Tema: Uma foto, um conto
Por Rafael Freitas_
Por Rafael Freitas_
Naquele dia, acordou diferente. Já não aguentava mais aquela preocupação. Sua vontade era de esganar quem lhe dissera uma vez: _ Eu não vou nem à padaria mal vestido! Vai que encontro o amor da minha vida lá!
Procurava por um amor na padaria. Não o encontrou naquela da esquina da sua casa. Nem naquela no próximo quarteirão. Nem em todas daquele bairro. Tentou nos restaurantes finos. Nos populares também. Churrascarias. Pizzarias. Cafés. Lanchonetes. Bares. Botecos.
Sempre muito apresentável. Acordava e tomava um bom banho. Barbeava-se. Usava seu melhor perfume. A camisa sem nenhuma ruga. Ele gostava das de listras finas e cores sóbrias. A calça às vezes era jeans, mas com corte bonito. Sapatos impecáveis. Cabelo penteado, milimetricamente desarrumado. Queria garantir um ar moderninho. Meias furadas e cuecas folgadas demais? Nem pensar!
E todas as suas ânsias. E todos os seus detalhes. E todas as frases prontas preparadas na ponta da língua. Que não estava preparada para qualquer beijo.
Mas naquele dia, acordou diferente. Escovou os dentes e mostrou a língua para o chuveiro. Ajeitou os cabelos com os dedos. Continuou com a camiseta branca, velhinha e desgolada com que dormira. Vestiu uma bermuda qualquer, que poderia ser preta, azul marinho ou amarela. Calçou as sandálias de dedo que nem eram legítimas. E um moletom cinza desbotado. Sua única preocupação era o vento, que poderia estar frio naquela hora da manhã.
Na padaria da esquina da sua casa, não pediu croissaints. Nem capuccino com chocolate. Até achava elegante, mas já estava enjoado daquilo. Voltou aos velhos tempos: pediu um pão bem quente com manteiga à beça e um pingado. Uma delícia.
Mordia o pão como se esfomeado. Dilacerava. Migalhas e manteiga nos fios de sua barba, que não fora feita naquela manhã. A postura desconstruída, corpo curvado sobre o prato. O garçom estranhando. Os clientes todos que já o viram ali tantas vezes estranhando.
Tanta voracidade que a xícara não aguentou. A asa pequena demais escapou da sua mão naquele movimento brusco para levá-la à boca. A camiseta branca se tingindo de café com leite, que também sujou a mesa. Seu moletom. Sua bermuda. Sua canela e seus dedos do pé.
Levantou os olhos quando ouviu uma voz suave e perfumada.
_Quer uma ajuda?
Seu amor acabara de chegar.
Procurava por um amor na padaria. Não o encontrou naquela da esquina da sua casa. Nem naquela no próximo quarteirão. Nem em todas daquele bairro. Tentou nos restaurantes finos. Nos populares também. Churrascarias. Pizzarias. Cafés. Lanchonetes. Bares. Botecos.
Sempre muito apresentável. Acordava e tomava um bom banho. Barbeava-se. Usava seu melhor perfume. A camisa sem nenhuma ruga. Ele gostava das de listras finas e cores sóbrias. A calça às vezes era jeans, mas com corte bonito. Sapatos impecáveis. Cabelo penteado, milimetricamente desarrumado. Queria garantir um ar moderninho. Meias furadas e cuecas folgadas demais? Nem pensar!
E todas as suas ânsias. E todos os seus detalhes. E todas as frases prontas preparadas na ponta da língua. Que não estava preparada para qualquer beijo.
Mas naquele dia, acordou diferente. Escovou os dentes e mostrou a língua para o chuveiro. Ajeitou os cabelos com os dedos. Continuou com a camiseta branca, velhinha e desgolada com que dormira. Vestiu uma bermuda qualquer, que poderia ser preta, azul marinho ou amarela. Calçou as sandálias de dedo que nem eram legítimas. E um moletom cinza desbotado. Sua única preocupação era o vento, que poderia estar frio naquela hora da manhã.
Na padaria da esquina da sua casa, não pediu croissaints. Nem capuccino com chocolate. Até achava elegante, mas já estava enjoado daquilo. Voltou aos velhos tempos: pediu um pão bem quente com manteiga à beça e um pingado. Uma delícia.
Mordia o pão como se esfomeado. Dilacerava. Migalhas e manteiga nos fios de sua barba, que não fora feita naquela manhã. A postura desconstruída, corpo curvado sobre o prato. O garçom estranhando. Os clientes todos que já o viram ali tantas vezes estranhando.
