segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Volta.

Subiu as escadas correndo porque queria terminar rápido de levar as caixas pra baixo. Era seu último dia ali e estava sozinho, como todos os outros 365 dias anteriores. Um ano foi o limite de tempo que se prometeu aguentar. Longe da família, da nova namorada, dos amigos de infância. Era difícil demais continuar a passar semanas ou até meses sem ver nenhum deles.
Ligou dizendo que estava indo pra casa, que queria “Por favor, o bolinho de chuva, mãe”. A mãe apenas concordou, chorosa do lado de lá. Era estranho ver o filho desistindo de sua vida dos sonhos, assim, de repente. E a cidade grande que tanto falava? As oportunidades incríveis de crescimento profissional? Mal sabia o que ele estava passando nos empregos temporários. Mal sabia que eram temporários e que não era apenas um. Decidiu apenas recebê-lo bem.
Chegou e mal falou com todo mundo, apesar da saudade. Quis colocar cada coisa em seu lugar pra chegar ‘direito”. Colocou caixa por caixa na garagem de casa, onde seria seu novo quarto. Sem escadas, sem engarrafamento. Sabia, no fundo, que deveria ter continuar ali: com todo mundo em volta, sem centenas de escadas pra subir ou patrões temporários pra aguentar. A cidadezinha da família era sua sina. E ele gostava dela.

6 comentários:

  1. Tremenda nostalgia me deu agora. Saudade do meu canto. Quero voltar.

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  2. A volta nem sempre é considerada positiva pra muita gente. Pra mim não. Sou sempre a favor de voltas. Referências. sascoisa

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  3. Falando nisso, nora do Rafa voltar né? Cara mais sem gás, pô!

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  4. "Espere minha mainha, estou voltaaandoooo"

    Meio sem gás ainda, mas tô. rs

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Sinta-se em casa. Sente-se conosco,tome um guaraná e comente o que você quiser e depois, aguente!!! hihihi