Há medida certa?

Por Rosana Tibúrcio

Sempre tive vontade de ser mais calada, introspectiva; não por timidez, e sim por sabedoria.
Não confio muito em calados tímidos. Quando resolvem se expressar, dependendo do contexto, ferem.
Também não admiro os muito falantes – assim como eu – tímidos ou não.
Em vários momentos de minha vida - passando por todas as fases, sem exceção – eu me desejei mais silenciosa.
Nem me refiro àqueles episódios de mancadas – deles, até muitas vezes, ri. Refiro àquelas ocasiões que de tanto me escutarem, não me ouviam.
Sei que falo, por vezes, coisas bacanas, com certa dose de sapiência; eu sei (meu lado a-rosana-é-muito-bouua me afirma isso); mas para meu interlocutor pode apenas parecer mais uma de minhas tagarelices sem nexo e sem fim.
Quem eu conheço, da forma que gostaria de ser? Penso que ninguém, na verdade; talvez só na canção “fala” de João Ricardo e Luli, cantada lindamente por Zélia Duncan *.
Ihh, como assim? Não admiro os calados tímidos nem os falantes. Dos que admiro, não sei ninguém.

Há medida certa? Busco a perfeição? Que nada! São só elucubrações**.

Uma linda quinta-feira, meus amores guaranetes e “visitetes”, pois nas quintas é dia de voltar a tomar um golinho gostoso de guaraná, mesmo que seja em copos e canudinhos não tão perfeitos.

*Não achei a música "fala" nem com Zélia nem com Secos e Molhados, para colocar aqui.
** em homenagem ao meu filhote Rafa que tem essa palavra como uma de suas prediletas – só ele...rs