quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Que fiado o quê!!!!!

Tema: esquina
Por: Rosana Tibúrcio

As conversas nas esquinas são leves, amigáveis e, na maioria das vezes, longas. Não se pode ter pressa nessas conversas. Melhor puxar um banquinho imaginário, sentar-se e esquecer do que corre em volta.

Nas esquinas as conversas se iniciam sem pretensão, mas, muito provavelmente, podem resultar na revelação de segredos, intimidades, dores ou alegrias.

A leveza a que me refiro dessas conversas nas esquinas é mais em relação ao afeto entre os interlocutores. Mesmo resultando em densas, há uma leveza espalhada por ali. Não se para numa esquina para trocar desaforo, para um oi a quem detestamos. As esquinas são amorosas. São sérias. São felizes. (E eu tô quase carpinejando, meu Deus... socorro!!!!) 

Lembre-me de quando eu era solteira e demorava a chegar em casa depois do trabalho e, ao chegar, minha mãe sempre dizia (filha vem cá hahahaha não!!!): "aposto que tava conversando fiado na esquina."

Certeza que minha mãe, na rabugice daquela frase, sabia o quanto eu gostava e o quanto me fazia bem essas conversas nas esquinas do trabalho pra casa. Hábito que mantive por muitos e muitos anos na vida e que, quando há oportunidade tô eu lá, paradinha numa esquina qualquer, trocando carinho e confidências com quem me é caro; tô eu lá, na esquina, sendo feliz.


Uma linda quinta-feira pra todos vocês meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há vontade de contar um segredinho procês. Venham... já tô esquina esperando...

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Vai, que é melhor

Tema: Esquina
Por: Nina Reis




O amor entre eles era surpreendente. 
Ela com seus 37 e ele quatro anos mais velho. Namoraram durante cinco anos, noivaram e depois de oito meses se casaram. Completaram esse ano dezessete anos de casamento. Resolveram, depois de muita crítica, muita opinião alheia e vários questionamentos que não teriam filhos. Era simples, eles optaram por curtir a vida juntos, viajar, passear, dançar, cozinhar e até brigarem, sem ninguém para atrapalhar. Uma vida social excelente, mas mal sabem os familiares e amigos que eles nunca abandonaram os hábitos da adolescência e sempre que brigam parecem crianças quando dizem, belém belém, nunca mais estou de bem, porém Marcela que inacreditavelmente é mais equilibrada, sempre foge de qualquer situação que pode prolongar ainda mais a discussão, dizendo: Beto vai ver se estou na esquina. 

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Sobre fios, cores e saudade

Tema: Esquina
Por Rafael Freitas

Descendo a rua da minha casa, na esquina, fica a APAE. É muito perto para ir lá, para fazer uma visita ou ver se precisam de alguma coisa... Mas a desculpa é de que nunca dá tempo. Desculpa esfarrapada mesmo.

Ontem, aqui em casa, terminamos de separar as coisas do quarto da minha avó Marta. Eu fiquei responsável por separar a caixa de linhas de crochê e de bordar e os novelos de lã. O que fosse possível de se aproveitar, doaríamos para a APAE, para que utilizassem com artesanato ou com outras atividades internas.

Guardei uns novelos de linha de bordar, um de cada cor. Joguei fora os pedaços picados, emaranhados, e alguns pedaços de tricô ou crochê começados. Minha avó gostava muito destes trabalhos manuais e de bordar. Sempre me pedia para desenhar flores, frutas... Amor-perfeito era sua preferida. Ultimamente, andava fazendo pétalas de tecido alinhavadas que eram aplicadas depois, formando flores. A casa ficava cheia de retalhos e vigiávamos para que ela não esquecesse uma agulha no sofá. Uma pena que sua visão já não colaborava tanto...

Depois de guardar os novelos que queria, juntei tudo numa caixa grande e em outra de sapato. Levei as caixas hoje na APAE. A Taísa, presidente, veio me atender e me levou na sala onde esse tipo de objetos ficam guardados. Tudo organizadinho, etiquetado, com mesas para as crianças trabalharem. Eu disse que eram da minha avó, que tinham ficado, e que talvez eles pudessem usar, veja bem, é melhor transformar a dor da perda em coisa boa, não é? No que ela me respondeu:
_ E ela gostaria que vocês fizessem isso mesmo.

Não tinha muito mais o que falar, não é? Deu um nó na garganta. Ofereci as fraldas que sobraram, perguntei se precisavam. E desci de novo a rua, em direção a esquina, para entregá-las.

