Tema: cidade
Por: Rosana Tibúrcio
Patos de Minas, ou Patiminas para os íntimos, é a mulher que aprende inglês ouvindo canções de
Alanis Morissette, Adele, Amy Winehouse e Justin Timberlake, mas frequenta
aulas convencionais para pegar um diplominha.
Compra suas roupas em butiques da capital, mas sempre dá uma
passadinha na Marisa e na Hering para pegar aquela blusinha que pode cair bem
com a saia da vez e ama ficar de pijama em casa, nos dias que não trabalha.
Ela frequenta Na Terra com seus saltos altos e no Bar do Roberto
vai de tênis e shortinho. Num ou noutro lugar está sempre com iphone ao lado - com crédito ou não, porque telefonar não importa - a fim de registrar no instagram os melhores momentos da noite.
A Patiminas mulher anda sempre com engov na bolsa, mas não
dispensa o chá de boldo da mãe. Apesar da ressaca e gosto ruim na boca vai à
missa aos domingos de manhã pedir para Deus perdoar os excessos e agradecer, aos
santos e às santas, o homem que conquistou.
A Patos mulher trabalha com o pai - mas trabalha de verdade, não
tem essa de nepotismo - e faz serviços voluntários. O voluntariado ela não
espalha porque acredita que caridade não precisa ser propagada. É coisa dela e
dos meninos que cuida.
A mulher Patos diz que gosta de comida japonesa, não rejeita
cerveja artesanal, nem drinks como margarita, sex on the beach e cosmopolian. Mas
o que ela ama mesmo, de verdade, é tomar suco de pacotinho, comer pão com
mortadela e registrar esses momentos felizes, para seu álbum particular, junto
às crianças que cuida, e que cuidam dela.
Uma linda quinta-feira para todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há uma viagem, ou tentativa, à ideia de outros.
*Post porcamente baseado em três histórias de Gustavo Gessullo - Se as cidades fossem mulheres - publicadas no livro de Maitê Proênca: É duro ser cabra na Etiópia. Gustavo falou de Salvador, São Paulo e Paris, cidades bem similares à Patiminas hahaahah.
Nenhum comentário é coisa do passado. Agora tem um!
ResponderExcluireu achei esse post muitíssimo diferente. e ótimo.
ResponderExcluire o Na Terra? ai mãe, te amo
ResponderExcluire essa mulher vive de aparências, mas é muito da boazinha, viu?
ResponderExcluirnão acredito que as de patos sejam assim.
pecado, mas vdd.
Então... essa ambiguidade me interessa e creio nela.
ResponderExcluirCinco comentários porque tenho TOC e blá-blá-blá
OI Rosana, que prazer me deparar com esse texto e fico lisonjeado de saber que meu texto tenha inspirado o seu. Alias, aqui saiu mais alguns textos dessa leva, caso queira ler - https://dirtysheep.wordpress.com/2010/10/27/se-as-cidades-fossem-mulheres/
ResponderExcluirGrande beijo, muita sorte pra você.
Gustavo Gessullo
Oi, Gustavo... que prazer te encontrar aqui. Vou lá no seu blog ler as cidades. beijo e boa sorte pra você também.
ResponderExcluir