quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A do mês é a melhor

Tema: Jogos infantis
Por Nina Reis

É tão complicado falar de jogos infantis em uma época que quase não se vê mais crianças brincando nas ruas.
O lance agora ficou por conta dos jogos on-line e isso me faz acreditar que as crianças não são tão felizes quanto as da minha época: posso garantir que o contato físico era e ainda é primordial (pra mim).
No meu tempo, tudo era mais interessante, até as brigas das crianças conseguiam ser divertidas.
Me lembro bem de todos os jogos que eu brincava na rua com minhas amigas, meus primos, os amigos dos amigos e os amigos dos meus primos.

O tempo era maior e a diversão imensurável.

Fazíamos o que tivéssemos a fim, sem nos preocuparmos com os carros (que hoje tomam conta do mundo), com as pessoas que passavam por perto (que hoje nos causam medo), com a sujeira nos pés (que hoje é motivo de nojo) ou nas roupas (que hoje, bom, esse eu nem sei rsrs). Tudo era mais intenso.
As historinhas infantis daquela época eram as melhores. Quando não queríamos escutá-las na minha vitrolinha, me lembro bem, fazíamos encenações (sim, um teatrinho mesmo).
Os lanches eram mais gostosos. Quando não queríamos comê-los de imediato, brincávamos de supermercado (até tinha uma maquininha), ou brincávamos de escolinha, com direito a quadro negro, giz e umas bronquinhas de professora e, na hora do lanche, devorávamos os biscoitinhos (mirabel e bolacha tostines).
Ainda no meu tempo era comum as brincadeiras de roda, de pique-pega, pique duro, salada mista, queimada, três cortes, esconde esconde, caracol e muitas outras que trago guardadas em minha memória.
Me lembro que até os trotes passados ao telefone eram motivos de brincadeira. Do tipo:
- É da casa do seu Pires?
- Não.
- Então deixa eu falar com a dona Xícara.
é ... nos divertíamos mesmo quando queríamos fazer armações.
De todas as brincadeiras, uma das que eu mais gostava era a que tinha o nome: mês. Uma brincadeira simples mas que me divertia muito. Caso alguém não saiba qual é, vamos esperar a próxima Convenção Anual do Guaraná com Canudinho que eu conto pra vocês.
Afinal de contas passamos nossos melhores juntos em que, sem medo e. sem vergonha alguma, brincamos de ser feliz e deixamos a criança que vive em nossos corações nunca morrer (adoro final brega).

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Rua Francisco Fagundes, 157.

Tema: Jogos infantis
Por Rafael Freitas

Rua Francisco Fagundes.
Esta era a rua da serralheria do Seu Bruno, um senhorzinho simpático, rechonchudo, de olhos claros e cabelos muito brancos. Ele poderia se vestir de papai-noel. Era tão bom velhinho quanto aquele das renas.
Esta também era a rua da minha casa. Eu descia as escadas, passava pelo muro rosado, quase desmoronando, da casa vizinha, atravessava a rua, passava pelo bar e subia a escada escura da serralheria de seu Bruno. Sempre com uma sacola nas mãos. E ele já sabia a pergunta de cor: _ Seu Bruno, me dá uns toquinhos?

Com o sorriso bondoso de sempre, ele apontava o monte de sobras de madeira amontoado no chão, ao redor de uma das máquinas. Dizia que eu poderia pegar, mas que era para ter cuidado para não me machucar nos dentes das serras afiadas.

Eu voltava feliz para casa. Subia de novo a escada. Passava pelo portão marrom, quebrado, e espalhava os toquinhos pelo corredor. Meu irmão mais novo, Hugo, sempre brincava também. Trazíamos os boizinhos de plástico, cavalinhos, até umas galinhas de gesso saídas de um presépio antigo. Ali começávamos a construir nossa fazenda. Quadrados, retangulares, triangulares, de bordas arredondadas: qualquer forma era utilizada para uma cerca, para um curral ou um portal inusitado.
Toquinho. Era assim que eu chamava esta minha diversão.

Neste mesmo corredor, soltávamos pião. Meu pai vivia dizendo que era preciso ter cuidado para o brinquedo não voltar contra a gente. Poderia machucar.

A Francisco Fagundes também era a rua onde eu brincava de bete ou taco, de pique-esconde, de bandeira, de cela, de Changeman. Nas árvores dali, eu subia e ficava de cabeça para baixo, com as pernas enroscadas em algum galho. Foi ali também que fui atropelado por uma Brasília amarela, desbotada, quando saí correndo da garagem exibindo o caminhãozinho, também amarelo, que acabara de achar entre as tralhas.

Não tive muitos brinquedos. Meus pais não podiam comprar. Não tive um lango-lango, nem um pogobol. Nem um super massa, nem jogos de tabuleiro, nem bichos de pelúcia. Meu sonho era ter um lego. E nem precisava ser temático, não. Um balde das peças simples, sem castelos ou piratas, já estava bom. Este continua sendo um sonho.

Eu brincava com as cartas de baralho que meu pai não usava mais. Ele sempre dizia que baralho velho não serve, as cartas vão ficando marcadas. Então eu pegava as cartas e ia empilhando com cuidado, vislumbrando minha torre, até chegar lá no topo, uma carta desequilibrar e acabar com tudo! Ou então, fazia um caminho com as cartas em pé para depois derrubar a primeira, que derrubaria as outras todas.

Algumas vezes jogávamos loto ou ciclovia. Era bom: sábado à noite, a família toda no chão da sala, ou no sofá, jogando loto ou ciclovia (que tem o tabuleiro bem parecido com o que a Marina fez para brincarmos de jogo da mímica). Às vezes montávamos o ferrorama do meu irmão mais velho, Marcelo, e ficávamos observando. Mas eu gostava mesmo era de montar o trenzinho embaixo da cama, pra ver melhor a luzinha acesa da locomotiva.

Ali na esquina, na descida que levaria ao estádio, Marcelo tentava me ensinar a andar de trolinho e a soltar pipa. Meu avô, Zezito, serralheiro como o seu Bruno, ajudava a fazer os carrinhos ou a maquininha de enrolar a linha para as pipas. Nunca fiz uma pipa. O trabalho das varetas era sempre do Marcelo. E a lembrança é tão prazerosa que quase sinto o vento daquele dia: o dia do papagaio de papel manteiga verde que o Má fez para mim.

