domingo, 30 de setembro de 2012

Identidade: DOADOR

Tema: Doar ou não doar órgãos
Por Rafael Freitas


_ Olha mãe! Minha carteira de identidade!
_ Ai, filho! Que orgulho! Como você cresceu, tá um mocinho já!
_ Ah, mãe. Que exagero! ... Ó, aqui tem um carimbo dizendo “Menor não doador de órgãos e tecidos”, mas eu quero doar tudo, tá?
_ Que conversa é essa?
_ Uai, eu quero doar meus órgãos todos! Pode arrancar até a pele se quiser!
_ Credo, filho. Que conversa mais fora de hora...
_ Mas é verdade, mãe. E vocês tem que saber que essa é a minha vontade. Se vocês quiserem que eu “suba” feliz, doem tudo!
_ Mas e se você precisar um dia? Quando a gente reza que acredita na “ressurreição da carne”...
_ Mãe, eu já vou ter morrido! Se deixar tudo no caixão, os “bicho” vão comer! Melhor passar pra frente então e manter alguém vivo por mais um tempo! Não tenho essas crises religiosas, não! Já pensou que alegria saber que alguém viveu mais tempo, com saúde, aproveitando mais a vida com um pedaço seu? É quase como continuar vivo!
_ Ai, não tô gostando dessa conversa...
_ Mãe, todo mundo vai morrer um dia. É a única certeza que a gente tem na vida: que vai morrer! Só não dá pra saber quando nem como. E vai que eu morro antes de vocês? Nunca se sabe!
_ Essa não é a ordem natural das coisas! Os filhos é que devem enterrar os pais! Deve ser muito sofrimento pra uma mãe perder um filho...
_ É... Com certeza... Como deve ser muito dolorido pra um filho perder a mãe ou o pai também.
_ É diferente...
_ Bom, pelo menos vocês já estão avisados. Não tá na identidade, mas sou doador!
_ Ah, mas é até bom que não esteja, né? Vai que acontece alguma coisa com você longe, nem morreu ainda e eles “forçam” sua morte pra tirar tudo porque tava escrito na identidade? Deus me livre!
_ Haha Mãe, que exagero!
_ Exagero?! Eu vi no jornal!!!
_ Tá bom, mãe. Mas então não esquece: pode doar todos os meus órgãos! Não sei como funciona a doação de quem tem miopia, né? Mas aí a senhora já doa os meus óculos junto! Meus rins devem estar bonitinhos também, bebo bastante água, nunca tive cólicas nem sinal de pedras... Hum... Eu tive bronquite quando criança! Será que não vou poder doar meus pulmões por isso??? Não acredito!
_ Vamos deixar pra pensar nisso quando chegar a hora então, né?!
_ Certo! Te amo, mãe!
_ Eu também, filho.
_ Mãe... A senhora vai ser doadora também, né?



sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Papo reto

Tema: Doar ou não doar órgãos
Por Taffa

Seguinte: todo mundo por aqui é grandinho o suficiente para entender a necessidade e a importância de doar órgãos e, assim como os demais Guaranetes, eu também sou um doador. Porém eu acho que essa atitude não deveria ser tão extraordinária assim, mas, simplesmente, algo comum.

Digo isso porque acho um absurdo ver tantas centenas ou milhares de pessoas numa fila esperando a doação de um órgão qualquer. O assunto tem de ser tratado como algo de extrema urgência porque, de fato, já é. Certos sujeitos nunca entendem o quanto isso é necessário e preferem deixar seus restos apodrecendo dentro de uma lápide após a morte, enquanto outras pessoas apodrecem, ainda em vida, na inútil espera por uma doação que quase nunca vem.

O que quero dizer é que considero uma vergonha ver tanta gente precisando disso ao passo que outros simplesmente não se atentam à severidade da coisa. Doar órgãos não deveria ser algo tão raro, implorado e suplicado por aqueles que precisam, mas uma atitude de bem comum da própria humanidade consigo mesma. Doar deveria ser uma ação aprendida desde o berço, como um mero detalhe que todos nós nos prestaríamos a fazer, pois, sinceramente, nada me deixaria mais satisfeito do que saber que ao final da minha vida eu poderia permitir que outra pessoa pudesse dar início, de fato, na sua própria.

