sexta-feira, 29 de abril de 2011

*Parãran parãran*

Tema: um filho, uma árvore ou um livro
Por Taffa


weit

Era uma vez uma menina muito linda chamada Kate. Desde pequena, gostava de bonecas e, assim que aprendeu a falar, pediu para a mãe uma Barbie Princesa de presente. Começou então a brincar de mundo da fantasia, onde príncipes aparecem e casam-me com as donzelas que, muitas vezes, passam a vida inteira esperando pela vinda do amor verdadeiro, mas não imaginava que algum dia o seu próprio nobre poderia aparecer.

Aconteceu numa tarde de verão. Era agosto de 2001 e ela estava na Universidade de St. Andrews, na Escócia, quando um loiro de bochechas rosadas chamado William Arthur Philip Louis, mais conhecido pelo apelido de “albino”, apareceu e a ajudou com uma tarefa extracurricular de plantar uma árvore no jardim da instituição.

Foi amor à primeira vista, igual aos que ela sempre assistia no Disney Channel ou filmes de princesas e bruxas e logo o namoro deles tornou-se oficial, durando mais de dez anos, até que o príncipe cansou de enrolar e finalmente a pediu em casamento.

Hoje, como todos podem ver, a Kate Middleton cresceu e está linda usando um vestido de noiva super fashion que, de acordo com a Luciana Gimenez, foi copiado do casamento dela. Não acredito muito nessa última parte não. Os pombinhos acabaram de dizer “sim” durante a cerimônia de casamento e daqui a pouco embarcarão para a lua de mel, onde, creio eu, farão o possível para gerar o novo herdeiro real através de métodos que todos vocês sabem muito bem como funcionam, então não preciso detalhar aqui.

O livro deles ainda será escrito, talvez por um paparazzi ou fã/crítico elaborador daquelas biografias não autorizadas e, previsivelmente, será banida e disponibilizada para download ilegal na internet.

Pois é, lindos. Eu podia estar matando, podia estar roubando, mas estou aqui em plena sexta-feira escrevendo para vocês a respeito do assunto que parou o mundo e, inevitavelmente, contribuiu para a minha labirintite textual. Um beijo pra quem agora faz parte da família britânica real.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Chega de lero-lero

Tema: um filho, uma árvore ou um livro
Por: Rosana Tibúrcio

Eu sou bem novinha, mas entendo muita coisa e tenho um pouco de birra desses “lances” pré-estabelecidos pelos tios e tias velhos. Eles vivem a vida como se fossem bonecos feitos em série. Gosto disso não!!!
O pior é que sempre ouço, no final das ladainhas: Aninha, quando você crescer verá que é assim... e pronto. Ãhãnnn!

Dentre várias regras da vida tinha uma que me fazia torcer o nariz, sabe? A trinca obrigatória que você tem que realizar ou não vira gente: plantar uma árvore, fazer um filho e escrever um livro.

Quando li o post de Paulinha, essa menina que resolveu aparecer esses dias por aqui, eu pensei: Paulinha é das minhas, é meio revoltada. Fiquei sabendo depois que ela já é uma tia velha, uma tia velha quase casada, revoltada e rebelde -  hihihi achei tão engraçado.

Eu sou criança ainda, mas minha paciência é curtinha igual à paciência da Tia Rosana, outra tia velha, mas que amo de montão. Então, sou parecidinha com ela, somos amigas até hoje. E eu já tenho sete anos, por isso mesmo sou bem capaz de decidir muita coisa de minha vida e colocar pontos finais em algumas questões.

Foi exatamente isso que eu fiz agora, nesse mês de abril, olha só que coincidência: realizei essas minhas três obrigações de vida.

Plantei um pé de feijão – era um exercício obrigatório lá da minha escola. Plantei e tirei até foto pra posteridade só que minha mãe mandou essa foto pra minha vó lá no Acre e lá - não no Acre, na casa dela - não tem computador, muito menos scanner. A vó mora no interior do interior do Acre. Fico devendo essa foto pra vocês, podem cobrar. E quem falar que pé de feijão não é árvore, prove. Eu provo que é: quem já viu alguém escalando algo, que não seja árvore para chegar nas nuvens, como fez Joãozinho com o pé de feijão? hein? hein??

Fiz uma filha – de massinha colorida, mas fiz. Ela ficou bonitinha e se chama Otaviana. Não, eu não vou contar o motivo do nome que dei a ela. Segredo secreto.

Escrevi um livro – outro exercício lá da minha sala de aula. Tivemos noite de autógrafo e tudo. Quem organizou, editou e imprimiu meu livro foi a Tia Rosana, ex-Tia Pirulitete e hoje, Tia Livrete. A cópia de uma das páginas do livro ilustra este meu texto. E sim, é a Otaviana que tá na capa. Linda, a minha filha, né?

Então seus lindos, eu já fiz a minha tarefa maior de vida e estou livre dessa pendenga. E não me venham mais com outras questões obrigatórias, com lero-lero, pra eu viver, fazer ou ter que ter, porque eu não quero me estressar. Gosto de levar minha vida de um jeito bem leve: no vai da valsa.

Se bem que ontem eu ouvi algo que me encafifou. Minha mãe dizia pro meu pai, de um jeito tão sério, que todo mundo, sem exceção, se apaixona um dia, que todo mundo um dia vê estrelinhas e fica bobo e, muitas vezes, sofre. Me deu um medo, sabe?

Deve ser isso que aconteceu com a Laurina, nossa ajudante. Ontem ela falou pro Rant, o síndico do nosso prédio, eu estava lá e ouvi: é a terceira vez que bato a cabeça nessa quina e vejo estrelinhas, tô boba... 

Se para eu me apaixonar for preciso bater com a cabeça numa quina, ver estrelinhas e ficar boba vou preferir plantar outras árvores, fazer mais filhos de massinha e escrever outros livros. Por que essa trinca que os tios e tias velhas são obrigados a fazer, que são como peso nas costas deles, eu fiz facim facim... As outras coisas que minha mãe falou eu não sei ainda o que é direito e sei lá se quero saber...
Adulto sofre um bocado e eu quero mais é ser feliz...

Uma linda quinta-feira pra todos vocês minhas gentes, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje há Aninha de volta, mas ó... só por mais essa quinta-feira, porque sou ciumenta e a quinta é minha e ninguém tasca, além do quê, apesar de surda, ouvi daqui: lá vem a Rosana com essa chatura de Aninha. Cê acha mesmo? E você que é feio!!!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pra completar

Tema: Um filho, uma árvore ou um livro.