Eu não tive os brinquedos que queria.
Mas hoje percebo que peças de um jogo podem se perder, algumas podem quebrar, e que sempre haverá um brinquedo mais moderno, mais cheio de luzes e sons que vai brincar sozinho e te deixar olhando.
Entre estas possibilidades, vejo os olhinhos claros do Seu Bruno e seus cabelos brancos. Ou meu pai abrindo a porta da estante para me dar aquele baralho surrado. E estas coisas não se perdem.

sábado, 26 de setembro de 2009

Conto de fadas ultramoderno

Tema Livre
Por Taffa

Era uma vez um emo que morava na Borda. Ele era louco por listras e tinha um apetite sobre-humano por bisnaguinhas com requeijão.
Seu sonho desde criança era atuar em novelas da Globo e quando completou dezoito anos, fez um processo seletivo para trabalhar em uma temporada da Malhação.
Por infortúnio, não foi pré-selecionado, pois acabou transmitindo aos jurados muito mais do que aquela novela precisava.
- Queremos atores-robôs-adolescentes-e-inanimados. – Eles disseram.
- Então meu coraçãozinho diz que eu não posso ficar mais aqui. – Declamou, saindo pela rua afora.
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Após este ocorrido, ele caiu em profunda depressão. Encontrou o submundo do emocore e da MPB e conheceu um movimento anárquico que era conduzido por um revolucionário chamado Chico.
Arranjou novos colegas e se afiliou a um grupo de excêntricos chamado Le Bizarre, o qual passou a fazer parte desde então. A partir daí, começou a escrever em blogs para contar a sua história. E num desses blogs, conheceu pessoas fantásticas. Tão especiais, que passou a considerá-las da família e mesmo apesar da distância, o amor que ali nasceu não conseguiu mais se dissipar e continuou a durar infindavelmente.
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Esse emo também fez vários amigos. Dentre eles, uma paulistana louca por gatos que sonhava em morar no campo, uma cantora de mpb que nas horas vagas trabalhava como publicitária e um menino intrépido e chato que se achava o tal só porque tinha o nome de um goleiro famoso.
Às vezes, o emo brincava de trocar mensagens via celular com esse amigo goleiro – um fato que ele adorava –, pois toda vez que eles se comunicavam, o emo se lembrava do quanto o abraço deles era apertado e forte.
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O emo então passou a viver intensamente: ao lado de suas novas amizades, suas novas apresentações e sua nova família. E se você ainda quer conhecê-lo, basta que o encontre por aí, enquanto ele vaga por este mundão de ninguém.
Às vezes, ela cansa de ser emo e aparece vestido de bobo da corte, o que não é exatamente uma evolução, mas isso tampouco importa, pois nessas horas ele fica tão contente que costuma dizer que sente sua alma sair do corpo.
É quando realmente ele faz o que quer, pois canta, dança e interpreta.
Ele deixa seu jeito emo nostálgico de lado, porque ele divaga, ele sonha.
Ele transmite o amor que ele guarda lá dentro do peito dele.
E são nessas horas ele demonstra o quanto consegue ser feliz.
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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

D. Ruth

Tema livre

FernandaGuedes

Chegou a minha vez.
Enfim, com meu consentimento, deixaria alguém lembrar o meu passado, recitar o presente e, quem sabe, me deixar umas linhas de esperança pro futuro.
Ela não tinha aquela cara de quem faz previsões cabulosas ou quem faz mandinga nem nada disso.
Faxineira da escola da cidade vizinha, ela fazia suas consultas quase que por hobby e, sendo assim, me pareceu confiável.
Numa despretensiosa sala de aula decorada com o quadro negro e armários, ela me esperava sentada numa daquelas carteiras mesa-cadeira, que são ótimas pra tirar cochilo nas aulas chatas.
Nos cumprimentamos de forma tímida e eu me sentei em sua frente e logo começamos a sessão. Ela olhou pra mim e pra palma da minha mão direita e disse: Seus pais são separados.
Penso que, tendo dito algo que não fosse verdade eu já teria logo pensado porque resolvi fazer aquilo e em como eu estava perdendo, tanto, o meu tempo.
Mas não, ela me olhava nos olhos com aquele ar de compaixão e dizia o quanto eu tinha passado maus bocados por conta dessa separação e, então, só me restou jogar no chão toda e qualquer armadilha que tinha colocado em mim, até ali.
Ao fim da sessão trocamos endereços e durante um ou dois anos trocamos algumas poucas cartas. Ela me contava de sua vida de quase aposentada e eu lamentava algumas coisas da minha adolescência.
O tempo passou e eu não morri com dezessete anos [tá, ela não disse isso, mas minha linha da vida ia só até ali]. Lembro que no meu aniversário de dezoito eu não pulava de alegria porque podia beber cerveja, frequentar festas loucas ou tirar minha carteira de motorista, mas comemorava porque minha linha da mão estava só incompleta, só isso.
Sem contar que ainda não tenho filhos. E, segundo minha querida profética do colégio, eu terei uma dezena. [Será?]
Eram poucas as coisas que ela disse e que me lembrava, até mesmo no dia seguinte, mas a questão do pais separados mexeu demais comigo e me faz pensar sempre se cada risquinho desse em minha mão realmente quer dizer algo, se desde meu nascimento meu destino está ou não traçado e mais um monte de se’s por aí.
Lembro sempre dela e do quanto queria voltar lá em sua cidade, pra dar um abraço e dizer como gostei de conhecê-la e de me livrar daquela armadilha toda. E agora, posso dizer, acredito um pouco mais nessas profecias que existem por aí, em horóscopos e em combinação de signos que sempre me fazem dar uma risada ou que me deixam com um ponto de interrogação estampado na testa achando absurdo ou super certo.
E não, eu não me importo com os erros cometidos, com as previsões furadas. Porque até mesmo eu, que deveria me conhecer completamente, tomo atitudes que, segundos depois, me espantam. Nem eu sei traçar planos pra mim direito.
Que dirá ela, uma faxineira de colégio que só tem o coração bom e aquele dom de passar compaixão e confiança só no olhar. Que dirá ela..

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Como tudo começou

Tema livre
Por Paulinha

Hoje em meu post terei que corrigir a querida Rosaninha: tudo não começou em 1983.
Na verdade, começou um pouco antes no ano de 1978: quando Joaquim Carlos casou com Edna Maria.
Logo no ano seguinte, nasceu o primogênito dessa dadivosa família. Foi lá pelas bandas de 1983, no auge das discotecas, da novela Dancin’ Days, das Frenéticas e das calças bordadas com paetês. Era o apogeu dos anos oitenta. Nesse cenário de rabos de cavalo torto, muito som, muita festa, nasce Carlos Rafael de Freitas, que mais tarde iria se transformar no famoso Rafáh Freittas, artista completo, contemporâneo, cheio de requebrado. (Com essa descrição os desavisados quase acharam que o Rafa fundou o grupo de axé music: É o Tchan!).
Eu posso não saber fazer uma linha do tempo da vida do Rafa, a minha descrição acima está repleta de lacunas. Não estive do lado dele quando perdeu os dentes da frente, nem quando começou a ler e a contar, e quando trocava o L pelo R. Não estive presente quando cantou sua primeira canção, nem quando abraçou o Papai Noel e, muito menos, comi algum bolo de seu aniversario. Não o vi na formatura do magistério, nem quando começou a usar roupas góticas (tá, isso você não fez).
Mas se olhar mais de perto, depois que Rafa entrou em minha vida, posso dizer que chorei junto com ele quando seu sobrinho nasceu, dei muitas risadas na sua festa de 1 ano (do sobrinho!). Dançamos na festa da Borda. Viajamos juntos! Dançamos nos carnavais. Fizemos muitas jantinhas. E o mais importante, construímos um amor que cresce cada vez mais.
Que vida mais completa.
Rafa é dessas pessoas com trajetória de vida marcada, nasceu com o signo do sucesso.
É fundamental para seus amigos e imprescindível para seus familiares.

