Por indicação de mainha, (enquanto para vcs. Mainha vem de mãe, para mim vem de manha. Mainha é uma manha pequena, sa-fadinha e que sempre dá dengo sem ser picada por nenhum mosquito), fiquei de analisar, Amor de Índio.
Fugi da responsa e chamei dois caras pra fazerem isso por mim, um é o Fred Focker - já advirto que o cara é um pernóstico e tem malícia até na caspa - e o outro é o Fernando Montesquieu (pronuncia-se Montesquiê), esse é mais sério, bucólico e ufanista comedido.
Serão, pois dois posts para que possamos comentar à vontade. As polêmicas deverão, sem dúvida, ficar no post do Focker com suas duvidosas opiniões; mas senti vontade de uma outra leitura, dentre as tantas que a música permite.
Engraçado, que tal como o Belchior, nunca gostei do Beto Guedes, acho sua pessoa sem sal e sem açúcar, mas tenho que tirar o chapéu para ambos, são fantásticos compositores gosto muito de suas músicas, principalmente com outros interpretes.
Bem, meu post está pronto, fiquem agora com os demais.
Genisvaldo Reis
P.S. tive que cortar algumas interpretações do Fred acerca de explicar as posições do kama sutra. Impubicável (!)
Fugi da responsa e chamei dois caras pra fazerem isso por mim, um é o Fred Focker - já advirto que o cara é um pernóstico e tem malícia até na caspa - e o outro é o Fernando Montesquieu (pronuncia-se Montesquiê), esse é mais sério, bucólico e ufanista comedido.
Serão, pois dois posts para que possamos comentar à vontade. As polêmicas deverão, sem dúvida, ficar no post do Focker com suas duvidosas opiniões; mas senti vontade de uma outra leitura, dentre as tantas que a música permite.
Engraçado, que tal como o Belchior, nunca gostei do Beto Guedes, acho sua pessoa sem sal e sem açúcar, mas tenho que tirar o chapéu para ambos, são fantásticos compositores gosto muito de suas músicas, principalmente com outros interpretes.
Bem, meu post está pronto, fiquem agora com os demais.
Genisvaldo Reis
P.S. tive que cortar algumas interpretações do Fred acerca de explicar as posições do kama sutra. Impubicável (!)
Amor de índio – Por Fred Focker
[Beto Guedes e Ronaldo Bastos]
Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo o cuidado, meu amor
Os personagens já se identificam, ele usa viagra e ela é uma Wilza Carla, vocês entendem, as montanhas... O todo cuidado se refere a assaduras que eventualmente existem entre as dobras.
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com arco da promessa
Do azul pintado, pra durar
Conhecendo o Beto como conheço, o todo e o tudo se referem a a-bundância e sendo ele um sem-vergonha apudorado trata-se de uma promessa em pintar o falo de azul pra durar a dureza. Deve ser uma "simpatia", coisa de hippie que toma viagra escondido, com chá de verga tesa e fala que o quê fez efeito foi o chá. O "tudo viver a teu lado" foi uma fragmentação poética de atolado, para dar mais sonoridade.
Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor
E ser todo
Todo dia hei de viver
Para ser o que for
E ser tudo
O cara aqui, que acho até ser o Beto mesmo, fica desiludido – a estrela caiu do céu – o rala e rola ficou só na "imagina", verdade mesmo foi o só o calor, mas vê-se que ainda existe esperança, o cara é lesado – para ser o que for – com essas montanhas, tá louco. E não é montanhinha não, é de corcovado pra cima.
Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado, de viver
Aqui tem uma apelação, se a coisa na prática num rola nem com promessa ele começa a filosofar sobre massa, sagrado luz, como se isso esticasse alguma coisa além da conversa; depois ele apela da apelação falando que sono é sagrado, sagrado uma ova, eles foram dormir porque não conseguiram fazer nada. Tem outra questão que havia me esquecido, o sagrado aqui é outra construção poética: uma junção de sem com agrado derivando de um sacro sem r. Dessa forma ele detona também o trabalho (o fruto do trabalho é mais que sem agrado) artista é assim mesmo, a preguiça é seu pedestal.
