Tema livre
Por Rosana Tibúrcio
Não sei vocês, mas estou tentando: tentando não surtar
comigo, com o excesso de vídeos e mensagens chatas do Covid19 – mas surtei,
confesso – além da imensidão de lives e posts nas redes; posts estilo "19º dia de
isolamento", sendo que esse 19º dia aí diz respeito ao meu tempo isolamento.
Sim, último dia que saí de casa foi 18 de março. Fui ali, num
supermercado, na tentativa de comprar tudo que precisaria para um mês. Comprei
tudo? Claro que não, né?! Como ser organizada em lista com uma pressão
psicológica pairando sobre minha cabeça?
Passei bem mal nos primeiros dias do isolamento. A vontade
era não fazer nada, mas não fazer NADA, dormindo. E como ter sono por 24 horas?
Nem sei!!! Ainda bem!!!
O pior dos primeiros dias não foi só o fato da novidade, foi
a ausência de job*. Em vinte anos de consultoria acadêmica, eu nunca havia
ficado sem trabalho. Não falo aqui do tempo que parei para umas férias –
necessito – e para me recuperar, nos últimos quatro anos, das cirurgias que fiz
num olho (duas) e ouvidos (três), além das duas dengues. Como me imaginar sem
trabalhar e, consequentemente, sem grana, e usar o tempo disponível para cuidar
do serviço de uma casa que é uma coisa que não amo fazer? Nem nos meus piores
pesadelos eu imaginei algo parecido. Mas passei por esse primeiro grande
perrengue, minhas gentes!!!
Como? Tirei minha bunda da poltrona e resolvi divulgar meu
trabalho. Foi bom, colhi alguns frutos. Estou terminando um por agora e, graças
a Deus, tenho outros me esperando. Bom, né?!
Só que aí eu fiquei sem tempo para a casa e, do nada, de cá
do computador olho para o lado e penso: putzzz, preciso limpar a casa; tenho
que fazer almoço e arrumar cozinha; preciso lavar roupas. Tô achando ruim???
Não, mas confesso, estou exausta!!! O corpo dói e a cabeça não para de pensar.
Admiro as mulheres que chegam do trabalho e vão cuidar de casa, roupas, filhos,
marido. Heroína que fala???
E eis que na terça-feira, em meio a esse caos e muito, mas
muito cansaço, o meu filhote Rafa nos pede uma foto de perfil – parece que para
substituir a do nosso perfil do blog, até agora não vi nada sobre – e o que eu
faço depois de reclamar que não tenho foto boa? Vou lá no meu quarto, boto uma
blusa da cor linda de minha paleta, passo um batonzinho – que ficou borrado, eu
sei – um pozinho no buço, um pente nos cabelos que, graças a Deus estavam
limpos e lindos, e tiro umas fotos. Escolhi essa lindinha que está no post e
pronto... mudei meu astral, pouco atrasei no job da vez e até me esqueci, por
uns bons minutos, do Covid fdp. É isso!!!
E hoje estou aqui, aproveitando que o tema é livre e dizendo
tudo que me vem à cabeça, sem me preocupar se está coerente ou não. Afinal, como
ser coerente em tempos de pandemia, de isolamento e saudade**??
Uma linda quinta-feira para todos vocês, minhas gentes, pois
nas quintas há sempre algo no ar e hoje há a morte de uma saudade.
*os mais antigos do blog dirão: ué, não é mais senzala? Não,
não é... a evolução existe e eu precisava de uma palavra para substituir a que
eu usava – erroneamente – para designar meu trabalho. Mas isso é papo para
outro post.
** saudade de tudo eu tô e estava, a do nosso guaraná tô
matando nesta semana. Feliz!!!
A incoerência textual tá liberada!
ResponderExcluirE a coerência com nossos valores tbm, né.
Multiplica os jobs, SENHOR!!!
Xô coerência, palmas para cor da paleta, palmas para o batom, para a selfie e para o esquecimento do fdp.
ResponderExcluirSei bem quando fala da exaustão e da vontade de não fazer nada, passei por isso mas confesso que nos dias que resolvi tomar aquele banho demorado, mudar o visual e tirar umas fotos, o dia ficou menos pesado.
Que possamos ter mais dias assim e que todo esse caos passe logo.
Nada fácil isso de ter que lidar com o psicológico, a casa, a ausência ou lotação de jobs tudo ao mesmo tempo agora.
ResponderExcluirO que dá pra fazer a gente já sabe: se ajeitar e ter certeza que é lindiaaaa
isso é uma verdade Laurinha
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