Rafa, eu te amo!!

E para finalizar o post, algo bem anos 80:
De hoje para sempre... Rafa.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Inferno astral.

Tema Livre
Por Rafael Freitas

Inferno astral é o período de um mês que antecede a data de aniversário de alguém.
Pelo menos é o que dizem por aí.

Deixa eu lembrar o que me aconteceu neste período...

_ O Le Bizarre fez uma apresentação muito bacana no Conservatório;
_ Ri com o sobrinho mais lindo tentando colocar meu nariz de palhaço;
_ Tive fins-de-semana ótimos na casa da família Rocha;
_ Fui a uma festa dos anos 70 com os melhores amigos (com direito a dançar muito e a rever um professor querido da época da faculdade);
_ Conheci pessoalmente a Silmara Franco;
_ Encontrei amigos que não via há muito tempo e brincamos de “Eu nunca”;
_ Me diverti ao som de "Hush Hush", observando pessoas dançando, sorrindo e flertando (com caras de assustar e não de conquistar. haha);
_ Falei com a Nina por telefone enquanto procurava um lugar pra comprar PÃO;
_ Troquei muitas mensagens com meu amigo-goleiro e torrei TO-DOS os meus créditos falando com ele na véspera do meu níver;
_ Recebi uma surpresa organizada pela mainha Rosana: o post de domingo feito pela Raíssa, do Le Bizarre;
_ Pratiquei novas formas de sexo (ahn?);
_ Entrei em joguinhos de amor (há que se ter cuidado, mas é bom pra sentir o coração bater);
_ Fiz uma apresentação no repertório, no projeto Terça Maior, com meu amigo Marshal, canções do Milton e do Chico Buarque no repertório, que [mesmo sem ensaio] foi muito bacana;
_ Fui a um [ou chorei num] show do Milton Nascimento;
_ Ganhei um CD da Elis e um da Maria Rita de um novo amigo;
_ Fui convidado pra atuar em um curta;
_ Aprendi a brincar de twitter...

E por aí vai.

Penso: se isso foi o Inferno Astral, como será meu Paraíso Astral?
Tentem não sentir inveja, por favor.

Forte abraço!
Rafa (agora com 26).

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Aconteceu em 1983

Tema livre
Por: Rosana Tibúrcio

Penso que algumas informações sobre o que ocorreu em 1983 são relevantes pra que a gente entenda melhor o Rafa, o Meu Filhote. Vide imagem abaixo (morram de inveja, moçada).

Ilustração de Heitor, irmão de Laurinha e Marininha

O ano de 1983 não foi um ano bissexto, bom informar. Também esse trem de bi não rola muito na vida de quem sabe o que quer: ou é ou não é. Então, Rafa não é um amigo biótimo, por exemplo, ele é ótEmo e pronto (tá, a piadinha foi rEdícula, mas eu juro, me esforcei).
Sabiam que Marlene Matos começou a trabalhar com a Xuxa nesse ano? Anotem! É um dado imprescindível à compreensão do porquê “doce, doce, a vida é um doce”, depois que o Rafa veio ao mundo.
Em 1983 aconteceu a hoje tão famosa “profecia dos Trapalhões”, alguém já ouviu falar ou leu a respeito? Se não, aqui cês encontraram algo.

A área musical foi bastante fértil em 1983, sobretudo para as bandas: Capital Inicial, Sepultura e Titãs foram criadas nesse ano; Paralamas do sucesso e Kid Abelha lançam seus primeiros discos.
Além desses fatos que eu citei acima vou contar, mês a mês, alguns detalhes importantes, ok? Foi uma pesquisa árdua, minhas gentes, horas e horas de estudo. A maioria dos dados eu achei aqui.
Em janeiro, Marcelo Rubens Paiva lança o livro 'Feliz Ano Velho' e eu juro, não é uma “lenda”, mas a Sandy também nasceu nesse ano, ela é tiquim mais velha que o Rafa. Nota-se pelas rugas na pele e pela voz, já meio insegura (eu continuo não prestando...).
Todo muito sabe que o Rafa é um diplomata e tanto, por isso penso ser primordial informar que, em fevereiro de 1983, Odilon da Silva Filho assumiu o comando da Comissão Naval Brasileira, em Washington. Não, não me perguntem quem é esse cara, num sei, mas gostei do nome do sujeito... (como não gosto de piada interna, aqui tá um dica... hahaha).
Sabem o Tancredo Neves? Nosso mais ilustre político mineiro? Então, ele assumiu o governo de Minas, em março de 1983: bons presságios, num acham?
Na área musical teve uma noticiazinha triste: em abril Clara Nunes morreu, um dó! Acho Rafa tão Clara Nunes, assim: brilhante de cor e, se de branco - ela usava muito - é um branco feliz. Ela se foi, mas já já ele chegava. Ah, também em abril, Chitãozinho e Xororo batizaram a Sandy, viu? Num era mais pagã, a menina... (Chitãozinho e Xororó? Ah, num importa, um deles dois, com a digníssima esposa).
Adivinhem quem tava nuinha na playboy de maio de 1983? Luiza Brunet, vejam vocês. Mais de duas décadas depois, tá elazinha pronta pra outra, feliz porque os braços estão do jeitinho que sempre sonhou... os braços hehe...
Em junho de 1983 a vida tava muito difícil para as famílias brasileiras, a cotação do dólar era: para compra, Cr$ 540,27 e, para venda, Cr$ 542,97. "Como sustentar mais uma criança?" Perguntava, aflito, o pai do Rafito. “Deus proverá” (hahaha pecado...), respondia a sábia Dona Edna, com suas mãos sobre a barriga emitindo alguns recados ao filho, como: “nada de fazer cocô fora de hora, organiza pra esse trem sair antes do banho, meu filho, seja comedido" (na verdade ela queria dizer pra ele ter o piii medido hahaha). Pobre criança!!! Aliás, a inflação acumulada de 1983 foi de 211,02%, a título de informação.
Em julho desse ano tão especial podíamos contar, com uma equipe ética e ainda honesta, na Fórmula 1. Era um tempo em que não havia “Piquês” para forjarem a vitória da Renaut e, assim, Alain Prost vence o Grande Prêmio de Silverstone. Que bacana!!!
Em agosto nada muito interessante aconteceu. Havia apenas uma expectativa para a chegada daquele menininho. A NASA até lançou uma missão espacial: a tal STS-8. No fundo ela queria um astronauta super, mega, hiper especial. Inda não havia um por aqui neste mundo de meu Deus. Nasceria só em setembro, owww dó!!
Tchan tchan tchan tchan. Eis que chega setembro. Dia 14 a louquíssima Amy Winehouse nasceu. Era preciso alguém mais centrado pra dar um jeito nesse mundo. Eis que, em 21 de setembro, há exatos 26 anos, nasce Carlos Rafael. A notícia se espalha, algo precisava ser feito, com urgência, para registrar essa data. E assim, lá em Orlândia (SP) fundaram a “Loja Amor e União de Orlândia”. Vocês vão me perguntar: o que essa cidade tem a ver com o Rafa? Tudo, eu respondo. Só não explico. Quanta preguiça!!! Querem tudo mastigado? Pesquisem!!!!
Em outubro de 1983, Chico Buarque apresenta o espetáculo musical “O grande circo místico” Ele já sabia que Rafa, com apenas um mês de nascido, seria um grande fã. Aliás, Chico compôs as onze canções desse espetáculo já pensando que um dia Rafa cantaria tudo, direitinho, sem errar uma letrinha sequer...
Nem tudo foi lindo em 1983. Nasceu um anjo, como já vimos, mas também um demoninho. Em novembro, a Suzane von Richthofen (há quem aprecie o nome da pessoa) caiu no mundo. Oww coisa cruel!! Quero nem saber o que fundaram em homenagem a ela... melhor esquecer.
Mas em novembro também, exatamente no dia dezesseis, euzinha aqui completei 28 anos. E dizer procês: foi um dos melhores anos de minha vida, sabiam? Rafito já me abençoava.
E o ano de 1983 terminou com o primeiro Natal do Rafa junto a seus pais e irmão. E eles constataram que, a partir da vinda desse homem* anjo**, nunca mais os Natais ou qualquer dia de suas vidas haveria de ser triste ou desanimador, porque Rafa veio perseverante, paciente e capaz de transformar, em esperança e bom presságio, qualquer dificuldade que alguém, que o ama, possa sentir...