Doação não deveria ser uma súplica, mas um ato comum, uma simples necessidade de querer fazer o bem.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Curiosidade define

Tema: doar ou não doar órgãos
Por: Rosana Tibúrcio

Sou doadora sim, mas por não ser tão abnegada quanto à Laurinha, não sou doadora de tudo não. Muitas vezes não uso e não dou. 
Tá, pareço menor, é verdade, mas há uma razão para isso: sempre penso que um dia vou precisar daquele livro, daquele outro livro; daquele CD, do outro CD; daquele DVD, do outro DVD. Entendem onde quero chegar? Não? Explico, sou gente boa... rs
Há nas minhas não doações um porquê, um motivo... ou melhor, uma possibilidade deu vir a querer algo em desuso. Por isso não cedo coisas nesse estilo.

Mas órgãos meus depois deu mortinha? Vou querer pra quê? No final de algum tempo só sobrarão meus ossinhos. Mais nada. Não há motivo, portanto, para não doá-los. 
O que prestar de mim, pode ser usado por qualquer pessoa. Sem distinção. 

A minha curiosidade reside no que foge totalmente à minha compreensão. Eu tenho um porquê - mesmo que idiota - de não doar livros, discos e dvds. Mas e quem não admite a doação de órgãos, quais os reais motivos essa pessoa tem? Curiosidade define.

Juro que tenho muita vontade de saber dessas razões. Se alguém quiser se manifestar, eu ouvirei. Não com muito prazer, mas com bastante curiosidade. Que se manifestem, então. 

Quanto a mim doo sim, não só meu coração, pulmão, cérebro (hihihihi), rins e o diabo a quatro, pra quando eu morrer; como, também, e principalmente, doo agora... desde já, todo o meu amor pra vocês, minhas gentes. Calma, tem pra todo mundo!!!! 
É isso.


Uma linda quinta-feira para vocês meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há, além dessa afirmação importantíssima, uma vontade danada de doar, também, as minhas preocupações. Quem quer??? Beijos, me liga!!!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Definitivamente sim


Tema: doar ou não doar órgãos
Por: Nina Reis

Posso dar Ctrl +C  Ctrl+V no texto da Laurinha?
Acho que não né?

Posso fazer rima?
Provavelmente responderão não também.

Posso cantar uma música, colocar um vídeo?
Não não não ... tá bom, já sei.

Posso doar órgãos?
Sim sim sim. Acredito que ninguém pode decidir isso por mim, não é mesmo minha gente? Então fique claro, quando chegar minha hora e estiver tudo certinho, doem, doem tudo que for necessário. Doem meus olhos pra clarear a vida de alguém, doem meu rim, meu fígado e meu coração pra deixar alguém breguinha assim como euzinha aqui.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Comunicação

Tema: doar ou não doar órgãos
Por: Laura Reis

Em praticamente todos os aspectos da vida eu sou rodeada de indecisão de mais ou menos de talvez de em cima do muro. E não penso que seja uma pessoa pior ou menor do que as outras por esse motivo. Acredito, inclusive, que essa é uma característica muito boa porque me permite estar aberta a novas opiniões, lados, justificativas. 
A questão agora é que pra esse tema eu não tenho dúvida alguma. Sou do lado favorável a. Levanto a bandeira e até elevo a voz pra tentar impor essa certeza. Sou a favor de doar, em qualquer sentido e qualquer coisa que seja. Não usa, doa. Não quer mais, doa. Não precisa, doa. Não vai fazer diferença, doa. Porque, vamos combinar, depois que você estiver dormindo para sempre se tem uma coisa que você não vai usar, querer ou precisar são seus órgãos, eu penso. Até que me provem o contrário. 

Então, fica o comunicado: sou doadora, família. 
E, abaixo, segue um pouco desse movimento favorável e cheio de argumentos bons vindos dessa linda que é a propaganda.





(Propeg para o Ministério da Saúde)



(DM9DDB para ABTO)



Young para Santa Casa de Misericórdia SP



"Doe orgãos e complete a vida de alguém." (e21 para Hospital Santa Casa)

“Trazemos a pessoa amada de volta. Mas dependemos de você. Seja um doador de órgãos” (Leo Burnett para ABTO) 

“Quando você é um doador, a vida continua” (DM9DDB para a ABTO)

"Se você acha que num reality showtem muitos candidatos por vaga é porque não está na fila por um órgão" (Leo Burnett para ABTO) 

“Você sempre doou o que não lhe servia mais. Faça o mesmo com seus órgãos” (Propeg para ATX-BA)

"Quem doa orgãos nasce de novo" (getz para Hospital de Clinicas do Paraná)



sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O bafão da Thay

Tema: Confidências
Por Thay

Chocada...

*Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim*

- Alô?
- Hello, Lu?
- Sou eu, quem fala?
- Aqui é a Thay!
- Thay?
- A Thayanny Raphaelly Borges, amiga da Kedma e prima por parte de pai da Jennyfer Alves y Borges, sua prima por parte de mãe, que a gente brinca chamando de Jennifer Lawrence, porque ela parece a atriz. Ai, a gente se viu aquele dia na festa de aniversário dela, no mês passado, trocamos cel e eu te add no feice pra gente combinar de sair e beber, lembra prima?
- Ah, “prima”! Tá muito barulhento aqui, não estou te ouvindo direito.
- Prima, preciso de você, mim ajuda por favor.
- Thayanny, ajudo sim. Mas, posso te ligar daqui a pou...
- Amiga, por favor mim escuta, eu te liguei porque o seu cel foi o último que liguei e meu cel tá com a telinha que acende quebrada, quebrou ontem quando eu desci do moto-táxi, então eu não consigo ligar para as outras pessoas porque eu não consigo mexer na telinha do tótscrin.
- Sim, o que houve?
- Ontem tinha a festa na casa da Bruh, lembra? A que você falou que ia e que ia mim buscar aqui em casa, mas não veio e eu fui sozinha, ah, por que você não veio?
- Não pude ir, porque estou...
- Mijou no barranco, né? Deixa você. Ah ta, te contar então, o Celsinho, aquele moreno jogador de futebol, ele estava na festa. Ele e aquele primo dele, o Gilmar da Silva, que tem o apelido de Mussum, que você olha pra ele e se for de noite só vê o branco dos olhos, sabe? Ai, tá doendo o marxilar, não posso rir, então, deixa eu te contar, eu fui e vi os meninos lá e já que você não estava, eu precisa enturmar com eles porque as outras meninas não haviam chegado e...
- Sim, mas...
- Não mim corta, o que tenho de contar é sério, amiga. Ah, tá, eu sei que você é louca pelo Gilmar da Silva, porque ele é negão, né? Danadinha! Sei como é, negão tem a fama. Ele mim contou que já tinha saído com você e vocês foram lá atrás do corpo de bombeiro, me conta, você viu a mangueira? Viu? Hahaha, ai, o marxilar dói, deixa eu te contar, olha, foi o Gilmar que deu encima de mim. Eu juro! Eu não fiz nada e ele mim falou da minha microssaia flúor e achou bonita e passou a mão na minha bunda, acredita? Eu quase fui embora.
- É que...
- Então? Não é um abusado? Achei um abesurdo, mentira, eu gostei, haha, ai. Aí tinham muitas biritas e eu tomei umas coisas que não sei o nome e fiquei muinto louca e começou a tocar músiga e foi o meu ponto fraco, porque eu levei o meu novo cd fabulozo, que tá vendenu no meu saite, depois você entra e compra, tá? Ah, e começou a tocar músicas do meu cd e eu comecei a dançar porque a música toma conta do meu ser, você sabe, e quando eu me dei por si o Celsinho e o Gilmar da Silva estavam dançando e fazendo sanduíche comigo...
- Mas, Thaya...
- Sim, eu sei, eu exagerei um pouco, porque tem umas coisas que eu não lembro e não é pra você achar que eu sou ocólatra porque eu não sou e eu fico de salto a festa inteira e não caio, por isso eu controlo.
- Então, mas é que...
- Pois é, aí eu tive um apagão que eu não lembro o que foi, mas eu acordei na cama do Celsinho com o Gilmar da Silva só de cueca me encoxanu e eu acordei assustada, com o marxilar doendo, mas si recompus, ajeitei a roupa e saí do quarto sem ninguém ver. A festa ainda estava rolando, então eu peguei o moto-táxi e vim pra casa e capotei e acordei agora a pouco e tô com muinto enjoo e náuzia.
- Sim, ma....
- Só que agora vem a bomba, amiga. Eu senti muinta vontade de vomitar e vomitei tudo e isso é sintoma de gravidez, não é? Eu lembro da minha mãe grávida de mim, eu estava dentro da barriga, mas eu lembro porque eu sentia que ela ficou enjoada quando descobriu. E eu fui na farmácia e peguei aqueles inzames de gravidez e fiz e tá dando um tracinho, me conta, isso é porque estou esperando um filho só e se fossem dois era gêmios? Mim ajuda...
- Não, Thay...
- E meu marxilar doendo? Prima, será que o Gilmar da Silva colocou o que estou pensando na minha boca e eu ingravidei dele através de sexo verbal?
- Calma, Thayanny. Você está exagerando. E não me deixou falar, mas estou no almoço dominical da vovó Borginha, com toda a nossa família. Todos estavam muito preocupados com você pois não tinha aparecido e, por causa do barulho, coloquei no viva-voz. Desculpa, mas todo mundo ouviu. A vovó teve um desmaio e a tia Marinalva foi acudi-la. Seus pais também estavam próximos e já devem estar dentro do carro indo pra sua casa. Olha, da próxima vez que for contar algo assim, sei lá, me avise que é algo secreto pra eu me afastar de todo mundo, pois fiquei paralisada quando você começou a dizer tudo aquilo. Não tenho culpa. Tá me ouvindo? Thayanny? Alô?

