terça-feira, 31 de julho de 2012

Fazenda


Tema: Férias
Por Rafael Freitas



O fusca azul parava. Eu descia e ia correndo abrir a porteira. E gritava pro vô que nem precisava me esperar: gostava de ir correndo atrás do carro, pela estradinha de cascalho. Lá na frente ficava o curral, o paiol e depois a casa. Ficou melhor quando o vô passou o curral lá pra baixo e fez o terreirão pra secar café na frente da casa.

Era assim em todas as férias da escola: eu ia pra roça do meu avô. Podia passar o mês todo lá, indo só algum fim de semana ver meus pais, e voltava no mesmo dia.

Debulhar milho, moer café, catar ovo. Até ajudando a vó eu me divertia. Sempre brincava no córrego que tinha atrás da casa, onde as gotas de água limpinha pulavam nas folhas grandes de inhame, que não as absorvia, e ficavam aquelas continhas brilhantes escorregando pra lá e pra cá. E quando o café estava secando no terreiro? Era preciso “mexer” o café com um rodo grande. Eu ficava fazendo desenhos naquele pedação do terreiro coberto pelas frutinhas já escurecidas. E como era bom escorregar e cair entre elas! E a vó brava! Também era bom entrar naquele canto do paiol onde o café ficava armazenado: era a piscina de bolinhas daqueles tempos! O problema era o “juçá” do milho que ficava espalhado no chão, no outro canto. Deixava as canelas coçando!

Às vezes tomava banho de bacia, no meio da cozinha. Mas preferia mesmo ficar na banheira um tempão, com a água quentinha da serpentina. Que eu não entendia direito como funcionava. Como também não sabia o que era o "Brejão", onde meu avô ia uma vez por semana ver se estava tudo certo. De vez em quando trazia umas vacas de lá. Que eu nunca saberia o nome, porque algumas eram tão parecidas! Tinha a Mocha, mocha mesmo, que não ia muito com a minha cara e até avançava na cerca quando me via.

Atrás do curral, descendo, tinha um outro córrego, mais largo. Era bom brincar ali também porque tinha umas pedras escuras que soltavam uma tinta preta. Eu tentava subir por ele, pra achar sua nascente, entrando no meio da mata, me sentindo o bandeirante, achando lindo encontrar pequenos cardumes aqui e ali. E como criança não vê perigo em nada, tinha muito pasto e muita mata pra ter uma cobra bem ali onde eu queria desbravar, né?!

Depois de adolescente, já não ia mais. Só em algum domingo, quando minha mãe ia visitar meus avós. Aí, quando era época, elas faziam pamonha! E sempre: biscoito, sequilho e essas “quitandas” de vó. Nem me lembro da última vez que fui lá. O fusca azul é do meu irmão mais velho. Que ele não vende e nem troca, uma relíquia. Foi seu primeiro carro, que o vô deu depois de comprar o fusca cinza.

Vô Zé Porfírio e Vó Marta moram comigo agora. As coisas estão mais complicadas pela idade e saúde deles, principalmente do seu Zé. De vez em quando a gente lembra e conversa sobre essa época, com essa saudade peculiar. E mesmo que quisesse esquecer, vai ter sempre a voz do Milton cantando Fazenda, pra me lembrar:

Água de beber, bica no quintal, sede de viver tudo...




segunda-feira, 30 de julho de 2012

Saudade das férias que eu tive ou evitava ter.


Tema: férias 
Por: Laura Reis

Férias.. há um bom tempo não vivo essa palavra.
Porque férias é o tipo de palavra que não dá pra conhecer só de olhar no dicionário e decorar as interpretações todas. Férias é pra ser, estar, viver e um monte de outros verbos em constante constância.
E, mais, devia ser proibido ser chamado de férias um intervalo de menos de vinte dias seguidos nos quais se afasta do trabalho/estudo, porque férias não é só pra não cumprir com as obrigações normais. É pra não se cumprir nada, não ter horário, compromisso. É pra se acordar quando bem entender, comer besteira, ver o que quiser, passear até onde quiser ou simplesmente não ir. É pra se fazer o que realmente gosta. Aquela coisa que você espera o fim de semana pra fazer por... uma hora? Nas ferias é quando você pode fazer por tempo indeterminado (ou atéééé ela acabar... mas é que demora.)
Férias boas são as ferias de escola. Porque era um mês de férias. Um mês dá tempo, afinal. Dá tempo de viajar, descansar da viagem, descansar do descanso e ainda fazer um monte de coisa nesse meio tempo.
Férias de uma semana não é férias. É só uma tapeação e ninguém gosta de ser tapeado. Ninguém gosta de começar a entrar no ritmo desacelerado e ser surpreendido com a tal da segunda-feira, quando normalmente volta tudo, de novo.
Férias, pra mim e atualmente, é só sinônimo de lembrança. E lembrança distante, infelizmente. Quem sabe o gênio da lâmpada não aparece pra eu pedir umas férias (e uns dinheiros pra aproveitar direito).

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Aninha e suas ideias de parar o trânsito

Tema: de parar o trânsito
Por: Rosana Tibúrcio


Inveja não é um sentimento muito interessante de sentir. Dá arrepios, causa mal-estar e um quê de incompreensão diante dos: "por que não eu?", "por que não meu?", "por que não comigo?", e outros tantos questionamentos.
E a inveja fica meio bizarra quando ela se refere a algo que vivenciamos e não viveremos mais. Nem a gente, nem mais ninguém. Não aqui, nesta Cidade ou em outras de menor ou maior porte; cidades similares, ou quase.

