quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Só no sapatinho Ô Ô

Tema; Livre
Por: Nina Reis

Filme – As vantagens de ser invisível
Charlie (Logan Lerman) é um jovem que tem dificuldades para interagir em sua nova escola. Com os nervos à flor da pele, ele se sente deslocado no ambiente. Sua professora de literatura, no entanto, acredita nele e o vê como um gênio. Mas Charlie continua a pensar pouco de si... até o dia em que dois amigos, Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), passam a andar com ele.

Música – Qualquer uma cantada por Marcela Mangabeira.

Livro de bolso – Minutos de Sabedoria

Bebida – Suco de polpa de tangerina. Troque metade da água por gelo. Quase um dim dim. Nesse calor, não tem melhor.

Comida – Minha panqueca é claro. Doce ou salgada, tanto faz.

Sexo – Com camisinha, sempre.


Obs.: Títulos pros meus posts, não precisam necessariamente ter lógica, então ... é isso.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Sem garantia


Tema: livre
Por Laura Reis

Acontece que eu sempre fui muito insegura, tímida, dependente. Em tudo, de alguma forma. E a internet era tal como um ponto de fuga, uma possibilidade de ser um pouco livre, de cuidar dos meus próprios passos que estariam ali logo a frente. Primeiro, criei um blog que ninguém conhecia. Sempre cheio de confidências. Para mostrar o endereço ao mundo, afinal, seria preciso ter menos evidências. E assim foi. Por gostar da coisa toda de escrever e querer de alguma forma abrir isso um pouco, vieram as confissões escondidas. Eu contaria as histórias e ninguém saberia o que era quem e quem era que coisa.
Mas vieram as redes sociais e a possibilidade de solidificar um pouco mais esse perfil de alguém menos tímida ou insegura, talvez até mais falante, com alguns trechos mais abertos, algumas opiniões mais expostas, ideias contrárias e então chega o dia de hoje.
Como dia de hoje quero dizer uma época, até. Em que me deparo com um milhão de duvidas sobre minha própria forma de lidar com tudo isso que engloba o tal do mundo virtual. É muito julgamento alheio, autojulgamento, ideias, opiniões e confusão sobre qual a forma certa de agir ou não e até sobre o que penso e acredito ser certo ou errado. Pode parecer pequeno o motivo, mas no fim das contas dá tanto nó como qualquer acontecimento “real” daria. Vejamos os próximos capítulos de evolução virtual e de formação de perfil. Aguardo esclarecimentos e garanto uma continuação. Na verdade, não garanto nada, não.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Na base da técnica

Tema: Malabarismos
Por Taffa

Juggling
Daí você percebe que é preciso equilibrar nas mãos uma quantidade imprevisível de escolhas que só aparecem quando menos se espera. Brincar com elas, jogando algumas para o alto e mantendo outras nas mãos, seguindo um movimento compassado e dando atenção para cada uma num determinado momento.

Só que, certas vezes, as escolhas são grandes demais e não é possível manter o ritmo do ciclo para segurar a que está por vir. Nessas horas ela cai e, ao mesmo tempo, todo o resto se descontrola. Vão-se promessas, sonhos e qualquer tipo de plano ou vontade que o coração ansiava realizar. No lugar vêm as fobias e os receios. O medo de tudo aquilo se repetir e você não conseguir equilibrar as escolhas mais.

Acontece que pra retomar o equilíbrio é preciso apenas recomeçar. Assim, sem neuras ou culpas, acreditando que desta vez você terá o controle daquilo que não conseguiu na última tentativa. O equilíbrio perfeito demanda o aprendizado contínuo e em todas as situações possíveis – embora nem isso lhe dê a certeza de não derrubar tudo mais uma vez.

