Tema: banco
Por: Rosana Tibúrcio
A primeira vez que fui a um banco eu era bem novinha; fui pagar uma taxa qualquer. Estranho é que do valor e do quê, não me recordo, mas da sensação que senti sim e de todos os pensamentos que me vieram à cabeça: fiquei adulta; consigo pagar uma taxa; não estou me atrapalhando na fila; vou trabalhar aqui um dia.
E das filas que atualmente detesto, fiquei bem feliz naquela tão demorada, pois pude observar "meus futuros colegas": as roupas, a postura, a confiança dos gestos, o jeito de pegar nos papéis, de lidar com as máquinas de somar e escrever. E pensava mais: vou passar num concurso, não vou ter dificuldade de trabalhar aqui pois sou muito boa pra somar e datilografar. Vou ser bancária pro resto da vida, me aposentar nesse banco. Afinal, um dos melhores empregos àquela época era ser bancária daquele banco específico. O Banco do Brasil era um pai pra seus funcionários.
Quando chegou minha vez, fui muito bem atendida no caixa. Ao terminar o atendimento trocamos agradecimentos e me despedi com um "até mais colega." O caixa, de quem nunca me recordei a fisionomia, me sorriu meio espantado e não disse nada.
Anos depois, realizei aquele meu sonho e fui trabalhar no BB; naquela agência apenas quase sete anos depois. Nunca descobri quem foi o caixa que me atendeu e poucos colegas souberam do ocorrido...
Passado mais alguns anos descobri que não há pai bom em meio a tanta grana, poder, politicagem e falcatruas. O sonho de me aposentar bancária foi substituído por uma demissão "voluntária". E hoje, quando volto às filas daquele mesmo banco, sinto saudade do meu sonho de juventude, de alguns colegas, clientes e serviços... e nenhuma saudade do clima tenso que existe por detrás daquelas bancadas, mesas, terminais e cobranças.
O que sinto de mais forte nessas horas é orgulho de ter trabalhado naquele banco por mais de quinze anos e certeza de que sonho bom é sonho realizado.
Uma linda quinta-feira para todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há saudade do meu Banco querido...
ain meu cuore
ResponderExcluirforam bons quinze anos, né mai?
ResponderExcluirForam sim, Laurinha!!!! Não posso me queixar.
ResponderExcluirRevelações, minha gente!
ResponderExcluirAchei que dava um enredo de novela global bem legals.
ResponderExcluirminha vida é uma novela!!! pobre, mas é.
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