Tema: Um álbum, um conto **
Por Rafael Freitas (com participação especial de Meio Desligado, do Kid Abelha)
Deus é testemunha.
Alice, sempre tão sincera,
sempre esquecendo-se do nosso amor, partiu sem deixar nem mesmo um bilhete
curto.
Gosto de ser cruel, é verdade.
Nas nossas brigas, era capaz de chorar, ser ridículo até não aguentar. Mas tudo
era pra chamar sua atenção.
Como eu quero voltar no tempo!
Se este fosse um desejo realizável, faria tudo diferente: seríamos cada um por
si, ela por mim e mais nada.
Por que não eu? Não sou
perfeito, mas quem é? Digo isso com a cara mais lavada enquanto ela,
provavelmente, cai no sofá, vinho à beça na cabeça... Eu que sei com quem
poderia estar. De ciúmes, eu me viro do avesso.
Seu espião veio me procurar.
Sim, ela contratou um espião para me bisbilhotar. Não entendi o porquê. De
repente tornou-se ciumenta ou era apenas precaução? Ou mais um viés daquela sua
personalidade controladora?
Eu tive um sonho com ela. Eu
jogava meu corpo em cima do seu e ela me dizia: _ É o que devemos fazer, não
temos que ter medo.
O beijo parecia real. A
língua, a saliva, os dentes. Mas meus olhos abriram. O telefone tocava sem
parar.
Cristina. Só podia ser Cristina.
Problemas no escritório, precisavam de mim e era urgente. Desci as escadas correndo, ajeitando a camisa.
No meio da rua, vejo uma moça que
passa fazendo cara de santa. Ela me faz lembrar de Alice, aquele nariz empinado
desafiador, mas cativante; aquela sua postura de quem se basta sem sentir nada.
Nada por mim nem por ninguém. O resto do dia pensei em Alice. À noite, já em casa, fui perseguido por lembranças que me fizeram perceber que ela não é capaz de cuidar do que possui. Certa
vez, sorriu e me propôs que eu lhe deixasse em paz. Me disse vá e eu não fui. Como
já estava decidida, me deixou sem levar nem mesmo seus livros, CDs e DVDs
favoritos.
Grand Hotel, Casablanca, E o
vento levou. Os romances
empilhados na estante me fazem refletir... Qual o segredo da felicidade? Será
preciso ficar só pra se viver?
Solidão, que nada, concluo. Viver
é bom! Com o tempo um novo amor aparece. Então uma melodia entra pela janela do
quarto.
* Trecho de Como eu quero.
** Escolha um álbum e utilize cada música dele para iniciar um parágrafo de seu conto. Meio desligado foi escolhido por ser um dos primeiros CDs que comprei, há uns 20 anos, e ainda ouço sem pular nem uma faixa!
eu amo essas músicas demais: nada por mim, grand hotel... eu amo grand hotel. amo quase todas. delícia de post
ResponderExcluirsdds paulinha toller que jamais envelhece
ResponderExcluirtanto que dá raiva.
ExcluirEla veio aqui na Borda, gente. Ela é linda demais.
Excluir"eu me atirava nua pra te daaaaar"
ResponderExcluirrisos eternos
hihihihih
Excluirhahahahaha
ExcluirNão consigo não lembrar disso quando ouço essa, gente! hahaha
por que isso? sou inocente
ResponderExcluirdo eu me atirava nua pra te dar. Eu ri de hihihihi e achei que tinha perguntado, mas não.. affe
Excluirce num lembra desse caso roro?
Excluiruai, acho que não
ExcluirO Marcelo, meu irmão, cantava desse jeito, mainha. Mas não como uma paródia. Ele acreditava realmente que a letra era assim! hahahahah
Excluirahhhhhhhhhhh genteeeeee!!! de fato imaginei que pudesse ser algo do tipo meu ia i aôô... mas tinha me esquecido de quem, como era e tal. AFFE!
Excluiragora sim.
ResponderExcluirque nem com mustapha, Cristina me fez rir um pouco
NÉ?
Excluirhaha
e tadin se quem ama alice né
ResponderExcluirO QUE SEI é que houve um tempo em que eu tinha rejeição ao "hummm, eu quero você, como eu quero..."creditam? E confesso, também, que não conheço esse álbum por completo e penso que prejuízo foi/é meu, porque esse povo era bom demais. "Kid abelha e os abóboras selvagens" quem lembra?
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