Do azul igual pra todos

Por Rosana Tibúrcio
Ilustração de Paulinha Daciolo

Para aquela menina, desde sempre o mundo era azul.
Apesar de gostar e ter tudo muito rosa: roupas, cadernos, bonecas, lençóis, toalhas e enfeites do quarto; sua alma era azul.
Um azul lindo, de doer os olhos. Dorzinha boa, que só sente quem intenciona olhar a vida pela cor do céu límpido.
Os dias que ela mais gostava eram aqueles em que o céu tinha um azul único. Em que tudo era como acreditava ser o mundo ideal, o seu mundo e o mundo de suas gentes.
Às vezes, ela se vestia de preto para contrastar com as cores vivas e fortes que ela desejava que cada pessoa tivesse dentro de si: as cores da alegria.
E só é alegre quem quer viver num mundo justo e igualitário. A menina disso era certa.
À medida que os anos passavam, aquela menina idealizadora insistia no desejo de mudanças e de trabalhar o azul igual para todos; sem exceção. No seu mundo ideal, não havia nem há exclusão.
Ela então decidiu ser uma Educadora, pois acreditava que inúmeras transformações ocorriam nas escolas e por meio do ensino/aprendizagem.
E assim, ela foi vivendo seus dias... Tecnicamente, nem era uma professora efetivada, mas internamente era uma Educadora efetiva.
E como se não bastasse passar para seus alunos, mesmo que esporadicamente, o que acreditava ser um mundo justo, inclusivo e de azul igual, decidiu criar uma Escola.
E a menina, que hoje se tornou uma linda mulher pensava: esta Escola terá como missão diminuir as diversidades existentes entre os educandos. Esta Escola vivenciará a inclusão.
E assim, depois do Colégio criado e inaugurado, no primeiro dia de aula, a Educadora olha para um canto e vê um menino quietinho, afastado dos demais. Aproxima-se, e nota que ele não tem pernas. A educadora – que ainda gosta de rosa, mas acredita no azul e na igualdade –, estende os braços e diz àquele aluno: “venha, seu lugar é aqui, junto aos outros colegas. Venha, seu lugar é aqui: no azul igual.”

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Uma linda quinta-feira a todos vocês, pois nas quintas é dia de transformações, moçada; é dia, também, de torcer para o sucesso de nossa mais linda “lôca" do Guaraná: Paulinha, a EDUCADORA.
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Paulinha, te amo (sem banalização) e te desejo muito brilho neste seu novo e lindo projeto...

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