Desde pequeno, sonhava em realizar o que as letras do quadro da biblioteca gritavam em branco e preto: quem tem um filho, planta uma árvore e escreve um livro tem uma vida completa.
Lia com gosto essas premissas para seus filhos, todos os dias. Depois de ler, se voltava para a janela que dava pro quintal e admirava as árvores, ainda pequenas que havia plantado assim que eles nasceram. Assim, uma árvore para cada filho. Era um presente e, ao mesmo tempo, uma ordem em forma de galhos e folhas, para que também prosseguissem com o sábio pensamento.
O livro deixara pra depois que os pequenos ficassem grandes e a aposentadoria viesse, lhe dando, assim, o sossego e silêncio necessários para se concentrar em sua última missão, como se referia ao cumprimento da premissa no quadro.
A aposentadoria demorou a chegar e os pequenos já não eram nada parecidos com pequenos. Na manhã seguinte ao seu último dia de trabalho, acordou empolgado, pois chegara a hora de completar sua vida, como sugeria aquele preto no branco.
Passou aproximadamente quinze dias na biblioteca, sem visitas, interrupções. Depois do último ponto final, pegou os papéis e sentou-se debaixo da última árvore que plantara no quintal para reler escritos: o momento mais esperado das últimas quatro décadas.
Após a última linha, sentiu uma pontada no peito. Despertou-se, então, e foi completar a vida com outros verbos.  

terça-feira, 26 de abril de 2011

Uma opinião baseada na lógica

Tema: Um filho, uma árvore ou um livro?
Por Paula Miranda
Post do convidado


Com esse post eu quero provar uma lógica. Como aquela de Deus.
Vocês não conhecem a lógica de Deus? Pois contarei.
Dizem que Deus é amor. O amor é cego. Steve Wonder é cego. Logo, Steve Wonder é Deus.

Voltando ao tema prático. Lógico que a resposta para essa pergunta é nenhum dos três.

Filhos: quem hoje em dia é louco de tê-los? São melosos, grudentos, você perde totalmente seu dinheiro e muitas vezes eles crescem e colocam a culpa de tudo de errado que aconteceu em você. Quem é louco de fazer um troço desses? Meu pai seria um herdeiro milionário se não tivesse a mim e a minha irmã. Você fica responsável pela educação, vestimenta, orientação sexual ( é, porque se o fulaninho não pega ninguém a culpa ainda é sua que não foi um bom exemplo de esposa, ou de marido, ou de pai). Quem aguenta ser julgado assim?

Árvores. Blah. Odeio aqueles caras ambientalistas que não tomam banho e moram em casinhas sustentáveis.  Eu não estou dizendo que as árvores não servem para nada. Eu não sou radical. Acontece que já tem muita gente plantando árvores por aí. Um dia elas ficam centenárias, porque aquele troço dura pra cacete, e vem um burocrata da prefeitura e tomba a bendita ( isso quer dizer que nem a pau conseguiremos cortá-la). Um belo dia você está passeando pelo parque e a centenária que foi plantada sabe-se Deus por quem cai em cima da sua cabeça e você morre.

Livros. São importantes. Eu os adoro. Mesmo achando que tem muito lixo rolando por aí: autoajuda, roteiros de viagens, guinnes. Porcariada. Claro que você pode escrever um mega bestseller e ficar rico e famoso e tals. Mas, pensa: se você é foda mesmo, como anda alardeando por aí (tipo topo da Veja e da Folha), logo Hollywood vai te achar. E aí seu livro será um filme de péssima qualidade. Melhor poupar o mundo de mais um filme ruim.

É o que eu acho, gente. E aqui não tem democracia, não! Quer discordar de mim, tem que ter argumentos sólidos e melhores que os meus.


Beijos
Paula Miranda 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Teria, um, dois, três ...

Tema: Um filho, uma árvore ou um livro?
Por Nina Reis


Já plantei árvore e por um período indeterminado não penso em ter filho(s).

Sendo assim, por exclusão, escreveria um(s) livro(s), afinal de contas tenho muita coisa pra colocar no papel, editar, imprimir e comercializar. (tentar ganhar dinheiro com isso,não seria mal também)

Poderia ter vários deles, biográfico, poético, sexual, romântico e até mesmo dramático.
Nem tão grande nem tão pequeno, muito menos cansativo. Folhas macias, capa bonita e totalmente legível. A correção feita pela Rosana, o prefácio pela Laura e a dedicatória faria a todas as pessoas queridas do Guaraná com Canudinho. (afinal, só esse pessoal aqui pra ler minhas maluquices).
Faria noite de autógrafos, coquetel e tiraria fotos com os meus fãs. (posso viajar né? blz)

Então, continuando ...

Teria primeira, segunda, terceira e quantas edições forem necessárias. Seria traduzido e vendido em mais de cinco países. Ficaria na cabeceira de muitos criados (peraí, cabeceira não é cama? Nunca entendi essa expressão. Alguém me explica?)
Ganharia prêmios e me casaria com um ator hollywoodiano e bom ... depois pensaria em ter um filho e é claro escreveria um post sobre isso.

Obs.: minha irmã, depois de me apontar o dedo na cabeça e falar grosso, pediu pra que eu postasse hoje. Obedeci. ( e exagerei também)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sem tipo

Tema: um dia de criança
Por Taffa


Ele é aquele tipo de adulto prematuro que, há muito tempo, abriu mão das festividades e comemorações para abraçar certas responsabilidades que muitos nem sequer têm na velhice.

Aquele tipo de velho ranzinza que adquire um semblante mau quando está pensando e afasta pessoas na calçada porque fecha a cara para atravessar a rua.

Aquele tipo de brucutu que faz as tarefas domésticas com a minuciosidade de uma matriarca, mas não deixa de ser menos macho, muito pelo contrário, honra as calças que veste porque se orgulha de manter-se sozinho.

Aquele tipo de adulto que, mesmo velho, mesmo ranzinza, mesmo brucutu, abre mão de todos os estereótipos criados pela sociedade só para deitar no colo da mãe e ganhar um cafuné, sempre que retorna pr'aquela casa, quente e acolhedora; mesmo que apenas por um feriado.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Da Tia Pirulitete e da vida doce

Tema: um dia de criança
Por Rosana Tibúrcio

Há uns seis meses mais ou menos, fui com meu pai ao Banco onde minha mãe trabalha. Nunca gostei muito de ir lá, exceto daquela cantina onde tem pão de queijo e enroladinho gostosos e alguns bombons pra vender. Quero nem saber o preço. Peço uma ou outra coisa pra mulherzinha e não pago. Ela então me entrega um papel onde rabisco o meu quase nome, devolvo e ela guarda. Como termina aquilo nem sei, como também nem sei direito escrever meu nome. Ainda estou no jardim de infância e só tenho cinco anos.

Ela, a mulherzinha, que parece ser a chefe da cantina e a outras duas companheiras dela ficam rindo de mim. Eu rio também. Acho elas meio bobinhas, pois não sei por que acham graça em mim, mas gosto mais das carinhas delas do que as dos tios e tias que ficam na sala grande onde minha mãe trabalha. Eles estão sempre tão sérios!

Só que nesse dia, lá na sala grande e feia, estava muito diferente: tudo tava muito lindo e feliz. Tinha um monte de gente velha chupando pirulito. Eu ri muito, eu dei muitas risadas, de doer minha barriga. Praticamente todos os tios e tias perguntaram de uma só vez: “quer um pirulito também, Aninha?” E um dos tios tirou o pirulito da boca, deu um sorriso lindo, apontou o dedo e disse “Foi a tia Rosana ali quem trouxe pra gente.”

A vontade que tive foi de pegar um pirulito de cada um dos tios velhos, mas meu pai me olhou com aquela cara de bravo e aceitei  só um.

