Não que estejamos de férias de nossos empregos no mundo não-virtual.
Mas enquanto pudermos nos presentear com alguma mudança em nossas rotinas nessa época do ano, a gente aproveita, né?
Aproveitamos ainda para deixar registrado que nossa expectativa para o próximo bloco deste Guaraná é, além de um novo layout, uns goles de assiduidade. Nada de não ter quatro posts por semanas hein cambada?
2016 não foi fácil não, mas com amor faremos esse 2017 ser bem bom e completinho como deve ser.
Beijo e abraço apertado em cada um que frequenta esse cantinho que, mesmo um pouco empoeirado, a gente ama demais.
Em quatro semanas estamos de volta.
Até 2017!
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
Quer ser solidário?? Cê pode, mas só se os chatos permitirem...
Tema livre
Por: Rosana Tibúrcio
Ando pensando a respeito de como parte da humanidade pensa que é, de fato, solidária, mas é mais que isso, é chata; e de como, outra parte, quer ser solidária, mas não pode porque né??? Essa primeira parte aí não permite.
Eu me recordo daqueles atentados em Paris, um deles na boate Bataclan... e de como alguns brasileiras se solidarizaram, nas redes sociais, com o sofrimento das vítimas. Houve ali, mais que um atentado à humanidade, houve um atentado ao diferente. Bom, até aqui, tudo isso é sabido. O que me incomodou naquela ocasião foram as manifestações contra quem expôs solidariedade. "Os assassinatos no Brasil ninguém vê", "tantos morrem assassinados nas favelas do Rio e tem gente mudando perfil no FB?" "e os refugiados da Síria?" etc., etc. e tal. Pulo.
Mais e mais tragédias brasileiras e mundiais...e eis que chegamos à tragédia chapecoense. E nó... de uns que li frases como as que destaquei acima, dessa vez li algo como: "que lindo o que fizeram no mundo inteiro em homenagem aos jogadores, jornalistas e demais vítimas do acidente com o Lamia." Então, nesse caso, nos foi permitido solidarizar com as famílias e vítimas? E os não brasileiros que assim se manifestaram tiveram um lindo gesto humanitário, foram solidários, houve compaixão? Foi isso mesmo que li? Pulo.
Atentado em Berlim. Caminhão atropela não sei quantos. Terrorismo. Tragédia mundial. Uns se solidarizam, claro. Mas aí vem a turma do "pra isso não pode" dizer sobre e, de novo, citar os assassinatos no Brasil e, agora, a tragédia triste e duradoura em Aleppo. Pulo mais alto.
O que gostaria de saber é como se processa o julgamento desse povo em relação à compaixão alheia. Porque o meu julgamento em relação a essa turma se processa assim: caralho, vai tomar conta de sua compaixão que tomo conta da minha; deixa que me compadeço com o que quero me compadecer; o fato deu ter empatia com vítimas de uma tragédia atual não quer dizer que eu não me compadeço como outras vítimas de inúmeras outras tragédias.
Sei que não tá fácil ser a gente mesma nesse mundo atual. Inclusive eu queria mudar o pensamento desse povo que acha que tem o poder de permitir sobre o que posso ou não sofrer mais. Estaria também agindo como a turma da censura solidária? Não sei responder corretamente, mas a impressão que eu tenho é que essa minha vontade é menos invasiva do que a desse povo ditador de sofrimento alheio. Pois, me parece que essa minha vontade permitiria que outros indivíduos fossem menos invasivos, fossem mais solidários com a solidariedade alheia. Ou tô errada??
Uma linda quinta-feira pra todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há um dozinho de mim porque o calor aumentou e com ele minha senzala não rende tanto. Posso ter esse tipo de dó de mim mesma ou só posso ficar sofrendinho pelas vítimaszzzz? Obrigada. De nada!!
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
Feijoada de novela
Tema livre
Por Laura Reis
No almoço de domingo, o filho mais velho sai às pressas, com a testa franzida dizendo que precisa mesmo ir embora, sem se despedir.
A mulher, que ficou para trás com as duas crianças, olha assustada enquanto todos a encaram.
Uma tia pega na mão dos meninos e os leva para fora, onde as outras crianças brincam de pique-esconde, sussurrando "esse pai de vocês hein? nunca teve juízo mesmo".
A mãe, encara a nora questionando o que é que ela fez dessa vez enquanto o sogro retruca "a gente sabe muito bem que ele não está em sua melhor fase, né?".
O sobrinho lembra que o tio estava mexendo muito no celular e quando a irmã solta de lá o nome de uma mulher, ele completa dizendo que deve ser essa aí mesmo.
O irmão mais novo lembra que naquela semana ele reclamou que não conseguiria comprar o presente de Natal para a mulher, então deduz que era o banco ligando e cobrando o pagamento da fatura.
Mas domingo? - questiona a afilhada. Deve ser uma amante mesmo, sei lá, meu tio é tão bonitão, né?
O sobrinho mais velho tenta mudar de assunto, mas toca exatamente no nome do ex-noivo da mulher do filho mais velho e aí vem mais um monte de suposições ora sussurradas, ora ditas na lata mesmo.
Teria ido tirar satisfação com o ex? Um filho fora do casamento bateu o carro? Um amigo bêbado pediu ajuda pra pagar a conta do bar? Recebeu notificação de invasão na casa?
Enquanto todos criavam suas próprias novelas, ele abria a porta de casa e corria para o lavabo pensando que essa mania de não conseguir usar banheiro dos outros tinha logo que acabar.
Assim como a feijoada do domingo.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Bate-bola, jogo rápido - Rosana
Tema: último-bloco-de-frente-com-gabi-pense-rápido-responda-logo-ano-tá-acabando
Por: Rosana Tibúrcio
Um meme? Eu tô é passaaada!!!
Última música que ouviu? Da minha playlist do spotify “Mais tocadas no
seu 2016”: O Silêncio, com Amelinha.
Uma rede social? snapchat
Um cheiro? de tinta
Uma palavra? contínua.
O que te deixa feliz? Atualmente é assistir série de banho tomado, sem
fome, temperatura agradável e sem ninguém pra me interromper.
Planos pra 2017? Coisinha pouca: trabalhar pouco, gastar
menos, ter dinheiro sobrando, ver e ouvir melhor.
Como vai você? Ué, tô até bem e tal...
O que você queria estar fazendo agora? queria estar tirando
esse “queria estar fazendo” daqui hahaha
Uma frase pra vida? Eu vou morrer sem entender.
Uma despedida? Adeus,
5 letras!
Uma linda quinta-feira pra todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há um jeito fofis de despedir do Jôzinho Soares mesmo não sendo ele que fala bate-bola, jogo rápido, sacumé???
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Bate-bola, jogo rápido - Nina
Tema: último-bloco-de-frente-com-gabi-pense-rápido-responda-logo-ano-tá-acabando
Por Nina Reis
Um meme? Senta lá
Última música que ouviu? Trem Bala, Ana Vilela
Uma rede social? Instagram
Um cheiro? Café e pipoca
Uma palavra? Amor
O que te deixa feliz? Me dê um pote de nutella e entenderá perfeitamente
Planos para 2017? trabalhar, viajar e aproveitar
Como vai você?... Precisa saber da minha vida? Vou bem
O que você queria estar fazendo agora? Estar com um singelo balde de sorvete de chocolate e alguns cascões
Uma despedida? Beijo, tchau. Volta logo.
terça-feira, 13 de dezembro de 2016
Bate-bola, jogo rápido - Rafa
Tema: último-bloco-de-frente-com-gabi-pense-rápido-responda-logo-ano-tá-acabando
Por Rafael Freitas
Um meme? Ni gisti di mimi.