*significado de Carlos
* Rafael, nome de anjo e que significa: Deus cura

Uma linda segunda-feira pra todos vocês, meus amores. Sobretudo, pra você, Rafa querido, nosso lindo e adorável aniversariante. Porque em algumas segundas há algo diferente no ar e hoje há, euzinha aqui, no lugar de Paulinha que virará uma guaranete de quinta, mas só nesta semana.

domingo, 20 de setembro de 2009

Grupo Le Bizarre

Tema livre
Por Raissa Lefol
*Rafa, sempre bobo. ^^
Olá, hoje estou aqui como convidada... para falar sobre alguém muito muito muito especial! (especial demais da conta!).
Prazer, meu nome é Raissa (sim, pode ser tbm Rah ou Lefol)... toco flauta doce no Grupo LeBizarre, de Pouso Alegre - MG.
Fui convidada pela Rosaaaana, para falar um pouquinho sobre o Sr. Rafael Freitas... que para mim e para o grupo, é uma pessoa muitíssimo especialíssima!
Ele é um quê de não sei o quê, se é que vocês me entendem. rs
Me faltam palavras pra falar dele (não, não estou puxando tanto o saco assim.. rs).
O Rafa.. é uma pessoa demaaaaaais. Quando digo demais, é demais mesmo!
Demais em tudo o que faz!
Faz com uma paixão à arte, que dá gosto de ver!
Canta com a alma!
Encanta com a música que faz!
Rafa, Parabéns! Muitas felicidades!
Parabéns não só pelo seu aniversário, mas por ser esta pessoa tão bacanosa!
Esta pessoa que ama e aprecia a boa música, a boa arte! e faz de tudo, pra que esta boa arte e boa música sejam espalhadas por aí!
Seja nos ensaios ou em nossas apresentações, você sempre tem um "quê".. que completa o nosso grupo!
Sei que não falo isso só por mim... que todos concordam comigo!
Mesmo quando voce chuta a pobre Bizarriana do seu 'palquinho' (o Rafa irá me entender.. depois peçam a ele para explicar. rs)... vc é brilhante!
Muitas Felicidades e Energias Positivas, sempre e sempre!
Você é especial!
O LeBizarre tem muito prazer em ter você como um de seus integrantes!
Somos almas que cantam a boa música! Que cantam (como diz vc, como bobo da corte) a Boa Nova!!

Rafa, espero que goste da surpresinha!
Jamais se esqueça de nós e que você é muito especial pra mim e para todos! (incluída a franja ruiva - vc me entenderá! - piadinha interna.kkk)
Que neste ano e em muitos outros, possamos passar momentos inesquecíveis!
Pois a cada ensaio ou apresentação que fazemos, há algo de novo e mágico no ar!

Mais uma vez, Parabéns pelos seus 30 aninhos! (sorry, não resisti à piadinha sem graça.. rs)

Com muito carinho, afeto, admiração e muiiitas palmas...

*Com vocês... O Le Bizarre!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Você nem aparece e.. desaparece.

Tema: Carta para quem admiro.

Essa é mais uma noite que passo pensando e escrevendo sobre/para você.
E o interessante é que não somente eu sempre escrevo e/ou penso, porque sempre leio/ouço também. Afinal, querendo ou não, todo mundo um dia acaba falando de você.
Assunto em várias rodinhas, em várias fases da vida, motivo de pensamentos distante. Faz parte da infância, [principalmente] da adolescência, da juventude, quiçá da maturidade de todas nós.
Você é aquele por quem todas nós sonhamos.
E então, queremos pedir você de Natal pro Papai Noel e pro Papai do céu e pro papai também, mas parece que vamos ser mal julgadas por isso e, parece que é um pouco fútil, aí a gente repensa e decide pedir um celular ou aquela roupa linda, ou percebemos que é melhor comprar um carro ou um perfume incrível e, quem sabe assim, com tudo isso junto, não fica mais fácil ter você? Quem sabe...
Às vezes ficamos só nas mandingas, nas vibes positivas, nos pensamentos direcionados, nas simpatias, sei lá... no fim das contas tudo é válido.
Eu já fiz uma lista imensa com as suas características. É claro que eu praticamente ignorava os defeitos [que decerto nem mesmo devem existir] e, portanto, eram linhas e linhas compostas por qualidades e mais qualidades. Você é praticamente Deus, ce sabe né? Admirável.
Receio que ficar evidenciando isso pode fazer com que você fique se achando e tal, mas bom.. você é você e isso não vai acontecer, enfim.
Hoje mesmo, lendo uma historinha pra minha irmã de cinco aninhos, lembrei de você e resolvi contar pra ela um pouquinho das suas histórias, sua influência e é claro, citei também aquela historia linda*, mundialmente conhecida que, sim, usou um pouco de você para fazer sucesso. Fez você novinho, loirinho e até de outro mundo, né? Como fosse coisa da imaginação... mas ah..
Tem gente que passa a vida inteira a sua procura.
Tem quem pensa que você nem existe.
E tem eu, que tenho esperança, mas tenho, também, os pés no chão.
Principalmente porque, até hoje, eu só vi sua sombra e logo logo você desaparece, né Príncipe Encantado? Desaparece.