Houve um tempo em que brincávamos na rua. E que parávamos a brincadeira para um ou outro carro, carroça, charrete ou bicicleta passarem. Na verdade, os motoristas, ciclistas ou charreteiros, sabendo do "ponto das brincadeiras" dos meninos e meninas, até desviavam o caminho, para não interromperem aquelas aventuras que havia além das casas e das calçadas.

Vivenciei tudo isso e parece que foi há muito tempo. E foi. Foi no século passado, vejam vocês. Hoje o que se vê, pelo menos por aqui nesta Cidade - cidade do interior, vejam bem - é um bando desenfreado de carros, motos, bicicletas e pedestres disputando cada pedacinho das ruas e, muitas vezes, das calçadas. O que se vê é um trânsito caótico que muitas vezes só para (saudade, também, do pára com acento, viu???) quando alguém não parou quando devia e atropelou o espaço do outro.

O que se sente é uma inveja danada daquele tempo que não volta mais, mas que quando contamos aos meninos e meninas de hoje ou relembramos com os meninos e meninas de nossa memória pode ser que alguém saia com alguma ideia interessante como a que Aninha teve quando eu contava as brincadeiras de rua, no tempo de infância.

- Tia Rosana, gostei desse seu passado nas ruas. Que tal minhas colegas de escola e eu propormos à Prefeita de Patos um projeto para um dia sem carros e motos na Cidade? Num dia normal, de trabalho e escola. Que sejam liberadas só as ambulâncias e os ônibus para quem trabalha a mais de 50 minutos a pé de casa. Que tal?
- Ah Aninha, só você com essas ideias de parar o trânsito.
- Mas não tem que parar o trânsito, Tia, não haverá trânsito.
- Aninha, "ideias de parar o trânsito" tem aqui outra conotação.
- Cono o quê Tia? Pirô?
- Não Aninha, "parar o trânsito" significa, também, algo que causa espanto em virtude de... blá-blá-blá, entendeu?
- Ãhãn! Mas aqui, você me ajuda com esse projeto Tia?
- Claro, e pensar que tem gente no Guaraná querendo te dar conselho, veja você.
- Como Tia?
- Nada, isso é papo para outro post, vamos ao projeto de “parar o trânsito”.
- Risadas. Das duas.


Uma linda quinta-feira pra vocês minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo atrapalhado diferente no ar e hoje há um misto de saudade e inveja de um passado sem trânsito

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Um viva

Tema: de parar o trânsito
Por Nina Reis

Faça chuva, faça sol
até mesmo temporal
nada disso me importa
mais que certo, é natural


O trânsito é um caos
o motorista me preocupa
mas às vezes acontece
provavelmente tem desculpa


O verde é pra seguir
amarelo é atenção
vermelho para o trânsito
que fique claro esta lição.


Não deixe de obedecer
as leis que lhes são dadas
caso cometa algum erro
pode pagar caro por isso


Um viva para a criatividade. aushuashuah

terça-feira, 24 de julho de 2012

Na vida, com carteira de habilitação

Tema: De parar o trânsito
Por Rafael Freitas


Quem parou o trânsito fui eu. Faltou aceleração. Mas, também, aquele morro era assustador: fiquei sem saber o que fazer na segunda lombada. Aí o carro morreu. No meio do morro. E o cara de trás buzinando. Uma, duas, três tentativas de sair. O instrutor falando. E eu ali, nervoso.

Pensei que dirigir fosse mais fácil. Minha mãe diz que é porque eu não gosto. Mas não. Deve ser falta de prática. Ainda faltam os automatismos de que tanto falam nas aulas de legislação. Ainda falta conseguir parar usando freio e embreagem nos cruzamentos quando tem indicação de PARE sem deixar o carro morrer. Ainda falta noção de espaço, se vou caber ali ou não, se estou perto da guia ou mais longe que os cinquenta centímetros permitidos. Ainda falta conseguir uma baliza bem feita. É... Ainda falta conseguir fazer uma baliza.

Lembro quando um professor da faculdade chegou todo contente contando que havia passado no exame de rua. Tinha 33 anos. Olhei para ele, brincando, e disse: _ É sinal de que agora você já consegue dirigir sua vida. Ele, mais elucubrado que eu, olhou pensativo. Concordou.

Mas dirigir a vida é mais difícil ainda! Não tem placas avisando o caminho, se a via é permitida ou se você entrou na contramão.  Não tem placas lembrando que é preciso desacelerar, ir com mais calma, que viver nessa correria é um perigo. Ser deixado para trás, dependendo de quem fez a ultrapassagem, pode ser bem doloroso. E é cada acidente que deixa o coração da gente em pedaços!

Por outro lado, o caminho é cheio de coisas para aprender. E gente. E às vezes alguém pega uma carona que pode fazer a viagem mais gostosa!

Porque, no final, ninguém está aqui só a passeio. Nem precisa sofrer com as multas e infrações que a vida aplicou. Bom mesmo é andar; percorrer esses caminhos até achar o rumo certo, até entender seu fluxo sem precisar de placas, só apreciando a paisagem!

E eu ainda abaixo o vidro, porque esse vento no rosto me dá uma sensação de liberdade danada!



segunda-feira, 23 de julho de 2012

Alguns ml.