Uma música que ouviu? Olhos nus, Ná Ozzetti e Zé Miguel Wisnick.
Uma rede social? Instagram.
Um cheiro? Roupa de cama limpa.
Uma palavra? Amor.
O que te deixa feliz? Estar rodeado pelos familiares ou
amigos, comemorando, num almoço, numa jantinha ou recheando, assando e servindo
pizzas. Com muitas risadas (e cerveja?).
Planos pra 2017? Levar de leve.
Como vai hoje? Bem (só não posso pensar muito pra responder)!
O que você queria estar fazendo agora? Comendo um doce.
Uma despedida? (Mais uma, não, por favor, por enquanto não...)
Uma frase pra vida? Desencana que a vida engana! Ou "Viver
é etcétera", do Guimarães rosa.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Bate-bola, jogo rápido - Laura
Tema: último-bloco-de-frente-com-gabi-pense-rápido-responda-logo-ano-tá-acabando
Por Laura Reis
Um meme? Não entendir
Última música que ouviu? Direção, Manu Gavassi (!!!)
Uma rede social? Orkut
Um cheiro? De chuva
Uma palavra? Oi
O que te deixa feliz? Nene sorrindo
Planos pra 2017? Exercitar o corpinho né mores
Como vai você? Hoje tamo bem
O que você queria estar fazendo agora? Tomando um banho completo, demorado sem precisar secar os cabelos depois
Uma despedida? Vai não, ficae
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
Dizem que coisas boas aconteceram sim, em #2016 mááá oppps num lembro
Tema: top 5
Por: Rosana Tibúrcio
Esse 2016 teve muita coisa ruinzinha, mas láááá no 5º item destacarei uma boa.
- Tal qual Roberto Jefferson trombei com um "Dirceu" que me provocou os piores instintos primitivos;
- Roubaram meu voto pra Dilma e não engulo isso é nunca;
- Roubaram meu voto pra Dilma e não engulo isso é nunca;
- Da minha cirurgia de catarata, porque não pude me resguardar como devia, adquiri moscas volantes que ó... né possível. Como se não bastasse fui a uma otorrino pra ela me indicar um aparelho de ouvido porque não ouço bem do esquerdo, o Brasil inteiro sabeee, e sai de lá sabendo que tava com tímpano direito furado e que deveria fazer três cirurgias ou duas, e foi aí que abri minha agenda cirúrgica;
- Muita gente bacana no mundo, no Brasil, parente meu e de gente que amo morreu nesse ano de cruz-credo;
- e obaaaaa, o item bom: contar procês que hoje, primeiro de dezembro, é o último mês de 2016. Viva!!! Tá cabanu, tá cabanu.
Uma linda quinta-feira pra todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há vontade de não mascarar coisa alguma... e assumir que esse foi um ano de boxxxxta.
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
Coisas boas aconteceram, sim, eu também juro #2016
Tema: Top 5
Por Nina Reis
Foi um ano de mudança, de muito
aprendizado, de decisões, de erros e acertos, de criações, inovações e muito,
muito amor.
em destaque:
- cantinho novo (casa, bairro,
vizinhos e comércio)
- viagem delícia pro RJ
- romance
- novos atendimentos
-alguns segredinhos rsrsrs
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Coisas boas aconteceram, sim, eu juro #2016
Tema: Top 5
Por Laura Reis
2016 foi o clássico ano do 7x1, mesmo não tendo sido nele, né mores?
Mas lá no início dele eu me propus a garantir que uma coisa por dia, pelo menos, fosse anotada num belíssimo bloco de notas, para ser lembrada com carinho ao final de toda essa palhaçada.
Já posso garantir que tivemos bons resultados, mesmo faltando um mês aí pro universo nos presentear com um acerto na loteria, um pedido de casamento no meio do estádio ou quem sabe simplesmente aceitando que já teve chateação demais e que dessa vez não haverá nenhum pavê, pacumê ou e os namoradinhos, minha filha?
Em anexo, os bons destaques até esse amado novembro
> aniversário mais bombado da webmania
> um abraço apertado no Silva
> a combinação astral de férias + emprego novo
> aprender a fazer arroz?
> gilmore girls remembers
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
A louca do barulho
Tema: medo aleatório
Por: Rosana Tibúrcio
Talvez eu seja a pessoa mais medrosa que conheço nesse mundo de meu Deus, e eu me conheço muito bem, sacumé? Só que a maioria dos meus medos tem justificativa.
De cachorro, por exemplo, vai que ele me morde... e me lambe? Pavor de lambida de cachorro! Gato pode me arranhar. Rato, subir nas minhas pernas. Piscina pode me afogar. De certa altura? posso cair... e por aí vai. Explico, justifico sim, evocêqueéfeio?
Mas há um medo bem aleatório que sinto meio sem explicação. É algo bem pavoroso pra mim: tenho medo de barulho de coisas inanimadas. Nem precisa ser barulhão, no caso.
Sabe quando a água da rua acaba e volta, exatamente, naquele momento em que você abre a torneira? Aquele xáxuáxuuuuááá mei que me mata e já corri dum desses sim, confesso. E água quando começa a encher na caixa d'água? Já fui pro meio da minha rua pra ver se achava um homem pra me acudir. Não achei, chamei seu Adolfo, ele chegou, não parou de rir e, muito provavelmente, tá rindo de mim até hoje. Ah se eu pego, estraçalho aquele homem seuAdolfocuticuti. Não, eu não fico num lugar em que a caixa d'água tá enchendo e fazendo barulho, não tenho nenhuma estrutura psicológica pra tal coisa. E balde quando cai com o vento??? Portão que bate sem mais nem menos? Telefone que toca do nada? É cada susto e penso que um dia morro desse medo de inanimados.
Fantasma? Ladrão? Quase nenhum receio. Fico de janela aberta até de madrugada, vou em lugar que morreu gente, nem pisco. Mas sabe fiat? Que quando cê desliga continua o barulho?? Já tive um desses e, francamente, eu desligava o fdp, fechava a porta e corria lá pro meu quarto. Nem por reza ficava na garagem caquele barulho. Jesus, tomava conta!!!
Fico pensando sobre esse medo, tento resolver... faaaaz tempo alguém me mandou ir prum psiquiatra e tal... não fui até hoje nem foi por medo, sabia? O problema é o valor da consultazzzz mas isso é papo pra outro post, enquanto isso continuo com meu medo aleatório que é pra contar e ouvir cês tudo rindo de mim!!!
Uma linda quinta-feira pra todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há uma torneira com água da rua voltando SOCORRO ME ACODE DEUS!!!
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Medo de ter medo de ter medo*
Tema: Medo aleatório
Por Rafael Freitas
A gente pensa muito, né?!
Então.
Já pensou se você vai lá,
preparado pra dar sua aula, mas aí um bendito de um aluno do Ensino Médio te
faz uma pergunta que você não sabe responder? Isso porque, pra chegar na sala
dele, você acabou de passar embaixo daquela aranha gigante ali entre as
madeiras do telhado. Já pensou se ela cai em você?
