Tema: cicatrizes
Por: Rosana Tibúrcio
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Abandonada pela mãe, Estela foi localizada, como tem acontecido atualmente, num lixo; mas o lixo dela era de um hospital. Em meio a agulhas, seringas, vidros de soro e remédios, por pouco não se cortou, resultando cicatrizes pelo corpo.
Sua vida era mesclada de pouca sorte e alguns azares. Sorte teve com o nome que recebeu: Estela, que significa estrela e fugia da mesmice de tantas Vitórias abandonadas, encontradas e salvas, assim como ela.
Outra sorte foi que, no início da vida, recebia carinho e atenção de todos. Manchete nas TVs e jornais, mistério a ser investigado devido ao local onde foi encontrada. Se no lixo do hospital, só poderia ter vindo dali, pensavam. A própria mãe a jogara fora? Um médico, um possível sequestrador? Mas ninguém a reclamara. A mãe, por certo era a malfeitora. Concluíram.
Depois daqueles dias de zum zum zum, foi pra um abrigo e lá não recebia mais tanto carinho e atenção como antes, pois havia muitas crianças, de todas as idades e com cicatrizes iguais a dela. Sorte ou azar?
Com o passar do tempo, Estela foi perdendo o brilho e ficando, a cada dia, mais amuada. Percebeu que as crianças que caiam e se machucavam eram as que mais recebiam atenção. Os cortes feios na pele, sangue jorrando, dente quebrado, detalhes que deixariam marcas externas, pediam e recebiam atenção.
Muitas vezes, antes de adormecer, sonhava acordada que estava no hospital, cheia de pontos, fios, gentes e carinhos. Tudo ali, só dela e pra ela. Ela se imaginava com cortes grandes, muito esparadrapo, gesso, caixas e caixas de remédios e, depois, de bombons. Adormecia cheia de dor sabendo, mesmo sem entender direito, que a cicatriz na alma, aparentemente invisível, aumentava a cada dia.
Tomou uma decisão: pular do muro e cair em cima daquelas garrafas. Depois da dor, ela tinha certeza, teria a atenção das outras crianças, das enfermeiras e do doutor que era um moço tão bonito. Teria afeto exclusivo e daria os bombons pras coleguinhas. Queria apenas os abraços, os sorrisos e o tempo deles... e, depois, teria as cicatrizes pra mostrar, contar e relembrar um tempo de cuidados só com ela.
Quando abriu os olhos viu o doutor, a enfermeira, as tias do abrigo... o padre. O padre? Percebeu que perdia, ali mesmo onde adquiriu, a cicatriz da alma e, mesmo sem ver as do corpo, sorriu e fechou os olhos: feliz..
Uma linda quinta-feira pra todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há algo no ar e hoje há um projeto de história inventada por Rosana Tibúrcio, com direito a breguice, drama, exagero e blablablás...
NOSSA
ResponderExcluirGENTE, ESPERA, QUERO LER DE NOVO
ResponderExcluirNOSSA²
ResponderExcluirGENTE, DA PRA SENTIR A DOR DAQUI.
ResponderExcluirADOREI MUITO.
ResponderExcluir(caps lock pra demonstrar o quanto)
Caramba, Rosanita! Doeu em mim também a dor da alma.
ResponderExcluirtadita
ResponderExcluirmorreu a tadita da estelita, gente?
ResponderExcluiracho que ninguém nunca morreu na história do guaraná.
aninha vai saber disso e vai chamar uma daquelas estrelas mais brilhantes do céu de estela.
ResponderExcluir;)
peraí, você disse 'projeto de história inventada', repetindo: projeto.
ResponderExcluirqual parte não é inventada?
não... não conta.
;(
[por que ninguém mais postou essa semana?]
ResponderExcluirNOSSA 3
ResponderExcluirAdorei seu texto! Concordo com a Laura, a Aninha vai começar a chamar uma brilhante estrela de Estela.
ResponderExcluirNOSSA 4
ResponderExcluirque vontade de cuidar da Estela pra sempre.
ResponderExcluirMeus amores...
ResponderExcluirEu ri dos comentários condoídos com a Estelinha.
ResponderExcluirTaffa, ailoviúxuxú!!
ResponderExcluirAdoro quem puxa comentários com NOSSA.
Meninas, vocês que acompanharam o Taffa são umas fofas!!!
ResponderExcluirEu disse projeto porque achei história estranha. Comecei ontem como quem não quer nada, tentei fazer uma daquelas minhas eternas piadas, até dei uma risadinha, mas a história foi tomando um rumo triste... e deu nesse projeto.
ResponderExcluirEu fiquei com aquela fala de uma mulher daqui de Patos, na cabeça. Ela dizia, tem uma casa tipo AA, que "cuida" de deprimidos. Mas voltando... ela dizia que a depressão dói na alma, mas tanto, tanto, tanto que dói o corpo.
ResponderExcluirInfelizmente eu sei do que ela fala e quero ficar bem longe disso, pra sempre.
Helô, minha flôr...
ResponderExcluirQuero mudar o fim de minha história e acrescentar que ela virou uma estrela.
ResponderExcluirSugestões???? Quem? Grata!!
A Aninha ainda vai falar da estrelinha no céu, aguardem Karina e Laura.
ResponderExcluirBom, agora vou cuidar de arrumar uma comida pra mim e voltar à senzala.
ResponderExcluirbeijos meus amores.
Gente, tô chocado!
ResponderExcluir(ainda posso comentar depois do sumiço???)
ResponderExcluirFiquemos com essa coisa da Aninha ter uma estrela pra chamar de Estela!
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