Subiu as escadas correndo porque queria terminar rápido de
levar as caixas pra baixo. Era seu último dia ali e estava sozinho, como todos
os outros 365 dias anteriores. Um ano foi o limite de tempo que se prometeu
aguentar. Longe da família, da nova namorada, dos amigos de infância. Era
difícil demais continuar a passar semanas ou até meses sem ver nenhum deles.
Ligou dizendo que estava indo pra casa, que queria “Por
favor, o bolinho de chuva, mãe”. A mãe apenas concordou, chorosa do lado de lá.
Era estranho ver o filho desistindo de sua vida dos sonhos, assim, de repente.
E a cidade grande que tanto falava? As oportunidades incríveis de crescimento
profissional? Mal sabia o que ele estava passando nos empregos temporários. Mal
sabia que eram temporários e que não era apenas um. Decidiu apenas recebê-lo
bem.
Chegou e mal falou com todo mundo, apesar da saudade. Quis
colocar cada coisa em seu lugar pra chegar ‘direito”. Colocou caixa por caixa
na garagem de casa, onde seria seu novo quarto. Sem escadas, sem
engarrafamento. Sabia, no fundo, que deveria ter continuar ali: com todo mundo
em volta, sem centenas de escadas pra subir ou patrões temporários pra
aguentar. A cidadezinha da família era sua sina. E ele gostava dela.
Tremenda nostalgia me deu agora. Saudade do meu canto. Quero voltar.
ResponderExcluirTexto nostálgico mesmo.
ResponderExcluirA volta nem sempre é considerada positiva pra muita gente. Pra mim não. Sou sempre a favor de voltas. Referências. sascoisa
ResponderExcluirFalando nisso, nora do Rafa voltar né? Cara mais sem gás, pô!
ResponderExcluirNossa, deu um aperto aqui.
ResponderExcluir"Espere minha mainha, estou voltaaandoooo"
ResponderExcluirMeio sem gás ainda, mas tô. rs