Tanta voracidade que a xícara não aguentou. A asa pequena demais escapou da sua mão naquele movimento brusco para levá-la à boca. A camiseta branca se tingindo de café com leite, que também sujou a mesa. Seu moletom. Sua bermuda. Sua canela e seus dedos do pé.
Levantou os olhos quando ouviu uma voz suave e perfumada.
_Quer uma ajuda?
Seu amor acabara de chegar.
Comigo
ResponderExcluirZeca Baleiro
Você vai comigo aonde eu for
Você vai bem se vem comigo
Serei teu amigo e teu bem
Fica bem, mas fica só comigo...
Quando o sol se vai a lua amarela
Fica colada no céu, cheio de estrela
Se essa lua fosse minha
Ninguém chegava perto dela
A não ser eu e você
Ah, eu pagava pra ver
Nós dois no cavalo de ogum
Nós juntos parecendo um
Na lua, na rua, na nasa, em casa
Brasa da boca de um dragão...
uauuuuuuuuuuu!
ResponderExcluirViu só? Fugiu das frases feitas e se deu bem.
Quem suportaria, logo de manhã, um engravatadinho?
E a foto dele de que tanto falam... uaauuu também.
ResponderExcluirNa verdade, com a arrumaçãozinha tão chata de antes, a pessoa queria bem era só sexo: do ruins. Ficou o que era e ai... tchannn tchannnn...
ResponderExcluirBeijossssss meu contista preferido do Guarana.
Contista preferido do Guaraná?
ResponderExcluirGanhei o dia, a semana, o mês inteiro!
Mainha! Assim eu fico tímido...
Quanto à foto, obrigado gente!
ResponderExcluirÉ tudo pra vocês!
haha
#bregaéamãe
Ráfa.....
ResponderExcluirficou lindo :)
Eu senti uma vontade tão grande de ler um livro inteiro seguindo esse estilo gostoso do seu conto.
ResponderExcluirTem mais páginas? Quero 500.
Aproveita e traz pra mim, junto com o pãozinho e o café com leite, um abraço bem apertado.
ResponderExcluirDaqueles.
Delícia Rafito! Texto leve e gostoso de ler. Bj
ResponderExcluirAguenta só mais um bocado, Brant!
ResponderExcluirMês que vem tô aí pra muitos cafés e abraços contigo!
Ah, Helô!
ResponderExcluirSe ficou leve e gostoso, então consegui o que queria!
sabe história previsível que surpreende?
ResponderExcluirdelícia de ler.
ResponderExcluiradoro detalhes, síndrome de josé de alencar.
ResponderExcluir[é o josé de alencar mesmo gente?]
Olha, se Graça Aranha descrevesse como você, Rafa, juro que leria Canaã sem pular página ou parágrafos.
ResponderExcluirbeijo.
Olha, se Graça Aranha descrevesse como você, Rafa, juro que leria Canaã sem pular página ou parágrafos.
ResponderExcluirbeijo.
oieeeeeeeee
ResponderExcluirdesculpem a demora mais venho informar que não vim antes pq fiquei sem internet.. não por motivos de falta de pagamento hahahhahahahahhahahahahaahahaha
adoro provocar o Rafa
peraí.. so pq eu to mal vestido o amor da minha vida não vai olhar para mim???
ResponderExcluirentão ele não me ama, pq as vezes eu vou andar de cpnjuntinho de moleton rosa, não quero um amor superficial!!!
hj acordei velha rabugenta!!!
nossa, que coisa mais linda....... eu precisa ter lido ate o final né.. antes de sair falando as coisas....
ResponderExcluirnossaaaaaaaaaaaaaaaaaa.. emocionei!!!!!!
como a Rosana é puxa saco dele, so gosta dele, ele é o melhor, eu vou me abster de postar né.. na sexta eu posto esse conto mais em forma de continuação, so assim para ter um pouco de amor e carinho...
ResponderExcluireu to desconfiada que eu não sei direito o que é um conto. ja volto vou correr para o google.. o grande pai
ResponderExcluirDelícia são seus comentários, mana!
ResponderExcluirCamilaaaa!
ResponderExcluirSaudade!
Logo te mando um email com um link que você vai gostar!
Ou não. rs
Paula, você não vai estragar a emoção do meu post.
ResponderExcluirNão vai.
(Nem contando pra todo mundo que eu sou caloteiro! rs)
E deixa de ser ciumenta!
ResponderExcluir♪ Ciumentaaa! Para de ser tão ciumentaaa! ♫
ResponderExcluir#narainasfeelings
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNossa Rafa, amei muito o texto.
ResponderExcluir.
Acho que vou aproveitar pra ir até a padaria.
.
beijocas
Curti a leitura! Simples e original. <3
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