Os pirulitos eram meio vermelhos, meio rosas, com formatos de chupetas e com “açuquinha” em volta.

Coloquei meu pirulito na boca e assim que dei a primeira lambida, puxei a saia da minha mãe, daquele jeito que ela odeia, mas que surte efeito imediato: ela me percebe... e perguntei então, bem baixinho: “mamãe, onde ela achou desses pirulitos? cê compra pra gente?” E minha mãe, que de discreta não tem nada, falou bem alto: “a tia Rosana comprou isso em BH, nas Lojas Americanas.”

E eis que surge a tal tia Rosana, por detrás de um armário, com um pacote fechadinho e me entrega dizendo: “toma Aninha, vou te dar um pacote, porque a tia levou vinte anos pra encontrar desses pirulitos e não posso nem pensar em alguém passando a vontade que passei.” Pensei: “essa tia é doida, ficar vinte anos atrás de um pirulito?”

Só que depois que chupei o meu pirulito e mais alguns que tirei de dentro do pacote com vinte – eu já sei contar – é que fui entender a doideira da Tia Pirulitete. Eu também não suportaria viver vinte anos sem um daqueles.

Nesse dia, quando minha mãe chegou em casa o assunto era um só: a Tia Pirulitete e os pirulitos. Fiz um interrogatório daqueles: quantos pacotes de pirulito essa Tia Pirulitete trouxe da viagem? Ela vai muito em BH? Ela sempre compra pirulitos? Por que no Acre não tem disso, mãe? Quantos pacotes ela deve ter ainda? Ela tem filhas pra eu ficar amiga delas? Onde mora essa tia? Você não tem nada pra buscar na casa dela hoje? E, com lágrimas nos olhos, encerrei: “eu já te falei que preciso ter amiguinhos sem ser os da escolinha, mãe, eu sou muito sozinha nessa cidade que não conheço direito...”

É claro que minha mãe perdeu a paciência comigo, mas também me disse que uma das filhas dela estudava na mesma escolinha que eu estudava: na Vó Maria. Era a Laurinha, minha coleguinha de jardim. Eu já gostava daquela menina e passei a gostar mais, era ela meiga, quietinha e tinha uma irmã doidinha, a Marina, que ia muito na escolinha e ficava me dando beijo. Pensei: vou beijar muiiitoooo essa Marina, vou ficar amiga dela.

Sei que no outro dia me convidei pra ir na casa delas. Adulto acha que não, mas criança sempre consegue o que quer. O bairro onde eu morava era o mesmo do delas, aliás.

Fui então, com minha mãe, na casa das meninas e da Tia Pirulitete. Quem abriu a porta foi um tio, com um pirulito na boca e uma cara muito engraçada. Pensei: "é sonho, não pode, será que há muitos tios velhos chupando pirulito, aqui também?" Não, havia só ele...

E da tia pirulitete ganhei dois outros pacotes e a promessa de que sempre me traria um fechadinho quando fosse fazer curso em BH. “Já que lá no Acre não tem, né Aninha?” encerrou a Tia Pirulitete, acho que zombando de mim. A faladeira de minha mãe deve ter contado toda a nossa conversa do dia anterior, por isso tia brincando comigo. Nem importei muito, queria era só ganhar os pirulitos. Ela também não importou quando minha mãe contou o jeito que eu passei a chamá-la. Deu muitas risadas, a Tia Pirulitete. Rimos muito juntas, nesse e noutros vários dias.

Decidi então, usar só um dos sacos de pirulito e guardar o outro pra chupar um pirulito por ano. E se a Tia Pirulitete não fosse mais fazer curso? Ia eu ficar vinte anos sem chupar um pirulito daqueles? Jamais!

Mamãe e papai entraram em férias e fomos visitar a família no Acre. Ficamos por lá uns quarenta dias. Quando voltamos eu fui direto pra minha caixa de brinquedos onde eu havia colocado o saquinho de pirulitos. Eu não queria acreditar no que via. Chorei tanto: meus pirulitos estavam todos cheios de formiga. Pensei que podia ir ao tanque, lavar cada um deles e aproveitar as sobras. Minha mãe não deixou e me explicou direitinho que era perigoso, que as formigas eram nojentas e carregavam doenças sérias. Dormi chorando e chorei o outro dia inteiro. Não quis ir à escolinha, não quis nada. Estava arrasada!!

À tardezinha, minha mãe chegou do trabalho cantando e me chamando feliz: "Aninha, Aninha, olha quem está aqui, alguém que chegou ontem de viagem." E eu pensei, enxugando minhas lágrimas: credo dessa minha mãe chegando feliz, sabe que chorei o dia todo, sabe que estou triste porque perdi meus pirulitos pras formigas doentes... minha mãe é tão insensível!!!

Mas quando olhei no portão e vi Laurinha, Marininha doida, o tio engraçado e a Tia Pirulitete chegando, logo imaginei que tudo voltaria a ser como antes. Recebi vários beijos, abraços e um pacote de presente fechado. Foi aí que fechei a cara também, tal qual o pacote. Não queria nada mais, nada menos, que uma sacola das Lojas Americana. Povo sem noção!

Abri o pacote sem graça, quase chorando de novo. Dentro dele havia vários pirulitos soltos, só nas embalagens unitárias... lindos, todos sorrindo pra mim, me querendo e trazendo de volta a alegria de uma vida simples e doce, apesar de ter que ouvir algumas piadinhas do estilo: "cuidado com as formigas, elas são espertas e impacientes, não esperam vinte anos pra nada, viu Aninha?"

Bem muito depois da Tia Pirulitete e família irem embora ouvi minha mãe contando pro meu pai da cara de decepção que fiz quando vi o pacote com papel de presente e, também, da minha felicidade ao descobrir os pirulitos todos, lá dentro. Foi aí que fiquei sabendo que a Tia Pirulitete, além de gostar de pirulito e de ser boa pra mim, tinha dessas manias de fazer surpresas pra gente...
Ãhãããnn!!


Uma linda quinta-feira pra todos vocês, meus amores, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje há vontade desses pirulitos, saudades dos cursos em BH e dos menininhos todos que me amavam, quando criança.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Acredite


Tema: Um dia de criança
Por Nina Reis



Ei, psiu, preciso falar umas coisinhas pra você. Tem tempo pra ler? Tem tempo pra mim?
Sou tão pequenina. Gosto tanto de ser criança, mas sabia que tenho medo?
Você é meu herói mas quer saber de uma coisa? Muitas vezes é o bandido da minha historinha. Faz assim não. Quero só o seu colo, o seu abraço e poder brincar com você todos os dias, depois do dever, é claro.
Ahhh quando eu errar alguma lição de casa, não me olhe com cara feia, por que sabe né? Eu faço xixi nas calças e fico apavorada e isso pode me trazer futuros traumas.
Conversa com a mamãe e traz um irmãozinho pra mim. Quero vesti-lo de Batman. Quero alguém pra me fazer companhia. Se for uma irmãzinha não tem problema. Provavelmente terei ciúmes, mas traz alguém pra mim. Não demore.
Quando eu for adolescente promete ficar do meu lado? Segura na minha mão se eu tiver medo do escuro? Medo de altura e medo de ladrão?
Mesmo que não fique a vida inteira comigo, com a minha mãe e no caso de eu ter um irmãozinho(a) com ele(a) também, promete que irá cumprir o seu papel?
Às vezes me bate uma insegurança (sou pequenina, mas sei muito bem o que é isso) e tenho impressão que essa carta pode não ter agora valor nenhum pra você, mas faz assim, guarde-a bem guardadinha e releia depois por desencargo de consciência, quem sabe quando você tiver mais filhos, um, dois ou três não passará a dar mais valor ao seu papel de pai e nos fará perder por muitas vezes o medo do senhor.
Quero seu amor infinitamente.
Quero sua companhia ao menos 1 vez por mês. Quero contar com você, brincar com você e deixar correr solto o que a gente quiser. Porque em qualquer faz de conta a gente apronta e é bom ser moleque (a) enquanto puder.
Acredite nisso.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ao Sr. Coelho

Tema: Um dia de criança
Por Rafael Freitas

Olá, Sr. Coelho da Páscoa.