* Tu tu tu...*

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Confidências e o meu jeitinho...

Tema proposto: confidências
Por: Rosana Tibúrcio


Tenho certa preguiça de confidências. Não relacionadas àquelas que faço para os outros; essas eu entrego para o ouvinte e que Deus tome conta. De verdade!!! Se eu me ferrar, posteriormente, bem feito pra mim que não soube avaliar o "confiado".
Afinal, ninguém deveria, jamais, confiar os segredos mais cabeludos da vida, num rompante.

Minha impaciência, digamos assim, refere-se, muitas vezes, às confidências que me fazem. Ou melhor, à forma com que essas confidências são feitas; com as reações ou pedidos do confidente. Peraí que já explico; sou gente boa.
Se fulano vem me confidenciar algo, que não me peça, pufavô, para eu guardar segredo. Se me pede, é porque não confia. Se não confia, não me contará, certamente, a realidade da coisa. Contará fragmentos. E fragmentos repassados de situações ou sentimentos, são para serem repassados como se conta um caso e não, uma confidência. Não gosto disso. Isso me irrita. Não gosto de confiança pela metade. E, mesmo num "caso", sei bem avaliar o que pode ou não ser repassado a terceiros.
Em tempo: claro que aqui, nesse quesito preguiça, não cabem histórias como aquelas em que uma amiga me pede, por exemplo, para eu rezar para filha se casar ou arrumar um emprego melhor e me pede, também, para eu não contar para tal filha que me fez esse pedido. Sacaram a diferença? Não preciso desenhar, né? Grata!!!

Minha preguiça não "pára" (quero o acento no pára) por aí. Há outro detalhe importantíssimo. Se sou escolhida para ouvir uma confidência, pufavô traveiz: não espere que eu me faça de parede. Não sou parede!!! Vou emitir, sim, minha opinião. Mesmo que o confidente não deseje muito isso. Mesmo que minha opinião não corresponda à expectativa do confiante. Aí houve um erro na avaliação de minha pessoa. Pior para quem avaliou indevidamente. Que se dane!!!

Confidências, no meu entendimento, deveriam ser feitas a quem de fato confiamos, sem medo do que possa vir depois; sem medo do que se possa ouvir durante ou depois da confidência. O segredo do segredo é entregar pra Deus e relaxar.

Olha, ou a pessoa confia ou não confia. Confidências não devem ser feitas a conhecidos; mas sim, a amigos. Amigos do peito. E se alguém não conhece aqueles cinco, no máximo dez, amigos confiáveis que tem, que tal reavaliar esses conceitos ou essas amizades??
É isso!!!


Uma linda quinta-feira pra vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há um segredinho pra contar: cof... cof... cof... consigo falar não, depois eu conto, tá bom? Beijos!!!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Seria na primeira pessoa, mas .......


Tema: Confidências
Por: Nina Reis


Ela se Irrita quando ele come pelas beiradas, se irrita com sua vagareza e seu jeito de nunca agradecer nada que ninguém faz. Não sabe se é timidez do moço ou falta de umas boas palmadas para que ele aprenda a dizer algumas palavrinhas mágicas.
Mesmo assim, tem dado uma chance de conhecê-lo melhor, afinal de contas existem muitas coisas em comum entre eles e ela acha um barato quando conversam e compartilham boas risadas.
Garante ter quebrado muitos tabus e sabe bem que ele faz parte de uma grande confusão em sua cabeça, mesmo assim tem tentando levar isso numa nice,se é que alguém entende.
Pode até parecer apaixonada (e provavelmente algumas pessoas irão dizer que sim) mas isso ainda não aconteceu, pode ser que esteja processando essa possibilidade, mas ó, precisa de ajuda, porque com tanto elogio (só que ao contrário) que ela fez na primeira linha, fica fácil pra ela não.
Se liga. 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Um bom conselho

Tema: Confidências
Por Rafael Freitas


Quando entrou no ônibus, já não haviam tantas poltronas desocupadas. Pediu licença e sentou-se ao lado daquela menina tão delicada e de nome diferente que só conhecia porque desciam no mesmo ponto. Disse um oi e tratou de fechar os olhos para tirar um cochilo.