Tema: de parar o trânsito
Por: Laura Reis



Ouvimos, do salão mesmo, o corpo caindo no asfalto. Chamei o gerente do lado, que fez o curso de primeiros socorros comigo, pra ir até lá. Andávamos apressados para socorrer o rapaz que havia caído do sétimo andar, o mesmo que encontraram aquela mulher na semana passada. Será que havia alguma ligação entre eles? O corpo de bombeiros apitava na outra esquina, mas o sinal estava com defeito.
Precisávamos encontrar um jeito de parar o trânsito, pra resolver tudo rápido. Me joguei na frente dos carros, mas não adiantou muito. Até que levantei a blusa: sabia que aqueles ml de silicone iam ter algum resultado positivo.

domingo, 22 de julho de 2012

Dons culinários

Tema: Preparando um jantar
Por Rafael Freitas


Se fosse verdade que cada pessoa possui um dom, talvez esta fosse sua frustração mais sentida: não sabia cozinhar. Podia escrever, cantar, dançar, até se arriscava no artesanato. Mas cozinhar, definitivamente, não era para ele. Muito atrapalhado, derrubava tudo! E ainda ansioso: corria de um lado para o outro da cozinha, nervoso, sendo que tudo o que precisava era de uma pitada de sal para o ovo que já estava fritando. Até secar a água do macarrão instantâneo já havia conseguido!

Por isso a escolha do cardápio: macarrão de panela de pressão. Não queria pedir em algum restaurante mais uma vez. A noite seria tão especial, valeria a pena esse esforço. Acreditava realmente que uma comidinha feita com bastante carinho pode ficar mais gostosa. E isso se tornou ainda mais forte depois de Como água para chocolate*.

Macarrão parafuso, molho de tomate preparado, um tablete de caldo de galinha, um pouco de sal... Cinco minutos depois de pegar pressão, era só desligar, colocar na travessa e misturar o creme de leite com o presunto e a mussarela picados. Fácil! Para fazer uma graça, fez uma salada de alface e tomate. Talvez nem precisasse, mas queria a casca do tomate para fazer aquela flor que sua tia fazia para enfeitar, com uns galinhos de salsinha, a maionese dos dias de festa. Ficaria charmoso.

Arrumou a mesa enquanto o macarrão cozinhava e sentiu medo de ser pouco. Depois sentiu medo de que não viesse ninguém. Não havia contado o motivo daquele jantar, num domingo à noite. A panela apitando. Não olhou o relógio. A campainha tocou. Tirou o avental estampado, xadrezinho. Correu para a porta. A campainha tocou de novo. _Já vai. Caramba, cadê a chave? A panela apitando. _A chave! Já sei, deixei no bolso da calça... Subiu as escadas correndo. _Já vai, já vai! Eita, onde deixei aquela calça... E a panela lá. _Achei! Voltou correndo e tropeçou no tapete. _Droga! ... Entra gente! Sentem, já venho!

Desligou o fogo. _Ai, quanto tempo será que passou? Destampou a panela; podia estar bom. _ Se não fosse esse tanto grudado aqui no fundo... Despejou na travessa, em cima da pia, e quando a segurou para botar na mesa, escorregou no tapete, Outro!, e derrubou tudo em cima da toalha limpinha. O macarrão quente e amargo doendo no dorso da sua mão direita, causando um palavrão e desatanto o choro e o discurso:

_ Gente, desculpa... Era só pra gente se ver! Não aguentava a saudade e precisava dizer que a semana foi triste e que a gente precisa se lembrar de que a vida é tão curta, né, pra gente se ver tão pouco, sendo que a gente se gosta tanto! O que a gente leva da vida se não esses momentos bons, né? As risadas, um papo bom... Droga, estraguei tudo! E tá doendo!

_ Relaxa, querido! A gente sabia que você cozinhando só poderia dar em desastre! Aí trouxemos uma pizza! Só esquecemos o vinho... Você tem?

_ Hum... Não, mas tenho uma bebida melhor: guaraná com canudinho!




* Como água para chocolate é um romance escrito pela mexicana Laura Esquivel, também adaptado para o cinema. Neste romance tudo gira em torno da cozinha: cada capítulo é aberto com uma receita, a partir da qual se desenvolve o enredo, muitas vezes tendo as emoções de quem as preparava, Tita, influenciando toda a história.

sábado, 21 de julho de 2012

Linguiças Quæ Sera Tamen*


Tema: Preparando um jantar
Por Taffa

Linguiça acebolada ou, como realmente parece, cebola linguiçada.

Certa vez, Rosaninha e eu estávamos conversando sobre as gordices do dia a dia e descobrimos que sentíamos um amor desmedido e incontestável pela cebola. Naquele dia, combinamos que numa próxima oportunidade faríamos um picadinho acebolado bem caprichado para comer sem culpa e apreciar demoradamente a iguaria.

Isso aconteceu há mais ou menos dois anos e desde aquela data sempre tentávamos marcar algum dia para colocar o plano em prática, embora toda vez ocorresse algum fato que impossibilitasse a ideia. Felizmente, desta vez vim para Patópolis com mais tempo e nosso sonho quase utópico pôde finalmente tornar-se realidade.

Rosana boUUUa com seu novo (e lyndo) corte de cabelo e avental idem.

Com tudo combinado, esperamos (Eu e o Vanderley, vulgo Limão) a hora marcada e zarpamos para a casa da boUUUa, já com as barrigas roncando e preparadas para comer, repetir e lamber o prato. Rosaninha avisou que iria para o fogão cerca de duas horas antes do horário combinado, pois queria deixar tudo impecável, e isso só contribuiu para que ficássemos com mais vontade ainda de nos empanturrar.

Rosana boUUUa contando um causo pro Limão e tímida com a câmera,
Nayara no fogão fazendo uma torção inacreditável com o pé direito,
Vanderley Limão interessado no causo contato pela Rosaninha
e eu lyndo atrás da câmera.