*pequeno Príncipe. heh

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Ao primeiro namorado

Tema: Carta para quem admiro.
Por Rosana Tibúrcio

nós em vários momentos

Patos de Minas, 17 de setembro de 2009

Olá Di*

Faz muitos anos que vi você pela última vez, décadas, na verdade. Melhor não dizer quantas que é pra não assustar quem lê essa carta; carta que faço pra você, mas aberta a todos, já que publicada aqui no Guaraná.
Foram as evoluções que aconteceram nesse tempo que ficamos sem nos ver que permitiram nosso reencontro.
Pelo orkut, nossa ex-colega de sala me encontrou e contou que só conseguiu isso porque foi você quem deu a ela meu nome completo. É por lá que Lúcia** me fala de você; do que você pensa e fala de mim pra ela; das saudades; de coisas bacanas e engraçadas. Como engraçada é a música que você ouve e pensa em mim. Confesso que ri um bocado, mas ri de um jeito mais pra inocente que pra zoação. Como inocente éramos naquele nosso tempo de namoro.
O que acho mais estranho Di é que sempre li sobre isso de que ninguém esquece o primeiro namorado ou a primeira namorada. Mas eu bem sei que não fui sua primeira, você sim, foi o meu. Mas então por que tantas recordações tão nítidas e tão fortes pra você? Lúcia cita nossas músicas, inclusive. Como assim? Só eu não esquecer seria o mais normal.
Será que fui, realmente, importante na sua vida? Eu quero e prefiro acreditar que sim, pois isso me faz bem. Dizem, os sabidos de amor e saudades, que a "namoradinha" mais importante vocês homens, também, não esquecem.
Quero aqui, nesta carta, dizer das coisas boas que nosso “reencontro” me fez reviver e sentir. Me faz.
Sabe saudade? Saudade boa? Daquelas que você tem a impressão que as sensações revividas são todas exatamente como eram?
A forma como uma das colegas me cutucava dizendo baixinho: “Rosana, o Di chegou.” E eu olhava pra frente e via você vindo, todo sorridente e meio “capenga***”, ao meu encontro. É, Di, cê tinha um jeito meio capenga de andar, eu achava lindo...rs E juntos atravessávamos aquela Avenida comprida que deveria, pela nossa vontade, ser mais comprida ainda. Porque era por ela que passávamos: da Igreja ao lugar onde eu morava. Só tínhamos aquele tempo e espaço para nossos encontros nos sábados à noite. Andávamos de mãos dadas e só, infelizmente, pois havia umas trezentas pessoas pajeando a única moça do internato que não namorava escondido (melhor era quando namorávamos escondidos...rs) Nos domingos não nos víamos. De segunda a sexta sim, no colégio, onde estudávamos e éramos colegas de sala. Adorávamos os recreios e, de vez em quando, dávamos “uma balinha” pra o porteiro e íamos à casa de sua irmã que morava ali pertinho, lembra? E era lá que eu ganhava os melhores abraços do mundo. E uns beijinhos, vai... Éramos mais recatados que queríamos, na verdade... Um dó!!! Pois aquilo tudo prometia e muito...
O que quero mesmo Di é dizer da emoção de te reencontrar, mesmo não reencontrando, entende? Você é comprometido e rio muito de Lúcia contar das coisas que você pergunta, “meio escondido”, a meu respeito. Da vontade que você tem de ver minhas fotos e da forma que você age para ser fiel àquela com quem está. Gosto disso.
Mas sabe o que é? Ter saudades e vontade de rever alguém não é errado. Relaxe... De minha parte, respondo aos recados que você me envia sem nenhuma pretensão de causar estrago na sua vida; quero só provocar boas recordações e isso eu posso e tenho direito. Pois aqueles três anos de namoro foram nossos e, das recordações desse tempo, podemos fazer o que bem quisermos. Não haverá ninguém que possa proibir essas sensações e lembranças boas que ocorreram nesse nosso reencontro, depois de algumas décadas, mesmo sem nos reencontrarmos...
Saudades de tudo Di: das serenatas; das festinhas da escola; dos bilhetinhos; das milhares de cartas no período de férias; dos olhares na sala de aula; das músicas que gostávamos; dos presentinhos que trocávamos; de um tempo intenso e feliz...
Um beijo Di, com gosto de café... e felicidade...
Zaninha.
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Uma linda quinta-feira pra todos vocês meus amores, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje há uma saudade boa de um tempo em que eu era feliz e sabia...

*Nome quase fictício...
** também quase fictício...rs

*** a título de informação: Di não era manco... hehehe

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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Cartografia – A arte de escrever cartas

Tema: Carta pra quem admiro.
Por Nina Reis


Brasília, 16 de setembro de 2009.

Oi coisinha mais lindinha desse mundo!

Lembra que uma vez falei de você em um post? Na verdade fiz uma declaração de amor.
Mas nesse dia, o objetivo era esse mesmo. Precisávamos homenageá-la e não tinha nada melhor do que dizer do amor infinito que sinto por você.
Só que hoje resolvi escrever essa carta pra te contar o quando eu te admiro, o quanto me orgulho de você. Não joga fora não ta? Guarda essa carta pra sempre. Promete?
Posso dizer que se eu fosse mais nova, gostaria de ser você quando crescer. Mas como não sou então digo que quero que meus filhos sejam como você.
Infelizmente nosso contato não é diário e sempre que quero matar saudades sua, se não consigo ligar pra você, faço questão de entrar em um dos seus blogs (aqui e aqui). Leio, releio e fico de sorriso orelha a orelha admirando cada linha que você escreve.
A sua maneira de redigir me faz vivenciar cada conto e consigo, na maioria das vezes, sentir você perto de mim, nem que seja por alguns segundos, mas consigo.
Admiro-te pelo silêncio.
Admiro-te pela beleza.
Admiro-te pela inteligência.
Admiro você acima de qualquer pessoa.
Amo-te minha irmãzinha querida: Laura Silva Reis.

Beijomeligadizquemeamaedesliga.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Carta para Bituca.

Tema: Carta para quem admiro.
Oi, Milton!
Meu nome é Rafael, tenho 25 anos, mineiro e doido pela sua música.
Estive no Festival Música do Mundo neste fim-de-semana. Fui te ver. E foi emoção demais da conta. Tive que sair antes do fim, contra a minha vontade. Mas valeu. E me fez querer outro show teu. Logo.

Foi tudo um tanto mágico pra mim. Não gosto muito dessa palavra pra definir situações, mas não existe outra tão pertinente. Estar ali, ver o show do Lô, ver você, reparar no caminho pra Três Pontas, as montanhas, os cafezais, lembrar das histórias que li e ouvi falar de você e do Clube... Eram muitas imagens e idéias inquietas aqui dentro da minha cachola enquanto te esperava.

Hoje percebo o quanto sua música sempre esteve comigo. Quando criança, dez, doze anos, cantava no coral do colégio onde estudava. Cantamos "Canção da América", "Maria Maria", "Coração Civil" e "Cio da terra". Um bom começo, acredito.

Suas canções mais conhecidas eu sempre ouvia na TV, ou na interpretação de algum músico nos bares da vida. Lembro de ver o comercial na TV do álbum "Nascimento", você ainda muito magro, as costelas aparentes na foto em preto e branco, pondo fim aos comentários maldosos e antiéticos. E depois, quando você gravou “Resposta” e a canção virou tema de novela, ouvi o álbum "Crooner" ao lado de alguém que amei muito.

