A casa feliz.

desenho de Rosana

A casa é feliz. Há duas árvores do lado de fora e eu apareço todos os dias para regar um pouco mais. Assoma-se à janela, rega as árvores e se estiver bem disposto deixa-se estar um pouco levando pelo canto dos pássaros (que a Rosana me deve).

A janela é quadrada como tantas outras janelas, se olharmos de fora, com atenção, podemos ver a cor das cortinas (as cortinas que a Rosana também me deve). São cortinas bonitas, poderia chamá-las também de modernas, mas esse é um termo passageiro, vou então chamá-las de bonitas, porque bonita é uma palavra que cai tão bem a esta casa.

Eu me sinto bem nesta casa. E gosto de ver sempre por aqui da janela. Sim, esta conversa sobre janelas tem tudo a ver com esse momento que está aqui dentro e que é visto com olhos vivos que sorri a toda a gente, mesmo a quem não se conhece.

Ele é feliz por ser recebido tão bem por essa casa, desde que começou a freqüentá-la. Um ar leve, uma forma sutil e várias conversas aconchegantes.

Dentro da casa, ao inclinar o pescoço para cima, ele vê maçãs, todas com os olhinhos o chamando. Ele, como uma resposta, diz que sim: com um caminhar. Ligeiro de preguiça.

Aquela rua é sempre a mesma, muda apenas os personagens. Ele senta no muro e nem pode se imaginar sem as coisas surreais que acontecem perto daquela casa, as cartas, os apelidos que já foi lhe dado, muito menos sem a sua cara de bobo olhando todos a passar, nem as tardes que passava às escondidas, os sorrisos escandalosos que dados no meio da rua... E todas as besteiras que se fazem quando se sentem realmente em casa.

Manhãs tristes... Ficaram alegres... Dias tristes... Ficaram alegres...

E acho que agora só lhe restam dias alegres. E ele se sente bem nessa casa.

O desenho está com gosto de infância, o que fez eu me perder um pouco de escrever o texto e talvez tenha caído bem essa casa da Rosana para que eu diga que me sinto muito bem nesta casa de vocês, serve como agradecimento sim.

Obrigado a todos vocês guaranetes pela recepção tão ‘calorosa’ desde sempre.

Thiago Schmidt.