Vai que na mão cai algo em chamas – como um sentimento novo – e você não sabe se consegue controlar? Não adianta jogar no chão, extinguir o calor e tentar recuperar os destroços, mas sim procurar se aperfeiçoar. Tentar à sua maneira, forçando um pouco pra dar um tom de desafio, mas deixando os braços com movimentos livres para alcançar novas escolhas, permitindo encaixá-las ao ciclo e mantendo o ritmo compassado da arte que é o malabarismo.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

É quando me deito

Tema: malabarismos
Por: Rosana Tibúrcio


Faço malabarismos deitada, entre o cansaço e o sono que chega e que deveria me descansar para o dia seguinte.  
É nesse meio tempo que recordo do que já foram meu corpo e minha disposição e, então, começo aquela dieta e a caminhar duas, três ou até cinco voltas em volta da lagoa mais linda da cidade. 
É quando providencio a lavação de roupas e a limpeza da casa, sem deixar nada acumular, para tudo ficar um brinco.
É quando penduro nas paredes - sozinha e sem fazer nenhuma espécie de sujeira – as fotos e os quadros que estão amontoados há mais de um ano esperando para novamente dar vida e assunto às paredes inertes do corredor e dos cômodos da casa.  
É antes do sono chegar que multiplico a grana que não tenho e faço doações para quem precisa mais do que eu.
É nesse tempo que separo a roupa, tomo banho e arrumo a mesa para o café antes do trabalho. E ainda seleciono o que farei no almoço: para cada dia um prato diferente.
É antes de dormir que acho o fio da meada para aquele trabalho emperrado.
Faço malabarismos ao me deitar e misturo possibilidades com devaneios; faço uma salada com o passado de realizações, o presente estranho e muitas vezes indesejado e o futuro incerto, mas cheio de sonhos.
É quando me deito que controlo situações adversas e confusas.
É quando me deito e antes de dormir que sou aquilo que o melhor malabarista consegue ser: apresento - no que faço e desejo - habilidade e destreza. Maestria. É quando jogo tudo para o ar e apanho só o que quero e posso; o que é melhor para mim.
É nesse malabarismo constante que adormeço quase todos dos dias e é assim que quase todos os dias, apesar de alguma habilidade, acordo cansada...


Uma linda quinta-feira para todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há qualquer coisa assim meio dramática, mas é só um pouco da realidade mais feia desse circo que é a vida. 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Magamalabares*

Tema: Malabarismo
Por Rafael Freitas


Como vocês já me conhecem, devem imaginar que a ideia de fazer um paralelo entre malabarismos com objetos e malabarismos com sentimentos e coisas da vida me é tentadora. Todo mundo é um malabarista desde que acorda: tem que ter nas mãos todas as coisas da vida, mantendo-as sob controle, equilibradas, subindo e descendo. Isso tudo com outras pessoas observando. E a regra é clara: não pode deixar cair!

Como vocês já me conhecem mesmo, também devem imaginar que gosto de circo. Alguma coisa no circo me encanta. E acredito que seja o despreendimento dos artistas, o desapego, a alma livre para ir pra lá e pra cá, buscando o pão de cada dia nos sorrisos e nos olhares admirados para suas façanhas. “Criar raiz e se arrancar”, como na linda canção de Chico Buarque e Edu Lobo, Na carreira, do musical O Maravilhoso Circo Místico.

E se um dia essa minha alma, que tem um pezinho na arte, me mandasse fugir com um circo? Acrobata eu não seria; tenho medo de altura. O que também me impede de ser equilibrista. Mágico é interessante, né?! Mas acho meio sem graça. Tem essa pança que sugere meu sedentarismo, logo a falta de flexibilidade. Ou seja, contorcionista, nem se eu quisesse! Não seria domador. Nem motociclista daquele globo da morte. Palhaço eu seria. Malabarista também. Um palhaço malabarista, por que não?

Admiro muito quem consegue fazer malabarismos. Nem precisa ser dos mais elaborados: com três bolas, ou com argolas, já fico babando! Uma amiga disse que é fácil. Uma questão de treino, prática. Como quase tudo na vida. Tentei, mas foi pouco, bem pouquinho. Mas não vai demorar muito para eu tentar de novo. Não deve ser tão difícil assim. Tem até vídeo na internet!

Agora, não me peça para fazer isso me equilibrando em um daqueles monociclos, nem de perna-de-pau, porque daí já complica. E de complicado já bastam os tais malabarismos do dia-a-dia.

(Eu não resisto. rs)

(*Como também não resisti ao título da música da Marisa Monte como título do post. A propósito, se alguém souber ou tiver uma leve noção do significado, compartilhe com a gente, por favor!)