Na voz de Flávio Venturini, conheci "Clube da Esquina 2" e "Nascente". Na voz de seu afilhado Elder Costa, conheci "Raça", naquele mesmo álbum que você canta "Florir" com ele. E foi depois de assistir ao documentário "A sede do peixe”, no conservatório onde estudo, que comecei a procurar mais pelo seu trabalho. O professor Cleverson, de Prática de conjunto na época, que mostrou o vídeo. Deu pra sacar como esse cara é especial, né?! Montou um repertório pras aulas com muitas músicas suas. (Fizemos uma festa surpresa no aniversário dele, "Nos bailes da vida" e "Travessia" como trilha sonora pra homenagem, carro de mensagens, muita chuva, e todos com a roupa encharcada rindo de tudo aquilo.)

Na minha primeira audição do Conservatório, cantei "Paisagem na Janela" (com um arranjo lindo pra quatro vozes, do Cleverson!). Um amigo cantou "Rouxinol" e me fez chorar. Essa talvez seja uma das suas músicas que mais me emocionam, pelo contexto e tudo.

Aí não parei de procurar coisas suas. E no trabalho, descubro que um dos meus chefes também te adora. E foi aí que conheci "Clube da Esquina 2" na sua voz, "Sentinela", "Que bom amigo", "Guardanapos de papel", "Leo", "Itamarandiba", "Paixão e fé"...

Depois, ganhei o "Travessia" de presente. Li. Chorei. E mesmo sendo uma relíquia, já o emprestei três vezes. Se depender de mim, todo mundo fica sabendo sua história. Talvez pra entender o porquê de tanto sentimento e emoção na sua música.

E depois de muito tempo, encontrei "Os sonhos não envelhecem". Li tão emocionado quanto ao "Travessia". Dei esse mesmo exemplar que li de presente. Qualquer um daria: foi pra uma amizade que nasceu em um blog e, na resposta de um comentário meu sobre o post, a dona respondeu citando "Certas canções". Ganhou mil pontos comigo.

E foi essa minha amiga que me disse que conhece um rapaz que te conhece. E me perguntou o que eu gostaria de te dizer se tivesse um contato seu, o que eu faria.
Fiquei sem saber. Fiquei nervoso, até.
É emoção demais. Eu poderia tentar muitas palavras e estragar tudo (como fiz agora).

Poderia usar o mesmo depoimento daquela garota no programa do Serignho Groisman. Que chato ela ter pensado aquilo antes de mim. Ou eu poderia gritar como tanta gente fez no show sábado, inclusive um garoto atrás de mim: _Eu te amo! E te ouvir respondendo: Que bom.
Na verdade, imaginoq ue se estiver muito perto de voce um dia, não vou conseguir falar muito. Talvez eu só consiga te pedir pra cantar "Cais", ou "Rouxinol". Canta?

E te chamaria de Bituca. Assim, de um jeito muito pleno. Consciente de tudo que o codinome representa e evoca. E te demosntrando tudo num abraço bem forte.

Até logo (por favor).

Rafael

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sem título

Por LauraReis
Tema: Frases clichês

Foto no espelho. Wow!

Venho por meio desta, oferecer a vocês, meus caros leitores algumas palavras acerca desta selva de pedra onde vivemos.
Sei que muitos de vocês preferem culpar o mordomo no final, preferem fugir como o diabo foge da cruz, ou ainda sair por aí sem lenço e sem documento... mas digo: deixem para trás todo esse silêncio mortal e, que rufem os tambores, porque, a esperança é a última que morre!
Eu sei, eu sei.. quem muito fala pouco faz, mas eu acredito sim que no final, o bem sempre vence o mal! E.. é isso.

A respeito dessas frases e acontecimentos clichês só tenho a dizer, como sempre que sou, sim, muito flexível. Abominar ou idolatrar são verbos muito imperativos e eu acho que sim, cada um tem a sua hora, entende? Acho que são coisas do calor da hora e, por vezes, um ou outro clichê besta tem seu momento de glória.


Então.. fica a dica de alguns [coisas que achei quando, estava desesperada, sem a menor ideia do que colocar aqui e, é claro, usei várias coisas dali e daqui e fim] sites sobre clichês e tudo o mais:
Clichês no cinema
Desciclopédia [há]
Blog CafécomClichê [tem nome, nome de autora e cara de ser booom!]



Ps.: é CLARO que não preparei esse post como merecia, claro. E claro que fui tentar fazer ontem e postar meia-noite e tanto, como de costume, mas a internet pifou e... no mais, é isso.
Beijosnãomebate.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Cabeça vazia, oficina do diabo

Por Rosana Tibúrcio
Tema proposto: frases repetitivas (as que gosto e as que abomino)



Nada mais certo que a frase usada no título deste meu post. Vejo uma verdade tão exata nela que não discuto. Aceito e ponto!
Afinal, somente uma pessoa com a cabeça bem vazia é capaz de sugerir um tema desses. No caso específico: euzinha aqui... rs
Melhor não dar ideia pro “bichinho”, porque cutucou, vem merda e, as minhas, exponho a seguir.
“Eu te acordei? Que pena!”
E daí? Se me ligou em horário indevido e me acordou, já foi; não há mais conserto, mesmo que me diga, em seguida, “te ligo depois”. E
se disser, aí sim é que fico um tanto quanto mais irritada. E eu, irritada, não presto!!

“Eu te amo”
Quando dito por alguém que acabou de nos conhecer. É a tal banalização do amor. Abomino total e... dispenso.

“Faça o que o seu coração mandar”
hahahahaha talvez essa seja a frase mais imbecil que existe e, como ela é usada, né minhas gentes? Seguir a intuição, o raciocínio lógico, tudo bem, mas o coração??? Vai se atrapalhar lá na frente.

“Me olhei no espelho e disse a mim mesma: a partir de hoje, vou mudar”
Monaaaaaaa, só se for a maquiagem, a cor do cabelo, o corte, tudo bem, aí eu creio. Mas mudança interna, biba? Essa não ocorre, assim, de estalo. Conta outra...

“Mensagem gratuita, telefone ocupado”
Porra meu, desde que inventaram o telefone ou pelo menos desde a década de 60, quando passei a usar telefone, o “tum tum tum tum” quer dizer ocupado, ou seria uma abstração da minha parte?

“Nada é por acaso”
Realmente, como não “seria por acaso” o soco na cara que um dia darei em quem usa essa frase assim, demasiadamente, em qualquer situação. Parece frase de quem não pensa nada mais concreto da vida; parece não: é! Se eu disse é, porque é, e pronto!!

“Poderia ser pior”
Realmente, eu poderia, inclusive, “estar aleijando” quem me diz isso quando passo por um problema.

“Só me arrependo do que não fiz”
Casss-caaa-taaa. Duuu-viii-dêêê-ooo-dóóóó. Pago um real pra quem nunca se arrependeu de algo que fez. Talvez se arrependa, inclusive, de dizer essa frase ao encontrar pela frente alguém que lhe dê na cara por conta de tal baboseira.

“Toda essa dificuldade por que passa talvez seja para seu crescimento”
Ah cresce, aí cresce sim, um “ímpio” absurdo dentro de mim. Só se for pra crescer pros lados, tal qual tenho crescido nos últimos tempos. E um dia quem sabe deixarei alguém, que fala isso pra mim, em “dificuldade” com um murrão na cara. Vamos ver se a jumenta cresce. Pois dá nervoso ouvir essa besteira... Eu falei "jumenta" porque ouço mais essa marrrdita de mulher, num sei o porquê.

