezes discordar, me faz sentir muito mais doce que o doce da batata doce.


A vida não é um martírio e está longe de ser um mar de rosas. É importante aprendermos com os erros dos outros e, principalmente, com os nossos erros, pois acertar é uma delícia, mas saber enxergar nossas falhas e sermos capazes de mudar depois de errarmos é mais delicioso ainda.

A Nina de hoje é a minha melhor versão.

* Gostava/não gosto mais; era/não sou mais

terça-feira, 12 de maio de 2020

Meu coração está desperto*

Tema: Nova fase**
Por Rafael Freitas


Para falar de mudanças, poderia recorrer àquela frase famosa de Heráclito, sobre ninguém conseguir banhar-se no mesmo rio duas vezes. Acho bonito, poético. Mas sinto que precisamos de mais realismo neste momento: nem sempre a mudança é fácil. Quase nunca, talvez. E é sempre uma escolha: é preciso QUERER mudar.

Mesmo sendo tão difícil, mudar é uma grande vantagem de estar vivo. Afinal, o mundo muda a todo momento - olha aí o rio lá do Heráclito - e adaptar-se é preciso.

Eu comecei algumas mudanças. Insisto: apenas comecei. Acompanhem.

1 - Achava desnecessário que um cara gay "carregasse a bandeira", ignorando completamente que os direitos e a visibilidade de que a comunidade LGBTQIA+ goza (!), hoje, foram alcançados graças à coragem e à dor daqueles que levantaram suas (nossas?) bandeiras.

2 - Julgava comportamentos sexuais diferentes do meu, como se houvesse uma única maneira de ser gay E ESSE JEITO ERA O MEU, CORRETÍSSIMO, os viado tudo que lutasse para se encaixar nesse padrão.

3 - Não tinha noção nenhuma da complexidade das relações de gênero e da prisão criada pelos papéis atribuídos ao masculino e ao feminino - mesmo tendo sofrido por ser a criança viada que odiava futebol, gostava de estudar, desenhar, bordar, que tinha que pentear o cabelo do lado direito porque era o lado de homem e não podia aprender a cozinhar por ser coisa de mulher. E esses são exemplos ínfimos.

4 -Também não tinha noção da complexidade das facetas da sexualidade humana. Nada é preto no branco. Sexualidade também não é uma coleção de caixinhas em que cada um escolhe uma, entra nela e, então, passa a comportar de acordo com as instruções daquela embalagem. É complexa, mutável, inexplicável. E linda.

5 - Não percebia que ser um homem cisgênero branco de classe média é muito privilégio. Que não basta dizer "não sou racista" para não ser. Que o racismo está enraizado, erva daninha que beira até mesmo pessoas bondosas e sábias, pessoas que amamos, mas que repetem suas piadas, seus comportamentos e seu discurso de privilegiado.

Eu pirei no começo, admito. Mas imaginem uma casa bem construída, bem alicerçada, mas antiga, fiação toda prejudicada, portas e janelas que nem segurança oferecem mais. Mas o terreno é tão bom que vale o investimento de botar tudo abaixo, implodir, ver cacos de tijolos voando, poeira subindo e é só caçamba de entulho levando tudo embora. Uma desconstrução começa assim.

Somos bons terrenos. Somos construções bonitas em potencial. Cada um sabe até onde pretende desmanchar a casa antiga; talvez algo possa ser reaproveitado. Mas é essencial que a casa nova tenha muito espaço para a igualdade, para o respeito e para a empatia. Que tenha muito espaço para o outro.



* Trecho da música Soul Parsifal, da banda Legião Urbana
** Gostava/não gosto mais; era/não sou mais

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Tá diferente, ela

Tema: Nova fase*
Por Laura Reis


1 - Em dado momento da minha vida eu odiava batom, assim, odiava. Suponho que tenha sido na época do aparelho fixo, mas enfim… superei. Amo.

2 - Me lembro como se fosse hoje, há 13 anos como eu era capaz de tirar foto de tudo quanto é coisa, detalhe, porta, pé e achava a coisa mais linda e poética do mundo. Parece que esse mesmo mundo endureceu um pouco esse coração. (Vamo mudar isso, Laura.)

3 - Quando pequena - naquela época que em que você fingia que ajudava nas tarefas de casa, o que eu mais AMAVA era rapar o chão. Corta pra 24 anos depois. Pior coisa.

4 - Há boatos que um dia eu disse “eu JAMAIS sairei de Patos.. deixar minha mãe? Nunca!”. E cá estamos na quarentena, afastada por alguns quilômetros (mas sempre juntinhas no cuore).

5 - Outra lenda que ouvi é que já fui muito calada, não gostava de emitir opiniões pra nada. Hoje em dia se não tem assunto, eu invento e fico no “que mais? que mais? e você, não acha nada?”, até sozinha, tadinha da moça.


BÔNUS: sim, eu voltei pras segundas-feiras. até eu mudar de fase de novo né...


*Gostava/não gosto mais; era/não sou mais