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Ensaio


Tema: malabarismos
Por Laura Reis

Sabe gente que é capaz de ter uma organização e uma rotina certas e determinação pra fazer as coisas direito e bem?
Gente que acorda, lava o rosto e as mãos, faz xixi, passa seus cremes, se arruma, chega ao trabalho sempre no mesmo horário, faz sempre sua uma hora e meia de almoço e, nesse meio tempo, resolve as pendências, acompanha sua agenda todos os dias, fazendo anotações futuras e passadas, usa corretamente o aplicativo de lembretes do seu celular, liga pros amigos no dia de seus aniversários e compra os presentes com mais de uma semana de antecedência, frequenta todas as reuniões, sabe equilibrar bem o orçamento, cuida do corpo em determinado horário, faz os trabalhos no prazo correto, cola os post-its e em menos de dois dias renova eles, faz o lanche no mesmo horário, vai embora do trabalho e resolve coisas na rua, consegue administrar a casa, pagando as contas, ajeitando uma coisinha aqui e outra ali, toma banho no mesmo horário, assiste na TV aquilo que gosta e ai, tanta coisa. Tantas que eu nem sei todas.
Então, o maior malabarismo da minha vida é tentar ser um terço assim. E eu tento, mesmo. Um dia darei um show.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

(Des)semelhante?


Tema proposto: aprendi com meus pais
Por Taffa
Parent's Day

Com minha mãe aprendi que o certo é lavar as mãos antes de cada refeição. Já meu pai avisou que “o que não mata, engorda” e disse que eu podia comer os salgadinhos sem precisar usar guardanapo.

Mamãe pediu pra eu trocar as roupas de cama uma vez por semana e as roupas do corpo, impreterivelmente, todo santo dia. Meu pai falou que enquanto as coisas não começassem a feder, ainda era possível usá-las mais uma vez.

Com minha mãe aprendi o sabor suave de um pudim feito num domingo de manhã. Meu pai me mostrou o gosto forte do queijo coalho frito na chapa de um vendedor do estádio de futebol.

Certa vez minha mãe brigou comigo por ter arranjado briga com um menino na escola. Meu pai também brigou comigo, mas somente pelo fato de ter apanhado do indivíduo naquela ocasião.

Minha mãe me deu aulas de comportamento e ensinou a não lamber o prato quando acabasse o almoço. Já meu pai falou que se eu não deixasse o prato limpinho, seria sinal de não ter gostado da refeição.

Enfim, meus pais sempre tiveram ensinamentos um tanto contraditórios, mas ambos concordaram em me dizer que o certo é sempre ser alguém honesto, leal e prudente. Que o adequado é analisar que mesmo quando várias pessoas optam por um caminho errado e mais fácil, eu devo seguir aquilo que considero, de fato, correto, sem cutucões ou fofocas que os outros façam de mim. Meus pais me ensinaram, com toda certeza, que o certo mesmo da vida é ser alguém do bem.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Bora brincar?

Tema proposto: aprendi com meus pais
Por: Aninha
daqui

Oi gente? Sei que estão morreeendo de saudade de mim. Eu também estou com saudade de vocês...

Tia Rosana diz que está cansada e me pediu para eu fazer uma composição sobre o que aprendi com meus pais. Olha, conto que o que mais aprendi até hoje foi brincar.

Minha mãe faz cada brincadeira muito linda comigo e com Carlinhos meu irmão. E enquanto ela vai ensinando as regras das atividades lúdicas (hihihihi sei que vão rir do meu palavreado, mas sou culta sim, e vocês??) repete, como num mantra: nunca deixe de brincar depois de adulta; nunca deixe de brincar; nunca deixe; nunca...

Quando comecei a entender as palavras desse mantra pensei: minha mãe é louca, coitada.
Como é que tias e tios velhos vão continuar brincando na vida? Os mais velhos não têm os tais comprometimentos e responsabilidades - como ensina meu pai?
E então... pensava: como conciliar essa parte séria com as brincadeiras que minha mãe acredita serem essenciais a uma vida mais feliz? Achei complicado os meus pais me ensinarem coisas tão distintas umas das outras.

Aí que entra Tia Rosana para me ajudar nessa confusão de ensinamentos de meu pai e de minha mãe... E vocês me dão licença, mas tenho a Tia Pirulite como minha segunda mãe. Morram de inveja!!!! A Tia tem me ensinado interpretar as lições de meus pais, sem muito conflito. Tem me ensinado que em quase todas as situações é possível criar uma brincadeira, dar uma risadinha, fazer uma piada... "mesmo que a vida não esteja sendo tão generosa assim com a gente, Aninha... é preciso ter senso de humor, é preciso rir de si mesma e expor os momentos mais difíceis da forma mais leve e divertida possível" disse a Tia.

