Tema: descrição de um ambiente
Por Rafael Freitas_
Por Rafael Freitas_
Estou em uma sala de aula. A porta é cinza e as paredes são amareladas, num tom de bege. Tem duas janelas, uma lousa e ventiladores. Um armário de madeira lá no fundo, do lado esquerdo, sozinho, coitado, suportando muitas tranqueiras no lombo. As paredes são cheias de cartazes. Tem até um estandarte se passando por bandeira da Terra de Vera Cruz, imaginem! No canto direito, mais alguns objetos encostados na parede. Um deles é comprido, listrado de verde, amarelo e vermelho. Parece um pedaço de bambu adornado. Tem também um piano que deve ser muito antigo: não é lustroso e bonito como o outro do seu lado; é de uma madeira bruta, parece não ter sido devidamente acabado.
Parece uma sala muito chata.
Mas não é.
Não quando governada por Marialba, a Flautista. Dizem as más línguas que ela tem sangue verde das fadas da floresta. Outros afirmam que o Flautista de Hamelin era seu primo e foi ela quem lhe ensinou a encantar aqueles ratinhos. Pode ser, já que muita gente já foi fisgada pela sua música.
Nesta sala, a Flautista é regente de um grupo muito bizarro. Coisas estranhas acontecem sob seu comando. Tem homens e mulheres entre duendes e fadas. Um bobo da corte dança com uma odalisca; uma cigana lê a mão de um escravo sofrido. O armário surrado é apenas um disfarce: ele esconde o tesouro da Senhora: muitas flautas (uma evidência de seu parentesco com o moço famoso de Hamelin) e a caixa de máscaras.
O piano que parece velho é, na verdade, uma espineta (já ouvi dizer que é parente do cravo, que é tio-avô do piano). O piano bonitão fica até com ciúmes quando alguém a toca: ela combina mais com aquela bizarrice toda e com a proposta daquela trupe. Os objetos deixados ali perto e sobre o armário são percussivos; marcam ritmos, fazem graça, aceleram o coração da gente.
As cadeiras agora estão em círculo. Todos estão sentados. Parecem uma família. Ou amigos que se entendem muito bem, falando a mesma língua, vivendo o mesmo sonho e paixão. A flautista fala, brinca e ri. Todos falam, brincam, riem. E aprendem.
A mágica começa: soando juntos, flautas, violões, tambores, pandeiros e vozes transformam a sala numa máquina do tempo! Uma viagem incerta, porém prazerosa, por várias épocas, civilizações e culturas diferentes. Verdade! Há testemunhas! Eu mesmo já bebi vinho nas tabernas com cavaleiros que voltavam das Cruzadas e paravam pra descansar! Conheço gente que já dançou nos salões nobres de antigos reis e rainhas. Já vi quem tivesse conversado com escravos de Minas Gerais. O Zé disse que já bebeu uma pinguinha lá no México com a Señora Chichera!
Mágica.
É o que acontece a cada ensaio na sala 23.
Parece uma sala muito chata.
Mas não é.
Não quando governada por Marialba, a Flautista. Dizem as más línguas que ela tem sangue verde das fadas da floresta. Outros afirmam que o Flautista de Hamelin era seu primo e foi ela quem lhe ensinou a encantar aqueles ratinhos. Pode ser, já que muita gente já foi fisgada pela sua música.
Nesta sala, a Flautista é regente de um grupo muito bizarro. Coisas estranhas acontecem sob seu comando. Tem homens e mulheres entre duendes e fadas. Um bobo da corte dança com uma odalisca; uma cigana lê a mão de um escravo sofrido. O armário surrado é apenas um disfarce: ele esconde o tesouro da Senhora: muitas flautas (uma evidência de seu parentesco com o moço famoso de Hamelin) e a caixa de máscaras.
O piano que parece velho é, na verdade, uma espineta (já ouvi dizer que é parente do cravo, que é tio-avô do piano). O piano bonitão fica até com ciúmes quando alguém a toca: ela combina mais com aquela bizarrice toda e com a proposta daquela trupe. Os objetos deixados ali perto e sobre o armário são percussivos; marcam ritmos, fazem graça, aceleram o coração da gente.
As cadeiras agora estão em círculo. Todos estão sentados. Parecem uma família. Ou amigos que se entendem muito bem, falando a mesma língua, vivendo o mesmo sonho e paixão. A flautista fala, brinca e ri. Todos falam, brincam, riem. E aprendem.
A mágica começa: soando juntos, flautas, violões, tambores, pandeiros e vozes transformam a sala numa máquina do tempo! Uma viagem incerta, porém prazerosa, por várias épocas, civilizações e culturas diferentes. Verdade! Há testemunhas! Eu mesmo já bebi vinho nas tabernas com cavaleiros que voltavam das Cruzadas e paravam pra descansar! Conheço gente que já dançou nos salões nobres de antigos reis e rainhas. Já vi quem tivesse conversado com escravos de Minas Gerais. O Zé disse que já bebeu uma pinguinha lá no México com a Señora Chichera!
Mágica.
É o que acontece a cada ensaio na sala 23.
* O título faz referência à obra A Flauta Mágica, de Mozart, ópera em dois atos que mostra e filosofia do Iluminismo. Algumas de suas árias são bastante conhecidas, como as da Rainha da Noite.
Gente, eu não tenho foto da sala 23...
ResponderExcluirhumpf!
Eu acho que vou mandar o link do texto pra Marialba...
ResponderExcluirrs
E eu quero o Edson Cordeiro cantando a Rainha da noite!
ResponderExcluir"sangue verde das fadas da floresta"
ResponderExcluireu também quero ter sangue verde.
rs.
Não li, mas venho ler no próximo intervalo do BBB... eu não presto.
ResponderExcluirÉ tão triste, mas tão triste ser trocado pelo BBB que até vou embora.
ResponderExcluirTchau.
5 letras
Sala dos sonhos!
ResponderExcluirSala dos sonhos!
ResponderExcluirTem dó Dicerginho... hahahahaha
ResponderExcluirMande o link pra Marialba
ResponderExcluiradoro 23
ResponderExcluireu e a tia
adoro jose de alencar
ResponderExcluiradoro flauta
ResponderExcluireu quero sangue rosa
ResponderExcluirachei inválido não ter foto da sala
ResponderExcluirTIRA LÁ
passando aqui, pra não passar em branco minha presença rara nesse cantinho que tanto gosto ..
ResponderExcluire que logo logo, voltarei a frenquentar .. uhuuulll
A Laura quer sangue rosa.
ResponderExcluirDepois eu é que sou gay.
Naraina's, cê tá fazendo falta.
ResponderExcluir[e eu não entendi a do José de Alencar... =[ )
ResponderExcluirOlha a Marininha aí, minhas gentes.
ResponderExcluirFilhote, eu não gosto de fofoca, cê sabe, né? mas José de Alencar num é aquele que descreve até os rachadinhos de uma cadeira? Então... hahahahah
Eu sofro na pele dessa menina TAMBÉM.