“Um beijo no seu coração”
Prefiro beijo na testa, boca, mãos e... blablabláss. O que é um beijo no coração?

E, pra finalizar, uma frase danada de bonita, porque eu não sou só uma pessoa irritada e tal... Também creio, confio no ser humano, sou romântica, bacana, boUUUa e, sobretudo, humilde...
“Se eu tiver que me perder, que seja com você, ou pensando em você” (autoexplicativa).

Uma linda quinta-feira pra todos, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje há catarse, sacam??? Falei monte de coisa que tava entalada aqui ó. Façam isso cês também. Eu deixo, a quinta é minha, mas sou gente boUUaa...
.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Se eu não acreditar, quem acreditará?

Tema Proposto: Clichês: quais acredito e quais abomino
Por Nina Reis


Pensando no amor
e em frase clichê,
me veio essa música,
não me perguntem porquê.

Esse tema foi terrível
e meu tempo está escasso
mas graças a minha criatividade
não perco o compasso. [foi péssimo]

Não sei se acredito
ou se dou muita risada
mas a maioria abomino
e não quero dizer mais nada.

Sempre Será, Tentação, Nossa Guerra Santa

Gosto de ficar te olhando
Passo o tempo imaginando
Teu modo de amar
Toda vez que eu te vejo
Eu te quero e te desejo
Não dá pra disfarçar...

Eu preciso dar um jeito
Nessa paixão guardada
Dentro do meu peito
Tenho amor demais pra dar...

O que tem que ser
Assim será
Vai acontecer
Sei esperar
Você não entende
As coisas que eu te digo
E o meu coração
É teu lugar...

Pra gente viver
Tem que sonhar

Quem quer receber
Tem que se dar
Você não entende
O que mexeu comigo
Quero você
E vou te amar...

Não se mede em tempo
O desejo
Não dá pra controlar
Mesmo longe ainda te vejo
Você tem que voltar...

Que saudades do beijo gostoso
Daqueles momentos
Onde tudo era só sentimentos
Delírios de amor
Oh! Oh! Oh!...

Há coisas que a vida
Pede pra voltar
E o tempo não pode apagar
Quem manda na gente
É sempre o coração
Quem manda no corpo
É a tentação...

O que é da terra
O mar não vai levar
O que é do mundo
É pra ajudar
Queria uma noite a mais
Pra te mostrar
Como ainda te amo!...

Esse nosso amor
É um desatino
Sempre foi assim
Uma paixão que não tem fim...

Mas um e um
Não são três
A gente tem
Nossas leis
É relaxar!
Deixar rolar!
E aproveitar!...

Quem sai batendo a porta
Sempre quer voltar
Quem briga sem motivo
Não quer separar...

Eu sei que é complicado
A gente se entender
Mas é o nosso jeito
O que, que eu vou fazer...

Quem tem paixão no corpo
Não tem pra ninguém
Aquele amor gostoso
É feito pro seu bem...

No fundo as nossas brigas
Só excitam mais
A nossa guerra é santa
Sempre acaba em paz...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Foi bom enquanto durou...

Por Rafael Freitas
Tema proposto: Clichês: quais acredito e quais abomino

Outro amor se acabou.
Que tivesse chegado ao fim, ela entendia. Só não entendia o que teria acontecido de errado.
Palavras, desculpas, discursos, conselhos. Tudo se revirava ali dentro.

Do ex-namorado.
_Olha, vamos dar um tempo. Você é uma pessoa linda, mas eu estou confuso. O problema não é você, sou eu. O nosso amor foi virando rotina... Acabou virando uma amizade. Estamos em outro momento, outra sintonia. Sinto falta da minha liberdade. Queria muito gostar de você, mas não posso mandar no meu coração. Vai ser melhor pra nós dois... Vamos ser amigos! Me liga quando quiser...

Da amiga
_Ah, não fica assim! Tinha que ser assim, as coisas acontecem na hora que tem que acontecer. Logo você conhece outro cara mais bacana. Ele não merece essas lágrimas!

Da mãe
_Filha. Tem coisas que ninguém pode viver pela gente. A vida ensina. Não adianta eu te falar o que fazer. Amor tem que deixar a gente feliz, se não for assim, melhor que acabe mesmo. Ele não é o último cara do mundo. Outros rapazes tão bonitos e tão legais vão passar pela sua vida. E você vai aprender muita coisa com eles. As pessoas passam pela vida da gente como se tivessem missões, coisas pra nos ensinar e para aprender. Tem alguma coisa boa reservada pra você.

Dela mesma.
_Ele não é mesmo o último cara do mundo e chorar, por mais que alivie, não vai resolver nada. O tempo vai passar, a ferida vai fechar, e vou ser feliz de novo. Só não vou ficar de braços cruzados esperando que outra coisa aconteça na hora certa. Não sei se acredito nisso. Ou será que um novo amor vai aparecer na minha janela, num cavalo branco, com uma caixinha de lenços de papel dizendo pra eu não chorar? Não! Vai passar, eu sei. Tudo passa, até uva passa. O tempo coloca tudo no lugar. É no andar da carroça que as abóboras se ajeitam, não é?! E eu não tenho vocação para personagem de novela mexicana. Nem de música sertaneja.
Secou as últimas lágrimas. Tomou um banho demorado. Colocou sua roupa mais bonita. Arrumou os cabelos despretensiosamente. Duas borrifadas do seu melhor perfume. E saiu.

sábado, 5 de setembro de 2009

Baila Comigo

Tema livre
Por: Thiago Amâncio*
Pé pra lá, pé pra cá, freneticamente. Às vezes rola um pisão, quando são os mais inexperientes, mas sem problemas.
Beatriz me disse uma vez que, desde que com o coração, qualquer dança é válida. E estava certa. Seja coladinho ou comigo mesmo, eu quero é dançar!
Com outro alguém é preciso de mais técnica, pra não dar nada errado. Mas quando dá, tudo bem, é uma oportunidade a mais de rir e se divertir, justamente o que a dança propõe!
Sozinho é mais íntimo: ligo o som no volume máximo e pratico minha esquizofrenia. Quem vê de fora, tem medo; quem pratica, entra em transe. Tá, eu sei, pinta uma vergonha quando voltamos à lucidez, mas por alguns segundos esquecemos do quanto o nosso mundo é triste e entramos num plano superior, num estado em que somos os donos de nós mesmos e que ninguém pode nos deter.
Quero dançar um bolero, um chachachá, dependendo do estado até um funk, não importa! Só quero esquecer que não sei dançar e me acabar de cansaço lá no meu esconderijo, daquele jeito, como se baila na tribo.