Aí fiquei pensando: será que ela já ensinou isso para os outros tios e tias velhas que conhece? Para vocês aqui do blog, por exemplo, ela já ensinou como ser responsável e comprometido, mesmo brincando?

Pensando que talvez ela não tenha ensinado, eu explico: por mais que a vida esteja corrida, por mais que os estudos, que a procura de um trabalho efetivo, que os eventos artísticos, que o namoro cuti cuti, que as senzala domésticas ou intelectual, que os atendimentos em clínicas e em domicílio, que... que que tudo esteja preenchendo o tempo de vocês sem deixá-los respirar direito... vocês juram que não há um só tempinho durante a semana para brincarem de colocar, cada um a seu modo, gás nesse Guaraná?
Não há nada de engraçado para contar? Ou triste, confuso, complicado? Nenhuma trovinha?

Corre à boca pequena que um dos temas propostos é 'um conselho para Aninha". Sei não... sei não, parece que de conselho, quem precisa, é cada um de vocês.
Então, meus queridos e amados tias e tios velhos, espero que criem tipo e retomem o desejo de brincar por aqui. A sério, por favor. Caso isso não ocorra vou convocar Maria, Serginho, Betinha e Dudu para dominarmos esse blog e ensinar a vocês que a vida levada na brincadeira é muito mais séria. E mais bonita.
Bora???


Uma linda quinta-feira para todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há lição de moral de Aninha, que é bem mais sábia que todos nós, vamos combinar.



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A A G

Tema: Aprendi com os meus pais
Por: Nina Reis


Lembro-me bem
e posso afirmar
desde pequenina
falo sem parar


Não interessa qual
nem importa a quem
o fato em questão
é sair sempre bem

Com licença, um minuto
não custa pra falar
Se no caso esbarrar
não custa desculpar

Obrigada, por favor
pra quem tem educação
é sempre importante
dar alguma satisfação

Bom dia, boa noite
depende do horário
o importante é registrar
que todas as palavrinhas mágicas aprendi com os meus pais.

Rsrsrsr

Obs.: A A G = Aprende aí galera.
                         Aprende aí guaranetes
                        Aprende aí gatinhos

Obs2;: sim sim ... sou a melhor.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

De sonho e de realidade

Tema: sonho de criança
Por: Rosana Tibúrcio

Daqui
E a menina sonhava sempre de duas formas diferentes: acordada e dormindo.

No sonho dormindo as histórias vinham com imagens embaçadas, mesmo quando o sonho era bom. Quase sempre era bom.
Nos sonhos acordada a menina conseguia se reportar ao sonho "do dormindo" e perceber, nitidamente, as imagens ora antes embaçadas. E dessas imagens, criar uma realidade bonita...
E o sonho da vida dessa menina, por quase uma vida inteira, foi conseguir sonhar nitidamente, quando dormia. Pensou que seria muito melhor.

A menina cresceu e inventou de encontrar alguns doutores que diziam entender da alma infantil em um adulto. A menina contou como sonhava e os doutores garantiram clareza nos sonhos "desde que aceitasse a verdadeira realidade da vida", "desde que se conhecesse de verdade".

E o sonho da menina adulta passou a ser: "se conhecer" de verdade. Pensou que seria muito melhor ainda, pois os doutores se esforçavam para isso... e ela pagava aos doutores, os olhos da cara, para que pudesse enxergar nitidamente os sonhos do sono.

E a menina adulta conseguiu, por fim, se conhecer melhor e conhecer melhor o mundo e as gentes do mundo ao seu redor. E conseguiu sonhar sonhos nítidos ao dormir. Só que ela não conseguia mais se reportar aos sonhos "do dormindo" para criar uma realidade que lhe parecesse melhor.

E o sonho da menina adulta, pelo resto da vida inteira tem sido voltar a ter sonhos embaçados e poder criar depois os sonhos que quiser criar para uma realidade quase sempre obscura. Medonha. Pagaria aos doutores, se pudesse e se eles conseguissem, qualquer valor para voltar aos sonhos de criança. Mas os doutores nunca terão essa receita, ela bem sabe. Os doutores só saberão dizer que é preciso se conhecer de verdade, que é preciso aceitar a realidade da vida, que é preciso...

