Tema: de parar o trânsito
Por: Rosana Tibúrcio
Inveja não é um sentimento muito
interessante de sentir. Dá arrepios, causa mal-estar e um quê de incompreensão
diante dos: "por que não eu?", "por que não meu?",
"por que não comigo?", e outros tantos questionamentos.
E a inveja fica meio bizarra
quando ela se refere a algo que vivenciamos e não viveremos mais. Nem a gente,
nem mais ninguém. Não aqui, nesta Cidade ou em outras de menor ou maior porte;
cidades similares, ou quase.
Houve um tempo em que brincávamos
na rua. E que parávamos a brincadeira para um ou outro carro, carroça, charrete
ou bicicleta passarem. Na verdade, os motoristas, ciclistas ou charreteiros,
sabendo do "ponto das brincadeiras" dos meninos e meninas, até
desviavam o caminho, para não interromperem aquelas aventuras que havia além
das casas e das calçadas.
Vivenciei tudo isso e parece que
foi há muito tempo. E foi. Foi no século passado, vejam vocês. Hoje o que se
vê, pelo menos por aqui nesta Cidade - cidade do interior, vejam bem - é um
bando desenfreado de carros, motos, bicicletas e pedestres disputando cada
pedacinho das ruas e, muitas vezes, das calçadas. O que se vê é um trânsito
caótico que muitas vezes só para (saudade, também, do pára com acento, viu???)
quando alguém não parou quando devia e atropelou o espaço do outro.
O que se sente é uma inveja
danada daquele tempo que não volta mais, mas que quando contamos aos meninos e
meninas de hoje ou relembramos com os meninos e meninas de nossa memória pode
ser que alguém saia com alguma ideia interessante como a que Aninha teve quando
eu contava as brincadeiras de rua, no tempo de infância.
- Tia Rosana, gostei desse seu
passado nas ruas. Que tal minhas colegas de escola e eu propormos à Prefeita de
Patos um projeto para um dia sem carros e motos na Cidade? Num dia normal, de
trabalho e escola. Que sejam liberadas só as ambulâncias e os ônibus para quem
trabalha a mais de 50 minutos a pé de casa. Que tal?
- Ah Aninha, só você com essas
ideias de parar o trânsito.
- Mas não tem que parar o
trânsito, Tia, não haverá trânsito.
- Aninha, "ideias de parar o
trânsito" tem aqui outra conotação.
- Cono o quê Tia? Pirô?
- Não Aninha, "parar o
trânsito" significa, também, algo que causa espanto em virtude de...
blá-blá-blá, entendeu?
- Ãhãn! Mas aqui, você me ajuda
com esse projeto Tia?
- Claro, e pensar que tem gente
no Guaraná querendo te dar conselho, veja você.
- Como Tia?
- Nada, isso é papo para outro
post, vamos ao projeto de “parar o trânsito”.
- Risadas. Das duas.
Aninha, suas coleguinhas pensam essas coisas também???
ResponderExcluirEu tô tentando fazer um comentário super político, super engajado, gente, mas não tô conseguindo!
ResponderExcluirE pensar que na minha época ainda era possível brincar de bete, bandeira, queimada na rua de casa...
ResponderExcluirSaudade do tempo que brincávamos (minhas amigas e eu) na rua ..
ResponderExcluiró .. como diria euzinha mesma:
foi a minha melhor infância
rsrsr
a aninha entendeu a explicação muito rápido
ResponderExcluirsaudade da infância que eu não tive ou evitava ter.
ResponderExcluirquer dizer que nosso tema poderia ser "algo que causa espanto em virtude de... blá-blá-blá", é isso?
ResponderExcluirAhhh, gente!!!
ResponderExcluirAninha vai entrar pro greenpeace, logo vi.
ResponderExcluirEu acho que fiz parte da última geração que brincou na rua.
ResponderExcluirGosto do fato de ainda ter brincado, me traz boas lembranças.