E quando você vai cantar, já
pensou se esquece a letra ou falta o ar e aí adeus uma palavra inteira da
música? Ou se dá um branco e você esquece aquele texto que estava decoradinho e
ensaiado?
Ou então, sabe quando seu
sobrinho vem querendo brincar no seu quarto, ficar com você no computador, e
não há sossego de olhar a cama encostada na parede perto da janela que é super
alta? E quando alguém te pede pra subir no último degrau da escada e esticar os
braços bem alto que aí você consegue tirar ou colocar, sei lá, um painel ou um
cartaz? E ainda diz: _fica tranquilo que eu seguro a escada! E se, no tombo,
cair em cima da pessoa que segurava e aí serão dois machucados com uma tombada
só?
E com esse tanto de livro bom
e música boa e filmes e séries incríveis que vão surgindo sempre... Pode ser que
nunca dê tempo de ler e escutar e assistir tudo o que você gosta, já pensou? E aquele seu objetivo de vida
que nem é mais ser feliz, que esse já anda tão batido, né?!, e nem a tal realização
profissional, que isso também você tem que dar um jeito, mas é aquela coisa de
ser bom e fazer o bem e tudo? Já pensou se não der tempo?
E já pensou se você morrer sem
conhecer a França? A Grécia? A Itália? Fernando de Noronha? As mil praias
nordestinas? Aquelas grutas com laguinhos azuis espelhados?
Alias, você vai morrer um dia.
Já pensou?
Pois é. Eu penso.
Dá medo, não dá?
* Trecho da música Daniel na cova dos leões, Legião Urbana.
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Ownn.. um monte de crianç, ai.
Tema: Medo aleatório
Por Laura Reis
Quem me conhece, sabe (aquelas conhecidas..) que eu amo as
crianças. Eu amo o quão inteligente elas se tornam, como são espertas nos
primeiros meses, como são bochechudas ou massudinhas nas pernas e braços bons
de morder, como elas sorriem com os olhos e com os dentões, como elas não falam
o R direito, como elas crescem rápido, meu Deus.
Talvez o que ninguém saiba é que, quando elas estão em grupo, o único sentimento que tenho é: medo. Talvez seja pavor, mas vamos de medo
mesmo.
Passar na porta de escola infanto-juvenil às 17h30 pra mim é
um grandessíssimo desafio. Por vezes, atravesso ruas, mudo de calçada, dou a
volta no quarteirão.
Eu sei lá, elas parecem indefesas, mas eu já estive ali
naquele meio e eu sei que não são. Eu sei que elas colocam o pé mais à frente para
fazer os outros caírem, eu sei que elas não disfarçam a risada se alguma coisa
em suas direções estiver “fora do padrão”, eu sei que elas começam brigas
aleatórias do nada e que mochilas podem ser arremessadas em quem quer que seja,
eu sei que elas não se importam com o que há em volta exceto fazer um gol
imaginário, mesmo que a bola bata na cabeça de um transeunte que sempre,
sempre, sempre sou eu.
Não são nem dez minutos passando em frente a esses pequenos
bandos de crianças gigantes, mas são anos de envelhecimento adquirido por
preocupação e agonia de minha parte.
E eu nem tenho cara de adulta direito pra colocar uma moral só em existir e passar né.. Aí, sei lá, fico pensando... tadinha de mim.
terça-feira, 15 de novembro de 2016
Bem prazenteira pra passar a cozinheira*
Tema: Comida
Por Rafael Freitas
Às vezes olho para ela e
pergunto: _Como é que a senhora consegue fazer arroz pra quatro ou pra vinte pessoas
com o mesmo gosto? Ela só responde que deve ser a prática.
Fico pensando que cozinhar tem
uma coisa de magia, de alquimia. E, nas minhas elucubrações, vou imaginando
tudo de si que uma cozinheira, ou um cozinheiro, acrescenta ao prato que vai preparando, mas que não estava ali naquela receita: dedicação, carinho,
cuidado, amor. Ou até mesmo uma pitada de preocupação ou uma lágrima que escapa
pela bochecha e vai salgar a carne. Ela, minha mãe, deve achar tudo isso uma
grande bobagem.
Dona Edna, a minha Gordinha,
diz que não gosta de cozinhar. Mas lá vem ela chegando com mais uma, duas, três
revistinhas de receitas de uma banca qualquer. Bolos, salgados e tortas que ela
ainda vai experimentar um dia, ah, vai.
Não entendo essa sua história
de não gostar de cozinhar já que preguiça de fogão ela não tem. Se tem visita,
então, a casa pode até estar revirada, mas a preocupação é o cardápio de todos
os dias. Aí o filho mais novo liga pedindo lasanha, o mais velho sempre pedia
os pães recheados com carne moída, um neto que quer o "pastel amarelinho"**
e o outro que quer filé de peixe ou então arroz, feijão, linguiça e bacon. Tem
o pudim de leite condensado para a sobremesa, não falta salada para a nora, o
arroz e o feijão que são sagrados para o marido. A manga picada para a salada de
rúcula, o abacaxi em rodelas para o lombo, a feijoada, o filé de frango à
milanesa, o bife acebolado molinho e suculento que não tem segredo, ela jura, o
doce de leite, o doce de abacaxi com batata doce, o doce de coco que só é
gostoso se ralar o coco fruta, como ela diz, o sequilho, a rosquinha de nata, o
forrobodó, o bolo de todos os aniversários da família e, mais recentemente, as
massas de pizza de todos os aniversários da família.
Ela só não aprendeu, ainda, a
fazer molho branco. E, para ser bem honesto, seu estrogonofe é meio engraçado.
Mas ela sabe que é um dos meus pratos preferidos e faz especialmente para mim.
E, para mim, tem o sabor do melhor estrogonofe do mundo.
* Trecho da música A porta, de Vinícius de Moraes.
** Pastel de farinha de milho, que alguns dizem ser uma das especialidades da minha mãe.
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
Do pão de sal ao café
Tema: comida
Por: Rosana Tibúrcio
Houve um tempo em que o pão de sal com manteiga, assado no forno, reinou absoluto por muitos e muitos anos como minha comida predileta junto ao leite com nescau; depois vieram as bananas, também, assadas. E nesse meio tempo, o café frio encontrado debaixo da pia naquela cafeteira dourada.
Depois vieram o tomate com banana; a rosca de batata; o pão de queijo com café, agora mais quente, por favor.
O "lâmbedô" me fez aceitar, mais mocinha, a gema do ovo. Mas só daquele jeito: claras batidas em neve, depois batia-se a gema, o açúcar e a farinha de mandioca... e eu me sentia no céu comendo aquela iguaria. Ainda nesse tempo conheci o picolé de abacate, a vitamina de abacate e os sorvetes todos. Sorvete poderia ser amor eterno, mas uma doencinha surgida na adolescente envelhecida tomou seu lugar e né? Nos separamos.
As barras de chocolate viviam em meio a tudo isso coladinhas a mim, por décadas. Não tinha pra mais ninguém.
Ainda jovem me arrisquei provar cebola e com ela o frango caipira e o mexidão. Virou amor eterno. Cebola é vida! Cebola no almoço e janta.
A quitanda e o café, forte e com açúcar, sempre estavam comigo de manhã, tarde, noite, madrugada, dependendo do caso: bolo caseiro, café, biscoito de queijo, café, pão de queijo, uma garrafa de café. Que combinação é essa meu Deus?
