quinta-feira, 26 de julho de 2012

Aninha e suas ideias de parar o trânsito

Tema: de parar o trânsito
Por: Rosana Tibúrcio


Inveja não é um sentimento muito interessante de sentir. Dá arrepios, causa mal-estar e um quê de incompreensão diante dos: "por que não eu?", "por que não meu?", "por que não comigo?", e outros tantos questionamentos.
E a inveja fica meio bizarra quando ela se refere a algo que vivenciamos e não viveremos mais. Nem a gente, nem mais ninguém. Não aqui, nesta Cidade ou em outras de menor ou maior porte; cidades similares, ou quase.

Houve um tempo em que brincávamos na rua. E que parávamos a brincadeira para um ou outro carro, carroça, charrete ou bicicleta passarem. Na verdade, os motoristas, ciclistas ou charreteiros, sabendo do "ponto das brincadeiras" dos meninos e meninas, até desviavam o caminho, para não interromperem aquelas aventuras que havia além das casas e das calçadas.

Vivenciei tudo isso e parece que foi há muito tempo. E foi. Foi no século passado, vejam vocês. Hoje o que se vê, pelo menos por aqui nesta Cidade - cidade do interior, vejam bem - é um bando desenfreado de carros, motos, bicicletas e pedestres disputando cada pedacinho das ruas e, muitas vezes, das calçadas. O que se vê é um trânsito caótico que muitas vezes só para (saudade, também, do pára com acento, viu???) quando alguém não parou quando devia e atropelou o espaço do outro.

O que se sente é uma inveja danada daquele tempo que não volta mais, mas que quando contamos aos meninos e meninas de hoje ou relembramos com os meninos e meninas de nossa memória pode ser que alguém saia com alguma ideia interessante como a que Aninha teve quando eu contava as brincadeiras de rua, no tempo de infância.

- Tia Rosana, gostei desse seu passado nas ruas. Que tal minhas colegas de escola e eu propormos à Prefeita de Patos um projeto para um dia sem carros e motos na Cidade? Num dia normal, de trabalho e escola. Que sejam liberadas só as ambulâncias e os ônibus para quem trabalha a mais de 50 minutos a pé de casa. Que tal?
- Ah Aninha, só você com essas ideias de parar o trânsito.
- Mas não tem que parar o trânsito, Tia, não haverá trânsito.
- Aninha, "ideias de parar o trânsito" tem aqui outra conotação.
- Cono o quê Tia? Pirô?
- Não Aninha, "parar o trânsito" significa, também, algo que causa espanto em virtude de... blá-blá-blá, entendeu?
- Ãhãn! Mas aqui, você me ajuda com esse projeto Tia?
- Claro, e pensar que tem gente no Guaraná querendo te dar conselho, veja você.
- Como Tia?
- Nada, isso é papo para outro post, vamos ao projeto de “parar o trânsito”.
- Risadas. Das duas.


Uma linda quinta-feira pra vocês minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo atrapalhado diferente no ar e hoje há um misto de saudade e inveja de um passado sem trânsito

10 comentários:

  1. Aninha, suas coleguinhas pensam essas coisas também???

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  2. Eu tô tentando fazer um comentário super político, super engajado, gente, mas não tô conseguindo!

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  3. E pensar que na minha época ainda era possível brincar de bete, bandeira, queimada na rua de casa...

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  4. Saudade do tempo que brincávamos (minhas amigas e eu) na rua ..
    ó .. como diria euzinha mesma:
    foi a minha melhor infância
    rsrsr

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  5. a aninha entendeu a explicação muito rápido

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  6. saudade da infância que eu não tive ou evitava ter.

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  7. quer dizer que nosso tema poderia ser "algo que causa espanto em virtude de... blá-blá-blá", é isso?

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  8. Aninha vai entrar pro greenpeace, logo vi.

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  9. Eu acho que fiz parte da última geração que brincou na rua.

    Gosto do fato de ainda ter brincado, me traz boas lembranças.

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