quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O mais lindo que não fui

Tema: show
Por: Rosana Tibúrcio


Há muitos anos recebi um convite perfeito: Rosana, venha assistir "comigo" ao show de Marisa Monte. 

Era um presente. Acontece que há presentes e presentes. Não fui. Quis muito ir. Mas ser a outra num show de Marisa era demais pra cabeça de quem vivia um “porra Rosaninha, que furada é essa ser a outra, hein?" Mas né, quem nunca?

No meu espaço um cara, mesmo amarrado, é meu. Mas agora, no Rio, apesar de tão lindo, a coisa poderia ficar feia pra mim. Ou pra ele.

Má num é disso que quero falar!!!

Quero contar do show que não fui. Ele, o do convite, foi. Foram. Eu, de cá, fiquei ouvindo repetitivamente “Mais”, e “Verde anil, amarelo, cor de rosa e carvão”, louca pra saber como foi aquele que seria o “show de minha vida.”

No outro dia recebo e-mail lindo em que o moço dizia, entre tantas coisas: "foi uma decepção, não teve Rosa, não teve Rosana”. Rosa, que ele cantarolava como Rosana, tão lindamente...

Eu teria gostado do show que não fui, do show lançamento de “Memórias, crônicas e declarações de amor” de Marisa Monte, porque ela é linda e tem, pra mim, uma das vozes mais maravilhosas da vida e porque, no final das contas, “tema de amor” virou tema daquele nosso estranho amor.

Show à parte, pergunto: “onde você anda, onde está você?” Pois quando o assunto é show, moço, "Não é fácil, não pensar em você. Não é fácil; é estranho..."*

Saudade, José!!!

*fragmento de "Não é fácil", também do "Memórias, crônicas..."


Uma linda quinta-feira pra vocês, minhas gentes, porque nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há saudade das boas...

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Teve Tiveram Terão

Tema: Show
Por: Nina Reis



Cá estou, na frente do computador, com o tema SHOW e me passa tanta coisa na cabeça, que tentarei colocar algumas em ordem por aqui.

No cinema de Patos, assisti a um show da Adriana Calcanhoto e até hoje canto a música Esquadros quando estou na janela do meu quarto ou quando ando de carro.

Na Festa do Milho, assisti ao show do Bruno e Marrone e é impossível não cantar Dormi na Praça quando ando sozinha pelas ruas de Brasília.

Teve também, dois shows do Roupa Nova. Eles podem fazer mais mil shows e certamente irão cantar as mesmas músicas, e é claro, ficarei emocionada, cantarei quase todas e ficarei torcendo por um próximo.

Teve show que fui somente por conta de uma música, cantava ela todos os dias, mal conhecia a banda, mas me apaixonei de cara quando me apresentaram a Banda do Mar.

Tiveram shows que dancei a noite inteira, joguei sapato fora e fiquei com as pernas doendo no outro dia, afinal de contas, escutar, Exalta Samba, Fundo de Quintal, Raça Negra e Só pra Contrariar, definitivamente não é para ficar parado.

E teve show de marcar a vida. O da Luiza Possi, pela performance, pela simpatia, por cantar músicas lindas e pelo fato de estar a 3 passos dela e simplesmente ficar babando. Sim, casaria com ela, e daí? 

Ainda terão milhares por aí ...

terça-feira, 18 de agosto de 2015

E se eu não tô enganado...

Tema: Show
Por Rafael Freitas

Você estava lá. Perdemos aquela foto, uma pena, queria ela na estante. Mas não preciso dela pra lembrar.

Já lhe disse que você apareceu em um momento em que eu realmente precisava. Um oásis, abrandando minha sede num carinho sem fim. Você me pedia pra cantar pra você às vezes, lembra? Eu ficava envergonhado. Mas achava bom.

Sempre quis cantar aquela música pra alguém. Dizia que cantaria no meu casamento, a declaração de amor perfeita. Não nos casamos. Não me declarei de um altar, mas daquele palco. Quando te olhei, sua mãe reparou e mexeu contigo, não foi assim?  Eu não queria mesmo deixar dúvidas.

Mas não foi porque não nos casamos que deixei de gostar tanto, amar amar tanto o seu olhar. Com você me sinto acarinhado, em paz, curioso e achando divertido quando você me pergunta se te acho muito louco. Quero você feliz, você sabe.