Assim que chegamos lá, fomos para a cozinha ajudar a terminar os pratos e o Limão picou precisamente um quilo inteiro de cebola para colocarmos na comida. Nayara, outra amiga nossa, também estava presente e ajudou a finalizar os preparativos do banquete enquanto abríamos uma garrafa de vinho e a apreciávamos antes de toda a comilança.

boUUUa dando pitacos e ensinando pra Nayara todos os segredos
mais sombrios e macabros para temperar uma refeição.

Na hora do jantar, já com todos à mesa, pudemos nos servir à vontade de arroz branco, feijão, inhame e uma enorme travessa de linguiça com cebola. Foi um momento de muito silêncio, pois estávamos muito ocupados com a boca cheia e, claro, comemos e repetimos até as órbitas dos olhos estufarem.

Limão comendo a primeira vez (das oito que mandou pra dentro).

Depois disso, ficamos conversando bobagens e rindo por horas, com destaque para as três únicas piadas que a boUUUa sabia contar e a história tragicômica de vida do Limão. Comemos também guloseimas e tomamos o já conhecido Café Quiçá, desta vez preparado tanto na sua receita original quanto sem açúcar, para alegria do Limão que adora café amargo.

boUUUa e Nayara sendo lyndas.
Pós-comilança!

No final da noite tiramos algumas fotos e marcamos a altura do Limão na Parede da Fama, fechando uma ótima visita que foi, de longe, a melhor que fizemos nesta vinda a Patópolis.

Limão assinando sua altura na parede da fama.

Até a próxima!

Só gente lynda.

* Linguiças Quæ Sera Tamen significa “Linguiça, mesmo que seja tarde”, semelhante à frase Libertas Quæ Sera Tamen da conhecida bandeira de Minas Gerais e que a história, bem, vocês já devem saber.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Amor, o jantar está na mesa!!!

Tema: preparando um jantar
Por: Rosana Tibúrcio



- Amor, o jantar está na mesa!!
Melhor frase do mês.
Pensar que mulher foi feita apenas para preparar o jantar e homem sempre para “tirar um cochilo enquanto isso”, porque era: exigência, até no tempo em que ela resolveu viver sem sutiã; costumeiro, depois de seios liberados; comum, na era do silicone; raro, quando ela estufava os peitos, era executiva e ele o entregador. De pizza.   

- Amor, o jantar está na mesa!!
Melhor frase da semana.
Pensar que mulher foi feita apenas para preparar o jantar e homem sempre para “tomar uma ducha enquanto isso”, porque era: exigência, quando ela se trocava depois do jantar pronto e antes de se sentar à mesa, depois dele; costumeiro, depois de uma transa rápida enquanto a batata assava; comum, enquanto ele ouvia música e ela com dor de cabeça; não tão raro, quando ela fazia o jantar aos gritos e ele se calava. De medo.

- Amor, o jantar está na mesa!!
Melhor frase do dia.
Pensar que mulher foi feita apenas para preparar o jantar e homem sempre para “contar o dia do escritório, enquanto isso”, porque era: exigência, até o tempo em que ela só era dona de casa e olhe lá; costumeiro, já que ele ganhava mais e ela só fazia artesanato para pagar cabeleireira e manicure; comum, mesmo na era de direitos iguais; raro; quando ela era a provedora e ele só um instalador. De canos.

- Amor, o jantar está na mesa!!  
Melhor frase da vida.
Pensar que esta mulher não foi feita para forno e fogão e que seu homem  foi feito para fazer a janta, colocar a mesa e depois arrumar a cozinha. Num tempo em que se amavam, ambos trabalhavam fora e viviam correndo; ela cuidava das roupas porque gostava disso mais do que ele; os dois cuidavam da casa porque ambos não suportavam isso, mas, se juntos, tudo parecia menos ruim; ele cuidava da janta porque gostava, ela não e os dois sempre gostavam do que ele preparava. E essa hora era o início da melhor das horas que passavam juntos. 
Essa era a hora do carinho, do cuidado, de quase tudo sempre igual. Inclusive a curiosidade dela.

- Meu bem - ela pergunta enquanto entrega, para ele, uma taça de vinho - o que você preparou para o nosso jantar?
- O mesmo amor de sempre, querida, mas hoje foi com frango ao pesto de manjericão e batata sauté. Um brinde!!!


Uma linda quinta-feira pra todos vocês meus amores, porque nas quintas há algo diferente no ar e hoje há "o amor, que mexe com a minha cabeça e me deixa assim..." haushauhsuhasuh

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Vai de torta?


Tema: preparando um jantar
Por: Nina Reis

Ela chega exausta do trabalho. Toma seu banho, coloca roupa de ficar em casa, avental e uma touca (pra não ter perigo de encontrarem um fio de cabelo na comida).
Abre a geladeira, que mais parece vitrine de loja. Pega seu caderninho azul de receitas, pra quem sabe, fazer algo inusitado, enquanto isso a geladeira continua aberta. Fecha seu livro e é então que decide pela milésima vez pegar os tão conhecidos ingredientes e preparar uma de suas tortas para o jantar, afinal de contas, não há nada melhor que receber seus amigos em casa e ter a certeza que não errará na escolha, mesmo sabendo que essa escolha foge um pouco (ou muito) do que poderia ser realmente definido como um verdadeiro jantar.
O que resta agora é esperar qual deles trará o suco, o vinho, o espumante ou somente aquela deliciosa e agradável companhia de quase todos os finais de semana.

Esse pequeno post, (simples e sem nada de tão surpreendente) dedico aos meus queridos amigos Henrique Simão e Raphael Menezes que nesses últimos meses tem sido minhas melhores companhias e meus melhores amigos.

Be Happy pra vocês dois. rsrsrs

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Três minutos e está pronto.