Como vai você? E o meu ovo de páscoa? Já está pronto?

Quando pensei em te mandar esta carta, fiquei na dúvida: será que Coelho de Páscoa é igual ao Papai Noel, que só existe um e mora no Pólo Norte? Ou são muitos coelhos que trabalham com chocolate? Para que o carteiro não errasse, coloquei no envelope: Para a toca do Coelho Chefe.

O motivo desta minha carta é muito simples. Você existe, não é? Tanto que está aí agora, cansadinho, sentado no sofá cheio de respingos de chocolate que nem deu tempo de limpar, senão atrasa tudo e domingo já é a Páscoa, com seus óculos caídos no nariz lendo o que escrevi. É que eu queria saber de uma coisa: se você existe, porque nunca ia na minha casa?

Eu via na televisão uns ovos tão bonitos, de papéis coloridos, brilhantes! No supermercado que você deixa bastante também, né?! Mas eu não sabia o que tinha que fazer para ganhar um. E nunca vi aquelas suas pegadas branquinhas na minha casa... Você é tão limpinho, né?! Porque para fazer aquelas pegadas tão branquinhas, com os pés sujos não dá. Mamãe diz que eu não posso andar só de meia porque o chão é sujo. Você poderia me ensinar isso também: a brincar descalço, ou de meias, e continuar com o pé limpinho! A mamãe ia gostar!

Eu não via as pegadinhas, mas não posso ser injusto com você. Vejo o papai falando que a vida é muito corrida, decerto a sua também era. Aí, às vezes você tinha muitas encomendas, por isso só mandava aqueles ovos pequenininhos lá em casa. Eu entendo. E teve aquela vez que eu não consigo esquecer: você deixou um ovo gigante, que vinha numa caixa dourada, muito mais bonita que aqueles papéis coloridos! Um ovo grandão, cheinho de bombons de vários tipos. E tinha você desenhado na caixa! Mas eu tenho que te falar: eu achei que você era mais gordinho, como a mamãe. No desenho da caixa, você parecia o Pernalonga, aquele coelho que é artista. É assim que minha mãe chama quem trabalha lá dentro da tevê: ela diz que é artista. A caixa ficava em cima da geladeira, no canto, atrás da tijela branca, de louça, com desenhos de frutas. A tijela ainda existe, acredita? O ovo, não, mas a lembrança dele é tão doce como um pedaço daquele chocolate! Lembro do papai dividindo os bombons com a gente. E até de quando ficava bravo porque a gente queria comer tudo de uma vez é bom lembrar!

Aquele ovo foi tão especial que nem estou mais bravo com você. Não deu para passar todos os anos lá em casa, né?! Pode ter sido muito trabalho, ou o dinheiro que não deu para comprar chocolate suficiente para todo mundo. O importante é esse seu esforço para deixar a gente feliz! Obrigado, senhor!

Passe aqui em casa sempre que quiser. Mesmo se não tiver ovos para entregar, vem tomar um café. Pela sua foto naquela caixa, você anda magrinho. Deixa a tevê para o Pernalonga. Tem mais gente que precisa de você na entrega dos ovos de chocolate.

Um abraço (que é a única coisa no mundo mais gostosa que chocolate),

Rafa

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Eu e a Tati

Tema: Um dia de criança

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Daqui consigo ver apenas algumas coisas durante algumas horas do dia. Estou num cesto onde a Tati não mexe mais. Pela manhã vejo ela acordando e meu coração aperta, sabe. Ela não larga aquela novata nem pra dormir e sempre acorda sorrindo e dando muito beijo nela, que nem fazia comigo. Daí a dona Ana vem e abre a janela e eu consigo ver a porta do quarto e aquele cachorro que rasgou meu vestido pela primeira vez vindo lamber a Tati.
Depois disso, ela sai do quarto correndo e vai pro banheiro, eu acho. Pelo menos era assim quando me carregava pra cima e pra baixo e me colocava perto da pia praeu ver ela tentando escovar os dentes sozinha, tão linda.
Durante a manhã ela fica muito aqui no quarto e ainda gosto de ver os desenhos que ela prega do lado da cama. Não consigo ver ela os fazendo, mas escuto bem o barulho dos lápis de cor arrastando forte daquele jeito que ela sempre faz. De vez em quando a Pati, prima dela, vem lhe fazer companhia e quase me atrapalha mais ainda porque gosta de ficar perto do armário aqui do lado e tampa minha visão.
Toda tarde a Maria, ajudante da casa, vem arrumar a bagunça que a Tati faz de manhã. Ela é quem mais nota nossa presença aqui no cesto, não sei se fica com pena da gente ou quer nos levar pros filhos dela. Mas não gosto muito deles, porque sempre ficavam brigando com a Tati e, mesmo ela me deixando aqui quase estática, vou defender ela até.. não sei quando.
Lá pras cinco da tarde a Tati chega e fica contando um monte de caso da escolinha pra Dona Ana, a gente morre de rir dela. Parece que gosta de um dos meninos mais custosos da sala que sempre derruba todas as meninas durante as brincadeiras.
Nesse período do anoitecer, a casa começa a se silenciar e meu coração volta a apertar porque lembro que, mais ou menos nesse horário, é que a Tati me pegava e não soltava até de manhã cedo. Aí eu prefiro fechar os olhos e tentar dormir mais tempo pra não pensar em coisa ruim, assim. Porque quando a senhora Mônica me fez ela prometeu que eu seria muito amada, mas precisava ter sempre pensamentos positivos.
Mas ano que vem, quando a Tati fizer seis anos, deve me doar pra alguma creche como fez com os ursinhos esse ano. E, então, espero encontrar outra pequena que goste tanto de mim quanto a Tati gostava no nosso primeiro ano juntas.
Porque hoje sou só uma velha boneca de pano jogada no cesto dos ex-brinquedos preferidos de uma criança.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Delica(ru)deza

Tema: Se eu fosse...
Por Taffa

weit
Se eu fosse mulher, teria os cabelos curtos. Não digo que seriam raspados ou de corte similar ao masculino, mas repicados e, preferencialmente, acima dos ombros. Mudaria a cor deles de tempos em tempos e não usaria acessórios que considero extremamente bregas, como headbands ou tiaras de princesa, mas esporadicamente uma flor ou um lenço, que seria algo como a minha marca para que se referissem a mim como “aquela do balangandã nos cabelos”.