No inverno te proteger,
no verão sair pra pescar
No outono te conhecer,
primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
Inverno, verão, outono, etc são posições do kama sutra, derreter é... derreter, esse é o destino.
Conclusão: essa música também é cheia de lascívias como diria um colega, partindo para chuxulenta (N. do T.: mistura entre pornografia e melancolia) é uma dessas canções para se dançar comendo desde que o prato não seja muito indigesto. O Beto é um sujeito muito inteligente por isso suas músicas enganam muito quem não tem perspicácia para entender seus desvios sexuais expressos nas sutilezas de suas 'construções'.
Amor de índio – Por Fernando Montesquieu
[Beto Guedes e Ronaldo Bastos]
Desde o título que sugere um amor natural, despido e desprovido de artífices, (como o dos guaranetes?), a canção nos enreda numa atmosfera terna evocando o sagrado sem seu ranço e sem seu peso, também se trata de uma ovação à vida e a associa a presença constante do amor.
O destino que se cumpriu
Inverno, verão, outono, etc são posições do kama sutra, derreter é... derreter, esse é o destino.
Conclusão: essa música também é cheia de lascívias como diria um colega, partindo para chuxulenta (N. do T.: mistura entre pornografia e melancolia) é uma dessas canções para se dançar comendo desde que o prato não seja muito indigesto. O Beto é um sujeito muito inteligente por isso suas músicas enganam muito quem não tem perspicácia para entender seus desvios sexuais expressos nas sutilezas de suas 'construções'.
Amor de índio – Por Fernando Montesquieu
[Beto Guedes e Ronaldo Bastos]
Desde o título que sugere um amor natural, despido e desprovido de artífices, (como o dos guaranetes?), a canção nos enreda numa atmosfera terna evocando o sagrado sem seu ranço e sem seu peso, também se trata de uma ovação à vida e a associa a presença constante do amor.
Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo o cuidado, meu amor
O movimento é o próprio curso da vida que arde em chama e que convida a passar, a ver, a olhar, a sentir a infinitude de se compartilhar, qualquer forma de amor vale a pena (Milton?)
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com arco da promessa
Do azul pintado, pra durar
O arco da promessa me sugere braços afetuosos e acolhedores, tão vastos quanto o azul do céu em um dia de brigadeiro, um azul que some, mas que dura, que retorna após todas as tempestades.
Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor
E ser todo
Todo dia hei de viver
Para ser o que for
E ser tudo
Fazer mel é adoçar a vida com talvez um ócio, talvez uma diversão ou alguma extravagância como ficar comentando música despropositadamente. Pedir pra estrela cadente é fazer vingar seus sonhos, sua criancice não infantil, é adubar a imaginação e se desprover de tanta censura, deixar cumprir os destinos das almas de serem grandes em seus tamanhos, quaisquer que sejam.
Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado, de viver
Se o fruto do trabalho é mais que sagrado, o trabalho também se enobrece e mais enobrece quem o pratica. O pão também é símbolo de vida e a luz do suor é o brilho do esforço do respeito consigo e com tudo que se move. O sono é sagrado porque permite o sonho que se expande além de si, suavizando a realidade. Viver é melhor que sonhar, mas somente depois que os sonhos foram acalantados.
No inverno te proteger,
no verão sair pra pescar
No outono te conhecer,
primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
Em qualquer estação se tem um motivo para estar junto e o destino do homem é compartilhar. Sozinhos, conseguimos ser tristes, mas jamais conseguiremos ser felizes. Somente podemos nos alegrar junto de outros que amamos.
E a dança da chuva é dança de índio que chega nu, só com o que é, pra aldeia da vida.
O destino que se cumpriu
Em qualquer estação se tem um motivo para estar junto e o destino do homem é compartilhar. Sozinhos, conseguimos ser tristes, mas jamais conseguiremos ser felizes. Somente podemos nos alegrar junto de outros que amamos.
E a dança da chuva é dança de índio que chega nu, só com o que é, pra aldeia da vida.
Música sugerida por Rosana.