Os doutores nunca saberão explicar àquela menina, que benefícios teve ao deixar de sonhar embaçado, ao não conseguir mais construir, acordada, seus próprios sonhos mais lindos, a partir dos sonhos "do dormindo".


Um lindo restinho de quinta-feira pra todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há sonhos e mais sonhos: de criança e de adulto. 


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Rolando Rolando


Tema; Sonho de criança
Por: Nina Reis

Não me lembro da cor de fundo, acredito que era escuro.
A bola era muito grande, muito mesmo, de cor azul. Rolava lentamente, mas era certo que seria acertada por ela e provavelmente me machucaria muito. 
A sensação de não sair do lugar era muito grande e isso me fazia correr mais e mais.
Acordava assustada e pensava:
- Uffa, ainda bem que ela não me pegou, caso contrário seria pesadelo. 
Como isso nunca aconteceu, então ficou claro que esse era o meu sonho quase que diário de criança.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Doce especial



 Tema: Sonho de criança
Por Laura Reis

Maria nasceu junto de Miguel. Os dois, como bons gêmeos, sempre foram muito diferentes. Enquanto ele ria e ria com qualquer pequena distração, ela só observava. Aqueles olhos atentos chamavam a atenção de todo mundo, ainda que as risadas de seu irmão fossem contagiantes. Acontece que Maria nasceu e cresceu se tornando um bom exemplo pra todos daquela família cheia de falantes.
Os falantes eram, em sua maioria, administradores, advogados e contabilistas. Nenhum ligado diretamente à  arte ou ao corpo, tal como Miguel, seu irmão, que se mostrou interessado desde pequeno a cuidar dos outros. Seu sonho declarado, a partir dos quatro anos de idade era ser médico. “Quero cuidar das pessoas especiais, que nem a minha irmã Maria”. Mesmo pequenos, ele já sabia que sua irmã não era tão igual às outras crianças e, mesmo que ninguém tenha usado essa expressão perto dele, ele já sabia designá-la como sendo alguém especial.
A família se aventurava em viagens, em filmes e em receitas dos livros antigos. Os quatro, juntos, na cozinha, fazendo bagunça, se divertindo, se alimentando, se cuidando. E foi nesse ambiente, quando Miguel fez seu primeiro curativo no dedo da mãe, que Maria também descobriu, sem querer, o seu sonho e futuro talento de ser chefe de cozinha: fez o seu primeiro sonho. Um sonho de criança, um doce especial.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Só deu Rita até hoje

Tema: meu lado Nina/Rita
Por: Rosana Tibúrcio

Daqui

E aquele pequeno grupo de adolescente se reuniu no corredor do dormitório do internato para mais uma sessão de: "bora furtar picolé para todas nós?"

Uma das poucas aventuras erradinhas que eu me permitia participar. Havia uma série de motivo para eu ser incorreta nessas sessões furto-sim-porque-é-bom-e-divertido: amava picolé, principalmente o de abacate; nunca tinha dinheiro suficiente para comprá-los do tanto que eu queria; era meu único ato de esperteza em meio àquelas meninas traquinas e eu, sempre muito medrosa e cagona; era magrinha e conseguia passar por debaixo da porta da sorveteria, me sentindo, então, uma heroína: peça necessária à infração juvenil.

E aí, como sempre, a mais corajosa da turma foi aos pés de Santo Antônio (oi???), que ficava na parte externa da capela, executar o primeiro pequeno furto da série: as chaves do cadeado do congelador. Sim, era um furto em série.

Só que, naquele dia, uma santa do pau oco cismou de contar para a irmã superiora nossa façanha. E tomamos um esporro do cão. Foi tenso, muito tenso. Eu jurei minha primeira vingança. E me vinguei. Uma vingança estilo Rita, bem infantil.

No furto posterior (vergonha? Não tínhamos), não satisfeita com meu erro infantil - pegar uns picolezim, que tem demais, né? - cismei de ferrar com a menina que dedurou nosso bando de delinquentes: eu coloquei dois ou três picolés, não me lembro bem, dentro do armário dela e me fiz de poste.

Virou uma lambança. Eu nunca contei para ninguém que fui eu que coloquei os picolés lá no armário da dedo-duro e ninguém nunca assumiu esse malfeito.