_ Oi!
_ Oi.
_ Tudo bem?
_ Urrum.
_ Sou lésbica.

Como assim? Ficou espantando! Mas nem tanto porque nunca desconfiaria dela, mas porque julgava que ali não era a hora, nem o lugar, e nem tinham intimidade para essas revelações. E depois disso o papo era a namorada dela, que morava com a ex-namorada (oi?), os muitos quilômetros de distância e as confusões da viagem quando se conheceram. E ele ainda sem se julgar íntimo para saber tais coisas.

Refletiu sobre. Teria ele cara de uma pessoa confiável? Porque também teve aquele caso da menina que estava saindo com um cara casado e podia ter contado para qualquer amiga sua, mas preferiu contar para ele. Talvez fosse isso. Era hora de mudar de cara, então. Não que não gostasse de parecer confiável. Sentia-se quase honrado. Mas preferia reservar sua discrição para seus amigos mais próximos. Bem mais próximos.

Porque agora tinha que carregar aquela informação consigo, pesando. Um segredo que não pediu para guardar: lhe fora imposto. E que em algumas situações transforma-o em cúmplice, traindo seus valores, enquanto fica de mãos atadas imaginando quem vai sofrer quando a verdade vir à tona. Porque ela sempre vem, mesmo que demore.

Dali em diante, passaria a rejeitar confidências em ônibus, filas de banco ou de supermercados. Confidências, das amenas às mais cabeludas, seriam privilégios apenas dos muito amigos. Quem não fosse, que procurasse outro confidente. E nem adiantava reclamar a falta de um que o conselho já estava na ponta da língua: _Então procure um padre.



segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Um bilhete, na verdade.

Tema: confidências
Por Laura Reis


Tudo bem, uma hora a gente precisa conhecer a verdade e, mais, espalhá-la. Quem faz assim, tem mais créditos, penso eu. Você, por exemplo, creio que tinha todos os créditos do mundo.
Eu poderia até fazer uma associação sem gracinha e dizer que, se você era do tamanho que era, só o era pra que tudo, toda a sua parte racional e apaixonada, coubesse dentro de você. Como uma forma mais rápida de ter sempre à mão, à cabeça e ao coração o que nos ensinar. Mesmo que inconscientemente.
Então confesso, agora, que toda essa sua paixão eu queria ter.
Essa sua paixão por uma fé que, por vezes, penso, era só sua. Porque não era exagerada, não era tão tímida, era uma coisa bonita de se ver e estar. Essa paixão por gente. Por ajudar gente, por ter gente por perto, por cultivar as relações com gente e regar que nem se faz com plantas. E também essa paixão pela arte que agora fica tão clara e, felizmente, registrada em fotos, vídeos e áudios pra todo mundo que quiser ver. E esse todo mundo, não surpreendentemente, é todo mundo mesmo.
Confesso, ainda, que diferente de muitos, eu talvez não tenha lhe falado toda ou qualquer coisa que você tenha representado, passado, ou sido pra mim. Talvez eu tenha resumido nessa brincadeira com aquele seu crachá de simpático tudo isso. Tudo isso que você era pra mim. E você era grande. Era não. É.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Vilania

Tema: Personagem preferido
Por Taffa

Mystique #7, por Greg Horn

Desde criança, sou apaixonado por coisas fantasiosas. Filmes, livros e histórias em quadrinhos sempre fizeram parte da minha vida e até hoje me chamam bastante a atenção, pois vejo neles uma válvula de escape para fugir das normalidades e chatices do cotidiano.

No meio de tantos personagens, dimensões e histórias ficcionais, sempre tive uma queda pela capacidade de uma mutante de papel coadjuvante, porém peça fundamental nas histórias bem formuladas de Stan Lee, criador do universo Marvel e, com ele, de todo o mundo dos X-Men.