Ficam estas verdades, misturadas com saudade, e a imagem da avó cochilando no sofá, com agulhas, linhas e retalhos na mão. Quanto mais colorido, melhor. Era assim que ela gostava. E é assim que ela ficará nas minhas lembranças: bordada com fios coloridos.





quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Ciúme é uma merda, e fim

Tema: ciúme
Por: Rosana Tibúrcio

1. Do ciúme de paixãocasamentoamorsexoesimlares.
E aí tô bem feliz e apaixonada até notar que meu parceiro muda de atitude. Rola uma leve desconfiança, bem leve porque mais relacionada ao: "o que fiz?".
Depois descubro que não, que rola um rala e rola entre meu parceiro e uma vagabunda qualquer. Por que né? mulher que pega homem compromissado é tão vagabunda quanto o homem.
A desconfiancinha vira super desconfiança e mesmo sabendo que ele está ali, no trabalho, imagino que ele está lá, na casa da piranha.
Se não bastasse a desconfiança, vem logo o medo de perder o companheiro (hahaha ninguém perde ninguém, né minhas gentes? mas pra quem está no meio do furacão da traição, acha que tem alguém que é só seu), vem o medo de ficar sozinha e sofrer.
O medo me dá força para avançar no sujeito e encher a cara dele de porrada. Foda-se a lei Maria da Penha às avessas, sujeito tem mais é que levar murro, soco e pontapés por me fazer de babaca, sendo que bastaria dizer: não te quero mais, tô indo embora, tchau.
Só que depois da avançada, quando tudo de fato termina, vem a vergonha de não ter me contido; vem a vergonha daquele medo de ficar só de novo; e vem aquela vergonha da desconfiança que me levou, inclusive e horrorosamente, a mexer em coisas alheias.
Ciúme comigo é assim, ele vem junto aos três piores sentimentos que existem, pra mim: a desconfiança, o medo, e a vergonha.
Quanto amo e acredito, não tenho nenhuma desconfiança, nem medo, nem vergonha, sou leve, tranquila e não há ciúme. O que acontece de vez em quando é uma pequena ceninha que reflete muito mais um jeito torto de dizer: "tô aqui de olho, em você e nas piranhA tudO".
O ciúme, o ciúme mesmo é uma bosta. Não recomendo.

2. Dos demais ciúmes.
Ciúme de amigos? De filhas? De livros e discos??? De trabalhos que eu faço??? De quadros que pintei??? De minhas quintas-feiras no Guaraná? Gente, eu sou de escorpião e o ciúme está enraizado em mim... e por favor não fiquem com o que é MEU que eu sofro. SOU DESSAS!! Essa espécie de ciúme é desconfortável também, porque fico irritada em sentir e mais irritada, ainda, com quem me diz: "desapega, Rosana." Desapega o cacete!!!!!!!! Deem cá o que é meu!!

O ciúme, qualquer tipo de ciúme é uma merda. Mas quem nunca sentiu???
E fim!!


Uma linda quinta-feira para todos vocês meus amores, porque nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há um conselho: deixem de sentir ciúme, amem mais, acreditem mais, porque o ciúme destrói a felicidadezzzzzzz 
Affe, quebrem tudo!!!

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Minha trilha no passado

Tema: Ciúme
Por: Nina Reis


Lembro-me que você disse que só resolveria um probleminha na faculdade e eu poderia ficar tranquila que logo chegaria. Olhava no relógio e nada de você aparecer. Dizia que estava preocupada mesmo, mas era nítido que o ciúmes tomava conta, afinal, todos percebiam, que era ciúme de você, ciúme de você.
“Se você demora mais um pouco
Eu fico louco esperando por você
E digo que não me preocupa
Procuro uma desculpa, mas que todo mundo vê
Que é ciúme, ciúme de você
Ciúme de você, ciúme de você”

Luiz Ayrão


Você sempre o mais popular, o mais legal e o mais querido da turma. Amigos por todo canto e eu sempre tentando controlar a situação. Sentia orgulho sim e era feliz demais por ser sua namorada, mas não, não era fácil, no fundo eu me mordia de ciúme de você.
Meu bem me deixa sempre muito à vontade
Ela me diz que é muito bom ter liberdade
E que não há mal nenhum em ter outra amizade
E que brigar por isso é muita crueldade
Mas eu me mordo de ciúme
Mas eu me mordo de ciúme

Roger (Ultraje a Rigor)


Sim, você me deu motivo, me deixou pê da vida, aí peguei pesado, briguei, fiz um escarcéu. Só não fiz greve de fome. Até perdi a cabeça, mas ó, desculpa todo o auê.