Abusaria de vestidos e demais peças sem mangas. Deixaria sempre o pescoço e ombros à mostra e, além deles, algumas tatuagens. Diversas delas, aliás. Cada uma com um significado e harmoniosa às outras, coloridas e espalhadas pelo corpo.

Adoraria a noite e seria uma jovem tardia. Sexy sem vulgaridade e misteriosa sem esforço. Eu faria questão de chamar a atenção. Não somente pelo estilo, mas também por ele. Seria abordada por rapazes interessantes e faria uso da técnica do sorriso malicioso e a cara de menina curiosa que está sempre disposta a conhecer algo diferente.

Diferente? Talvez para os outros, pois para mim eu seria comum. Aliás, “diferente” seria uma palavra riscada do meu vocabulário, pois, de tanto ser tachada como tal, passaria a repudiar tal conceito.

Sorriria para os garotos quando me abordassem, de forma que ficassem realmente tentados. Mas, logo depois, chamaria pelo nome a minha companhia, passaria a mão em seu rosto e a beijaria, claro, com apenas um encostar de lábios. Afinal, eu não seria diferente, tampouco incomum, apenas, lésbica.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A bem-sucedida

Tema proposto: se eu fosse
Por: Rosana Tibúrcio

Se eu fosse o que não sou, seria um sinal.
Se eu fosse um sinal seria super-responsável, super-requintada, super-romântica, mas seria também, super-realista.
Pra quem me conhecesse bem eu teria o agradável som de um bem-te-vi (meu lado super-romântica); pra quem não me entendesse e não gostasse de mim, tentaria, sempre que possível, ligar o botão: “foda-se” prosseguindo, assim, na minha vida bem-aventurada.
Nasceria pra ser feliz. Essa seria a intenção maior. Eu não existiria a troco de nada. Nunca! Porque além de bem-sucedida eu seria, em alguns momentos,  bem-humorada pra zoar de quem pensasse me dominar e, vez em sempre, percebesse dificuldades para lidar comigo, porque seria-fácil-não-seu-jão.
Mas bem sei, minha vida também seria bem atribulada, pois alguns insistiriam demasiadamente tentando me usar onde não caibo e, mesmo eu gritando: "não, aqui não, me tiram daqui", insistiriam... provocando em mim, descontentamento, auto-oscilação, vontade-de-morrer (meu lado super-realista e bipolar).  Sofrimento define.
Vários humanos, quiçá sub-humanos iriam me contra-atacar, me jogar no submundo da maledicência. Todos os mal-amados, mal-ajeitados e mal-agradecidos pensariam em me destruir: de recém-nascidos a pré-históricos. Mas qual o quê? Aos trancos e barrancos manteria, apesar de um ou outro sofrimento, como já disse, minha super-resistente, nem um micro-ondas superpotente seria capaz de interromper o meu caminho.
Eu uniria, perturbaria e agitaria meio mundo. Enfim, apesar de lidar, eu bem sei, com mal-agradecidos, eu seria super-feliz. Eu seria um hífen, com muito prazer.

Uma linda quinta-feira pra todos vocês, meus amores, porque nas quintas há sempre algo no ar e hoje há resquícios de loucura-loucura-loucura e vontade de ser apenas eu. E você que é um Zémané? rô rô rô...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Provavelmente


Tema: se eu fosse
Por Nina Reis


Se eu fosse repórter, jamais seria daqueles sensacionalistas, que forçam a barra, que só querem ver choro e tocam na ferida como se tivessem um coração de pedra. Seria uma repórter mais comedida.

Se fosse artista, queria ser de circo, fazer malabares, trapézio e ficaria agradecida por não ter labirintite. Tenho certeza que eles não sofrem desse mal.

Se fosse professora, com certeza daria aula de artes e faria muitas delas. Seria moleca, atrevida e muito exigente. Se tivesse mais tempo daria aulas de matemática também e teria o Rafa como aluno, pra fazer ele se apaixonar pela matéria. Provavelmente não ganharia tanto dinheiro.

Se fosse puta, ahhhh seria a Nina Surfistinha é claro e ganharia muitchos dinheiros com minha amiga Giséla. Teria um blog e a Débora Secco seria protagonista no meu filme.

Se fosse gay, bom, se eu fosse gay seria, seria machão, bem machão, queria ser chamado de Rant (mistura de Rafa com Brant) que é pra ficar familiar.

Se fosse cantora, seria Marisa Monte, Zizi Possi ou Zélia Duncan. Só não seria a Devassa.

Mas se eu pudesse realmente escolher algo bem significativo pra ser e sendo assim seria mais tranquila, mais animada e muito mais feliz, não sentiria dor, nem mal estar e ficaria totalmente auto-imune, com toda certeza do mundo seria a saúde e provavelmente sairia me distribuindo pra todo mundo ... ô delícia (rolou sacanagem)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Se eu fosse um peixinho

Tema: Se eu fosse
Por Rafael Freitas

Infelizmente, nem tudo na vida é como a gente quer. Tem horas que a gente se perde no rumo que a vida vai levando, que quase nunca é do jeito que a gente havia planejado. Se é que existia algum plano.

Mas e se?

se tudo fosse diferente e a gente pudesse escolher qualquer coisa que quisesse ser? Coisas de fada madrinha ou do gênio da lâmpada. O que você seria?

Eu adoraria ser um super-herói! E de repente sinto uma vontade súbita de ser o Zorro! O Zorro era super-herói? Tudo bem, não importa. Eu seria o Zorro mesmo assim. Não pelo estilo dos seus filmes, já que os meus preferidos são as comédias românticas. E se fosse uma delas, eu seria “O amor não tira férias”. Que também não tenho certeza se é uma comédia romântica, mas drama eu sei que não é. E tem o Jude Law. Eu seria o Jude Law fácil, inclusive.

Assim como seria o Ney Matogrosso, musicalmente falando, com toda aquela extensão e afinação e interpretação impecáveis. E se tivesse que ser uma música, a equação Chico Buarque + Edu Lobo + Milton Nascimento = Beatriz me parece perfeita. Mas ficaria dividido entre ela e Cruzada, do Tavinho Moura, interpretada pelo Boca Livre. Aliás, se eu fosse uma declaração de amor aos meus amigos, seria Cruzada.

E se fosse pra fugir desta vida de publicitário frustrado?

Se eu fosse professor, seria de português. Ou de artes. Se fosse biólogo, viveria estudando os ecossistemas de Fernando de Noronha. Não seria físico ou matemático, mas, se fosse, passaria fome. Se fosse vendedor, seria em uma loja de roupas ou perfumes. Se fosse estilista, morreria de inveja das criações do Alexandre Herchcovitch. Se fosse atleta, seria nadador. Ou ginasta. Se fosse cozinheiro, ou alguma coisa do tipo, seria pizzaiolo. Se fosse dançarino, me especializaria em tango. Se fosse prostituta, seria a Hilda Furacão. Se fosse escultor, faria tudo com Lego. Se fosse enxadrista, seria o perdedor. E se eu fosse médico, seria... Bom, nunca pensei em ser médico.

