quarta-feira, 30 de junho de 2010

O mundo está assim

Tema: Homofobia
Por Nina Reis


Claro que posso afirmar
e dizer o quanto sei
Que nunca em toda vida
existiu tanto gay

Homem ficar com homem
mulher ficar com mulher
Isso hoje é tão comum
que não meto minha colher

Tem pessoas homofóbicas
muitas com pré conceito
Na maioria das vezes
sem ter o mínimo respeito

Tenho parentes e amigos
que são assumidos, ou não
Amo eles do mesmo jeito
de todo meu coração

Não me importo mesmo
em saber o que você pensa
Sei e tenho certeza
que nada me deixa tensa

Já ouvi algumas vezes
que lésbica eu devo ser
Mas falando assim baixinho
gosto do que eu faço erguer

Tem gente que entendeu
tem gente que tá boiando
pense você o que quiser
tô precisando urgente de um homem (aushauhs)

terça-feira, 29 de junho de 2010

O fantástico mundo de Bobby

Tema: Homofobia
Por Rafael Freitas_


Bobby* é um garoto bem-humorado, gentil, educado e carinhoso. Tem uma ótima família, que briga às vezes, como todas. Tem dois irmãos, mas é o do meio. Não fuma. Evita bebidas alcoólicas. Gosta de música, de livros, de carrinhos de brinquedo e da cor azul. Já machucou o nariz jogando bola. Já desceu morro de trolinho. Já namorou no portão. E é gay.

Bobby sabe que está cercado de preconceito. Mas ele lida bem com isso. Quando seus pais descobriram, foi um tanto difícil. Mas logo ficou tudo bem. Pai e mãe são só amor. E o amor não se separa da compreensão e do respeito.

Um dia sua mãe lhe disse: _ Filho, eu rezo tanto pra você arrumar um companheiro! Igual ao médico da novela. Ele nunca vira o amor transformado em sons. Foi a primeira vez. Deixou-o ecoando ali, no seu coração, por um bom tempo.

Seu pai também sabe falar o amor. E quando Bobby tentou achar um motivo que justificasse a distância entre eles, dizendo que talvez por ser gay... Foi interrompido pela voz firme do pai: _ Isso nunca me afastaria de você.

Bobby tem muitos amigos. E é apaixonado por todos eles. Amigos com letras maiúsculas, vale lembrar. Quando contou para o Juca (em meio a muitas risadas, claro!), a resposta do amigo soou amor de novo. Ele esperava algum tipo de repreensão. Às vezes por questões religiosas, vai saber. E o Juca: _ Eu não sou ninguém pra te julgar. E não muda nada. Você é meu amigo.

Bobby ainda não entende a homofobia. Ou qualquer outra forma de preconceito. Parece tão mais fácil que cada um cuide de sua vida sem se preocupar com a vida do outro!

Não entende, mas sabe que existe.
E se defende varrendo essas coisas para fora, para que não o sujem com ignorância e maldade. Porque também está cercado de amor e respeito. E sentimentos tão puros só podem ficar em lugares muito limpos. E perfumados. Com o perfume da sua mãe.



*Bobby é o nome do personagem principal de um filme muito bonito sobre homofobia: Orações para Bobby.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Vale tudo?

Tema: homofobia
Por Laura Reis





Tipos..
Quem acha que o Tim já semeava preconceito dá RT!






ps.: isso é o que a falta de tempo ou preguiça e esquecimento fazem com uma quase ex-blogueira. ;)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Traje típico: o do dia-a-dia


