Tema livre
Por: Rosana Tibúrcio
Ando pensando a respeito de como parte da humanidade pensa que é, de fato, solidária, mas é mais que isso, é chata; e de como, outra parte, quer ser solidária, mas não pode porque né??? Essa primeira parte aí não permite.
Eu me recordo daqueles atentados em Paris, um deles na boate Bataclan... e de como alguns brasileiras se solidarizaram, nas redes sociais, com o sofrimento das vítimas. Houve ali, mais que um atentado à humanidade, houve um atentado ao diferente. Bom, até aqui, tudo isso é sabido. O que me incomodou naquela ocasião foram as manifestações contra quem expôs solidariedade. "Os assassinatos no Brasil ninguém vê", "tantos morrem assassinados nas favelas do Rio e tem gente mudando perfil no FB?" "e os refugiados da Síria?" etc., etc. e tal. Pulo.
Mais e mais tragédias brasileiras e mundiais...e eis que chegamos à tragédia chapecoense. E nó... de uns que li frases como as que destaquei acima, dessa vez li algo como: "que lindo o que fizeram no mundo inteiro em homenagem aos jogadores, jornalistas e demais vítimas do acidente com o Lamia." Então, nesse caso, nos foi permitido solidarizar com as famílias e vítimas? E os não brasileiros que assim se manifestaram tiveram um lindo gesto humanitário, foram solidários, houve compaixão? Foi isso mesmo que li? Pulo.
Atentado em Berlim. Caminhão atropela não sei quantos. Terrorismo. Tragédia mundial. Uns se solidarizam, claro. Mas aí vem a turma do "pra isso não pode" dizer sobre e, de novo, citar os assassinatos no Brasil e, agora, a tragédia triste e duradoura em Aleppo. Pulo mais alto.
O que gostaria de saber é como se processa o julgamento desse povo em relação à compaixão alheia. Porque o meu julgamento em relação a essa turma se processa assim: caralho, vai tomar conta de sua compaixão que tomo conta da minha; deixa que me compadeço com o que quero me compadecer; o fato deu ter empatia com vítimas de uma tragédia atual não quer dizer que eu não me compadeço como outras vítimas de inúmeras outras tragédias.
Sei que não tá fácil ser a gente mesma nesse mundo atual. Inclusive eu queria mudar o pensamento desse povo que acha que tem o poder de permitir sobre o que posso ou não sofrer mais. Estaria também agindo como a turma da censura solidária? Não sei responder corretamente, mas a impressão que eu tenho é que essa minha vontade é menos invasiva do que a desse povo ditador de sofrimento alheio. Pois, me parece que essa minha vontade permitiria que outros indivíduos fossem menos invasivos, fossem mais solidários com a solidariedade alheia. Ou tô errada??
Uma linda quinta-feira pra todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há um dozinho de mim porque o calor aumentou e com ele minha senzala não rende tanto. Posso ter esse tipo de dó de mim mesma ou só posso ficar sofrendinho pelas vítimaszzzz? Obrigada. De nada!!
preguiça também de quem controla o outro, eca
ResponderExcluir*quer controlar
ResponderExcluirmas fico pensando assim, Rosaninha:
ResponderExcluiro ser humano (me incluindo aqui) tem muita muita mania de julgar, mesmo né?
e isso nada mais é que um julgamento não segurado pra si.
enfim: não é facio
ResponderExcluirSim, sim... super mania de julgar, inclusive meu post tá julgando quem julga. mas é que acho uns julgamentos tão, tão escrotos, sacumé??? rs
ResponderExcluire sim, não é fácio Não está sendo fáciOOOOOOO