Aquela mesma doencinha que me tirou o sorvete me fez conhecer o café sem açúcar. No início nos estranhamos, mas amo pra sempre, sou chique e quem é chique toma café puro. Tem um tal refluxo querendo tirar meu café, mas olha... só uma junta médica pra conseguir essa palhaçada.
E a tal doencinha me fez casar com algo que conhecia, mas não botava muita fé: legumes e verduras. Atualmente, não sei viver sem minha saladinha, com a cebola ali coladinha e com o café. Com o café? Não, o café tomo de manhã e não há Cristo que me demova dessa ideia. Café é vida! Como vida é a cebola que faz qualquer comida virar banquete.
Hoje em dia a comida representa pra mim, não o que não posso ou só o posso comer; a comida representa o que há de melhor para me manter saudável e não engordar tudo de novo, como estava há dois anos. Posso deixar de comer qualquer coisa, mas creio que de tudo que gosto e já gostei de comer/beber o café vai me acompanhar pro resto da vida e jamais será substituído. Da criança que fui, até hoje, passei do café frio pro "pelando fogo"; do com açúcar para o sem. E que ninguém invente um café sem café, por favor. Obrigada!
Uma linda quinta-feira pra todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há fome. Fome de quê?? do que vocês quiserem!!!
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
Ai que fome
Tema: Comida
Por Laura Reis
Eu sei lá, estou tão cheia nesse momento, mas tão cheia que
tudo o que eu consigo pensar é em comida. Eu penso que quando há churros,
deveria haver Fenamilho com mozão do lado. Que quando eu penso em tutu de
feijão, isso mesmo tutu de feijão, eu só me lembro da Vó Gasparina. E galinhada
só me remete às comemorações lindas em casa com a família toda se servindo no
mínimo duas vezes. Frango caipira (será que é essa a categoria?) me lembra a
tia Aparecida e a Neide, porque fazem os melhores. Se é macarrão farfalle com
tomate cereja, não tem como ignorar a Nay e o Vitão, também conhecidos como
sorvete de pistache, prazer. Nay também me lembra o caldo de feijão do Cacau. E a Nay Martins me lembra a lasanha do Antares de baixo e a parmegiana a palito do Antares de cima. Com frango surpresa, me lembro da Nina, assim como
com os petit fours. Clacla me lembra lasanha de quatro queijos da Sadia (fazer o que, né manas?), jardineira também congelada e, obviamente, arroz. Bolo gelado tem cara de Ana Amélia e pastelzinho de frango
de Ana Maria. Já os pastéis fritos me lembram a Quitandina, enquanto as
Catarinas são a cara da Elis Marina e o pão sovado, meu Deus, Vesúvio, sim.
Falando em Vesúvio, os salgadinhos de massa folhada (esfoliada!) me foram
entregues pelo Thiago uma vez. Croassonho me lembra Bianca e obviamente que uma
marmita de macarrão com batata doce é a carinha do Ferps. Chá Mate e Sucrilhos
parece que me lembra a minha vida inteira. As rosquinhas Mabel serão sempre
relacionadas à tia Nelma. Mesmo que tenha sido feito uma vez na vida e sob pressão,
não consigo não lembrar do Rafa quando penso em palha italiana. Aquele macarrão
de panela que ninguém nunca saberá fazer igual, me lembra o Paulo e nossos
tempos de Marista, o que me leva imediatamente a pensar em como a Claerrô era
um point bom durante o colegial. Melancia sempre me remete à vontade iminente
de ir morar com o meu pai apenas por saber que quando houvesse, estaria
prontinha, cortadinha e sem sementinha pra eu comer. E não se preocupe Rosaninha,
se tem estrogonofe, feijão preto, bolinho de arroz, moela e purê de batata,
café, café, café, e, agora claro claro, um monte de salada, eu me lembro de
você, sim.
domingo, 6 de novembro de 2016
We can be heroes*
Tema: Vilão
Por Rafael Freitas
O vilão é o tempo. Ou a
distância. Ou o destino, vai saber.
É o cansaço de mais uma semana
corrida no trabalho. Sua demora ou esquecimento na resposta das minhas
mensagens, às vezes. Isso me leva a pensar que talvez eu tenha falado demais. Aí,
talvez, seja eu o vilão, com uma boca grande que te levou a apagar meu depoimento
no orkut. Mas aí o vilão foi você. rs
Ou então o vilão é o fato de
que não gosto de Simpsons. Ou o fato de que você não gosta de Friends. Ou o
fato de você ter a camisa xadrez mais bonita. Ou, ainda, o fato de que você não
grava áudios no whatsapp nem no meu
aniversário.
A situação financeira, o fuso
horário, os romances, os finais dos romances, aquele perfume, piadas sem graça
e inconvenientes e a distância de novo e sempre impedindo o abraço necessário e
potencializando a saudade a cada foto de tortas e cafés em lugares incríveis
com sua presença fazendo falta.
São muitas forças do mal
tentando destruir uma amizade. Mas nós somos heróis, meu querido. Somos
heróis.
* O conhecido refrão da música Heroes, do David Bowie.
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
O vilão pode estar do seu lado*...
Tema: vilão
Por: Rosana Tibúrcio
Tem vilão de cinema, de história em quadrinhos, de crime famoso/ou não... e sei lá mais quantos tipos. Não tenho receio de nenhum desses. Tá minto, dos de crime eu tenho. Mas, pra mim, vilão perigoso ou vilã perigosa é quem carrega, dentro de si, sentimentos negativos e os espalha por onde andam.
Não sei se vocês sentem o que sinto, mas algumas pessoas têm uma energia tão negativa, algumas pessoas são tão maledicentes, raivosas, rancorosas, amarguradas que é só chegarem no ambiente onde estou que sinto o ar pesado.
Há um quê de vilania pavorosa em gente assim, cuja tarefa principal é trabalhar/espalhar o mal.
Desses vilões e vilãs tenho medo. E né pouco não! Vivo em fuga tentando escapar de comportamento vilanaz real. Tipo: dormindo com o inimigo, sacumé???
Uma linda quinta-feira pra todos vocês meus amores, pois nas quintas há sempre algo no ar e hoje há medinho de vilania. Cuide-se, o vilão pode estar do seu lado!!!
*olhando o título e cantando: o amôÔÔÔ pode estar do seu laaaadoooooooooo...
SOU DESSAS!!!
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Sua imagem
Tema: vilão
Por: Nina Reis
Por: Nina Reis
Estava ela, choramingando e reclamando pela milésima vez.
Nada estava bom! A calça parecia apertada, a blusa também. A perna toda
esburacada, era assim que ela sempre dizia. Abdômen definido? Estava longe de
ter. E o cabelo? Totalmente sem brilho, opaco.
Acordava, tomava banho, se perfumava, escovava os cabelos,
vestia sua melhor roupa e saia para trabalhar. Não havia um homem ou até mesmo
uma mulher que não parasse para elogiar ou apenas olhar com contentamento e
admiração, aquela linda mulher.
Com a correria do dia-a-dia, mal sabia ela que a voltagem da
luz do quarto era muito fraca e o seu espelho completamente mal posicionado.
Seriam eles os vilões?
Pensando bem, caso trocasse a luz e seu espelho ficasse em algum lugar estratégico, muito provavelmente nada mudaria e o vilão passaria a ser apenas sua própria imagem retorcida.