Tema: FestaJunina
Por: Rosana Tibúrcio

E os irmãos eram unidos na alegria e na tristeza, sem o típico juramento que os casais fazem quando se casam, mas bem mais sério e verdadeiro do que o deles, certamente.
Odiavam as festas tradicionais que aconteciam durante o ano na escola onde estudavam.
Em todas elas havia motivo para muito choro, tristeza e revolta: deles e de seus pais. Como comprar roupas e calçados adequados? Não havia jeito, o dinheiro mal dava para comer.
Ficavam em casa e, no outro dia, que o mais criativo dos irmãos inventasse uma historinha sobre suas ausências.
Sim, odiavam todas as festas tradicionais, exceto as juninas. Nelas os irmãos eram iguais, não se notava diferença entre eles e os outros colegas. E ainda ganhavam maçã do amor, suco, pipoca e outros quitutes da ocasião. Dançavam quadrilha e se divertiam pra valer.
Voltavam felizes para casa, limpavam o rosto pintado de carvão do fogão a lenha que a mãe usava para fazer o almoço. Colocavam os pijaminhas surrados e penduravam, atrás da porta, as roupas de chita e remendadas que usariam no outro dia, assim normalmente, mas que naquelas festas juninas viravam trajes típicos, belos, criativos, únicos.
Dormiam felizes e agradeciam a Deus ao fato de, pelo menos uma vez por ano, serem iguais aos demais colegas de escola.
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Uma linda quinta-feira pra todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje há por aqui uma leve esperança de que todos possam ser, pelo menos uma vez por ano, iguais e felizes...
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A imagem tirei daqui

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Pode ser você e eu

Tema: FestaJunina
Por Nina Reis


Trançinhas enfeitando
seu cabelo arrumado
Veste toda sorridente
o seu vestido rendado.
No rosto tem pintinhas
nos lábios um lindo batom
daqueles que nunca sai
e é claro que não é da AVON ( ahsuashausshau)

O parceiro como sempre
está de blusa xadrez
se não for a cor azul
perde logo a sua vez.

Ele calça seu sapato
Ela sorri toda feliz
Se ele calça a bota
Ela lhe quebra o nariz

Os dois sempre animados
dançam juntos sem parar
tem quadrilha, que beleza
todos juntos no arraiár

Tem muitas brincadeiras
tudo com animação
mas quando o frio bate
eles correm pro quentão

Se divertem, se acabam
são amigos são irmãos
longe de corpo presente
mas perto de coração

Quando a festa terminar
e todos forem embora
eles juntos pensarão
na festa do ano que vem. (ahsuahsuahasu)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Sobre quadrilhas e uma camisa xadrez

Tema: Festa junina
Por:
Rafael Freitas_

Olhou-se no espelho e aprovou. Aquela devia ser a mais bonita da sua coleção de camisas xadrezes. Azul. Vários tons que se cruzavam sobre um fundo branco. Combinou-a com um jeans claro, acinzentado, cinto marrom com uma fivela acobreada e tênis cinza. Embora quisesse usar aquela velha bota do seu irmão, não era preciso exagerar.

Nunca entendeu seu gosto por festas juninas. Sua memória o desafiava, jogando as cartas na mesa. Uma partida só, ela insistia. E começava com a crueldade.

Na primeira cartada, a dor pungente de todas as quadrilhas que não dançou e dos peixinhos que não pescou. Seus pais se esforçavam para dar o melhor estudo aos três filhos. Assim, nem sempre sobrava dinheiro para algumas “regalias”. Como as roupas para a quadrilha, ingressos, essas coisas. Hoje ele entende. Aos oito anos era mais difícil.

Na segunda cartada, a frustração por nunca ter recebido um correio elegante. Até houve um, uma brincadeira de péssimo gosto. Maldade fazer isso com um adolescente que nunca foi o menino mais popular e bonito da sala.

A terceira carta era inofensiva. Mostrava todos os detalhes daquele seu porre na festa junina da faculdade. Do momento em que queria subir no palco, sabe-se lá pra quê, até a visão de seu corpo deitado no chão do banheiro da casa de quem sua memória julgava ser seu melhor amigo. Uma vergonha!

A quarta cartada foi apelativa. Trazia aquele rosto bonito. No dia daquela festa de São João. E cada expressão sua daquela noite mágica. A fuga dali, os 27 quilômetros naquela companhia, aquele bar com música boa e caldo de feijão na boca. O amor mais platônico e dolorido que tivera.

O que sua memória não sabia, ou talvez soubesse, mas gostava de blefar, é que nem em tempos de pouco dinheiro faltou carinho de seus pais na sua casa. Crianças não percebem, mas adultos sim. Que a história do tal correio deselegante foi tão insignificante que ficou esquecida por muito tempo. E só se lembrou dela para fazer rir. Que a família que presenciou aquele vexame alcoólico não era só a família do seu melhor amigo: era, e ainda é, sua família também. Tamanho o grau de amor, carinho e respeito que existe entre eles. E aquele rosto bonito deve ser bonito ainda. Mas ele prefere aquela sensação da língua queimando no primeiro gole ansioso de quentão.

