Tema: Medo aleatório
Por Laura Reis
Quem me conhece, sabe (aquelas conhecidas..) que eu amo as
crianças. Eu amo o quão inteligente elas se tornam, como são espertas nos
primeiros meses, como são bochechudas ou massudinhas nas pernas e braços bons
de morder, como elas sorriem com os olhos e com os dentões, como elas não falam
o R direito, como elas crescem rápido, meu Deus.
Talvez o que ninguém saiba é que, quando elas estão em grupo, o único sentimento que tenho é: medo. Talvez seja pavor, mas vamos de medo
mesmo.
Passar na porta de escola infanto-juvenil às 17h30 pra mim é
um grandessíssimo desafio. Por vezes, atravesso ruas, mudo de calçada, dou a
volta no quarteirão.
Eu sei lá, elas parecem indefesas, mas eu já estive ali
naquele meio e eu sei que não são. Eu sei que elas colocam o pé mais à frente para
fazer os outros caírem, eu sei que elas não disfarçam a risada se alguma coisa
em suas direções estiver “fora do padrão”, eu sei que elas começam brigas
aleatórias do nada e que mochilas podem ser arremessadas em quem quer que seja,
eu sei que elas não se importam com o que há em volta exceto fazer um gol
imaginário, mesmo que a bola bata na cabeça de um transeunte que sempre,
sempre, sempre sou eu.
Não são nem dez minutos passando em frente a esses pequenos
bandos de crianças gigantes, mas são anos de envelhecimento adquirido por
preocupação e agonia de minha parte.
E eu nem tenho cara de adulta direito pra colocar uma moral só em existir e passar né.. Aí, sei lá, fico pensando... tadinha de mim.
VEM SER PROFESSORA!!!
ResponderExcluirnossa senhora consigo nem pensar nisso
ResponderExcluirGente, amei demais esse post. Acho muita graça do seu medo, desculpaêê, mas criança é coisa boa, sá!
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