Tema: preparando um jantar
Convidado: Ulisses Simões


2: Pensou em todas as possibilidades, e decidiu que a massa seria a melhor pedida, tendo em vista o tempo, dia da semana e horário.

2: Combinaria com o vinho que estava guardado há sete meses e meio sem nenhuma perspectiva de ser aberto até aquele dia.

6: Pegou o óleo, a pasta, a água, o tempero pronto (porque não há como se preparar aquilo que já é), acendeu o fogão, cortou os tomates, chorou as cebolas, escolheu as panelas, os melhores garfos e facas, e aqueles dois únicos pratos que ficavam escondidos no final da pilha.

2: Um banho caíria bem, enquanto as coisa se resolviam no fogão. Na dúvida se fazia a barba ou não, não fez. Porque ela gosta assim. Um sabonete e um shampoo barato, o suficiente para um homem. Seviria até um sabão de barra. Mas não hoje, então arriscou um perfume. Não sabe escolher então seguiu o conselho da mãe, quando o comprou, dois anos atrás. Alguém deveria ter lhe dito que era doce demais.

5: Tirou do fogo e resolveu arriscar o molho. Espremendo, apertando e misturando, tão inconsistente quanto a sua vida. O gás ameaçava acabar e a chama insistia em lembrá-lo disso. Despejou como estava e diminuiu o fogo.

1: Que vergonhoso ele parado, pelado, de frente ao guarda-roupa, gaveta aberta, escolhendo uma cueca. Nunca foi homem dessas coisas, mas não poderia decepcionar. Aquela camisa fora de moda mas que ele achou ser chique há quatro anos. Mereceu, ainda, um pente. O sapato bico quadrado ícone em 2002 poderia passar batido. O rasgado da calça está em cima, a camisa esconde.

0: Foi inventar de acender as velas. Achou que era só atear, e aí está! O homem das cavernas descobrindo o fogo. Mal sabia ele que dentro de poucos minutos a cera escorreria para a sua mesa de plástico, ainda a se pagar, causando dano estético, financeiro, e principalmente, olfativo.

0: Abrir o vinho. Onde diabos se meteu o abridor? O copo de requeijão ou o caneco da feira do chopp não caíriam bem. Pediu ao vizinho, o velho senhor viúvo, militar reformado, que insiste em manter a sua cristaleira trancada, duas míseras taças. Ao ver a deplorável situação desesperadora do rapaz emprestou, não sem no mínimo seis recomendações, quanto ao uso, cuidado, lavagem e urgência na devolução.

2, 2, 6, 2, 5, 1, 0, 0.

2262-5100. Ligou. Pediu a massa. Tomou banho e se vestiu. Em três minutos estava pronto. Em trinta e dois, o entregador chegou. Tem troco? Em cinquenta e oito, ela tocou o interfone. Aos cinquenta e nove, abriu a porta e mostrou o prato, ao centro da mesa:

- Eu que fiz pra você, amor.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Que já teriam seus netos

Tema: Quatro gerações
Por Taffa

4 Gerações, por Claudia Soria e Mi di Federico

Só pra mudar um pouco o esquema da semana e sair dos textos convencionais que falam sobre parentescos e árvores genealógicas (mas sem deixar de abordar o tema), vou postar uma música que fala sobre tudo isso em forma de declaração.

De Reis, que já teve o sobrenome comentado aqui durante a semana.
E de Eller, que se foi antes mesmo de ver sua terceira geração.

Obs.: A música não fala somente de quatro, mas de cinco gerações.


Meu mundo ficaria completo (com você)
Nando Reis

Não é porque eu sujei a roupa bem agora que eu já estava saindo
Nem mesmo porque eu peguei o maior trânsito e acabei perdendo o cinema
Não é porque não acho o papel onde anotei o telefone que eu tô precisando
Nem mesmo o dedo que eu cortei abrindo a lata e ainda continua sangrando
Não é porque fui mal na prova de geometria e periga d'eu repetir de ano
Nem mesmo o meu carro que parou de madrugada só por falta de gasolina
Não é por que tá muito frio, não é por que tá muito calor

O problema é que eu te amo
Não tenho dúvidas que com você daria certo
Juntos faríamos tantos planos
Com você o meu mundo ficaria completo
Eu vejo nossos filhos brincando
E depois cresceriam e nos dariam os netos

A fome que devora alguns milhões de brasileiros, perto disso já não tem importância
A morte que nos toma a mãe insubstituível, de repente dela, já nem me lembro
A derrota de 50 e a campanha de 70 pertem totalmente seu sentido
As datas, fatos e aniversariantes passam sem deixar o menor vestígio
Injúrias e promessas e mentiras e ofensas caem fora pelo outro ouvido
Roubaram a carteira com meus documentos, aborrecimentos que eu já nem ligo
Não é por que eu quis e eu não fiz
Não é por que não fui e eu não vou

O problema é que eu te amo
Não tenho dúvidas que eu queria estar mais perto
Juntos viveríamos por mil anos
por que o nosso mundo estaria completo
Eu vejo nossos filhos brincando com seus filhos
E depois nos trariam bisnetos

Não é porque eu sei que ela não virá que eu não veja a porta já se abrindo
E que eu não queira tê-la, mesmo que não tenha a mínima lógica nesse raciocínio
Não é que eu esteja procurando no infinito a sorte
Para andar comigo
Se a fé remove até montanhas, o desejo é o que torna o irreal possível
Não é por isso que eu não possa estar feliz, sorrindo e cantando
Não é por isso que ela não possa estar feliz, sorrindo e cantando
Não vou dizer que eu não ligo, eu digo o que eu sinto e o que eu sou

O problema é que eu te amo
Não tenha dúvidas pois isso não é mais secreto
Juntos morreríamos, pois nos amamos
E de nós o mundo ficaria deserto
Eu vejo nossos filhos lembrando
Com os seus filhos que já teriam seus netos

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Qual é a sua?


