Rafael Freitas
Tema Livre
É sempre assim que faço aquele doce, o único que sei fazer. Uma lata de leite condensado, uma colher de achocolatado e uma de margarina na panela, mexendo, mexendo... Quando começa a desgrudar, chegou a hora da bolacha: um pacote, do tipo maisena, quebrada em pedaços bem pequenos. Tem que misturar bem. E nessa hora é preciso abaixar o fogo. Eu sempre esqueço. Não sou muito bom na cozinha.
Fiz ontem. Minha mãe estava com vontade. Fazia tanto tempo que fiquei com medo de errar a receita. Ou o ponto. Eu ainda nem conhecia a poesia de Chico Buarque quando da última vez.
Foi inevitável: parece que eu via os papéis coloridos que embrulhei os doces feitos pra um amor. Reduzi as bolachas a pó para poder enrolar como eu queria: quadradinhos (e algo parecido com a forma de) corações. Primeiro papel alumínio, depois o papel colorido. Crepom verde e amarelo. E declarações de amor escritas com caneta preta. Uma para cada doce.
Foi uma surpresa boa pra esse meu ex-amor. Guardou os papéis por um tempo e ainda lembra com carinho daquilo, me disse outro dia. Mesmo agora, depois de tudo ter passado. Depois que o amor mudou o contexto.
E a canção do Chico, a que me fez procurar e me apaixonar pela sua obra, ficou brincando aqui dentro com essas memórias. Ela soava enquanto os papéis e as letras dançavam. O açúcar que usei daquela vez deve ter sido pouco. Não foi pra fazer meu amor “parar em casa”. Era para o carinho e ponto.
Não fiz o doce pra nenhum outro amor. Nem sei se tive um.
E pensar nisso tudo não me deixa melancólico, triste ou saudoso. Só me faz saber que amor pode acabar, mas seu fim não significa que ele foi ruim. É como a lembrança de um gosto de doce.
Coisas que a gente vê num filme.
Ou numa música.
Ou que acontecem dentro da gente.
Tema Livre
É sempre assim que faço aquele doce, o único que sei fazer. Uma lata de leite condensado, uma colher de achocolatado e uma de margarina na panela, mexendo, mexendo... Quando começa a desgrudar, chegou a hora da bolacha: um pacote, do tipo maisena, quebrada em pedaços bem pequenos. Tem que misturar bem. E nessa hora é preciso abaixar o fogo. Eu sempre esqueço. Não sou muito bom na cozinha.
Fiz ontem. Minha mãe estava com vontade. Fazia tanto tempo que fiquei com medo de errar a receita. Ou o ponto. Eu ainda nem conhecia a poesia de Chico Buarque quando da última vez.
Foi inevitável: parece que eu via os papéis coloridos que embrulhei os doces feitos pra um amor. Reduzi as bolachas a pó para poder enrolar como eu queria: quadradinhos (e algo parecido com a forma de) corações. Primeiro papel alumínio, depois o papel colorido. Crepom verde e amarelo. E declarações de amor escritas com caneta preta. Uma para cada doce.
Foi uma surpresa boa pra esse meu ex-amor. Guardou os papéis por um tempo e ainda lembra com carinho daquilo, me disse outro dia. Mesmo agora, depois de tudo ter passado. Depois que o amor mudou o contexto.
E a canção do Chico, a que me fez procurar e me apaixonar pela sua obra, ficou brincando aqui dentro com essas memórias. Ela soava enquanto os papéis e as letras dançavam. O açúcar que usei daquela vez deve ter sido pouco. Não foi pra fazer meu amor “parar em casa”. Era para o carinho e ponto.
Não fiz o doce pra nenhum outro amor. Nem sei se tive um.
E pensar nisso tudo não me deixa melancólico, triste ou saudoso. Só me faz saber que amor pode acabar, mas seu fim não significa que ele foi ruim. É como a lembrança de um gosto de doce.
Coisas que a gente vê num filme.
Ou numa música.
Ou que acontecem dentro da gente.
Com açúcar, com afeto.
ResponderExcluirChico Buarque
Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa, qual o quê!
Com seu terno mais bonito, você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é um operário, sai em busca do salário
Pra poder me sustentar, qual o quê!
No caminho da oficina, há um bar em cada esquina
Pra você comemorar, sei lá o quê!
Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias de quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol
Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo vai bater um samba antigo
Pra você rememorar
Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão, qual o quê!
Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado
Como vou me aborrecer? Qual o quê!
Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você.
Bom-dia!!!
ResponderExcluirAlguém quer Palha italiana???
hehe
Bom dia, rafarelo!
ResponderExcluirolha só, sempre que leio textos deste tipo, me lembro do Arnaldo Jabour.
ResponderExcluirEle escreveu algo que pra mim é a verdade pura.
ResponderExcluirachei um link:
http://frod.wordpress.com/2008/07/23/ser-adulto-arnaldo-jabor/
Adepto do niilismo, eu não creio na plenitude de nada.
ResponderExcluirSentimentos se iniciam e terminam.
e não é por causa disso que eu vou deixar de senti-los.
É a vida.
eu te conheço faz só uns dias e já vi que você é apaixonado por esta música.
ResponderExcluirhehehhe.
Que texto mais cuti cuti...
ResponderExcluirNem vou falar da imagem, vou deixar pra Laurinha comentá-la... hihihihi
ResponderExcluirresumindo: eu gostei do texto.
ResponderExcluirsó penso que sentimentos acabam mesmo...
Bom dia Rosaninha.
ResponderExcluirvocê falou que eu viajo na maionese mas eu ainda gosto de você.
Mas assim, eu adoro essa canção, mas gosto mais na voz de outras pessoas: da Nara, por exemplo.
ResponderExcluirE eu odeio o Chico por causa dessa música.
Comentários do texto? Volto depois, minha chefe diz que passei da conta em relação ao intervalo.
Filhote, hoje me lembrei de você bem cedo, lá pelas 6h20min - já acordadona pra trabalhar.¨"Tadinho do Rafa, começa tão cedinho", pensei; e de longe pedi pra Deus proteger você e seu trabalho.
Uiiii que tô sensível hoje. Ou bem, sei lá.
beijossss gerais e volto mais tarde.
Bom dia, Taffa... eu também gosto de você sempre, não ainda, mesmo cê viajando na maionese... hehehehe
ResponderExcluirbeijosssss pros dois queridos.
Nossa! O Taffa leu um texto meu e lembrou do Jabor???
ResponderExcluirTô me achando!
(Eu chego lá um dia.)
Eu já te contei que essa música é a responsável pela minha paixão pelo Chico, né Taffarilo?
ResponderExcluirEu confesso, mainha: também achei "isso" da imagem.
ResponderExcluirNa verdade, não achei uma imagem do meu gosto...
Mainhaaa
ResponderExcluirBrigado por ter lembrado de mim. Acho que se não tivesse sido essa sua prece, eu tinha surtado com um vendedor aqui.
rs
Aaaai, eu amo essa música.
ResponderExcluirCostumo colocar esse pedacinho que dá título ao post, no fim de cartas.
Tipo:
"Com açúcar, com afeto,
Clara Moriá."
E eu quero esse doce.
Ai mais que texto mais lindo Rafaaa... nosa, coisa mais boa de ler.
ResponderExcluirMelhor ainda é fazer esses pequenos carinhos pra quem amamos né?
Aiiii como diz Rosaninha... texto mais cuti cuti.
Quantos "mais" no meu comentário né???
ResponderExcluirFazer o que... o texto foi bom deMAIS.
Olá! Não posso deixar de comentar o texto de hj. Adoro cozinha e sou perita em chocolates, doces, bolos para festinhas, amigos, parentes. Mas acho que a receita que vc fez, com direito a embrulho colorido e bilhetinhos, é iguaria sem igual e que infelizmente nem todo mundo terá oportunidade de saborear um dia na vida... Texto mto bacana mesmo! abraços!
ResponderExcluirque delícia.
ResponderExcluir[de texto, de música, de doce..]
com açucar, com afeto é tema de um ds meus 675 romances frustrados.
ResponderExcluirnão pelo doce. só pelo afeto.
[/chorandomto]
quando vier aqui, faz esse doce, cheio de afeto pra gente? faz?
ResponderExcluirsó eu quem lembra da tia denise com a palavra 'afeto'?