Se a fada for mesmo madrinha ou o gênio estiver de bom humor, aí podem surgir desejos mais poéticos e surpreendentes. E eu poderia ser a cor azul do céu de maio. Se fosse um poema, seria Sentimental, do Drummond. Se fosse um gesto, seria um abraço de amigos que não se vêem há tempos. Se eu fosse um livro, poderia ser qualquer um que minha mãe gostasse de ler. Se fosse um medo, poderia ser de escuro ou do bicho papão, que é pra ser medo que sempre acaba um dia. Se eu fosse um peixe, seria um peixe palhaço. E não só peixe, em qualquer circo eu seria um!

E não é que eu gostei dessa de ser peixe?

Fada querida (Não! Eu não seria uma música sertaneja!),

Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar, eu tirava o meu barquinho do fundo do mar!
[Porque, sem rumo, uma hora o barco vira. Ah, se vira!]

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Pararia

Tema: se eu fosse




Passaria rápido praqueles que sentem dor, pros que sentem a perda de algo ou pros que não sentem nada. Estacionaria e permaneceria inerte para que as crianças brincassem nos parquinhos, desenhassem e ouvissem milhares de histórias.
Àqueles que estivessem por um fio, apenas ouviria os seus desejos e, claro, os atenderia prontamente, porque há os que preferem ter mais uns dias e há os que, se pudessem escolher, já teriam ido embora.
Às mães, permitiria que aquela hora sagrada do banho durasse mais, que é quando podem estar sozinhas apenas pensando nos lindos pequenos que já fizeram. Quando os colocasse para dormir também estenderia os segundos.
Aos trabalhadores espicharia bastante os minutos em seus insights de inspiração e correria com o relógio quando estivessem ansiosos para ir embora na sexta-feira exaustiva.
Quando estivéssemos juntos, aumentaria as horas de sono, estenderia os momentos de risadas e carinhos trocados, diminuiria drasticamente aqueles nos quais há implicância mútua ou mau humor espalhado pelos ares. Talvez eu lhe fizesse entender que deveríamos aproveitar. Na verdade não, isso não seria necessário, porque se eu fosse o tempo, eu pararia pra nós dois.

domingo, 10 de abril de 2011

O Guaraná e eu

Tema proposto: aniversário do Guaraná
Por: Helô
Post do convidado


Três anos de um blog show. Conheci o Guaraná através da MarineteGuaranete, com quem tive o prazer de trabalhar.
Aos poucos fui me enturmando, conhecendo os textos incríveis da Laura (vou na noite de autógrafos de seu livro. Ah vou!), a sensibilidade do Rafa, a correria da Marina, o bom humor da Paulinha, e Rosanita. O que falar dela? Acho que ela é uma conjunção de todos os integrantes da turma. Tem ótimos textos, sensibilidade, bom humor e... vive correndo.
Com a saída da Paulinha, Taffa passou a completar a semana, e foi uma grata surpresa.
Por muito tempo fui uma visitete constante e tive o prazer de ser convidada a postar algumas vezes, assim como hoje.
Participei de um dos natais virtuais e quase fiquei doida, pois na minha condição de anciã (eu também uso essa palavra, Rafa) inexperiente na área de informática, tive muita dificuldade pra interagir com tanta gente ao mesmo tempo. Mas foi incrível.
O que acho mais legal do blog é que ele não perdeu a essência. Consegue manter aguçado nosso interesse pelos textos e a expectativa: O QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER ESTA SEMANA? QUAL SERÁ O TEMA?

É sempre um prazer enorme estar com vocês e, vez ou outra, participar mais ativamente dessa casa onde me sinto tão bem.
Continuem assim. Mas se resolverem mudar alguma coisa, tenho certeza que será pra melhor.
Parabéns pra vocês. Assoprem as velinhas e não se esqueçam da minha fatia do bolo. Acompanhada de um Guaraná com Canudinho. Claro!!!

sábado, 9 de abril de 2011

Da categoria oculta

Tema: Aniversário do Guaraná
Por Camila de Souza

Post do convidado


Conheci o Guaraná assim: escondida. As piadas internas são realmente intimidadoras, mas a vontade de entendê-las era maior.

A vontade de entender Rafael Freitas também. Mas esse moço parece ocupado, parece fechado, parece lindo. Falo isso porque foi através dos comentários dele por aí que cheguei ao Guaraná. Talvez seja melhor falar com a Laura, ela parece mais acessível. Até porque esse Rafael nem e-mail público tem. E a coragem?

Por um bom tempo foi assim: ocultete. A categoria oculta do Guaraná. Faz parte do grupo visitetes intimidados pelas internas, visitetes sem tempo para se manifestar, visitetes intimidados pelo “não fale de si em comentários” da Rosaníssima (aehauioehuioeah também não presto), ou visitetes preguiçosos, simplesmente.

Movida pela curiosidade, decidi falar com a Laura. Ela me prometeu que eu seria bem recebida, e eu já estava sendo. Lá fui eu. Tomei meu Guaraná com Canudinho e nem paguei a conta. Mas não foi do Rafa a cortesia. Dele, rejeição. Será?

E era mesmo assim: ele não gostava de mim. Mas eu não sabia. Depois de vê-lo mandar a carta ao Sérgio Cappareli, resolvi fazer igual. Mandar e-mail para pessoas famosas e ocupadas, mesmo sem resposta, é divertido*. O destinatário, agora, era ele. Rafael: ocupado, tive que contar com alguns subsídios para achar seu e-mail. E se não é famoso agora, são dois pulos para ser, com toda essa poesia em suas letras acertadas.* E se ele não responder?

No dia seguinte, a surpresa foi assim: um Rafael apaixonado me respondia. O Guaraná completo me acolhia. As internas, eu entendia.

De ocultete, a visitete, a convidete.
Agora é assim.

Minha homenagem a vocês, ocultetes, que também fazem parte dessa festa.

*Trechos do email enviado ao Rafa.

PS.: Um movimento pela volta das músicas. Mesmo que só tenham a ver com uma palavra do post.

(Homenagem oculta à Rosaníssima)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Você também é?

Tema: Aniversário do Guaraná
Por Taffa


O meu primeiro contato com o Guaraná aconteceu no meio de 2009. Na época, eu tinha um círculo de amigos e um deles me chamou para ir a uma festa conhecida em Patos de Minas, a Beats Patos.

Alguns dias antes, ele me contou que uma colega de Brasília chegaria à cidade e mencionou que ela nos acompanharia. É claro que gostei da ideia, mas assumo que jamais imaginaria que a garota em questão seria a Nina. Fomos apresentados rapidamente, minutos antes de entrar na festa e, pouco tempo depois, já estávamos entrosados e rindo bastante na pista de dança.