Como quero que ainda tomemos muitos cafés, com ou sem salgados de queijo, palmito ou brócolis, e tortas de limão ou chocolate. Como quero nossos pés descalços na terra, abraçando árvores. Como quero tantas conversas das suas ideias, mesmo você percebendo quando minha cara denuncia que tá difícil de acreditar.

Amo você. E se não é daquele jeito, é deste que temos agora. Ainda um oásis. E obrigado por isso.


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Cartão postal

Tema: Um show
Por Laura Reis



Era festival, o que significa muito mais que apenas uma banda (ou duas?) que se quer muito ver. É toda aquela experiência maratonística de se preparar antecipadamente para ter pique o suficiente para ouvir mais do que você gosta, ver gente (bonita, diferente, estranha, aleatória) demais, andar demais e ter mísera uma ideia de todas atrações à parte que esse tipo de evento oferece.
Em nossa programação, o primeiro show importantíssimo pra mim e o último show imperdível pra Ele. No meio, a certeza de que qualquer outra coisa era pouco ou nada pra esse início e fim já estabelecidos.
Muito simpática que sou, vou pelo caminho que parece nunca acabar e depois de muitos minutos quase hora ouso dizer uns “se chegar atrasado, ok”, “se não der pra ver, tudo bem, já tamo aqui mesmo né?”, mas só pensando que se não desse pra ver uma musiquinha que só o dia já estaria perdido que só. Porém seguimos sorrindo e suando rímel.
Quem inventa de colocar um show ao meio dia? Meio dia? Há quem brilhe mais que o sol nesse horário, gente? Impossível. Passa um pouquinho de protetor aqui. Ah lá a entrada, falta só mostrar documentos, ingressos e já estamos dentro. Não, tem mais alguns muitos metros pra andar. Putaquepariu hein que calor do caramba. Não há Dilleto nesse mundo que compense esse sol só pra ver meninos bonitinhos cantando coisas sem sentido.
Mas foi ali, meio dia e tal, chegando em frente ao palco e nada sendo anunciado, um leve desespero de pensar que já acabou e o som maravilhoso da primeira música começa. Eu e minha meia dúzia de amigos (se comparados aos amigos daquele último show láááá depois) fizemos nossa parte acompanhando em coro bonitinho que batuca qualquer bom coração.

Ele, simpático, tentando tampar um pouco do sol, óculos escorregando e caindo, bolsa atrapalhando qualquer pseudopulo e eu já nem lembrando que era meio dia e qualquer coisa. 
Apanhador, só.


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Não posso dar o que tenho pra vender

Tema: livre
Por: Rosana Tibúrcio


Adoro observar gentes, suas manifestações e reações. E como sou gente (gente que faz, ui...), adoro também me observar e, sobretudo, analisar minhas atitudes. Muito do que passo de ruim é culpa minha. Claro que existe gente mansa, mas se eu não permitir, as sacanagens não acontecerão ou serão, no mínimo, menores.

As pessoas de quem eu gosto, sou amiga, sabem que gosto delas. Portanto, esses meus amores, não estão incluídos no tema desse meu post "chega, já deu". Pra esses amores, faço o que for possível a hora que me pedirem. Beijos família e amigos do coração que vêm me visitar, que me ligam, que perguntam por mim, que me amam. Pra vocês, tudo!!

Voltando aos meus prováveis clientes, sei que a partir da última “me dá uma ajudazinha, depois levo tudo para você revisar/formatar sóquenãolevosuatola” não pretendo ajudar mais ninguém. Quer? Pague, cara pálida!

Considero um desaforo alguém querer de graça o que tenho para vender: meu conhecimento, meu ativo intangível, meu capital intelectual, meu trabalho, meu goodwill (saudade trabalhos de contabilidade. Beijos, Cesinha e me conte: posso usar goodwill como exemplo?).   

Masss voltando ao "meu observar gentes e analisar atitudes": observo, observo, analiso, analiso e analiso e não entendo como se processa – para essas pessoas que usam de graça o meu conhecimento – esse aproveitar do outro. Nem por um minuto pensam algo como: “a Rosana vive disso, não posso pedir ajuda sem pagar.” E quando analiso esse comportamento escroto, mil exemplos passam pela minha cabeça sobre o que esses mansos certamente não fariam com outros que têm algo para vender. Eles não pediriam num posto, por exemplo, um litro de gasolina de graça, "preciso rapidinho", para depois voltar, abastecer mais um pouco e pagar apenas o que abasteceu por último. Pediriam? Claro que não! Tá tudo errado!!!