E assim, sua memória desiste e lhe deixa ir. De camisa xadrez. Sem as botas. Vai ter quentão, vinho quente e canjica. E a possibilidade de um prêmio na pescaria (mas não que ele fosse pé quente). Vai com seus amigos.

Ele sabe como funciona a quadrilha. Um dia chove. Um dia uma cobra aparece. Noutro a ponte quebra. Mas nem sempre tem alguém pra gritar “É mentira”.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

E eu?

Tema: Festa Junina
Por LauraReis






Cecília, 6 anos, naquela terça-feira voltou pra casa mais cedo da escolinha.
A professora a pegou no cantinho da sala chorando e ligou para que seus pais pudessem vir buscá-la.
Foi durante todo o caminho sem dizer uma palavra.
Seu pai já entendera que não queria conversar. Deixaria a conversa pra mais tarde.
Chegando em casa Cecília foi correndo pro quarto, deitou na cama, pegou Mariazinha, sua melhor boneca amiga e, soluçando, falou baixinho:
- O Pedrinho vai dançar com a Thaís de novo, Mariazinha. De novo!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Escrava do relógio que só quer ser feliz

Tema proposto: tempo, falta ou exesso
Por: Rosana Tibúrcio

Excesso de tempo é algo que já não tenho mais há muitoooosss anos, graças a Deus! Quase todas as vezes que vivenciei esse excesso, essa sensação, foram em momentos de depressão. Uma ou outra vez foi entre fases de muita correria. Mas nessas horas o que fazia e faço é tentar descansar. Portanto, quesito excesso de tempo, passo.
Agoraaa, isso de falta de tempo também me quebra. Sou escrava do relógio. A uma simples acordada no meio da madrugada à próxima deitada pra dormir, minha vida é olhar no relógio. Eu amo relógio!! Sou dependente dele assim como sou de trident, água, creme nivea e todos os meus outros vícios que já estão mais que expostos aqui no Guaraná e na minha vida netiana.
Aliás, se tem algo que me arrasa é não ter mais relógio de pulso. Alô, alô, todo mundo, adivinhem, almas inquietas*, por que estou dizendo isso? Eu preciso ganhar um relógio de pulso, urgentemente.
Na verdade, (uma amiga sempre dizia que quando eu começava com “na verdade”, vinha besteira, vamos ver se procede); mas na verdade, o que eu queria mesmo na minha vida é fazer tudo, a tempo e a hora sem nenhuma espécie de correria. É uma utopia, minhas gentes? Sonho, posso? Obrigada!!!
Nos últimos anos tenho percebido que o tempo tá cada vez mais escasso e quase nunca consigo fazer tudo que planejei. Bom seria se eu pudesse pedir favorzinho ao tempo, como Caetano fez, e ser atendida (arráááá): “peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso”, porque meu desejo de consumo, minha gentes, é viver a maior parte do tempo tão, mas tão concentrada, que não o sentisse como um incômodo, nem como falta, nem como excesso. Pois, ficar concentrada pra mim é ser e estar feliz, como eu já disse tantas vezes aqui no Guaraná.

Resumindo: concentração = não percepção do tempo = felicidade.
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Uma linda quinta-feira pra todos vocês, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje um post meia boca, mas desculpa aí, moçadinha, é que tô correndinho: sem tempo.
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*adivinhe, alma inquieta tem tudo pra se tornar meu mais novo e útil bordão, roubado da revistinha da Mônica, n. 40, p. 4, segundo quadrinho da terceira fileira... Ela amarra o Cebolinha pra ele não aprontar e ele pergunta: “Ei! Mas por que eu tô amalado, assim?” E ela: “Adivinha, alma inquieta!!! hahahaha adoUUUro

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imagem tirei daqui

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Tô em falta

Tema: tempo, falta ou excesso
Por Nina Reis

O que falar do tempo
quando tenho que postar
não o tenho em excesso
ele só me faz faltar

Faltar nos comentários
nos encontros semanais
sinto falta de vocês
e dos nossos bacanais (kkkkkkkkkkkk não resisti)

Bacanais é sinônimo
de bagunça gostosa
se não fosse minhas rimas
não teria muita prosa

Preciso me virar
na falta que ele me faz
melhor vir um pouquinho
do que não vir nunca mais

Galera do Guaraná
não me critiquem, please
prometo ser mais presente
e fazer posts melhores ( sim sim, tenho q terminar assim sempre)

terça-feira, 15 de junho de 2010

A corrida do ouro

Tema: tempo, falta ou excesso
Por Rafael Freitas_


Ele não gostava de relógios. Teve um quando adolescente, quadrado, dourado. Seu pai lhe dera. Disse que tinha sido do avô. Na primeira troca de bateria, encostou o objeto de família no fundo de uma gaveta.