ResponderExcluirEsse é o famoso obscuro doce que você prometeu fazer aqui em casa uma novecentas e oitenta e cinco vezes? Pô, é quase um brigadeiro com bolachas maisena. E como assim, a pessoa esquece de abaixar o fogo? E presta? hehehe brincadeirinha, eu sei que cê sabe. Mas cê sabe que eu num sei...
ResponderExcluirAdoUro isso de medo de errar a “receita”. Cê toma tenência rapá... o difícil é fazer bala de mel... hehe
ResponderExcluirGenteeeeeee, eu pagava uns dois centavos pra ver esses docinhos embrulhados nos papéis coloridinhos com formato de coração (coisaa mais ggggggggggggraciosa
Verde e amarelo, isso era um caso de amor ou algo mais patriota?
Eu Se divirto!!!
De boa, como ele tá muito romântico hoje, nem vou zoar do resto porque ficou muito cuti cuti...
ResponderExcluirE como assim essa coisa nostálgica de dizer que não sabe se teve um amor? Owww mó deuso!!!
Adorei a volta do Rafito xonado e dengoso...
Só eu mato se não fizer desse trem pra mim quando voltar, mas quero papelzinho vermelho que é a minha cor preferida...
ResponderExcluirA Priscila apareceu de novo (quero ver se aparece na quinta - ciúme).
ResponderExcluirA Clarinhaaaaa apareceu (aumentou meus ciúmes).
A Jéss querida apareceu (muiitooo ciúme, mas muito ciúme messsss)
Laurinha, eu também lembro de tia Denise por causa da palavra afeto.
fuiiiii beijossssssssssssss me liga, te amo, desliga!!!
[droga. não tô vendo a imagem. aqui não aparece]
ResponderExcluireu vou contar um negocio para vcs..
ResponderExcluireu quase morri semana passada.. e ninguem desse blog ficou sabendo
se eu morrer, vai demorar um tempão para vcs desconfiarem de alguma coisa...
desabafei
eu to passando mais tempo em alfenas na UTI, quer tem um menio, filho de uma amiga minha, muito mal em alfenas...
ResponderExcluirso passei para vcs rezarem bastante..
pq a gripo sui´na é muito feio"!!!!!
Todo mundo sente saudade de você, Paulinha.
ResponderExcluirEu também.
Muita muita!
Estou torcendo para que tudo dê certo por aí.
Grande abraço.
Já que voce deu a receita do doce vou fazer,mas jamais esquecerei de baixar o fogo.
ResponderExcluirObrigada Laurinha (minha liiiiiiiiinda sobrinha)que lembra sempre de mim.
bjos Rafa.
Isso Taffa, defende a gente.
ResponderExcluirUai, cê some geral que o povo já se acostumou, mas euzinhaaa aqui, sempre chamo; pode até ser de vaquinha, mas chamo.
Como assim, ficar em UTI com alguém Paulinha? Quem tá com gripe não precisa ficar isolado?
ResponderExcluirMas isso é assunto pra e-mail. Te mandar um.
Beijossss Paulinhaaaa
Num fique mais dodói, tá?
Denise apareceu uauuuuu uauuuu
ResponderExcluirFoi o texto seu mais lindo que já li. Emmocionante, mesmo!!! "Só me faz saber que amor pode acabar, mas seu fim não significa que ele foi ruim." ai, ai... isso tbm me deixa melancólico!!rs roubei pro twitter!
ResponderExcluirUau!
ResponderExcluirUm trecho de post meu no Twitter!
Vou ficar me achando!
Valeu, Ti!
Tipo, Clara, vou roubar sua ideia da assinatura nas cartas.
ResponderExcluirDelícia vc aqui, sabia?!
Jéssicaaaaa
ResponderExcluirComo bom noivo que sou, tenho que fazer esses doces pra vc. rs
Maninhaaaaa
ResponderExcluirEu tinha que ter feito o doce, né?!
Fica pra janeiro, certeza!
Eu sabia que alguém ia sacanear os papeizinhos pelas cores verde e amarelo.
ResponderExcluirTinha que ser a sra, né mainha?!
haha
Gente
ResponderExcluirEsse doce já é bom, feito pelas mãos da Tia Deusa e com todo seu afeto, vai ficar mil vezes melhor!
Nem me atrevo a fazer perto dela.
Paula!
ResponderExcluirQue história é essa?
Não me mata de preocupação!!!
Sim! Estamos rezando.