Um conto antecipado de Natal.

Desenho de Thiago

Da Série Temas Propostos.

A família já entrara no clima natalino. Qualquer um poderia perceber vendo, pela janela, a árvore montada, sem enfeites luxuosos, com pequenas bolas azuis espalhadas.

André ama o Natal! Acredita que a cidade fica mais bonita nessa época, toda iluminada, com enfeites por todos os lados, nas portas e sacadas das casas. Gosta de estar com sua família, tão unida, e seu amigo-irmão festejando aquela data tão especial. Comidas deliciosas, o ponche tão esperado feito pela sua irmã, a troca de presentes... Tudo o deixa assim: feliz, grato, emocionado.

Mas naquele ano o natal foi ainda mais bonito, mais emocionante.
André queria que outras pessoas se sentissem como ele! Sentissem toda alegria que o Natal traz!
Aí teve uma idéia! A mais brilhante de todas!
Vestiu-se de Papai Noel! Mas não como aquele que aparece na casa de sua irmã pra brincar com a gente e com seu sobrinho. No lugar de roupas vermelhas, barba longa e gorro, escolheu uma das cartinhas que viu na Agência dos Correios, que as crianças escrevem, sinceras e inocentes, fazendo pedidos para o bom velhinho.

Ele não podia acreditar! Alguns pedidos eram tão fáceis de atender! Coisas quase insignificantes pra ele, mas que causariam um estrondo naquele coraçãozinho que escrevia. E ele ‘adotou’ a carta do garotinho que queria uma caixa de chocolates.

Imaginem! A gente se apega a tantas coisas materiais, a tantos sentimentos desnecessários e egoístas, supervalorizando que há de ruim, enchendo nossa vida de entulho, enquanto uma criança sonha com uma caixa de chocolates!

Esta criança não poderia ter recebido uma caixa melhor!
Caixa não! André fez uma cesta linda! Caixas de chocolates, pirulitos, “Baton”, bolinhas de chocolates...
Foi a caixa mais bonita que já vi, a mais bonita que alguém poderia fazer! Não pelo laço ou pelas guloseimas, mas pelo carinho com que ele ajeitou cada pirulito ao redor da cesta, pela atenção e amor que pensou em cada tipo diferente de chocolate que aquele garotinho gostaria de experimentar.

Ele não quis entregar a caixa pessoalmente. Pensou que a emoção seria demais.
E teve o Natal mais feliz e mais pleno porque ao mesmo tempo que dividia a alegria com alguém, ela se multiplicava dentro de seu coração, uma dessas coisas que só Deus pode fazer...