O segundo também foi presente do pai. Esse era redondo, com pulseiras de couro pretas. A base onde os ponteiros brincavam era branca e o aro também dourado. Tanto ouro ao redor das horas para lembrar do valor que tinham, só podia. Mas este também foi parar na gaveta.

Andou querendo um daqueles coloridos, que se pode trocar as pulseiras. Aqueles, que já fizeram sucesso numa outra época. Imaginava a combinação de pulseiras de acordo com o seu humor. Para isso, as azuis, as verdes, as vermelhas e as cinzas seriam indispensáveis.

Mas não comprou o tal relógio. Nem se encantou por um outro de maneira que quisesse tê-lo. Continuaria a se orientar pelas horas no seu celular. Ou nas torres das igrejas.

Não se podia lhe atribuir a pontualidade de um inglês, é bom lembrar. Mas nem tão irresponsável era. Não se atrasava para o trabalho por falta de um relógio no pulso. Nem perdia seus ônibus rotineiros. Nunca perdeu uma festa, um casamento ou qualquer outro compromisso relevante.

Tampouco desperdiçava minutos. Talvez por isso parecesse tão agitado. Corria de um lugar para o outro. Mas evitava filas de banco e correios. Era abusar de um tempo que não tinha. Fazia seus telefonemas no caminho do trabalho para casa. Escrevia e respondia emails enquanto esperava a impressão dos relatórios de que precisava. No ônibus, lia ou tirava um cochilo. Ele sabia que, quando voltasse para casa, os minutos reservados para o sono seriam poucos.

E assim corriam os dias. E como corriam. Semifusas para um músico. Ele corria junto, acompanhando o compasso. Dançando conforme a música. Que não era valsa. Nem bolero. Corria para trabalhar. Corria para comer. Corria para se vestir. Corria para aprender. Corria para amar.

Corria sem aquele peso dourado no pulso. Não precisava daquele serzinho impaciente e irritante lhe jogando o tempo todo na cara o tempo que lhe faltava para tudo. Não é seu costume carregar coisas que não lhe são úteis. Para isso servem as gavetas.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Metáforas que mostram a que vieram

Tema: tempo, falta ou excesso
Por Laura Reis


Pense em sua vida como uma ampulheta que quando termina de derramar toda a areia é virada de cabeça para baixo.
Pense na areia que representa o tempo e pense em sua vida, representada pela ampulheta.
Num momento, a areia com grande quantidade em cima, noutro, está super cheia em baixo.
Às vezes, falta tempo pra isto, às vezes, sobra tempo praquilo.
Seu tempo: a areia; sua vida: a ampulheta.


Ps.: ah, e pense na ampulheta em seu domínio, até porque algumas coisas é você quem escolhe.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Freicarrá e o vexame

Tema: uma foto um conto
Por Rosana Tibúrcio


A mãe de Freicarrá (menino de origem russa, por isso, nome tão estranho) dera-lhe uma boa educação. Alguns princípios básicos, para alguém bem comportado, foram afirmados como um mantra, desde a infância do garoto: “nunca coma mais que a barriga peça nem beba mais que a bexiga aguente.”
E o menino foi crescendo numa certa normalidade, digamos assim. Nada muito sério ou muito fora do contexto: um peidinho aqui, quando comia porcaria; uma mijadinha no muro da esquina, quando bebia em excesso...
O menino virou homem e achou que não precisava mais ouvir os conselhos da mãe. Ela se aquietava, porque talvez fosse melhor assim.
Porém, naquela noite de uma festa familiar, a mãe percebeu que Freicarrá tinha comido muita costelinha de porco e torresmo e que, na hora dos docinhos, era um cajuzinho atrás do outro, além do copo de cerveja que nunca ficava vazio, a propósito.
A mãe chamou Freicarrá e... "filho, você se lembra do que sempre te disse desde pequenino? Repita comigo, vai: nunca coma mais que a barriga peça nem beba mais que a bexiga aguente”; e ela, ainda, acrescentou: "pare de ficar pulando feito doido na pista de dança, porque seu estômago pode dar um revorteio-cum-tanta-mistura* e isso não vai prestar. E no mais, daqui a pouco vamos embora e de carona... já pensou se precisar descer do carro pra fazer uma ou outra necessidade? Porque dentro dele é que não vai fazer, né Freicarrá???" A paciente mãe do homenzinho já não estava mais tãooo paciente.
Arrááá, que fez Freizinho? Na-da!! Voltou pra pista de dança se achando um
Fred Astaire. Queria mais é que a noite se acabasse em torresmo, cerveja, cajuzinho e seu particular show “eu danço muito bem, eu sou muito engraçado, todos riem comigo... tá tudo ótimo. Parar pra quê? A vida é curta e eu sou muito booommmm”
De vez em quando ele sentia algo apertando sua barriga, mas pensou: é a calça que está justa, dei uma engordadinha nos últimos tempos.