Só se via uma troca infinita de olhares curiosos como se perguntássemos umas às outras: quem foi? Só se ouvia uns risinhos contidos, inclusive os meus, e o choro de raiva da bostinha de cobra delatora de nosso furtinho. Ela praguejava enquanto limpava aquela sujeira e eu cruzava os dedos de pavor. Mas continuei me fazendo de poste...  

A burra aqui só contou para o padre, no confessionário, porque no fundo achava que havia pecado além do normal e precisava ser perdoada. E o merdinha do padre contou meu pecado, para todo mundo, no sermão da missa do mesmo dia. Nunca mais eu me confessei. Jurei me vingar dele. Só que nunca consegui, vejam vocês...

E foi assim que meu lado vingativo parou na Rita. Colocar picolé num armário foi o máximo que consegui me vingar até hoje. Não que eu seja santa, sou é burra mesmo para arquitetar planos mirabolantes. Vontade nunca me faltou.

Mas o meu lado Nina deixo por conta da vida... Que ela se encarregue de me vingar em todos que me fizeram e fazem mal. Confesso que gosto, acho muito do bem feito ver a vida dando rasteiras em que me sacaneou.
Mas né, quem nunca???


Uma linda quinta-feira para todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há uma boa lembrança de um tempo em que eu consegui me vingar de forma muito mais moleque do que má. Foi bom... rs  



terça-feira, 2 de outubro de 2012

Ponto para o Seu Madruga

Tema: meu lado Nina/Rita
Por Rafael Freitas


Quem me conhece sabe que sou do tipo bonzinho. Que não é do tipo bobo, vale lembrar. Não sou de arrumar encrenca nem de entrar em briga. E muito menos de ficar remoendo raiva e mágoa. Ouvi dizer que isso dá câncer. E morro de medo dessa “doença ruim”.

Mas é que penso de uma forma bem simples: adianta? Não. Posso até morrer de raiva de alguém que me sacaneou ou chorar quinze dias se for mágoa (mentira: uma semana e olhe que pra isso a decepção com o “magoante” tem que ser grave), mas vou acabar esquecendo. 

E outra: grandes vinganças são coisas de novela. Não acredito que alguém na vida real consiga fazer planos de maldade. Sei lá, parece que a vida já tem tanta dificuldade... Pra que fazer piorar, né não?

Agora, também não sou santo. Nem de ferro. Sendo assim, vingancinhas cotidianas me interessam. Sabe aquilo que te faz pensar muito sinceramente “Bem feito!”? Pois é. A essas situações eu não resisto.

Porque acredito que aqui se faz, aqui se paga. Ou que quem planta colhe. Quase dá no mesmo. Costumo dizer que nem demora tanto pra acertar a dívida, não: é fazer no almoço e pagar na janta. E só demora esse tempinho porque a gente já sabe: a vingança vem a cavalo.

Vai daí que, pra mim, a vingança é um prato que não como quente nem frio. Não tem no meu cardápio. Aí não me identifico com nenhum personagem vingativo de uma trama, embora goste bastante de uma novelinha. Prefiro repetir uma das pérolas do Seu Madruga, do Chaves: A vingança nunca é plena; mata a alma e a envenena. Dá pra falar de vingança de um jeito poético, sonoro e divertido. E não dá câncer.



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Não existe.


Tema: meu lado Nina/Rita
Por Laura Reis

Vou ser bem direta (porque tenho só nove minutos): ele não existe. Por ele, quero dizer “meu lado Nina”. Vamos às justificativas:
1 não sei atuar – jamais conseguiria fingir por tanto tempo que gosto de alguém que sinto vontade de matar
2 sinto vontade de matar – isso não é uma simples alusão à novela. É a verdade. Por vezes e vezes nessa vida eu sinto o tal do sangue subir a cabeça e, penso, mataria, sim. (Desculpa, pai, desculpa, mãe)
3 não sei cozinhar – quer dizer... to longe de ser qualquer coisa relacionada a isso, quiçá uma chefe superculta
4 não tenho memória – eu não guardaria uma mágoa por tantos anos, não conseguiria viver em função de uma coisa do meu passado (achismo on)
5 não conheço outro nome tão lindo quanto o meu – sério, mudar de nome? Um “meio parecido”, tipo...Paula? Vai a merda. Não quero. Laura é lindo.
6 (não consigo pensar em mais nada, talvez durante a semana eu volte)