A minha figura favorita destas histórias não faz parte do lado dos mocinhos, pois é uma vilã. Braço direito do maior antagonista de todo o universo dos mutantes, Magneto, e possuidora de uma capacidade sobre-humana de mudar suas características físicas a ponto de se tornar quem (e o que) quiser.

Falo de Mística, uma mutante de cabelos ruivos e pele azul, dona de uma personalidade misteriosa e passado idem. Figura que sempre me chamou a atenção pelas suas capacidades de infiltração e técnicas de conseguir tudo o que quisesse, não importando as formas de adquirir, contanto que alcançasse seus objetivos.

Mestre em inúmeras artes marciais, especialista em armas de fogo, espiã dupla (e, às vezes, tripla), estrategista infalível e aquela personagem que sempre é designada para realizar as missões consideradas “impossíveis”, Mística é a mulher das mil faces e, como já dito por mim antes aqui mesmo no Guaraná, minha personagem preferida no mundo das HQs e do universo Marvel.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Meu heLói!!!!

Tema: personagem preferido
Por: Rosana Tibúrcio

Ele é simples e faz as melhores caras do mundo quando está: assustado, realizado ou, apenas, "pensante". Ele é o melhor personagem de Maurício de Souza, pois é do bem e se culpa por querer amarrar as orelhas dum coelho encardido, duma gorducha violentinha.
Ele sonha em ser dono da rua - ou melhor, da Lua -, do coelhinho e do coração da Mônica. 
Enquanto ele não tem nada disso, já tem o meu coração: pLa sempLe. 
Tem como não amar???
Revista Cebolinha, n. 60, p. 43
Uma linda quinta-feira pLa todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há um convite à criancice inocente de Cebolinha: o meu heLói.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Confissão


Tema: personagem preferido
Por Laura Reis

Ok, confesso.
Confesso e admiro.
Confesso que não tenho um personagem preferido, admiro quem tem mais de um e detesto quem defende seu personagem com unhas e dentes e pontos finais.
Confesso que mesmo podendo escolher o meu preferido agora fico confusa, admiro quem sabe diferenciar preferência de fanatismo, detesto quem tem tudo na vida só de um personagem e adoro quem tem argumentos pra me convencer de que seu personagem preferido é o melhor.
Confesso que sinto invejinha de quem sabe de cor e salteado as histórias preferias (ou não), admiro quem se lembra de detalhes bobos porém fundamentais, detesto quem usa como máxima de que os vilões são melhores só pra parecer ser diferente, adoro quem está no meu time de sem memórias e.. só.

Ps.: Cebolinha, Menino Maluquinho e Bob (do fantástico mundo). Quem sabe...

sábado, 8 de setembro de 2012

Vivendo e aprendendo com Paulinha

Tema: um CD
Por Rafael Freitas


Ela chegou pontualmente. Usava uns óculos de sol de armação e lentes roxas, meias finas pretas, sapatilha dourado e rosa-choque, minissaia, blusinha branca e um casaco preto moderninho. No braço, o relógio dourado Michael Kors trazido da última viagem a Nova Iorque. Paula Zee, a professorinha do tecno brega, apareceu no estúdio para acertar os últimos detalhes do lançamento de seu CD Sabidinha.

O projeto começou quando Paula sentiu que faltava, no enorme mercado da indústria fonográfica, canções que falassem da vida como ela realmente é, que preparassem meninos e meninas não apenas para o mercado de trabalho, mas para as coisas básicas do cotidiano.

A primeira música de trabalho, Bye-Bye Celulite, promete ser hit entre as garotas. _ Não basta ter aula de biologia e ouvir o professor chato falando que não pode comer aquele lanche gorduroso todo dia nem tomar refrigerante! Tem que apresentar soluções possíveis! - diz a cantora que já é o rosto de uma marca de comésticos.

Uma forte preocupação da cantora na escolha do repertório foi a interdisciplinariedade. Paula queria estabelecer uma relação entre suas músicas e as matérias que os alunos aprendem. Comprei, negociei e troquei cor, por exemplo, mistura matemática e psicologia. Indiano, brasileiro e chinês fala de geografia e religião. Em Pega meu dinheiro e cala essa boca a cantora ensina passo a passo como ser educado na hora de passar suas compras no caixa do supermercado ou da loja de roupas.

Algumas canções também abordam a infância de Paula Zee, como Juninho da sanfona e Jogando pra cima igual carta da Xuxa. Na faixa Pode me chamar de careta, de caipira de Muzambinho a cantora cumpre seu papel social de forma mais intensa, criticando o uso das drogas.