Transcrevo aqui a conversa direta marcante que tivemos durante aquela noite:

- Você é muito bonito... tá com ele? – Nina me disse, apontando para o meu amigo.
- Não estou não... somos só amigos. – Risinho amarelo, já sacando a conversa.
- Ah, legal... E você ta com alguém?
- Também não... estou solteiro... e você?
- Ah... tenho alguns rolinhos por aí, mas não é nada sério.
- Haha, ta certo!
- Deixa eu te perguntar uma coisa... você também é?
- Sou o quê?
- Eh... viadinho. – Ela disse, fazendo uma quebradinha de mão que vai ficar pra sempre na minha memória.
- Pois é, sou sim. Hahaha! – Respondi, não segurando mais a risada. – Você acha que eu ficaria todo esse tempo ao seu lado sem avançar se eu não gostasse da fruta?
- É verdade, gente... que mico.
- Nem é, se eu curtisse te pegaria demais, olha só que mulherão.
- Você acha mesmo? Ah... então tudo bem, perdi uns beijos mas ganhei um elogio. Não tô no lucro, mas também não tô no prejuízo.

E assim a noite continuou, divertida e animada até o fim, mas contrariando o término da festa, a minha amizade com a Nina não acabou por ali. Logo nos reencontramos e entre uma conversa e outra ela me mostrou o Guaraná com Canudinho.

Não nego que logo de cara fiquei encantado com o lugar. Os posts, sempre divertidos e cheios de comentários engraçados, davam ao blog um ar descontraído e convidativo, o que logo me levou a participar das conversas.
No início, um pouco tímido, mas logo já estava sentado no sofá e rindo com todo mundo. O Guaraná sanou carências minhas de manter laços de amizade, mesmo que à distância, e me mostrou que é possível transformar contatos virtuais em amigos aconchegantes e de carne e osso.

Nesse meio tempo muitas coisas aconteceram, das mais absurdas e engraçadas, até mesmo momentos que conseguiram tocar o coração. Pretendo ficar com vocês e continuar a fazer parte deste espaço, pois além das brincadeiras e piadas, existe aqui dentro um carinho imenso e esse é o mecanismo que faz com que todos os dias tiremos um pedacinho do nosso tempo para vir até aqui e mostrar que cada um faz parte da vida do outro.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

"Entradas, aperitivos e canapés"

Tema proposto - semana especial: aniversário do Guaraná
Por: quatro lindas e sábias mãos
imagem


Exatamente hoje, o nosso Guaraná com Canudinho faz três anos. Não é fácil manter um blog comunitário, convenhamos.
Que seja Tema proposto, Tema livre ou Semana especial, como esta de agora, nós: Laura, Rafa, Nina, Rosana e Taffarel Brant queremos mais é prestar uma Homenagem aos nossos Convidados, postantes e visitantes, não importa. A todos vocês!!
Só o Amor verdadeiro entre Gente querida, o respeito às Opiniões de cada um, a compreensão de que uma hora ou outra, rola mesmo uma Labirintite textual é que nos mantém unidos e ligados ao blog.
Para nós não importa a origem da Família, a Educação recebida, os Lugares frequentados, o Sexo praticado ou falado, a Música preferida. Algo maior que isso tudo nos une.
Para nós o que importa é a Amizade e a liberdade que temos em postar Relatos e Divagações; de fazer um Desabafo; de rir de uma Palhaçada; de incitar o gosto pela Literatura e Artes em geral. Mesmo que, para isso, um de nós use recursos como Meme ou Rimas, no seu dia de postar. Não importa!!!
Blogs e blogs e o nosso Guaraná se encontra no Top 1 do mundo bloguístico brasileiro, quiçá do universo!!!
Por isso é que no dia do nosso aniversário, com ENTRADAS, APERITIVOS E CANAPÉS convido a todos para um brinde aos verdadeiros Afetos que nos une. Um brinde às surpresas da vida. E, agora, com vocês, ela, a nossa mais querida e pra sempre: Paulinha



Ao fazer este post eu to me sentindo igual à Merilyn Monroe saindo do bolo e cantando parabéns para master Kennedy.


Eu vou contar a verdade por trás da história. Como aquele livro canastrão que conta os podres dos figurões da história mundial. Digamos que este post é uma biografia politicamente incorreta do Guaraná com Canudinho (diga-se de passagem, esse nome é fabuloso, nós somos fodas).


Quem não queria ter uma segunda chance na vida? Paula, Rosana e Rafael toparam criar um blog. Só que cada um tinha uma ideia diferente na cabeça. Na época a gente achava que queríamos a mesma coisa, mas era tudo mentira. Eu tratava o blog como um talk show semanal, com direito a performaces e piadinhas sem graça. O Rafa mesclava textos que, olhando de perto, eram bem líricos, outras vezes eu não entendia absolutamente nada (Cult???) e, Rosana, às vezes, desopilava o fígado e mostrava uma faceta linda de se ver. Não nos entendíamos quanto aos convidetes. E, diga-se de passagem, tivemos alguns bem chatos. Convidetes pedantes! Eu poderia citá-los, mas tenho medo de processos. Tivemos bate-bocas memoráveis nas caixinhas dos coments e, claro, nos e-mails também. Cansamos de chamar o Rafa de viadinho, viadinho. Cansamos de rir das manias da Rosana; nunca antes na história uma pessoa comeu confetes de jeito estranho. Eu sofri bulling nesse lugar, porque era de Muzambinho.


Tivemos posts polêmicos. Sempre tentei colocar mais cultura e informação na mente dessas pessoas, mas era cruamente cortada. Eu tinha suspeitas de que meus posts eram editados à noite. Tivemos censura no Guaraná? Talvez um pequeno malabarismo quanto à colocação das palavras.
Houve muitos momentos ternuras. Lembram dos aniversários?? Comemorávamos com estilo hem???
Tivemos os posts dos micos... MEMORÁVEL.


Uma coisa não pode ficar de fora: nós nos reinventávamos. Sempre, toda semana!! Fazíamos miséria com temas horrendos. Eu nem acredito que compactuei em escrever sobre a primeira vez.
Falamos de nossos empregos, da carreira, de sonhos, de destino, de religião, de macumba. Falamos mal dos outros. Era uma festa. Metemos o bedelho, com vontade, na vida um do outro.


Mas como uma estação de trem sempre tem gente chegando e gente partindo, vieram Laurinha e Marininha para se juntarem aos grandes poetas de plantão. Falávamos de absolutamente tudo: de dor de cotovelo, passando pelas traições da vida, até remedinho para curar ressaca. Tivemos os grandes posts dos encontros em Patos (o maior dos encontros foi o que eu fui, isso é fato).


Dizem que família são aqueles que riem da gente, enxugam nossa lágrima e nos chamam de ridículos. Tivemos isso muito nesses anos de Guaraná. Fomos cafajestes, canastrões, carentes, bobinhos, filósofos. Conspiramos... Enfim vivemos, nos divertimos, às vezes nos cansamos também.


Eu fui, Taffa chegou!!
E assim é a vida.....


