quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Saudade documentada

Tema: caixa
Por: Rosana Tibúrcio


Caixa é o objeto inanimado mais serhumaninho que existe, pois carregado de sentimentos. Do pouco caso à alegria... há tudo dentro de uma caixa. 

Há muitas caixas!!!

Tem a caixa preenchida sem muita atenção pelo encaixotador que tá pouco se lixando pra quem receberá o livro, geladeira, joia ou quaisquer presentes, afinal é só mais um dia de trabalho padronizado.
Tem a caixa de calçados utilizada na produção de artesanato ou pra guardar carretéis de linha.
Tem a caixa do eletrodoméstico que graças.a.Deus.chegou.nem.acredito.
Tem a caixa organizadora de sutiãs e calcinhas tudo.muito.bem.arrumadinho.
Tem a caixa dos gatos não.tenho.nem.teria.mas.sei.que.é.fofinha.

E tem a caixa da saudade, aquela em que guardamos fotos especiais, cartões amorosos ou nem tanto, cartas de amor ou despedidas, uma flor murcha, um recibo importante de algo adquirido há anos, fotos 3x4... Aquela caixa que nunca deve ser tocada se houver pressa. Não existe, pra essa caixa, o tal de vou.ali.rapidinho.pegar.um.trem.rapidão.

Ao abrir essa caixa é preciso mais que tempo: é preciso vontade, porque nela a gente encontra muito mais do que o motivo original e isso é sabido. Nela há história de vida: da gente e dos queridos, só dos queridos. Pessoas odiosas não têm espaço nessa caixa. 

Quem não tem uma caixa dessas não tem saudade documentada. Não tem quase nada. Um dó!! Porque saudade é coisa boa; as de dentro de uma caixa, melhor ainda.


Uma linda quinta-feira pra vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há saudade numa caixa... 

Um comentário:

  1. Inaugurando os comentários do post hahahaha
    gente... nem vou reler, porque não sou obrigada, mas parabéns, rosana

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