Verônica. Alta, pele clara. Cabelos castanhos presos num rabo de cavalo. Sobrancelhas altivas. Lábios e olhos bem pintados. Seios pequenos e redondos revelados pelo decote do vestido esvoaçante. Sapatos altos.
Entre um drinque e outro, falava de sua rotina garota rica. Morava num bairro nobre da cidade. Pai médido, mãe psicóloga. Estudava direito, mas queria mesmo é ser escritora. Gostava de viajar e se orgulhava da sua coleção de suvenires, principalmente das máscaras venezianas. Ah, o carnaval em Veneza é inesquecível! O nariz empinado e o olhar arguto denunciavam uma mulher forte e a tornavam ainda mais atraente.
Ninguém há de negar o quanto era sedutora e quão tórridas as noites em sua companhia. Mas as manhãs eram geladas, pois saía sem deixar rastro. No bilhete no espelho do banheiro, ao invés de seu número de telefone, uma frase clichê e enigmática e um beijo de batom: Sou seu sonho mais bonito.
Pois se chamava Leila. Trabalhava como faxineira na casa de uma família rica de um bairro nobre qualquer. Seu cômodo preferido da casa era o quarto da filha do casal, que fora estudar fora. Era ali que conhecia o mundo inteiro através de fotos e livros. E adorava aquelas máscaras venezianas que enfeitavam a parede. A cada noite, vestia-se como uma delas.
terça-feira, 29 de março de 2011
Máscaras venezianas
Tema: Mentira: uma foto, um conto
Por Rafael Freitas
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Já pedi desculpas pelo sumiço?
ResponderExcluirObrigado.
Detalhe: a foto é de uma amiga, a Ana, tirada na sua viagem a Veneza!
ResponderExcluir[Inveja define.]
MARAVILHOSO!
ResponderExcluirCompensou o sumiço mil vezes. Post espetacular.
ResponderExcluirSem mais.
oi rimão. saudade.
ResponderExcluiradoro suas histórias e amo descrições e muitos, muitos, detalhes.
ResponderExcluirleila, pode sonhar, viu?
ResponderExcluira gente também é assim.
Nem precisou virar escritora pra viver de ficção...
ResponderExcluiramei, Rafa
ResponderExcluirEu tentei, Brasil, eu tentei postar um comentário há horas, mas cadê que consigo?
ResponderExcluirIrrúúú sou uma mulher VITORIOSA.
ResponderExcluirAchei esse post muito show. Mistura de: cuti cuti com nóóóóó, que tudo!!!
ResponderExcluirRolou uma invejinha.
ResponderExcluirComo a inveja vem acompanhada de uma intriga ou zoação, vá lá:
ResponderExcluir"quão" e "arguto"
Quão é consequência de quem assiste "Dexter", vide post de Laurinha sobre a série, no Bobagens importantes. O dia que eu descobri esse trem ri sem parar.
Agora.. e arguto? Rafa, elabore!!! Olhar arguto, só Paulinha pra me ajudar a decifrar essa expressão. Aquela safada linda que lê Sabrina e afins... Pronto, é de lá.
Gente!
ResponderExcluirEu me senti o máximo por usar a palavra arguto, aí vem a Rosaninha e destrói tudo!
Isso magoa!
Eu que amei você ter vindo, Camila.
ResponderExcluirSempre que eu escrevo algum trecho muito detalhado eu lembro de vc, maninha, tentando lembrar daquele escritor...
ResponderExcluirQual mesmo?
E, Brant, valeu pelo apoio!
ResponderExcluirEu sabia que vcs me receberiam de volta de braços abertos (oi?), porque todo mundo me apóia e me admira!
Incrível...como ler um livro ao melhor estilo do Realismo...detalhes, detalhes...não sei fazer isso...nunca reparo os detalhes...rs
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