Tema: quatro gerações
Por: Aninha e Rosana Tibúrcio



daqui



Tia Rosana é safadinha, quis me dar esse assunto para eu fazer uma composição oppss, um post, por dois motivos: 
1) ela não gosta do número quatro. Se fossem cinco gerações ela postava. Aposto.
2) porque pensou: “Aninha tem pais, avós e bisavós e que, somados a ela, resultam quatro gerações vivas.” Mas sabe, gente, esse assunto já deu e agora chega. Laurinha e Rafinha já falaram sobre quatro gerações desse jeito. Essa ideia inicial foi interrompida pela louca da Marininha que parou na segunda geração hihihihi. Eu ri. E eu vou continuar quebrando a corrente.

Fiquei pensando que todo mundo gosta de apontar o dedo para o outro e separar os conhecidos por grupos; gosta de rotular o que está na frente, do lado e atrás; mas nunca é capaz de se reconhecer em rótulos.
Falei bonito, né? Pedi para minha mãe rascunhar esse meu pensamento porque não sabia como me expressar.

Então, por isso, que tal, agora, cada tia e tio velhos (hihihi sei que já deu, mas não resisto) irem sozinho para seu próprio grupo? Um desses quatro que eu destaco abaixo? Lembrando que usei nomes já existentes para titular gerações. Só fiz uma adaptação ao meu modo e brinquei com um segundo nome para combinar com a gravurinha (sou lynda, todos dirão).

Geração verde ou água – é a geração que diz que se preocupa com o meio ambiente e blá-blá-blá. Na verdade, essa geração é muito contraditória, reclama das gerações passadas, mas não é capaz de usar uma fralda de pano em vez de uma descartável. É a geração mais mimimi que há. Pede o extermínio das sacolinhas plásticas no supermercado, mas não encontra solução para o nosso lixo do dia-a-dia. Onde colocá-los? Reclama do vizinho que lava a calçada, mas fica mais de uma hora no banho, fazendo não sei o quê.
Contenha-se, o seu telhado é de vidro.

Geração coca-cola ou terra – representa o que sempre acha que a casa do vizinho é mais bonita que a sua. Que a roupa do vizinho que está no varal é mais branca do que a que a sua mãe lavou. Que a comida que sua mãe faz é pior do que a da casa da avó. Ou seja, vocês são uns eternos insatisfeitos com o que têm e sempre querem o que não é de vocês.
Contenham-se, vocês não estão agradando!!!  

Geração rivotril ou fogo – representa aquele que não para quieto no lugar e que quer fazer uma, duas, mil coisas de uma só vez. Olha, você não está conseguindo cumprir os mais simples compromissos e quer tomar conta de mais coisas ainda? Abaixe o facho, respire fundo, conte até cinco e sorria.
Contenha-se, você pode agarrar algo que não é tão bom assim. Para ninguém.

Geração y e z ou ar – representa aquele que nem bem comprou um celular e já quer o que vai ser lançado amanhã. Nem bem utilizou o último botão do controle remoto da televisão e soube que tem outra novinha no mercado e já quer. Vende as calças, faz dívidas no banco, pede dinheiro emprestado para o vizinho, come resto de ontem, mas o celular novo tá lá. Na mão. Ou na orelha.
Contenha-se, gaste menos e saiba o filme de você assiste não vai mudar o final porque sua TV foi comprada há mais de um mês.

Eu poderia terminar falando da geração paz e amor, mas a exigência é que sejam apenas quatro gerações. Mas quer saber? Vou falar dela sim. Essa é a geração onde vocês guaranetes se encontram. E me chamam para ficar, de vez em quando. E eu gosto. Muito. É onde gente que respeita o outro se instala, onde não há preconceito racial, sexual, profissional ou de idade (olha eu aqui, criancinha). É aonde as pessoas vêm para serem felizes.
Contenham-se, queridos, não precisam procurar o grupo de vocês, já os coloquei no da paz e amor. Comigo junto, claro. Beijinhos doces e, sem censura, da Aninha.


Uma linda quinta-feira para todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há Aninha, com seu jeito destrambelhado de dizer que ama o Guaraná e suas gentes.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Paramos na segunda


Tema: quatro gerações
Por: Nina Reis


Quando vi o tema quatro gerações, confesso que fiquei muito perdida, aliás, ainda estou.
Sem saber ao certo o que escrever, fiquei martelando, martelando e martelando e o que passou primeiramente na minha cabeça é a chateação de não carregar o sobrenome mais legal da família Tibúrcio, eis que dona Rosaninha, nos deixa de herança o sobrenome Silva. Não que eu não goste, bobagem, eu tenho pavor mesmo rsrsrsr sério. Tanto que uso o Reis e sempre que posso enfatizo ser da família Tibúrcio, porque sei da importância e das qualidades que esse sobrenome carrega.


Então, nada de quarta, nem terceira, o Tibúrcio termina na minha segunda geração.

Texto pequeno pra causar grandes discussões.

terça-feira, 10 de julho de 2012

O relógio dos três filhos

Tema: Quatro gerações
Por Rafael Freitas


_ Mas e agora? Quem vai ficar com o relógio amarelo???

O relógio amarelo. Era assim que seu pai chamava um antigo relógio, banhado a ouro, com pulseira de gomos finos que ganhara de seu pai e havia transmitido ao filho do meio como uma relíquia, uma herança de família.