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Era uma vez uma mocinha
Tema: Vilão
Por Laura Reis
Ele sabia como aquele relacionamento era importante. Tinha
conhecidos que falavam bem do casal. Sabia exatamente há quanto tempo estavam
juntos. Estudava as mensagens que trocavam pelas redes sociais, para se
inteirar das piadas internas. Passou as férias no mesmo lugar que eles, para
sentir como era o clima e ter coisas em comum para aquela futura conversa.
Chegou dezembro e sabia que, era a época do ano que eles
ficavam abalados pelo clima. E então ríspidos e,
consequentemente, brigavam feio. Notou uma semana completa de ausência de mensagens
fofas e decidiu tomar sua atitude.
Esperou que ela saísse do trabalho, apressada como sempre,
reclamona como sempre, sentando naquele mesmo banco em que esperava o ônibus
apontar a esquina e se sentou do seu lado. “Que dia!”, exclamou sabendo que ela
sentiria uma ligação em qualquer reclamação que bradasse. Ela sorriu e ele
começou a contar cada detalhe do dia complicado (e inventado), lembrando sempre
de colocar observações como cores, trejeitos, pontuações – o fraco da moça era
a importância das bobagens.
Depois que o terceiro ônibus passou e ele viu que ela já
estava mais tranquila com o próprio dia e sentindo que tinha ali, um grande
novo amigo, despediu-se. No dia seguinte, se adicionaram nas redes sociais e
ele pode exibir finalmente todo o acervo de músicas, imagens e piadas que
sabia, ela gostaria. Dito e feito, quarenta curtidas no mínimo e mais algumas
horas de bate-papo. Deu suporte quando ela reclamou do relacionamento de anos,
com seus pequenos calos que naquela hora pareciam grandes e insuportáveis.
Sugeriu um término, mas logo emendou um “não dá pra acabar algo assim de uma
hora pra outra né?”, ao que, no calor da hora e em referência ao Barney, de
HIMYM, ela apenas disse “ok, challenge accepted!”.
Agora era a vez a mocinha ser vilã e adicionar mais um
término sem motivo à sua longa lista.
terça-feira, 25 de outubro de 2016
O paraíso são os outros*
Tema: Uma foto, um conto
Por Rafael Freitas
Tinha sempre um livro consigo. Nenhuma companhia poderia ser melhor que um bom livro enquanto esperava um ônibus chegar, enquanto viajava de uma cidade para outra ou esperava sua vez no consultório médico.
Não seria diferente quando
começou a trabalhar na escola de um bairro afastado: aqueles quarenta minutos
até a chegada seriam bem aproveitados. Reparou na colega que também tirava, todos
os dias, um livro da bolsa e ia lendo pelo caminho. Porém, com a sutil
diferença de que a cada encontro era um livro novo. E ele na meta de um por
mês.
Ali na esquina onde esperavam o ônibus, foi se estabelecendo uma rotina: o beijo carinhoso quando se encontravam seguido por atualizações literárias. Começaram as indicações de leitura, os resumos, os livros preferidos... Mas apenas nos dez primeiros minutos de viagem, porque ambos já estavam inquietos, de livros nas mãos.
Passaram até a emprestar livros um para o outro. Eles que amavam seus livros, que amavam o cheiro de livro novo, que julgavam possuir tesouros organizados nas estantes. Ele apresentou para ela seu escritor preferido. Ela apresentou para ele seu escritor preferido. Que acabou se tornando o escritor preferido dele também. Era ou não era uma bela amizade começando?
Quando ouviu boatos de que a editora responsável por alguns dos livros daquele seu novo escritor preferido iria fechar e andava recolhendo os exemplares das lojas, correu para garantir os seus. Mais algumas joias para seu baú de tesouros.
Ali na esquina onde esperavam o ônibus, foi se estabelecendo uma rotina: o beijo carinhoso quando se encontravam seguido por atualizações literárias. Começaram as indicações de leitura, os resumos, os livros preferidos... Mas apenas nos dez primeiros minutos de viagem, porque ambos já estavam inquietos, de livros nas mãos.
Passaram até a emprestar livros um para o outro. Eles que amavam seus livros, que amavam o cheiro de livro novo, que julgavam possuir tesouros organizados nas estantes. Ele apresentou para ela seu escritor preferido. Ela apresentou para ele seu escritor preferido. Que acabou se tornando o escritor preferido dele também. Era ou não era uma bela amizade começando?
Quando ouviu boatos de que a editora responsável por alguns dos livros daquele seu novo escritor preferido iria fechar e andava recolhendo os exemplares das lojas, correu para garantir os seus. Mais algumas joias para seu baú de tesouros.
Seguiu assim: livros novos na estante, amizade nova para a vida. Ouvi dizer que já marcaram até um café. A receita foi preparada por ela.
* Título do livro que aparece aberto na foto, com textos de Valter Hugo Mãe.
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
O espelho de mão e a despedida
Tema: Uma foto, um conto
Por Laura Reis
Quase sempre o que se encontrava em seu quarto eram duas portas abertas, espaço livre para as crianças correrem e os presentes todos em cima da cama, ano após ano.
Em algum momento a sobrinha mais curiosa se deu conta de que, apesar de toda aquela liberdade, havia algo que não era tão aberto assim: a gaveta da escrivaninha. Sempre fechada, descobriu aos 15 anos (quando sentiu falta do espelho que sempre estivera ali em cima), que também ficava sempre trancada. Tal qual sua boca ao questionamento do irmão sobre o que ali fazia.
Ano após ano e o espelho sempre em cima da mesa. De vez em quando o pegava para se olhar e fingir pentear os cabelos, como as princesas nos desenhos. Ria, por fazê-lo há tanto tempo e o devolvia à mesa.
Foi num domingo que, ao acordar, recebeu a notícia de que a tia havia falecido. Já estava com a saúde frágil e tinha algum tempo que as festas de aniversário se resumiam a poucos gatos pingados em volta da cama onde antes os presentes ficavam. Agora, era preenchida apenas pela tia e seus causos do passado.
Passaram-se alguns dias quando decidiu visitar aquela casa que só lhe remetia a barulho: primos correndo pra lá e pra cá, tias conversando, família rindo à beça e muitos parabéns seguidos dos melhores doces esperados por um ano inteiro.
Já no quarto, hoje tão vazio quanto qualquer canto dali, não pôde evitar a mesa. Se espantou ao perceber a gaveta semiaberta e a chave que nunca vira, meio posta. Não se aguentou e a abriu completamente. Ali, só o espelho de mão e um bilhete escrito há três semanas
Querida, sei que você virá até aqui quando eu for embora. E sei que vou embora essa noite mesmo. Espero que continue cuidando tão bem desse espelho. Há muito não consigo me ver nele.
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
Saudade documentada
Tema: caixa
Por: Rosana Tibúrcio
Caixa é o objeto inanimado mais serhumaninho que existe, pois carregado de sentimentos. Do pouco caso à alegria... há tudo dentro de uma caixa.
Há muitas caixas!!!
Tem a caixa preenchida sem muita atenção pelo encaixotador que tá pouco se lixando pra quem receberá o livro, geladeira, joia ou quaisquer presentes, afinal é só mais um dia de trabalho padronizado.
Tem a caixa de calçados utilizada na produção de artesanato ou pra guardar carretéis de linha.
Tem a caixa do eletrodoméstico que graças.a.Deus.chegou.nem.acredito.
