Tema: verdades secretas
Por Rosana Tibúrcio
Nunca gostei muito de discussões e, muito menos, de revelar ódio
gratuito ou nem tão. Ainda mais se essas posturas forem públicas.
Quando mais nova não entrava em brigas, sobretudo as
corporais, porque era muito medrosa. Medo de apanhar sim!!! Confesso!!! Então, minha
arma era enfiar o dedo no olho do meu oponente. Literalmente. Às vezes vencia
com essa. Algumas vezes não.
À medida que fui crescendo, fui substituindo o desejo de uma
briga efetiva, de uma provocação odiosa, pela rispidez e azedume nas respostas
que dava e, ainda, dou. Paciência sempre me faltou. #façorimas.
Da meninice, passando pela adolescência, juventude e fase
adulta, continuei sendo ríspida sim, mas com classe, pois o que falta em quem
discute, odeia e briga em público, é classe, não é mesmo? Será?
Me pego muitas
vezes pensando nisso, me autoanalisando a fim de entender a verdade secreta
existente por detrás dessa minha aparente postura de gente vergonhosa, sensata
e que jamais será apontada como “Rosana é uma mulher que briga e discute em
público”; “Rosana é uma hater.”
Escolhi dizer hater porque é a palavra usual desse mundo virtual em que
vivemos, que frequento e gosto. E nesse lugar tenho a mesma postura: fujo das
discussões em público, mas sou ríspida e sem paciência, com quem me torra o
saco. Bonito não é, mas dá uma enganada.
Em contrapartida, fico sempre no meu canto
quando ouço, vejo ou leio algo de que não concordo ou acho pavoroso. Ir em rede alheia para dizer que penso diferente, que discordo de tudo que o outro pensa? Jamais!
Mas sabem minha verdade secreta? Tenho vontade de ir no instagram e xingar aquele idoso que afirmou ser gripezinha o COVID19, que morreriam
velhinhos, como se ele não fosse e como se velhinhos fossem menos que os jovens.
Mas né? Não vou. Não vou porque ele tem filha que respeito e admiro. Não vou
porque não tenho peito para ser apontada como hater dos comentários virtuais. E
agora, que acabei de ler uma notícia sobre um casal de youtuber que acabou de
devolver um filho, adotado em 2017, porque ele era “autista demais”, minha
vontade é ir lá nos posts deles e xinga-los de todos os nomes que sei, em
português, e aprender outros tantos em inglês. Mas né? Sigo plena sem escrever
um “a” do que não considero ser ideal a uma mulher que não gosta de espalhar
ódio nem provocar uma discussão. Sobretudo em público.
Vontade não me falta, mas haverá sempre alguém para fazer esse papel que, por vezes, sinto vontade de desempenhar. Quem nunca???
Vontade não me falta, mas haverá sempre alguém para fazer esse papel que, por vezes, sinto vontade de desempenhar. Quem nunca???
Um lindo restinho de
quinta-feira para todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo
diferente no ar e hoje há essa, não tão linda, minha verdade secreta.
Desculpaêêêê!!!
"sobre um casal de youtuber que acabou de devolver um filho, adotado em 2017, porque ele era “autista demais”"
ResponderExcluirTô inconformado com isso, não tinha visto ainda!!!
Apoio sua postura, mainha. Sensatez que chama, gente.
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