quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Do pão de sal ao café

Tema: comida
Por: Rosana Tibúrcio


Houve um tempo em que o pão de sal com manteiga, assado no forno, reinou absoluto por muitos e muitos anos como minha comida predileta junto ao leite com nescau; depois vieram as bananas, também, assadas. E nesse meio tempo, o café frio encontrado debaixo da pia naquela cafeteira dourada.

Depois vieram o tomate com banana; a rosca de batata; o pão de queijo com café, agora mais quente, por favor.

O "lâmbedô" me fez aceitar, mais mocinha, a gema do ovo. Mas só daquele jeito: claras batidas em neve, depois batia-se a gema, o açúcar e a farinha de mandioca... e eu me sentia no céu comendo aquela iguaria. Ainda nesse tempo conheci o picolé de abacate, a vitamina de abacate e os sorvetes todos. Sorvete poderia ser amor eterno, mas uma doencinha surgida na adolescente envelhecida tomou seu lugar e né? Nos separamos.

As barras de chocolate viviam em meio a tudo isso coladinhas a mim, por décadas. Não tinha pra mais ninguém.

Ainda jovem me arrisquei provar cebola e com ela o frango caipira e o mexidão. Virou amor eterno. Cebola é vida! Cebola no almoço e janta.

A quitanda e o café, forte e com açúcar, sempre estavam comigo de manhã, tarde, noite, madrugada, dependendo do caso: bolo caseiro, café, biscoito de queijo, café, pão de queijo, uma garrafa de café. Que combinação é essa meu Deus?

Aquela mesma doencinha que me tirou o sorvete me fez conhecer o café sem açúcar. No início nos estranhamos, mas amo pra sempre, sou chique e quem é chique toma café puro. Tem um tal refluxo querendo tirar meu café, mas olha... só uma junta médica pra conseguir essa palhaçada.

E a tal doencinha me fez casar com algo que conhecia, mas não botava muita fé: legumes e verduras. Atualmente, não sei viver sem minha saladinha, com a cebola ali coladinha e com o café. Com o café? Não, o café tomo de manhã e não há Cristo que me demova dessa ideia. Café é vida! Como vida é a cebola que faz qualquer comida virar banquete.

Hoje em dia a comida representa pra mim, não o que não posso ou só o posso comer; a comida representa o que há de melhor para me manter saudável e não engordar tudo de novo, como estava há dois anos. Posso deixar de comer qualquer coisa, mas creio que de tudo que gosto e já gostei de comer/beber o café vai me acompanhar pro resto da vida e jamais será substituído. Da criança que fui, até hoje, passei do café frio pro "pelando fogo"; do com açúcar para o sem. E que ninguém invente um café sem café, por favor. Obrigada!    


Uma linda quinta-feira pra todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há fome. Fome de quê?? do que vocês quiserem!!! 

7 comentários:

  1. eu tenho o paladar infantil né? devo ter os mesmos gostos de quando criança.
    que conclusão complicada hein lau

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  2. fico me perguntando se haverá uma doença chatonilda que vá me ensinar novos hábitos, se eu os aprenderei por vontade própria ou se serei assim ad eternum
    fica a dúvida

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  3. Tomara que não tenha nenhuma doença, Laurinha. Deus queira. Abandone o açúcar e o refrigerante que ajuda bem... mas ao aprender a cozinhar você vai gostar de várias coisas diferentes.

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