Ele, o filho do meio, sempre notara no pai esse apego às coisas materiais. Não podia se desfazer da cama velha e quebrada porque fora ali que começara seu casamento. Não podia jogar fora aquela camisa, que já estava em trapos, porque a usara no seu noivado. Não podia vender a outra casa porque a construíra com tanto suor, com a ajuda da esposa, e ali criaram os três filhos homens.

Três filhos homens. Que orgulho! E que decepção o pai provara agora ao descobrir [o que para ele era] um desvio, a sem-vergonhice e todas as outras mentiras que teriam sido ditas pelo filho do meio. O que mais se  parecia com ele e com o avô! _ Meu Deus! O nosso nome! O nome da nossa família! Um nome é tudo o que a gente tem! Dissera naquela noite, enquanto o interrogava, querendo saber porque estava naquele carro, num beco suspeito, com outro rapaz.

Uma noite difícil. Por mais que soubesse que não estava sendo fácil para o pai tal descoberta, também não entendia como ele poderia julgá-lo tão mal. Se não estivesse bem resolvido com sua condição, com o que era de fato, e não porque assim escolhera, teria sucumbido diante das acusações, lágrimas e murros do pai na parede e no balcão da cozinha.

E agora, como se não bastasse tanta dor, desenterra a história desse tal relógio! Qual o problema? Seria uma desonra usar um relógio de família? Quem teria que ficar com o relógio amarelo???

Até que ficou claro: o pai escolhera errado o filho que devia presentear. Não era ele, o filho do meio, o merecedor pelo simples fato de que não teria filhos. Estava resolvido: devolveria o relógio, ou entraria em um acordo com o pai sobre qual sobrinho deveria ficar com ele.

O que seu pai não sabia é que seu legado, assim como o do avô, era muito mais que um relógio, as entradas nos cabelos, o formato do nariz ou os lábios finos. Era a boa educação, honestidade, bom-caráter e aquele jeitinho teimoso. Coisas que o filho do meio tinha de sobra e poderia distribuir para muita gente. O que também aconteceria com seus irmãos, e os filhos de seus irmãos, e os filhos dos filhos...

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Assim será.


Tema: quatro gerações
Por Laura Reis

Foi a primeira coisa que vi assim que entrei no quarto dela. Aquele guarda-roupa embutido, grande, de madeira tão escura, me fazia lembrar de minha infância inteira. Das brincadeiras de esconde-esconde, dos primeiros interesses por maquiagem negados, do cheirinho do talco do vô. Agora as roupas de minha mãe é que tomavam conta daquele lugar. Enquanto eu olhava cada pedacinho daquele móvel enorme, a barriga se mexia, ritmadamente. Era a pequena, talvez me oferecendo um carinho, sentindo minha aflição lá dentro.
Teríamos que vender a casa. Mas isso não me importava, muito. Nunca fui muito apegada às coisas. Só que...tinha o guarda-roupa e ele, sim, ele era o grande símbolo da família, não sei exatamente porque. Aliás, sei e já pensei nisso agorinha mesmo..
A mãe entrou no quarto, com os olhos lacrimejados anunciando que o último visitante interessado estava chegando pra fechar negócio com a gente. Meu coração apertou, a barriga me chutou mais um pouco, senti uma pequena pontada, mas era nervoso, com certeza. Me sentei pra esperar o rapaz, que chegou contente porque a casa estava em perfeita ordem e ele ia começar uma família em breve (ou pelo menos é o que seu olhar dizia, vendo minha barriga ali daquele tamanho). Ele também queria uma família, uma âncora.
Enquanto meus pais resolviam os detalhes com ele, voltei ao quarto de minha vó, que agora era de minha mãe. “Por que não poderia ser meu também? E ela ainda poderia brincar de casinha de boneca na quarta porta, como eu fazia quando criança”, pensei adulando a cabeça dela, ali do lado esquerdo da minha barriga.
É, não podíamos vender a casa. Ela ainda precisava ser minha, e dela, um dia, quem sabe. As pontadas na barriga aumentaram, quando me dei conta o lençol estava sujo de sangue, ela chegaria hoje, no dia da venda.
Não, nada de dois acontecimentos no mesmo dia. Gritei meu pai pra irmos ao hospital, exigi que mamãe também fosse. O rapaz ficou um pouco anestesiado, mas penso que entendeu a urgência e espero que também entenda que quero aquele guarda-roupa pra mim. E, depois, pra minha filha. Minha vó ficaria orgulhosa de ver sua bisneta cuidando daquelas portas escuras, afinal.
Assim, seria.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Só sei que tô lidando

Tema: como lidar
Por Taffa

Time

Como lidar com um dia atarefado no qual você passa um terço dele preso em reuniões, outro terço num local onde não há internet e o restante do tempo tendo de dividi-lo entre o namorado, estudos extracurriculares e afazeres guaranísticos?

Olha, não sei exatamente como, mas tenho conseguido e, bem, tô aqui pra dar o testemunho e dizer que é possível.

Como exatamente eu não sei, só sei que tô lidando.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Socooorrooooo!!!!

Tema: como lidar
Por: Rosana Tibúrcio
Tô boa não!!!!


Eu me lembro muito bem do tempo em que fazia o curso de Técnico em Contabilidade e tinha, no meu material de colégio, uma tirinha com os seguintes dizeres: “Saia de fininho, você não está agradando.”

Já me peguei várias vezes - sobretudo na atualidade, pois minha tolerância tem beirado a zero - com vontade de ter outra tirinha dessas e, mais, utilizar hora sim, hora não. Mas não quero só essa tirinha, quero mais do que ela para resolver essa questão de lidar com quem me incomoda.