Desculpe o auê
Eu não queria magoar você
Foi ciúme, sim
Fiz greve de fome, guerrilhas, motins
perdi a cabeça, esqueça

Rita Lee


Depois te tanto bater a cabeça, fui percebendo muitas coisas. O silêncio e o controle sobre ele me ajudaram muito. Hoje em 2014 não quero te trazer de volta, mas naquela época poderia ter sido bem interessante. 
Eu sei de tudo com quem andas
Aonde vais
Mas eu disfarço o meu ciúme
Mesmo assim
Pois aprendi que o meu silêncio vale mais
E desse jeito eu vou trazer você pra mim

Mikael Sullivan

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Gato escaldado e virginiano, prazer

Tema: Ciúme
Por Rafael Freitas

Eu gosto de ler horóscopo. Não desses que tentam prever o que vai acontecer na sua semana, aí não. Mas das descrições de características dos signos. Quando é algo que me favorece, então, gosto mais ainda!

Por exemplo: adoro quando dizem que o virginiano não é ciumento ou lida bem com o ciúme. Tipo esse, olha:

Virginianos são pessoas discretas e refinadas em suas atitudes e maneira de se colocarem em sociedade. São filhos da terra e bastante racionais e exatamente por isso não costumam compreender com facilidade qualquer manifestação de ciúme. Controladores ao extremo, costumam manter certa “classe” quando sentem-se enciumados, mas não costumam admitir com facilidade qualquer insegurança de sua parte. Decididamente, não lidam bem com o ciúme do parceiro, a não ser que seja tão discreto quanto o seu.

E esse sou eu!
Até a página vinte, claro.

Tenho algumas ideias pré-definidas com relação ao ciúme. Para começar, o que me faz ver o ciúme como um sentimento poderoso é a sua capacidade de fazer com que eu me sinta inseguro, incomodado, mesmo que racionalmente esteja tudo bem. Explico: você sabe que não tem problema deixar seu namorado ou namorada com aquele outro cara, que é casado, feinho até, e que é só um compromisso do trabalho. Mas o ciúme vem lá, alfinetando sua confiança e criando um incômodo. O ciúme me deixa burro, certas horas.

Depois, vem a tal insegurança. Muitas vezes o ciúme está em quem sente, não no objeto do ciúme. Uma olhadinha para o lado, para ver uma beleza que passa não é assim tão grave. Ou um encontro inevitável com um ex-namorado, na rua às três da tarde, de um romance que já acabou faz tempo. Mas são situações e situações. Se olhar para o lado e interagir com a tal beleza, piscar e se derreter, aí não tem jeito. Vai dar briga. O que reforça uma outra ideia: o ciúme tem que ter fundamento, um motivo.

Existem também as situações dos gatos escaldados. Quem já sofreu alguma vez com uma traição ou um outro risquinho qualquer no tal diamante da confiança, vai ter que se controlar mais. E aí cada um sabe até onde vai o seu limite.

Agora, dar barraco, querer ser dono do outro, partir para a agressão, xingar, essas coisas todas, não rola. Não me lembro de ter feito isso nunca. Ou até fiz, mas uma vez só. Ou duas, não sei. Mas foi tudo porque o ciúme deixa a gente louco mesmo. Mas, não se esqueçam: sou virginiano.




segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Amicas

Tema: Ciúme
Por Laura Reis

Tenho ciúmes de mãe com amiga minha, de irmã com amiga dela e de namorado com “amiga” também. Esse último entre aspas porque eu ainda acho que as piriguete só quer pegação, mesmo. E é sobre ele que também vou falar.
Sempre entendi que sou possessiva e ciumenta, por ser de Touro. E não por, de fato, sentir a tal obsessão pelas coisas. Mas justifico essa falta do sentimento por outra característica minha, que é ótima quando em assuntos mais chatos: pobreza de memória, falta de espaço pra rancor e mágoa.
Me irrita, fico p da vida. Me fala mais alto/sério, eu choro por dentro (e por fora?). Me faz falta de educação, quero morrê. Me implica/insiste, quero matar mesmo. Mas isso só na hora mesmo. Depois, tchau tchau.

- Mas meu amor, quem é aquela (vadia) que te cumprimentou?
- Fulana que fez isso e isso, já peguei inclusive. risos
- VOU MATAR ELA E VOCÊ QUE NÃO DEVIA TER ME CONTATO ISS

(uma semana depois)
- Vi aquela menina na rua, tão simpática, quem é mesmo?
- Fulana que fez isso e isso, já peguei inclusive e te contei semana passada. (que burra)
- É mesmo né? (aqui pode ou não haver o “VOU MATAR etc”)

Então recomendo ter esse problema de lembrança que consequentemente te faz ficar sempre confiante e raramente sentir ciúmes. É bem fácil: sendo eu.