Tem a caixa organizadora de sutiãs e calcinhas tudo.muito.bem.arrumadinho.
Tem a caixa dos gatos não.tenho.nem.teria.mas.sei.que.é.fofinha.
E tem a caixa da saudade, aquela em que guardamos fotos especiais, cartões amorosos ou nem tanto, cartas de amor ou despedidas, uma flor murcha, um recibo importante de algo adquirido há anos, fotos 3x4... Aquela caixa que nunca deve ser tocada se houver pressa. Não existe, pra essa caixa, o tal de vou.ali.rapidinho.pegar.um.trem.rapidão.
Ao abrir essa caixa é preciso mais que tempo: é preciso vontade, porque nela a gente encontra muito mais do que o motivo original e isso é sabido. Nela há história de vida: da gente e dos queridos, só dos queridos. Pessoas odiosas não têm espaço nessa caixa.
Quem não tem uma caixa dessas não tem saudade documentada. Não tem quase nada. Um dó!! Porque saudade é coisa boa; as de dentro de uma caixa, melhor ainda.
Uma linda quinta-feira pra vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há saudade numa caixa...
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
TPF AM
Tema: caixas
Por: Nina Reis
Dentro daquela caixa havia simplesmente tudo, eu disse tudo
que ela mais amava.
Fandangos de presunto, wafer triplo chocolate, saco de pipoca Yoki, sucrilhos, m&m’s, trident rosa,
bombons Chocolates Brasil, garrafinhas de coca-cola, pirulito de chiclete, pote
de nutela, muitas muitas guloseimas e besteiras que ela ama. Uma caixa
recheada de amor, muito amor, mas fora dela, xii ... fora dela apenas o estampado
da caixa em tom azul royal e um cartão pregado com fita durex.
Quando ganhou a tal caixa, ela agradeceu, achou tudo incrível e principalmente
delicioso.
Esperou a pessoa dar as costas e resolveu naquele instante customizar a caixa.
Fez arabescos com cola glitter, colou alguns adesivos e fechou a caixa com uma
fita prateada. Deu um laço e passou o cartão por debaixo.
Agora sim, ela olha para caixa e nem liga muito para o que dentro dela está,
ops, liga sim, por que ela ama aquele punhado de besteira.
Mas ela ama também o que fora da caixa está e sabendo que a pessoa não tinha
criatividade para tanto, ela foi lá e fez, por que não?
Apenas para satisfazer um desejo ainda maior de olhar para tal caixa com muito
mais felicidade.
*TPFAM
Tudo pode ficar ainda melhor
*muitos muitos anos que não coloco meus títulos assim hahahahaa
terça-feira, 18 de outubro de 2016
Um presente pro futuro, uma caixa bem bonita*
Tema: Caixas
Por Rafael Freitas
Não, não basta escolher um
presente: o cuidado com o embrulho é tão importante quanto o seu conteúdo.
Caixas, papéis de seda, laços e fitas devem ser escolhidos com o mesmo carinho
e com a mesma atenção.
Dependendo das dimensões do presente,
pode ser difícil encontrar alguma. Aí existem muitas opções de sacolas de
papéis mais reforçados, coloridos, brilhantes. Celofane transparente com papel
de seda colorido e um laço de sisal pra arrematar é sempre um bom pedido também.
Mas nada como as caixas. O objeto
fica bem acomodado, todo arrumadinho nas folhas de papel de seda branco. E
ainda podem ser colocados alguns bombons em volta, muito chique! E depois, caixas
são tão bonitas. Quadradas, retangulares, altas, baixas, lisas, estampadas, de papel
bem firme, de madeira. São um presente à parte: não é preciso se desfazer
delas, desmontá-las e colocá-las embaixo do colchão. Elas podem ajudar na
arrumação do guarda-roupa, na decoração da estante ou da bancada do escritório,
abrigando muitos lápis de cor, bijuterias, relógios, óculos, fotografias,
livros, cartas de amor, memórias.
Eu gosto de caixas. Talvez tenha
aprendido com minha mãe que qualquer caixinha já vai guardando, dizendo que é
pra guardar os brincos. Que continuam espalhados pelas gavetas. Mas as caixas
estão lá.
Gosto de caixas e tenho amigos
que gostam de caixas. Um presente de aniversário, ou de Natal, já inicia a saga
da procura pelo melhor embrulho. Tudo bem que nem sempre sai do jeito que eu
queria. Nem sempre a caixa é a mais bonita. Sem contar que na maioria das vezes
o laço fica torto!
Mas aí a caixa cumpre outro papel,
o mais importante: boto todo o meu carinho ali dentro. Faço isso para que esses
amigos se sintam amados quando virem, no cantinho da gaveta, uma caixa que eu
dei. É assim que em sinto quando olho aqui para o lado e vejo, na estante,
caixas transbordando carinho e a nossa história.
* Trecho da música Astrolábio, Alexia Bomtempo
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Mas era feita com muito esmero
Tema: Caixa
Por Laura Reis
Era uma caixa muito engraçada, não tinha tampa não tinha
nada. Ninguém podia abrir ela não, porque a caixa tinha laço não. Ninguém podia
dar de presente, porque a caixa não tinha enfeite. Ninguém podia guardar nada ali,
porque na caixa... Enfim..
Que sua semana seja melhor que isso aqui, hein? Será.
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
Então... tá bonito não!!!
Tema: sinceramente
Por: Rosana Tibúrcio
Eu me casei de óculos porque não me reconhecia sem; não me reconheço ainda. Aliás, favor me deixarem de óculos quietinha lá o meu caixão. E mando sim, mesmo mortinha. Mas não é de morte que quero falar, isso é assunto pra outro post.
Há três anos não pinto mais meus cabelos porque quis assim e sei que a aparência é algo que faz muitas mulheres dependentes. Que fossem só com a delas, né? Mas não...
Há poucos dias vi uma discussão no twitter sobre ser ou não ser livre para fazer o que se quer, para bancar vontades, crenças, desejos. Vários nomes foram citados, dentre eles o de Luana Piovani (nó, na playboy, photoshop...); de Bela Gil (churrasco de melancia, comeu placenta...) e Fernanda Gentil (nossa, com outra e só cinco meses depois de separadazzz).
Há poucos dias vi uma discussão no twitter sobre ser ou não ser livre para fazer o que se quer, para bancar vontades, crenças, desejos. Vários nomes foram citados, dentre eles o de Luana Piovani (nó, na playboy, photoshop...); de Bela Gil (churrasco de melancia, comeu placenta...) e Fernanda Gentil (nossa, com outra e só cinco meses depois de separadazzz).
Eu admiro essas mulheres que bancam suas vontades independente de opinião alheia, eu me admiro porque também banco as minhas vontades. Eu admiro as Belas, as Luanas, as Fernandas. Eu me vejo nelas porque... sinceramente? Penso que assim como eu, elas adorariam usar o carimbo: "caguei pra você que me critica." Na verdade, tenho nada a ver, também, com quem perde tempo criticando comportamento que não interfere a vida deles. Mas né, sinceramente? Que carma ruim essas pessoas carregam. Tá feio, tá bem feio!!!
Uma linda quinta-feira pra todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há uma criticazinha ao que todos nós somos, na verdade: críticos da vida alheia. Em maior ou menor grau. Bora melhorar?