É... faz sentido: a calça justa. Tá!!!!!!
A festa acabou e Freicarrá se aquietou no carro, bem no meio da parte de trás junto a outras três pessoas, nenhuma delas mais magra que ele. Carro pequeno... imaginem só como espremido ficou pra todos, inclusive pra barriga do sujeito que parecia ter vida própria, naquela noite.
Não deu outra. Com a maior cara lavada, já que ainda meio tontinho, pediu:
"paraliperdaquelimuroquequerumijájájá."
Dona mãe de Freicarrá, se pudesse, matava a cria... mas se conteve.
No que Freirim desceu do carro, nem bem abriu a braguilha (pra calça social e chique a gente aqui não fala ziper, certo?) e puummtruuummrumm... todos ouviram um estrondo. É que o menino-homem, se achando em casa, resolveu, além da tal mijada ridícula, soltar um punzim de nada. Que mal haveria? Alguém iria contrariar o sujeito? Nunca!!!
No que todos olharam na direção do bombardeio perceberam que o fundilho da calça de Freicarrá havia rasgado: de cabo a rabo. Alguém até disse: “nó, o barulho é da calça que rasgou de cabo a rabo."

Um dos “amigos” achou por bem tirar uma foto daquela cena que poderia ser um dia usada em qualquer blog da vida ou servir de prova daquele vexame, já que ele era dado a esquecer coisas que fazia quando muito comibebia.
A única aliviada da história era a mãe de Freicarrá, que suspirou e disse: “aí que alívio”.
Alguém falou: "tadinho do Freizim, por que a senhora está aliviada? Quando ele entender o que se passou, vai ficar envergonhado." E ela, muito séria e grata por todos fazerem de conta que também acreditavam que aquele estrondo era só do rasgado da calça, disse: "vergonha? vergonha nada, hoje ele tá usando cueca, senão vocês presenciariam o triste desfecho de uma calça rasgada de cabo a rabo, aí sim, seria muita vergonha..."
Até hoje, Freicarrá nega que esta foto é dele. Sempre diz: é uma montagem, eu não dei esse vexame, querem acabar comigo!!!
Dó!
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Uma linda quinta-feira para todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar... mas não, não, isso não... hahaha
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*a mãe de Freicarrá se referia não só à comida e bebida que ele havia ingerido, como também, à pulação dele na pista de dança que, obviamente, deixaria aquelas coisas todas muito mais misturadas...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ela está assim

Tema: uma foto um conto
Por Nina Reis



A menina corre corre corre.
Sabe onde quer chegar, mas sabe que a caminhada será longa.
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Não importa quem está ao seu lado, ela sabe com quem pode contar.
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terça-feira, 8 de junho de 2010

Pão com manteiga e amor à beça

Tema: Uma foto, um conto
Por Rafael Freitas_


Naquele dia, acordou diferente. Já não aguentava mais aquela preocupação. Sua vontade era de esganar quem lhe dissera uma vez: _ Eu não vou nem à padaria mal vestido! Vai que encontro o amor da minha vida lá!
Procurava por um amor na padaria. Não o encontrou naquela da esquina da sua casa. Nem naquela no próximo quarteirão. Nem em todas daquele bairro. Tentou nos restaurantes finos. Nos populares também. Churrascarias. Pizzarias. Cafés. Lanchonetes. Bares. Botecos.