E quando me analiso – aqui trato da parte mais importante e com maior possibilidade de mudança nesse perrengue – percebo que evitar essas sacanagens depende exclusivamente de mim. Eu tenho que impor regras. Porém, a cada ano que passa eu me deparo com um tipo diferente de mansidão. O povo sacana é bem criativo, mas ó... tô de olho em vocês e bastante empenhada em arriscar a ser mais chata e malcriada do que sou - e tenho fama de ser - do que ser mais boba.

Acabou essa de “uma olhadinha”, “uma ajudazinha”. Criem vergonha na cara que eu, de cá, já tomei tento e atitude*.


Uma linda quinta-feira para todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há *rexitegue atitude, como diz minha amiga Jéss.  



quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Vivendo

Tema: livre
Por: Marina Reis



Despediram-se e ela sentiu um aperto no peito.
Não era um presságio, mas também não era aquela sensação gostosa de arrepio na espinha, como se uma surpresa boa fosse acontecer. Ela realmente não sabia, apenas sentia e é claro, preferia focar no sentimento bom.
Para aliviar um pouco aquela tensão, não pensou duas vezes, interfonou na portaria e disse para o porteiro liberar a entrada do seu amado. Poderia sim, quem sabe, receber uma visita surpresa, afinal, o aperto que sentia não havia ainda sido detectado e havia uma esperança que ele pudesse voltar.

Nada aconteceu, nenhuma batida, nenhum interfone e nenhuma daquelas mensagens que somente ele envia pra ela, quando anuncia a sua chegada, nadinha aconteceu.
Já estava anoitecendo e ela desfez sua cama arrumada, se cobriu debaixo das cobertas e tirou um cochilo. O peito continuava apertado.
Acordou, sentou-se na cama e começou a reler as mensagens antigas, imediatamente aquela sensação voltou.

Eles estavam online, trocaram algumas mensagens e de imediato ela pode perceber que aquele aperto era apenas a saudade falando mais alto. Ela simplesmente está vivendo.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Gente, gentileza

Tema livre
Por Rafael Freitas

No domingo, recebi uma mensagem de Dia dos Pais de um ex-aluno. Ele insistiu:  "porque sim, foi um pai pra mim, obrigado".

E eu, todo emocionado: "Você quer me matar do coração?"

Ele: "Não, quero você muito vivo e feliz." E me fez um poema.

Não é qualquer ex-aluno, vocês devem ter imaginado. Não mesmo. E o motivo dessa consideração toda é por eu ter dado apoio em momentos difíceis, de descobertas e aceitações.

Não me lembro de ter feito nada de extraordinário além de conversas, brincadeiras, mensagens. Pra mim foi pouco, pra ele muito.

Aí eu pergunto: será que temos noção de como pequenos gestos, muitas vezes, são grandes para o outro? Não fazemos mais desses pequenos gestos por que corremos muito ou por que não queremos a responsabilidade de ter cativado alguém?

Lembro do Profeta Gentileza e da música da Marisa Monte. E lembro da mensagem que a Mainha compartilhou: "Seja gentil. Todo mundo está passando por alguma batalha." Talvez eu não possa pegar armas e lutar junto. Mas também não vou aumentar a força do inimigo.

Ser gentil não é difícil. Quem vem comigo?


PS.: A imagem faz parte da postagem.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A volta

Tema: Livre
Por Laura Reis

Faltam duas horas. Em duas horas ela estará pisando nessa casa de novo, como não se vê há três anos. Foi embora sem pedir licença, já era maior de idade e, muito antes de se tornar, tinha mais juízo e esperteza que todos os seus irmãos, teoricamente mais velhos. Esses ficaram por aqui, todo esse tempo, indo e vindo da faculdade mal feita e das festas mal aproveitadas com amizades mal construídas.

Chegou e sorriu pra todo mundo, deu um abraço meio morno em cada um e foi direto para o quarto que já estava estendido, à espera. Os irmãos ficaram na sala e fui até a sua porta fazer aquela vistoria de segurança de pai. Enquanto abraçava os velhos travesseiros, me olhou com os olhinhos apertados e emocionados, como poucas vezes vi. Me chamou e disse que foi buscar por liberdade, notícias da mãe e alguma razão pra tocar essa vida. Tentei interromper pra dizer que independente do motivo ou do caminho, só me importava que ela estava ali, de volta, mas antes de terminar ela me abraçou e disse que “não conseguiria ficar mais nenhum dia sem isso, obrigada pai”. 
Esse foi o melhor segundo domingo de agosto que tive.