Tema livre
Por: Rosana Tibúrcio
Nos últimos anos foi me dando a impressão de que eu havia virado um E.T., um dinossauro, algo incomum ou em extinção.
Apesar deu sempre ter convivido com algumas pessoas extremamente deemooraadaas pra resolver qualquer coisa, parece que eu lidava melhor com essa questão, talvez pelo fato de ser uma ou outra pessoa, apenas. Agora não, o que era exceção virou regra e o normal, atualmente, é ser enrolado.
E onde eu fico nessa? Peguei um pouco a doença do século e me vejo deixando pra fazer amanhã o que posso resolver hoje. A vantagem para os que me rodeiam ou querem meus serviços ou favores é que, em geral, essas delongas são só com coisas pra mim mesma. Para os outros não, continuo atendendo bem a tempo e a hora, pelo menos me esforço para...
Mas tenho ímã, não pode. Como atraio gente enrolada e, quer saber? Tolerância zero pra isso.
Há uns três anos, mais ou menos eu imaginei ter outras gravuras daquelas que uso pra fazer significado de nomes. Comprar outras da franquia não rolava mais, tudo em dólar e pagamento à vista. Alôuuu????
Primeiramente contatei uma pessoa que sabe tudo dessas imagens e sabe muiiiito, um absurdo de eficiente. Propus um trabalho: gravura pra cá, dinheiro pra lá. Sugeri alguns temas. Que aconteceu? Nem resposta eu tive.
Depois eu entrei em contato com um colega de uma das meninas e pedi que ele providenciasse essas gravuras para o dia das crianças de 2009. Não era favor, eu pagaria, prestenção... Você fez?
Posteriormente, contatei um moço que marcou de vir aqui em casa pra combinarmos o trabalho. Ele ficou de chegar às 9 horas de um sábado. Deu 10 horas e nada, liguei pra ele e o quê? Ele estava numa festinha de criança. Havia esquecido o nosso compromisso e pediu pra marcarmos outro horário. Você marcou? Porque eu não!!!
Por fim, pedi a outra conhecida, também muito boa de serviço e que se mostrou disposta, que fizesse as danadas para o dia das crianças de agora, 2010. Você fez?
Aí, meio cansada dessa lenga-lenga e agora com micro maravilha, impressora idem, pedi à minha amiga Lu que instalasse o corel aqui em casa pra eu mesma fazer as tais gravuras. Cê instalou??
Puta da vida, hoje, em plena quinta-feira resolvi: eu mesma faço essas gravuras, sem saber porra nenhuma de corel, sem instalar programa e utilizando word, google, criatividade [?] e minha belíssima impressora.
E assim, emputecida com essa procrastinação geral e absurda, euzinha aqui já fiz quatro gravuras: do cruzeiro, de bonecas variadas, de animais e da Barbie. E vou fazer de peixinho, de palhaço, de super-herói, de porrada a quatro.
No fundo, eu também estou com essa doença do século, porque se não, já era pra eu ter resolvido isso de uma forma ou de outra. Percebi que ando procrastinando uma porrada de coisas na minha vida.
Não quero isso pra mim, sabem? O que que fiz? Ontem pedi no início da novema de Natal, com Padre Reginaldo, que Deus me desse, como Graça, ânimo, porque francamente, procrastinação, minhas gentes, contar procês: é sinônimo, pelo menos pra mim, de depressão, de minhavidataruimeaídeixotudopradepois. Podem acreditar.
E que essa Graça se estenda a outros aspectos que com o “depois eu começo”, prejudicam a mim mesma: caminhar, ir ao médico, colocar o resto de meus livros personalizados pra vender por um preço bacana e aí acabo com eles de vez e ganho uma nota...
A doença do século ainda não me pegou, graças a Deus, no que se refere a terceiros, pois se é pra eu atender alguém, com meu trabalho ou para fazer um favor, nunca deixo pra depois.
Descobri mais uma: procrastinação, seu nome é, além de depressão, sem-vergonhice. Xô!!!
Uma linda quinta-feira pra todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje há uma revolta e um desejo, também, de acabar com essa doença do século. Pelo menos de pouco dela que já se instalou em mim. Eu não a quero por aqui botando língua pra mim e me dizendo que sou tola. Vamos cuidar disso cês também?
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