*Thiago Amâncio tem 16 anos, canta, dança, interpreta, sapateia e confessa tudo no Frique comigo.
.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Bob*

Por LauraReis
Tema livre


Eu morro de medo de cachorro, se você ainda não sabe. Morro de medo, entende?
Mas também sinto uma inveja incrível de quem ama esse bicho, de quem tem.
Acho admirável. Muito.
Quando ouvi falar sobre o livro Marley e eu, quis logo ler, porque achei que a história podia ser bonitinha e, bom.. achei que seria mais tranquilo do que, sei lá, quando sinto aquele nojinho/medinho de quando alguém me diz que vai adquirir um auau novo ou quando entro em alguma simpática residência que passa a se tornar monstruosa pra mim, já que seres caninos também fazer parte daquela família.
Bom, o livro Marley e eu é uma daquelas belezas da literatura. Gostosíssimo de ler, muito divertido e me fazia olhar pro relógio e dizer só mais um capitulo, ok? e adiar o sono.
A história de Grogan e sua família fofa - que cresceu tão surpreendentemente! - me emocionou e me fez repensar pela enésima vez sobre esse meu medo enorme de cachorrinhos e minha vontade de superá-lo e.. quem sabe, um dia até ter o meu próprio cachorrinho.
Se bem que, analisando Marley, ninguém terá muita vontade de ter um cãopanheiro, não. Afinal aquele monstro em forma de cachorro que destrói tudo não é o sonho de consumo de muita gente. Eu sei, tem o lance da cumplicidade, lealdade, amizade e muitos outros ades que um cachorro carrega consigo [junto das babas, as patas sujas e aquele olhar de quem tá pedindo desculpas ou aquele olhar de exterminador do futuro]. E é esse tanto de ade que me fez derramar minhas lágrimas comoventes enquanto lia certas linhas escritas por Grogan: o lance de Marley sentir junto os sofrimentos de John e Jennifer ou o quanto o peso da idade de Marley e todas as dificuldades advindas daí refletia em todo mundo, entre outras coisas..
E bem.. a moral da história é que agora eu sei que, se um dia eu quiser um auau, eu preciso observar seus papais, pois reza a lenda de Grogan e sua família que filho de cão, cãozinho é**. Fikdik.



Ps¹.: não vi o filme. [q]
Ps² .: a novidade mais quente, na área canina da minha vida, é que agora eu convivo [haha] com um pitbull e bom.. acho que rolou uma diminuição nos meus medos.
Bjsmesalva.


* Marley! gauydgsdauyhdasuihuadsguydsaghiadshiuhsdiuh

** isso foi péssimo, eu sei.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Falar x sentir *

Por Rosana Tibúrcio
Tema livre

Ela liga pra ele, impaciente, diz que quer falar rapidinho, só pedir que ele mande as fotos, urgente, para seu e-mail, já que não fez isso ontem, como "mandou".
- Que fotos? Ele pergunta, nem se lembrava mais...
- As desse final-de-semana, da gente, na praia. Quero matar aquela "amarela" de inveja, vou colocar no meu álbum do orkut.
- Falando em orkut - diz ele - não acha que já está na hora de excluir aquele fulaninho?
- Ah, de novo? Já falei que não tive, não tenho e nunca terei nada com ele. É só um ex-colega de faculdade. Não é possível! Não confia no que digo? E mais: não vou excluí-lo... a não ser que você
exclua aquela amarela, aquela outra vaca e a "secretariazinha", topa?
- Nada a ver uma coisa com outra, ele dá em cima e você até gosta; as meninas ficam na delas.
- As meninas... arráááá Saco, manda a foto logo, liguei pra isso, não pra discutir relação, não tenho paciência nem tempo. Quero aproveitar que a idiota tá on.
- Já mandei sua grossa, pode olhar no e-mail.
- Tá, tchau, mais tarde a gente se fala.
- Tchau.
- "Ufa! Tá aqui, vou lá no orkut colocar e avisar no perfil que tem álbum novo. Quero provar praquela amarela que ele é só meu. Pronto, processou", ela fala pra amiga que está ao lado "pasma" com o que vê e ouve.
- Agora a legenda do álbum: "Nós, felizes, neste final-de-semana e sempre."
E a amiga "bege" é obrigada a ver a namorada do cunhado editar, em cada foto processada, coisas do tipo:
"Com ele aprendi a viver um amor sincero e verdadeiro";
"Nós não preocupamos com o que pensa o outro e sim com que diz nossos corações";
"Com ele aprendi a confiar, a ser paciente e, principalmente, a dialogar";
"Te amo, amor"

"Obrigada por confiar incondicionalmente em mim";
"Nosso lema é: carinho, gentileza e amor..." e
blablablásssss...

Uma linda quinta-feira pra todos vocês meus amores, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje considerei possível resgatar algo ainda muito atual, mesmo acreditando que existe sim, um jeito melhor de amar.

*Este texto postei num blog meu (hoje inexistente) em 2006 e já que o título dele começa com a letra "efe", veio a calhar... rárárá

imagem

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Nem tenho muito pra dizer

Tema Livre
Por Nina Reis


Não era sacrifício pra mim trabalhar o dia todo, depois de ter dormido somente 3 horas.

O importante era saber que você estava comigo, que na verdade, você era meu, só meu.

Tinha vontade de escrever, de conversar e até de pensar mais, de ter mais ideias. Me sentia radiante. Mas confesso, depois que te "roubaram" de mim, muita coisa mudou. Sei que algumas pessoas perceberam essa mudança, como sei também que outras nem ligaram pra isso e na verdade pouco se importam.

Mas eu fiquei triste e ainda estou.
.
.

Tenho sentido muito sua falta.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Com açúcar, com afeto.

Rafael Freitas
Tema Livre

É sempre assim que faço aquele doce, o único que sei fazer. Uma lata de leite condensado, uma colher de achocolatado e uma de margarina na panela, mexendo, mexendo... Quando começa a desgrudar, chegou a hora da bolacha: um pacote, do tipo maisena, quebrada em pedaços bem pequenos. Tem que misturar bem. E nessa hora é preciso abaixar o fogo. Eu sempre esqueço. Não sou muito bom na cozinha.

Fiz ontem. Minha mãe estava com vontade. Fazia tanto tempo que fiquei com medo de errar a receita. Ou o ponto. Eu ainda nem conhecia a poesia de Chico Buarque quando da última vez.

Foi inevitável: parece que eu via os papéis coloridos que embrulhei os doces feitos pra um amor. Reduzi as bolachas a pó para poder enrolar como eu queria: quadradinhos (e algo parecido com a forma de) corações. Primeiro papel alumínio, depois o papel colorido. Crepom verde e amarelo. E declarações de amor escritas com caneta preta. Uma para cada doce.

Foi uma surpresa boa pra esse meu ex-amor. Guardou os papéis por um tempo e ainda lembra com carinho daquilo, me disse outro dia. Mesmo agora, depois de tudo ter passado. Depois que o amor mudou o contexto.

E a canção do Chico, a que me fez procurar e me apaixonar pela sua obra, ficou brincando aqui dentro com essas memórias. Ela soava enquanto os papéis e as letras dançavam. O açúcar que usei daquela vez deve ter sido pouco. Não foi pra fazer meu amor “parar em casa”. Era para o carinho e ponto.

Não fiz o doce pra nenhum outro amor. Nem sei se tive um.
E pensar nisso tudo não me deixa melancólico, triste ou saudoso. Só me faz saber que amor pode acabar, mas seu fim não significa que ele foi ruim. É como a lembrança de um gosto de doce.

Coisas que a gente vê num filme.
Ou numa música.
Ou que acontecem dentro da gente.