Tema: Confidências
Por Rafael Freitas
Quando entrou no ônibus, já
não haviam tantas poltronas desocupadas. Pediu licença e sentou-se ao lado
daquela menina tão delicada e de nome diferente que só conhecia porque desciam
no mesmo ponto. Disse um oi e tratou de fechar os olhos para tirar um cochilo.
_ Oi!
_ Oi.
_ Tudo bem?
_ Urrum.
_ Sou lésbica.
Como assim? Ficou espantando!
Mas nem tanto porque nunca desconfiaria dela, mas porque julgava que ali não
era a hora, nem o lugar, e nem tinham intimidade para essas revelações. E
depois disso o papo era a namorada dela, que morava com a ex-namorada (oi?), os muitos quilômetros de distância e as confusões da viagem quando se conheceram.
E ele ainda sem se julgar íntimo para saber tais coisas.
Refletiu sobre. Teria ele cara
de uma pessoa confiável? Porque também teve aquele caso da menina que estava
saindo com um cara casado e podia ter contado para qualquer amiga sua, mas
preferiu contar para ele. Talvez fosse isso. Era hora de mudar de cara, então.
Não que não gostasse de parecer confiável. Sentia-se quase honrado. Mas preferia
reservar sua discrição para seus amigos mais próximos. Bem mais próximos.
Porque agora tinha que
carregar aquela informação consigo, pesando. Um segredo que não pediu para
guardar: lhe fora imposto. E que em algumas situações transforma-o em cúmplice,
traindo seus valores, enquanto fica de mãos atadas imaginando quem vai sofrer
quando a verdade vir à tona. Porque ela sempre vem, mesmo que demore.
Dali em diante, passaria a
rejeitar confidências em ônibus, filas de banco ou de supermercados. Confidências,
das amenas às mais cabeludas, seriam privilégios apenas dos muito amigos. Quem
não fosse, que procurasse outro confidente. E nem adiantava reclamar a falta de
um que o conselho já estava na ponta da língua: _Então procure um padre.
Assim.... eu devo carregar segredos da metade da população do Brasil e não acho isso tãããããão pesado.
ResponderExcluirMas, claro, isso vai de cada um.
ResponderExcluirSobre rejeitar confidências, prefiro escutá-las. Vira e mexe eu sempre ajudo alguém e, como diriam os antigos, "a gente nunca perde por ajudar".
ResponderExcluirTá certo que essa mesma frase tem N interpretações e usos que podem ser simples ou complexos, mas a vejamos apenas numa perspectiva boazinha, ok?
ResponderExcluirSobre o post, eu gostei muito da estrutura e da forma que ele começou.
ResponderExcluirDaí em diante eu achei sacanagem você achar ruim ter cara de confiável. Poxa vida, isso é um qualidade muito boa. Principalmente se você for, de fato, confiável.
Pode parar com essa bobeira de não querer ser assim.
Sobre os padres: não confio em nenhum. Nunca confiei, pra ser mais exato.
ResponderExcluirFicava me questionando o que aqueles caras tinham de tão melhor pra eles ouvirem o que fiz de errado e, com base em sei lá o quê, tomarem decisões sobre o que eu devia fazer/rezar pra ser perdoado.
Eu faço outro post nos comentários e você que é feio?
ResponderExcluirVixe!
ResponderExcluirAcabei desviando um pouco o foco do post: claro que gosto de ter cara de confiável, Brant! A questão era mais as pessoas contarem seus segredos pra alguém que mal conhecem...
No mais, pode confiar em mim, viu Gigante?
ResponderExcluirAté porque vc tá na categoria dos amigos próximos!
o Taffa já fez todos os comentários pertinentes.
ResponderExcluirE esse negócio de não guardar segredo?!
ResponderExcluirVocê por acaso é fofoqueiro???
Gente, eu falei que não guardo segredos???
ResponderExcluirE não sou fofoqueiro não, Limão! Acho muito feio isso, inclusive!
Se ele não guardasse segredo eu estaria, literalmente, fudida. Filhote sabe todos os podres das três últimas décadas de minha vinte.
ResponderExcluirEm tempo: não li o post ainda, mas li os comentários. Precisava vir aqui.
Volto depois, estou em algo interessante: senzala intelectual.
Ato falho - minha vida.
ResponderExcluirMinha vinte foi dizer que vinte e poucos anos de minha vida eu era até santa. Não havia podres. Só inocência.
Sim, eu me justifico. E você que mente?? hehehehhe
Nem sei se tenho cara de confiável .. sei que sou .. e gosto muito disso.
ResponderExcluir..
Mas entendo que é complicado ouvir confidências de alguém que você acabou de conhecer, afinal, fica difícil opinar (isso se a pessoa quiser uma opinião)
Num sei por que meteu um padre no meio da história, mas né?? rs
ResponderExcluirNão vou dizer o que penso, senão revelo meu post de quinta.
ResponderExcluirMe aguardem.
Ou não.
Ahhh, aposto que essa menina não te viu "pulandinho" enquanto conversava, só sentadinho no ônibus. Porque pulando não sei se confiaria. Parece um maluquinho.
ResponderExcluirPronto, destruí a pessoa!!
É o MEU JEITINHO!!!
adorei a discussão de relacionamento feita aqui.. é lindo
ResponderExcluirjá dizia renatão, meu brother:
ResponderExcluirse você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo.
quando ela disse isso você devia ter dito: e eu também!!11 não, assim, gay, não lésbica, hehe você entendeu né..
ResponderExcluiraí ela ia ficar sem graça e não contava mais nada.
;)))
esses dias vi rolando um link aí nas nets dizendo que as pessoas que ficam vermelhas com facilidade são mais confiáveis.
ResponderExcluirportanto: CONFIEM NI MIM