Por fim, de forma bem humorada, Paulinha fala de sexo com mais prazer que constrangimento nas canções Cheinho de amor pra dar e Terça-feira no sex shop. _ Porque sexo pode ser feito todo dia! E eu preciso ensinar minhas alunas como enlouquecer um homem na cama!

Em breve, Paula Zee estará em todas as casas de família, esbanjando didática! Ela vai se tornar a melhor amiga dos pais que não sabem como ter aquela conversa difícil com adolescentes. Aguardem!


1 - Bye-bye Celulite
2 - Comprei, negociei e troquei cor
3 - Indiano, brasileiro e chinês
4 - Jogando pra cima igual carta da Xuxa
5 - Minha amiga Daniela
6 - Terça-feira no sex-shop
7 - Não sou motivadora
8 - Cheinho de amor pra dar
9 - Fazendo as pazes
10 - Pode me chamar de careta, de caipira de Muzambinho
11 - Billion Dollars (ou Busca meu Veuve clicquot)
12 - Juninho da sanfona
13 - Pega meu dinheiro e cala essa boca
14 - Você, meu milagre de Deus



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Um arraso no litoral

Tema: Um CD
Por Taffa

Edição Estendida Luxo VIP


Artista: FABULOSA
CD: Linda n’areia

1 – Alouca à beira-mar
2 – Iemanjá Odoiá
3 – Maiô branco
4 – Camarão
5 – Levada do coco
6 – Na banana eu Vou
7 – Pela lente do Ray Ban
8 – Bronzeado e marquinha
9 – Salva-vidas, salva eu

Faixas Extras (edição limitada, vendida somente no site oficial da artista)

10 – Corcovado e suas curvas
11 – Primaverão (com participação especial do É o Tchan)

Remix

12 – Levada do coco batido remix vitamina 2012

FABULOSA é um projeto de música pop e dançante desenvolvido por Thayanny Rafaelly: ex-BBB, ex-Fazenda, DJ, empresária, doméstica, blogueira e trans. No CD Linda n’areia, Thayanny nos leva ao litoral e explora toda a beleza existente na enseada do Brasil. Com elementos de batuque africano e vozes de cantoras anônimas semianalfabetas pagas com notas de cruzeiro, ela traz à tona toda a beleza que somente uma música feita à base de muito suor é capaz de ter. Linda n’areia é o primeiro CD de uma trilogia que ainda contará com elementos de Carimbó e Xote. Você não pode perder!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Rabiscos de giz

Tema: um CD
Por: Aninha e Rosana Tibúrcio


1 Rabiscos de giz
2 No carnaval todo mundo pode tudo (ao Rafael)
3 Fuso horário
4 No pé de graviola
5 Fico com a segunda (à Nina)
6 Algodão doce
7 Sopa fria
8 Apenas que (à Laura)
9 Rasgaram meu paletó
10 Uai, Minas Gerais
11 Pra dar liga (ao Taffarel)
12 Café com chocolate
13 Para não cair da cadeira
14 Algo diferente no ar (à Rosana)
15 Fronteiras do quintal

Ai genteee estou tímida.
Pedi para Tia Rosana escrever no encarte do meu novo trabalho (hihihihi – sim, já é o meu segundo disquinho e esse é o que eu mais gosto) e abaixo transcrevo o que ela disse sobre “Rabiscos de giz.”
Agradeço à LauReis pela cessão da foto; ao Carlinhos meu irmão por escrever lindamente o titulo do CD em cima da foto linda. Gratidão eterna aos amiguinhos do Guaraná, a quem eu chamo de Tia e Tios velhos só pra disfarçar o carinho verdadeiro que sinto por vocês, pois me inspiraram a escrever canções sobre as zoações mineiras. A cada um de vocês dedico uma canção.
Com vocês, Tia Rosana.   

O CD “Rabiscos de giz” de Ana Jatobá acentua o valor da verdadeira amizade entre os homens. Apesar de ainda criança, Aninha – como gosta de ser chamada –, demonstra, por meio de suas canções que a harmonia entre bolivianos e acreanos; acreanos e nordestinos; acreanos e mineiros pode existir independente de compra de estado, ocupação nordestina ou zoação mineira.
Ao utilizar a flauta de pano e o charango, instrumentos musicais bolivianos; o saxofone e o violoncelo, instrumentos utilizados na Escola Acreana de Música onde Aninha estudou dos cinco aos seis anos; a viola e o violão que Aninha aprendeu a tocar assim que chegou em Minas Gerais; a mais linda cantora mirim realiza uma mistura de sons e canções capazes de agradar crianças, jovens e adultos. Pensantes. Sim, as melodias de Aninha despertam a alegria e o entusiasmo; as letras aguçam a memória e a reflexão de quem ouve esse trabalho; trabalho de gente grande, por isso Aninha e os músicos que participaram do disco terão sempre o meu aplauso.
Rosana Tibúrcio 