Sempre muito apresentável. Acordava e tomava um bom banho. Barbeava-se. Usava seu melhor perfume. A camisa sem nenhuma ruga. Ele gostava das de listras finas e cores sóbrias. A calça às vezes era jeans, mas com corte bonito. Sapatos impecáveis. Cabelo penteado, milimetricamente desarrumado. Queria garantir um ar moderninho. Meias furadas e cuecas folgadas demais? Nem pensar!

E todas as suas ânsias. E todos os seus detalhes. E todas as frases prontas preparadas na ponta da língua. Que não estava preparada para qualquer beijo.

Mas naquele dia, acordou diferente. Escovou os dentes e mostrou a língua para o chuveiro. Ajeitou os cabelos com os dedos. Continuou com a camiseta branca, velhinha e desgolada com que dormira. Vestiu uma bermuda qualquer, que poderia ser preta, azul marinho ou amarela. Calçou as sandálias de dedo que nem eram legítimas. E um moletom cinza desbotado. Sua única preocupação era o vento, que poderia estar frio naquela hora da manhã.

Na padaria da esquina da sua casa, não pediu croissaints. Nem capuccino com chocolate. Até achava elegante, mas já estava enjoado daquilo. Voltou aos velhos tempos: pediu um pão bem quente com manteiga à beça e um pingado. Uma delícia.

Mordia o pão como se esfomeado. Dilacerava. Migalhas e manteiga nos fios de sua barba, que não fora feita naquela manhã. A postura desconstruída, corpo curvado sobre o prato. O garçom estranhando. Os clientes todos que já o viram ali tantas vezes estranhando.

Tanta voracidade que a xícara não aguentou. A asa pequena demais escapou da sua mão naquele movimento brusco para levá-la à boca. A camiseta branca se tingindo de café com leite, que também sujou a mesa. Seu moletom. Sua bermuda. Sua canela e seus dedos do pé.

Levantou os olhos quando ouviu uma voz suave e perfumada.
_Quer uma ajuda?
Seu amor acabara de chegar.

sábado, 5 de junho de 2010

O amor

Tema livre
Por Heloísa Kacinskis (convidada)


Existem dois tipos de amor: o amor do presente, e o amor que vê mais longe.
O amor do presente é aquele que acontece sem que a pessoa se preocupe com o futuro. Acontece, na maioria das vezes, entre os adolescentes (pelo menos na minha época era assim) quando se ama pelo simples prazer de amar. Não há nenhum tipo de cobrança de futuro, onde o estar junto naquele momento é o suficiente. É o amor que faz a mão suar, o coração palpitar e a pessoa não saber o que fazer. Tive um amor assim, e era lindo!
O amor do futuro é aquele que faz a pessoa fazer planos, idealizar uma vida a dois, uma família...tive um amor assim e também era lindo!
E agora, o amor do futuro, que se tornou o amor constante por tantos anos, e ficou ausente por alguns meses, volta a fazer minha mão suar, o coração palpitar, e me deixa sem saber o que fazer. E tenho a sensação de ter voltado a ser adolescente, mas com a permissão de vislumbrar novamente o futuro.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Todo mundo quer saber com quem você se deita*