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
Como não conquistar um cargo de chefia
Tema: Sinceramente
Por Laura Reis
Tem sempre aquele funcionário que concorda com tudo que todo
mundo fala. E por concordar não me refiro a não ter opinião, me refiro a
balançar a cabeça verticalmente depois de cada frase que qualquer um fala numa
reunião e transformar a linguagem corporal num verdadeiro ruído ensurdecedor.
Tem aquele outro cara que quer ser simpático demais,
prestativo demais e sempre te espera. Ele sempre deixa você passar na frente,
ele sempre dá bom dia, opa, joia, e aí, tudo bem, mesmo quando esse diálogo
nunca funciona ou nunca levou ninguém a uma conversa realmente relevante. Ele segura
a porta pra você passar enquanto pergunta como foi o almoço, sendo que vocês só
não se viram num intervalo de 30 minutos e enquanto atravessa aquela porta, não
há tempo suficiente para contar tudo o que você fez ou não fez nesse prazo.
Esse colega pode ser legal, mas pode ser capaz de transformar a educação em
incômodo.
Aí tem aquele outro que faz música de tudo o que se fala ao
redor, uma palavra solta ganha melodia, uma frase vira uma música inteira, a
caneta batuca legal e estalar os dedos é quase como respirar. Quem diria que um
dia música não fosse carinho pros seus ouvidos, né?
E ainda tem sempre aquele mais efusivo que te vê uma
vez por semana e toda essa uma vez por semana fala “nossa, mas cadê a animação,
a alegria”, “cadê o sorriso no rosto?”, “é sexta-feira, você não está feliz?” “ânimo,
gente!”. Pois esse, meu amigo... esse colega é capaz de transformar essa coisa
linda que é o sorriso em nada mais nada menos que: uma obrigação.
Mas isso é porque ainda não sou chefe desse departamento,
viu? Porque no meu mandato, meu querido... No meu mandato...
Ok, não serei eleito.
Ok, não serei eleito.
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
Desapego nostálgico misterioso e fim...
Tema: conto continuado
Por: Rosana Tibúrcio
Ouviu de longe outro toque do celular. Não, não era o celular,
era o telefone fixo. E quem hoje em dia tem telefone fixo? Há quantos anos tentava se desapegar daquele aparelho? Perdeu as contas. Não do aparelho, no caso, seu apego era com o número do telefone que tinha cinco cincos no final. Com
aparelhos nunca se apegara, já tivera dos cinzinhas comuns, de gatinho vermelho e
o atual era um pretinho vintage, maravilhoso. Pode ser que se apegasse àquele atual aparelho. Continuou ouvindo o som do telefone e seu braço não conseguia alcança-lo.
Afinal, dormia na parte de cima do beliche. Mais dormindo do que acordado, tentou novamente atender ao telefone e se viu espatifando no chão.
Acordou desesperado, olhou para o criado-mudo e, em cima
dele, havia um relógio que marcava 16 horas e um jarrinho de flores silvestres que ganhara ontem do seu crush. Aquele
lindo que, em poucas horas, descobriu a sua ligação com o passado, seu medo
de desapegar das lembranças ruins da vida, retratada na única foto da sua infância de beliches, dos caldos ralos de pés de galinha, das ruindades adultas. Aquele lindo que lhe apresentou ao novo
mundo do instagram e que, antes de dormir, lhe desejou um boa-noite carinhoso, via
mensagem direta.
Sorrindo percebeu que tivera um pesadelo.
Rasgou a foto!
Rasgou a foto!
Um restinho de quinta-feira pra todos vocês, meus amores, pois nas quintas sempre tem algo diferente no ar e hoje temos uma viajada legal... Aproveitem. Ou não!!!
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
Desapego nostálgico misterioso
Tema: Conto Continuado
Por: Nina Reis
Sem entender nada, esfregou os olhos mais uma vez, na
intenção de tentar decifrar o tal enigma.
Quem disse que conseguiu?
O ronco da barriga era mais forte que sua curiosidade.
Ignorou tal mensagem, esquentou o leite e foi devorar o pacote de biscoito que
estava pela metade, mas quem comera a outra metade?
Foi então que o telefone tocou e para sua surpresa o número estava
desconhecido, logo desligou e de imediato se arrependeu.
Como conseguir pregar os olhos com a cabeça confusa, tentando decifrar o biscoito pela metade, a
mensagem maluca do instagram e quem estaria ligando aquela hora da
madrugada.
(continua...)
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Desapego nostálgico
Tema: Conto continuado
Por Rafael Freitas
A culpa só podia ser
daquelas hashtags. Deveria ter prestado mais atenção no conselho daquelas duas
amigas: use apenas duas ou três, que sejam divertidas, não precisa colocar um
caminhão delas em dois idiomas diferentes e ainda no singular e no plural. Aff.
Mas agora não adiantava
e, naquele horário, não seria a cunhada nem aqueles dois amigos (que preferiam evitar
as habituais marcações quando as postagens eram consideravelmente
comprometedoras. Deus salve a discrição e o bom senso!). Esperou uns segundos
para o susto passar, coçou os olhos e destravou a tela. O remetente era
desconhecido, uma combinação de consoantes no nome de usuário, mais parecendo uma
abreviatura de órgão público, e uma imagem abstrata onde deveria ter uma foto. Tudo muito
misterioso, inclusive a mensagem que dizia:
_ 16h. Atrás da árvore solar. Traga as patas de galinha.
Ass: A flor silvestre que perfuma os campos.
(e continua... )
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
Desapego
Tema: Conto continuado
Por Laura Reis
O celular apitou acusando uma mensagem direta no Instagram. Quem manda mensagem no Instagram?
(continua amanhã, peraí rapidão...)
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Um seriado para... Parte 5. Não, pera...
Tema: top 5 rapidão
Por: Rosana Tibúrcio
Quer se emocionar? Veja Grey’ Anatomy
Quer rever uma série? Reveja Desperate housewives
Quer esperar ansiosamente pelo próximo episódio? Veja Homeland
Quer pegá um personagem pra chamar de seu? Veja Ray Donovan
Que se distrair MESMO? Veja Moderny Family
Um lindo restinho de quinta-feira para vocês, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há a louca das séries... E você que é feio???
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
Um seriado para ... tem nada disso aqui não
Tema: top 5
Por: Nina Reis
Se for dar continuidade aos posts, apenas falarei de
Friends, porque, quem me conhece bem sabe que foi meu único seriado da vida.
Luto eterno! Tá bom, exagero!
Esse ano prometo iniciar algum ou alguns.
Aproveito para fazer top de posts, é o que temos pra hoje.
Quer ler um texto inteligente, daqueles de sentir inveja? Leia
os posts de segunda-feira
Quer se surpreender com tamanho romantismo? Leia os posts de
terça-feira
Quer se divertir e se perder em rimas? Leia os posts de
quarta-feira
Quer uma leitura detalhada sem um errinho de português? Leia os posts de quinta-feira
Quer uma leitura detalhada sem um errinho de português? Leia os posts de quinta-feira
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terça-feira, 13 de setembro de 2016
Um seriado para... PARTE II - NÃO VAMOS FALAR DE FRIENDS
Tema: Top 5, rapidão
Por Rafael Freitas
Quer reviver dramas adolescentes embalados por muitas músicas, legais ou não? Veja Glee.
Quer ficar confuso com muitos nomes e situações políticas complexas viciantes? Veja House of Cards.
Quer esperar ansiosamente pelo próximo episódio? Veja Game of Thrones.