Guaraná o aniversário é seu, mas os parabéns com certeza são para todos nós....
Beijos amores!
Paulinha Miranda


Uma linda quinta-feira pra todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há o aniversário do Guaraná e Paulinha pra nos saudar.
Meu beijo especial a todos e espero que tenham gostado da surpresa. Palmas pra mim: Rosana Tibúrcio

quarta-feira, 6 de abril de 2011

É hora da festa


Tema: Aniversário do Guaraná
Por: Nina Reis


Na semana de hoje
nós vamos “comemôrá”
pelo terceiro ano
o níver do Guaraná
É claro minha gente
que não iria faltar
a doidinha de quarta
que gosta de rimar

O tempo não ajuda
a correria “atrapáia”
e não quero de vocês
levar nenhuma vaia
Eu amo de verdade
e gosto de postar
mas acredito que nunca
conseguirei agradar

Das ideias da Laura
não consigo nem pensar
e como o Rafael
não conseguirei emocionar

Rosana na quinta
sei que irá agradar
com um post fantástico
vai botar pra quebrar

Na sexta tem o Taffa
pra junto “confraternizá”
esse ano é o seu primeiro
aniversário com o Guaraná

Fico agora por aqui
deixando o meu abraço
e dizendo com todas as letras
AMO TUDO ISSO

terça-feira, 5 de abril de 2011

Carta para Laura, Marina, Rosana e Brant

Tema proposto: Aniversário do Guaraná
Por Rafael Freitas

Borda da Mata, 05 de abril de 2011

Oi, guaranetes.

Guaranetes. Já disse que nunca gostei muito dessa palavra? Guaranetes. Acho a pronúncia meio feia, sei lá. Mas depois de três anos, a gente acaba se acostumando. rs

Gente, três anos?! Como vocês me aguentaram, a mim e a meus posts dramáticos, por esse tempo todo? Tem que ser uma amizade muito forte pra resistir! Bom.. Pelo menos eu não falo mais coraçãozinho. rs

O coraçãozinho é um exemplo pequeno e bobo, mas também sugestivo: indica mudança. Mudamos. Mudamos de trabalho, de namorado, de opinião, de cidade. Mudamos com malas cheias de alegria, mudamos com dor... E eu tenho certeza que em alguns posts, num comentário ou outro, sempre escapava uma frase, ou mesmo uma palavra, que registrava esse nosso processo. E aí era o Guaraná todo mudando, juntos.

O Guaraná sempre foi pra mim mais que um blog, um acervo de textos ou um projeto, como eu sempre o definia. Sempre foi um ponto de encontro: aquele minuto do dia que a gente foge de tudo para se dedicar ao blog, escrevendo ou lendo e comentando. Um minuto pra gente se dedicar a uma amizade gostosa, bonita. E isso é tão fantástico! Tão cuidadoso! Ao mesmo tempo em que é muito doido, porque a gente mora tão longe um dos outros. E nesse lugar onde a gente toma o Guaraná, parece que a gente fica tão perto que chego a sentir que estamos de pijama, rindo na mesa do café e tirando muitas fotos!

Tudo anda tão corrido ultimamente... E eu sei que ando muito relapso com o blog. Me desculpem, mas acreditem: falta tempo, comentário, e às vezes até o meu texto. Mas não pensem que não perco minha terça-feira pensando que eu não poderia ter deixado passar em branco. E dá saudade.

Nesta comemoração, eu proponho um brinde a nós. Aos nossos leitores, seguidores, ex-guaranetes e a Paula também, claro! Mas principalmente, um brinde por todas as vezes que a Laura achou meu post meio, ou muito, gay. Um brinde pelas histórias não acabadas da Marina e seus comentários cheios de pontinhos! Um brinde pelo humor único da mainha e por permitir que a gente ria de suas manias! Um brinde e um abraço ao Taffa, nosso caçula! Que o Guaraná seja muito feliz e tenha muitos anos de vida!

Eu amo vocês.

Do fundo do meu coraçãozinho.


Rafa

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O presente é de vocês!

Tema: aniversário Guaraná




Essa semana é aniversário do Guaraná com canudinho, mas quem ganha o presente é você!
Esse blog família, Tem 1001 utilidades. Serve pra ler, escrever, desabafar, É gostoso e faz bem. Aqui, Uma boa idéia nunca é desperdiçada, as histórias são Legítimas e é fácil perceber a Sensível diferença entre ele e outros blogs que encontramos por aí. Até porque, vamos combinar, Só ele é assim: assim Tão bonitinho.
Nosso objetivo é que cada um que chegue por aqui Compartilhe Momentos. Compartilhe a Vida. Não nos esforçamos muito pra continuar Fazendo sua vida mais doce, até porque é isso que queremos pra nós mesmos e sabemos que quando A gente conversa, a gente se entende. Afinal, Não tem comparação essa sensação de compartilhar.
Sem contar que As melhores coisas da vida merecem ser registradas e é isso que move o Guaraná. As coisas como são: preto no branco, escrita no papel, somos Movidos pela Paixão de ver, ao fim de tudo, o registro de um momento engraçado, um relato difícil ou uma crônica sobre as filosofias da vida. Queremos é dar muita risada, porque Nosso negócio é diversão e isso Justifica Tudo.
Não tenha receio de entrar pro lado de cá, porque, com certeza, Alguma coisa a gente tem em comum. Pode ser os amigos, as ideias, as vontades. Compartilhamos O sabor da nova geração que tem sede por demonstrar o que pensa. Para alguns isso ainda é Um raro prazer, por isso quem vem ao Guaraná sempre volta. Até porque aqui quando Você conhece, você confia.      
Ainda tem algum receio? Pare com isso.. Experimenta! Sem medo, Abuse, use e aproveite cada momento desse que é nada mais nada menos que um Lugar de gente feliz.
E, por fim, Para uma vida mais gostosa, deixamos um “Seja bem-vindo” e um “Volte logo” pra que não se acanhe em querer ler tudo que já se passou ou fique ansioso por mais posts, isso é mais comum que imagina, aqui Quem pede um, pede bis.
Simples assim.

Guaraná com canudinho, A gente se vê por aqui.

Slogans famosos recolhidos aqui e aqui.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Passagem executiva

Tema: Mentira - uma foto, um conto.
Por Taffa

we♥it

Sete de outubro. Dez horas da manhã.
Já com as malas no bagageiro, tomou um táxi para o aeroporto. O motorista, acostumado, cortou algumas ruas para chegar mais rápido e, merecidamente, recebeu o valor da corrida e mais uma nota de dez como gorjeta.

Adentrou no saguão e fez o check-in. Logo já havia embarcado e sentou-se na poltrona sete. A aeromoça, loira, com olhos absurdamente azuis e coque impecável, aproximou-se e questionou se queria algo. Respondeu pedindo um café.

Abriu o jornal e na capa viu letras garrafais indicando um felizardo desaparecido e ganhador da loteria. O artigo completo, na página dez, comentava que ele havia feito o jogo sete minutos antes da casa lotérica fechar. Então lembrou-se que havia sido o último a sair de um desses estabelecimentos.

Conferiu os números de um comprovante guardado na carteira e, por cerca de dez segundos, ficou atônito. Era o ganhador. Sete milhões de reais, só seus. Comemorando levantou-se, logo antes de bater com a cabeça no compartimento de bagagens e, num susto, acordou.

Em seu quarto, viu que o relógio marcava sete e dez e era a manhã do dia dezessete, mas seu nome não possuía sete ou dez letras. Tinha oito: chamava-se Taffarel.