Porque olha, não sei lidar com gente que ultrapassa limites. Com gente que se mete em conversa alheia – vide redes sociais, por exemplo -; que dá palpite quando não é requisitado; que pergunta além da conta; que tem sempre solução para os meus problemas; que não respeita o meu silêncio nem minha fala; que sempre acha que tem razão em questões que me envolve e que eu não. Enfim, não sei como lidar com gente chata.

Quando ocorre essas questões do chato agindo com tudo em minha vida, quase sempre resmungo; raramente consigo respirar fundo e desejar o bem; outras vezes ignoro; noutras situações eu perco a razão, porque respondo com falta de educação e há ainda, aquelas situações em que meu “ímpio” é tão intenso que tenho vontade de espancar o chato. Juro!

Se alguém tiver receita – nesse caso eu estou pedindo palpite - para lidar com gente chata que ultrapassa os meus limites, com gente sem-noção, eu quero.

Mas como a vida não tá fácil pra ninguém, exijo garantia. Pode ser???


Uma linda quinta-feira pra todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje há um pedido de socooorroooo...

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Poucos minutos.


Tema: Como lidar?
Por Laura Reis

Foi assim, num horário rápido de almoço que entendeu tudo. Ou não entendeu, dali pra frente. No alto de seus vinte e cinco anos e no meio de sua pós, foi quando lhe deu o estalo: tinha problemas psicológicos. Não somente a mãe, talvez todo mundo da família e ele não estava fora dessa (mesmo tendo sido uma criança independente e um adolescente sem muitas neuras).
É que começou a lembrar de pequenos trechos de sua vida que se integravam por um ponto: as decisões que tomava, falsamente ponderadas, eram somente a primeira influencia externa que percebia e se deixava levar. Dobrando a esquina pensou ainda nos irmãos menores que tão dependentes dos pais ainda nem pensavam em escrever sua própria história. Mas não sem razão, a notar pelos próprios pais; ela com todos os problemas alimentares nunca conseguia tomar as rédeas da família e ele, coitado, não se abria com ninguém e as poucas palavras que descuidava sair de sua boca eram minimamente amáveis (e, ainda assim, todos eram carinhosos com ele, nunca falavam "um A", nada..).
Agora faltava só meia hora de almoço e parece que aquela uma hora anterior nem havia passado. Entrou na loja, enfim, para  comprar o tal presente que a prima queria, quando pensou em acender um cigarro. Sempre pensava quando o joelho doía. E, assim, sempre lembrava das causas da dor e de repente a ex-namorada aparece entre as prateleiras, como um objeto à venda. Cumprimenta-lhe,  mas não sabe como responder ao "tudo bem?", mesmo porque não estava.
Ainda bem que o celular tocou pra desviar do embaraço, a mãe, nervosa ao telefone, o fez sair da loja rapidamente para tentar ouvir e a ligação caiu. O celular não funcionava mais, a cabeça a mil, o coração com o pé atrás, a família, os problemas. Não sabia como lidar com tudo aquilo que apareceu em menos de quinze, vinte minutos atrás. Respirou fundo, pisou na rua, o carro veio. Fechou os olhos.

domingo, 1 de julho de 2012

Deus salve Carrie Bradshaw!

Tema: Séries
Por Rafael Freitas

"Era uma vez uma jornalista inglesa que veio a Nova York..."

Assim começa o primeiro episódio de Sex and the City, premiada série americana baseada no livro de mesmo nome de Candace Bushnell e exibida pela HBO de junho de 1998 a fevereiro de 2004.

Carrie Bradshaw, interpretada por Sarah Jessica Parker, trabalha como colunista de um jornal onde relata histórias de relacionamentos, amor e sexo. Suas aventuras sexuais e românticas, e de suas amigas Samantha, Charlotte e Miranda, são fonte de inspiração para seus textos.

As quatro são inseparáveis e, embora tenham temperamentos bem diferentes e ideias e posturas divergentes sobre o amor e a vida, não deixam de contar com o apoio e os conselhos umas das outras. E a gente sempre acaba de identificando com uma ou outra opinião e situação.

Samantha Jones trabalha com relações públicas. É a loura fatal, sedutora, que busca apenas sexo, fugindo sempre de qualquer envolvimento emocional. Charlotte trabalha em uma galeria de artes e é romântica e sonhadora, do tipo que acredita em príncipe encantado e amor à primeira vista e quer constituir uma linda família. Miranda é advogada, a mais prática e durona com relação a assuntos românticos. Costumo dizer que Carrie é a mais ponderada, mas só quando o assunto não é com ela: dá ótimos conselhos, mas quando precisa resolver a própria vida, troca os pés pelas mãos. E todas loucas por roupas e sapatos de grife!

E assim, essas quatro aprontam em Manhattan. Vão se apaixonar e se desiludir. Vão experimentar noites tórridas de sexo e contar tudo no próximo café da manhã juntas. Carrie vai ficar famosa com o lançamento de seu livro e sofrer com os encontros e desencontros com Mr Big. Charlotte, após um casamento frustrado, apaixona-se pelo advogado e torna-se judia para ficar com ele. Miranda, sempre focada no sucesso profissional, vai ter um filho. E Samatha vai precisar mais que nunca das amigas quando descobre um câncer de mama...

Não sou bom de séries, confesso. Como também confesso preferir as com temática mamão-com-açúcar, o que é a minha cara. Então, imagine só: histórias de amor, sexo, drama, humor, amizade e moda tudo junto! Não tem como não gostar! Absolutamente... Fabulous*!



* Fabulous; pt. fabuloso, é praticamente um bordão da série, geralmente utilizado pela Samantha.