Uma linda quinta-feira para todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há lançamento de mais um CD. Esse está um sonho, de tão lindo!!!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Encontro


Tema: Um CD
Por: Nina Reis



Guaranetes é um grupo musical totalmente eclético.
Mineiros de nascença e coração os cinco integrantes cantam, dançam, recitam e fazem até stand up.
Puro glamour.
Seu primeiro CD é intitulado Encontro e tem participação especial de Caetano Veloso, Marisa Monte e Maria Gadú.


1 – minha comunicação
2 – vamos cantar
3 – versos e rimas
4 – pura correção
5 – tecnologia
6 – “redatando”
7 – na cordinha
8 – amigos para sempre
9 – vida de aninha
10 – urso polar

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

De tudo quanto é lado

Tema: um CD
Por Laura Reis


capa do CD do outro lado




CD: do outro lado
Banda: daqui

1.      quando o vento sopra
2.      do outro lado
3.      repito e revejo
4.      junto
5.      o que havia entre nós
6.      mão no queixo
7.      a última vez

daqui é uma banda composta por várias faces do Brasil (só não tem do Acre, ainda): um de Olinda, um de Porto Alegre, uma de Belo Horizonte e dois de Santo André.
E não é só a quantidade variada de naturalidades que difere essa banda não, os estilos compostos em cada música, em cada letra é de uma infinidade incrível: tem MPB misturada com Soul e xilofones compondo muito bem com baixos e guitarras.
Falar ou ler sobre daqui pode parecer estranhíssimo e não parece fazer muito sentido.
Assim, recomendamos, urgentemente: ouça.

sábado, 1 de setembro de 2012

Carta para a Lua

Tema livre
Por Rafael Freitas


Bom dia, Dona Lua. Como vão as coisas por aí?
Estou bem, obrigado.

A sra deve estar pensando: Esse rapaz ficou louco, porque o Correio não chega até aqui. Ora, ora. Email existe para quê? Encaminho com cópia para São Jorge, porque vai que sua caixa está cheia, né?! Afinal, não acredito que eu seja o único a ter vontade de te mandar um recado.

É que ontem eu ouvi uma coisa muito engraçada. Fiquei intrigado. Vim tirar satisfação. Ouvi dizer que a lua cheia não é tão boa, não. Apesar de linda, como estava ontem. Olha, se me permite: ontem você estava bonita demais! Que São Jorge não se zanque comigo. Era dia de festa aí? Estava usando sua melhor roupa, é isso??? E que poder é esse, que as nuvens te obedecem e deixam o céu pintado todo de negro, e só você reinando? Você só manda nelas quando da lua cheia, só pode. Porque, na semana passada, você estava lá, escondidinha entre aquelas nuvens tão carregadas, só para te fazer pirraça. Ouvi um garotinho, dois ou três anos, que te admirava dos degraus da porta de casa dizer sabiamente para a sua mãe: É que ela já foi dormir, mãe.

Agora, vamos! Diga: que história é essa de influenciar o comportamento das pessoas? Que seja com as marés, com a lavoura, vá lá! Agora, comigo, não! Não te dou esse direito. Disseram que é sempre na lua cheia. Gente que perde o sono, gente que se irrita, gente que se enche de si demais. E tudo isso, para quê? Para minguar depois, na maior tristeza, sem nada de novo, Nova, e seu sorriso que vai ficando crescente?

Caso verdade, pare com isso, por favor. Não quero me decepcionar com você. Já são muitas as pessoas falsamente bonitas que nos decepcionam por aqui, pensei que aí em cima podia ser diferente.

(Agora que já somos íntimos, me conta uma coisa! E esse São Jorge? Vocês tem um caso mesmo ou ele só mora por aí? Tem gente que diz que vê certas coisas... Eu nunca vi. Mas, se depender do romantismo que você inspira, paixão é que não deve faltar, hein!)

Ficamos assim, então. Um dia pego um foguete e te faço uma visita, combinado. Até lá, pode continuar entrando em casa pela janela do quarto.


Abraços do seu admirador Rafael Freitas