Tema: livre
Por Rosana Tibúrcio
Bom, o assunto é sexo, sexo alheio. Quem quer saber?
Tem rolado um papo por aí (aliás, o assunto atual do grupo de discussão
OeP) sobre o que Gilberto Braga disse nesta reportagem aqui: autor global diz que atores galãs não podem "sair do armário"
Eu concordo com o Gilberto. Acredito que muitos telespectadores, e, sobretudo, inúmeros patrocinadores, não estão preparados para separarem o beijo do galã, na novela, com o possível beijo que ele dá entre quatro paredes.
Penso que cada um coloca a boca e o resto do corpo onde e em quem quer, ninguém tem absolutamente nada com isso. Ninguém!!!
Mas penso também que brasileiros, quiçá a humanidade toda, não estão preparados para aceitar, com naturalidade, cenas de um artista, sabido gay, sem pensar no que o sujeito faz longe das telas.
Sexo é assunto popular (só não vou colocar a música chão de giz porque vão me apedrejar... rs); popular e muito mal resolvido, a propósito.
O povo fala, fala e fala, mas não reflete sobre. Que tal cada um pensar a respeito? Meu post é um convite a isso.
Sabemos que muitos atores são gays, não porque vimos algo in loco, mas por indícios: ele nunca fui visto ao lado de uma mulher, por exemplo, a não ser nas telinhas de TV, mas não sabemos, assim na lata, se é ou não verdade. Certo? Aí o povo releva... Ele pode até ser pai de uma grande família, por exemplo (hehehe maldade...). É normal...
Contudo, se todos eles que são gays resolverem sair do armário, haveria audiência nas novelas? Du-vi-do! Infelizmente, duvido.
Uma pena. É uma pena não estarmos preparados para separar o ator, da vida real – assim como fazemos ao separar
Patrícia Pillar de Flora –, quando a questão é sexual.
Sexo é sim, um assunto popular, mas é mais popular no sentido da curiosidade em querer saber com quem você se deita, mas não popular a ponto de ser discutido e sentido como apenas algo a mais que fazemos no dia-a-dia, (ou não fazemos, alô, alô, castidade... rs) assim como: comer, vestir, sorrir, caminhar...
Enquanto não houver mais reflexão sobre sexo e sexualidade, enquanto houver só curiosidade sobre o sexo alheio, nada pode prosperar. É fato!! E viva meu ídolo Caetano Veloso*!!

Uma linda quinta-feira pra todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje um convite à discussão sobre galã sair ou não do armário.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

FIKDIK

Tema Livre
Por Nina  Reis







Se alguém lhe estender os braços, pense bastante antes de fazer uma besteira.
Espere pra ter certeza se os braços estendidos são pedidos pra um abraço ou pedidos pra uma ajuda.
Porque se você errar, provavelmente isso fará parte do seleto maiores micos da sua vida.
Fikdik

Obs.: só contarei essa história pra quem realmente quiser saber. Mas tem um detalhe, só conto se for pessoalmente. rsrsrs
E ai de quem brigar comigo.

UPDATE!!!!
ALOKA
Ouçam, my friends..





Pedimos desculpas pelo áudio não muito bom, mas se tiver ruim é culpa da Laura que deu ideia errada.

terça-feira, 1 de junho de 2010

O casamento dos melhores amigos

Tema livre
Por Rafael Freitas_




Ah, os amigos.
Tê-los já é certeza de uma vida cheia de emoção e alegria. Vê-los se casando, então... Emoção em dobro.

João Paulo, o meu querido Juca, e Ju são amigos que conheci na faculdade. Vi o namoro começar. Estreitamos os laços nos dias em que eu ficava na sala, no intervalo. Com o Arrocha, criamos a Neon e fazíamos os melhores trabalhos da sala (assim diziam os professores... rs). Tomamos pó de guaraná juntos pra conseguirmos terminar o TCC. Choramos juntos com a notícia da aprovação, abraçados, no meio do auditório da faculdade. Sentimos raiva juntos do professor que sacaneou nossa nota de pesquisa. Formamos juntos. E acabou.

Acabou aquela correria e o cansaço. Mas continuamos juntos. Neon na pizzaria. Neon na lanchonete. Neon na Cantina (e o Rafael desmontando de sono e vinho). Neon e rondelli Tia Lurdes. Neon na praia. Neon no casamento.

Fui padrinho. Cantei o salmo. Segurei o buquê da noiva. Sugeri a foto Neon pro álbum. Não tinha como não ter. Nessa hora, dei um abraço apertado na noiva. Disse pro Juca e pro Arrocha juntarem mais. Os convidados riram, sacanearam: _ Ô João, fala pra ele parar de agarrar sua noiva! Ele riu, cúmplice. E eu fiquei com o terno cheio de pó compacto.

E pra não macular minha fama de grude, ainda os encontrei no domingo de manhã, certamente se preparando para a viagem de lua de mel.

Penso e sinto: amizade também é um namoro. Um casamento.
O cuidado, a atenção, o respeito. Ouvidos e braços preparados. O querer o convívio.
Depois de um certo tempo, oito anos por aí, a gente acaba se acostumando. Talvez deixe de ser tão atencioso quanto antes. A tal rotina.

Até que seu celular toca e aquele seu melhor amigo, que também foi padrinho no casamento daqueles outros melhores amigos, diz que você cantou tão bonito aquela música, o salmo do casamento.
E são muitos os motivos pra ficar feliz. E querer se casar com seus amigos. Já casados ou não.