Quer amar OITO personagens? Veja Sense8.
Quer um seriado para assistir mais de uma vez e ainda assim ter novas perspectivas da história toda em cada episódio? Veja Sex and the City.
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segunda-feira, 12 de setembro de 2016
Um seriado para...
Tema: Top 5, rapidão
Por Laura Reis
Quer se emocionar? Veja ParenthoodQuer acompanhar altas aventuras? Veja Desperate housewives
Quer esperar ansiosamente pelo próximo episódio? Veja How to get away with murder
Quer amar um personagem? Veja Better call Saul
Que se distrair MESMO? Veja Unbreakable Kimmy Schmidt
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quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Do "bêbê"
Tema: banco
Por: Rosana Tibúrcio
A primeira vez que fui a um banco eu era bem novinha; fui pagar uma taxa qualquer. Estranho é que do valor e do quê, não me recordo, mas da sensação que senti sim e de todos os pensamentos que me vieram à cabeça: fiquei adulta; consigo pagar uma taxa; não estou me atrapalhando na fila; vou trabalhar aqui um dia.
E das filas que atualmente detesto, fiquei bem feliz naquela tão demorada, pois pude observar "meus futuros colegas": as roupas, a postura, a confiança dos gestos, o jeito de pegar nos papéis, de lidar com as máquinas de somar e escrever. E pensava mais: vou passar num concurso, não vou ter dificuldade de trabalhar aqui pois sou muito boa pra somar e datilografar. Vou ser bancária pro resto da vida, me aposentar nesse banco. Afinal, um dos melhores empregos àquela época era ser bancária daquele banco específico. O Banco do Brasil era um pai pra seus funcionários.
Quando chegou minha vez, fui muito bem atendida no caixa. Ao terminar o atendimento trocamos agradecimentos e me despedi com um "até mais colega." O caixa, de quem nunca me recordei a fisionomia, me sorriu meio espantado e não disse nada.
Anos depois, realizei aquele meu sonho e fui trabalhar no BB; naquela agência apenas quase sete anos depois. Nunca descobri quem foi o caixa que me atendeu e poucos colegas souberam do ocorrido...
Passado mais alguns anos descobri que não há pai bom em meio a tanta grana, poder, politicagem e falcatruas. O sonho de me aposentar bancária foi substituído por uma demissão "voluntária". E hoje, quando volto às filas daquele mesmo banco, sinto saudade do meu sonho de juventude, de alguns colegas, clientes e serviços... e nenhuma saudade do clima tenso que existe por detrás daquelas bancadas, mesas, terminais e cobranças.
O que sinto de mais forte nessas horas é orgulho de ter trabalhado naquele banco por mais de quinze anos e certeza de que sonho bom é sonho realizado.
Uma linda quinta-feira para todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há saudade do meu Banco querido...
terça-feira, 6 de setembro de 2016
E ser livre é coisa muito séria*
Tema: Banco
Por Rafael Freitas
Saiu do banco e caminhou para a praça de bolsos cheios.
Sentou-se num banco e observou os pombos, num vôo livre e despreocupado que era como uma alegria que ele não tinha.
_ Pois é, pombinhos. Posso ter os bolsos cheios, posso ter tudo, mas uma liberdade como essa eu não banco.
* Da música L'avventura, Legião Urbana.
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Do que não muda
Tema: Banco
Por Laura Reis
Acabara de pousar em sua nova cidade. Ficaria ali tempo
suficiente para aprender novos costumes, aperfeiçoar o sotaque há muito
perdido, conhecer gente nova, conhecer ainda mais gente nova, sentir uma
saudade danada do que deixaria para trás e se cansar mais uma vez de todo
aquele “novo de novo” que tanto buscou.
Depois de mal falar o homem que andava calmo demais para um
centro de cidade tão movimentado e observar a moça bonita sorrir enquanto
olhava o celular, sentou-se no primeiro banco que avistara, assim que pisou na
praça. Do outro lado, um menino olhando para os próprios sapatos, aparentemente
muito concentrado em alguma questão ingenuamente filosófica para sua pouca
idade.
Lembrou-se que anos atrás, lá em sua cidade, havia sido
interrompido por uma senhora de idade, num momento tal qual aquele menino se
encontrava. A velhinha lhe dizia para correr atrás dos pombos e esperar que
eles voltassem para então correr atrás mais uma vez e se divertir com isso
mesmo, em vez de ficar ali estagnado. Hoje se sentia como aquela senhora:
urgente em fazer o pobre menino cair em si e entender de uma vez por todas que
pensar demais pode nos fazer viver de menos.
Com meio segundo de pensamento, optou na verdade por não
interferir naquele momento que, mesmo ainda não parecendo, com certeza deveria
fazer parte de algum importante processo de formação de ideia da pequena mente
do menino pensante. Mas antes de se dar conta, fora interrompido por um jovem
senhor que cutucou a criança enquanto esbravejava um “Vá brincar, moleque!”.
Certas coisas nunca mudam de endereço, pensou. Que venham
novos velhos ensinamentos, então.
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
Seja assim
Tema: Escolhe um sentimento aí
Por: Nina Reis
Também escolho a felicidade.
Mesmo que em dois mil e dezesseis esteja passando o meu momento financeiro mais
difícil, isso não impede de estar vivendo o momento mais feliz da minha vida.
Moro na casinha mais linda do mundo, no “bairro” mais caloroso.
Ideias para divulgar o meu trabalho vem surgindo em abundância.
Tenho recebidos elogios profissionais, que servem de combustível para que eu
siga nessa profissão linda que escolhi.
Teve prova de amor inesquecível e ao meu lado, bom ao meu lado estão as pessoas
que mais amo no mundo.
Tem possibilidade de não estar feliz?
Mesmo com dificuldade, cá estou, com um sorrisão estampado no rosto e na luta
para permanecer com essa felicidade infinitamente.
Que assim seja!
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
O dia em que vi a felicidade passar por mim
Tema: Escolhe um sentimento aí
Por Laura Reis
Ainda não tinha me encontrado com a felicidade esse ano. Até
que me deparei com dores nas bochechas de tanto sorrir para você. Era só um
segundo encontro e nada mais parecia ser tão importante quanto aproveitá-lo. Saber
que dali a dias estaríamos tão longe, parece que me trazia mais consciência de
tudo.
Depois de conversas mais sérias, me peguei sorrindo sem
motivo, mais uma vez, e sendo interrompida por sua análise de que aqueles não
poderiam ter sido dias melhores. Também os tinham sido, para mim. Penso que
deixei claro, no fim das contas.
Daí ficamos os dois assim, com essa cara de paisagem que
ilustrava uma certeza: soubemos aproveitar quando tivemos a felicidade por
perto. E isso é raro de conseguir. E mais ainda de saber. Fomos felizes em
todos os aspectos, então. Obrigada de nada.
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
Do que abomino
Tema: artificial
Por: Rosana Tibúrcio
Alguns sabores artificiais dão pra engolir de boa. Flores e folhas artificiais podem sim, enfeitar uma sala, alegrar um ambiente. Determinados filtros dão um quê de arte em fotos. Agora, amizade artificial é algo deprimente, fedorento, que não engulo.
De amigos sazonais quero distância!!! Tenho dificuldade de lidar com esse tipo de gente e sinto que qualquer hora posso descer do salto e dizer com todas as letras: sumam da minha vida!!!! Assim, bem real!!!
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