Olho pra frente.
Vejo o monitor e estas letrinhas aparecendo num arquivo de Word, lentamente, já que digito mal pra caramba. Do lado direito dele está o controle da TV e do lado esquerdo, uns dez clipes e um alfinete pequeno. Meu olhar começa uma trajetória lenta, reparando em todos os objetos do quarto. O pescoço é sua condução e vai até onde pode, sem que eu vire o corpo todo na cadeira.
Indo pro lado direito, depois dos clipes tem um suporte para impressora com uma impressora (!); em cima dela um livro que precisa ser devolvido – A menina que roubava livros – e na sua frente, um pote de tinta guache vazio (?). Abaixo um pouco os olhos e vejo a Matilda, a coruja de pelúcia que ganhei de presente (e que a Paula tem uma igual). Do lado dela, a Jô, uma joaninha, também de pelúcia, levemente ferida: uma de suas antenas foi arrancada por um terrível malfeitor: o Gu, meu sobrinho. Tem uma caixinha preta na sua frente, de plástico, tipo um porta-jóias. E uns programas do meu recital que sobraram: folhas sulfite dobradas ao meio, com a imagem da capa do disco Ópera do Malandro, do Chico, e as informações do recital. Ao lado da Matilda, dois livros: Harry Potter e a Câmara Secreta e Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban. Em cima dos livros, uma caixinha fina, comprida, com desenhos de árvores de natal, que foi a embalagem condutora de uma folhinha, dessas de meses e tals.
Continuo olhando pra direita. Desço o olhar um bocado. Vejo o ventilador sujo e desligado (por que não liguei ele ainda?). Vejo também uma caixa grande, dessas de formulário contínuo, que trouxe do escritório. Está cheia de folhas, partituras, CD’s de exercícios do Conservatório, de músicas ou fotos. Em cima dela, a caixa do meu All Star novo, mas ocupada por recibos velhos, envelopes de contas e outros papéis que vão pro lixo. E em cima de sua própria caixa, o meu All Star novo, cinza, lindão.
Depois dessa caixa, tem uma estantezinha encostada na parede. Na parte de cima, estão umas caixas com peças de montagem para bijuterias; livros; um rechaud em forma de caldeirão de bruxa; uma sacolinha com pincéis e potes de tinta acrílica de diversas cores; meus DVD’s e um papel amassado, desses que vem dentro dos sapatos novos (veio no meu All Star novo lindão!). Na repartição de baixo, mais livros e meus CD’s; mais uns pincéis soltos e uma flauta Yamaha barroca (que ainda não aprendi a tocar e que me faz pensar no Le Bizarre; ou seja, em saudade e sonho). Na terceira repartição, nem dá pra ver direito o que tem. Distingo meu álbum de formatura; minha pasta sanfonada com contas, recibos, holerites e afins; mais uns bichos de pelúcia sem nomes próprios e revistas. A próxima repartição tem revistas, mas, assim como a última, está escondida atrás da tal caixa de formulários e da caixa de All Star e do meu All Star novo lindão.
Paro o olhar no cabideiro onde está pendurado o meu roupão azul marinho (que só uso quando tem visitas em casa, pra atravessar a sala e ir tomar banho). Tem uma toalha branca em cima dele, quebrando sua seriedade. Atrás dele tem uma janela e do lado, uma cama. Vejo só os vultos das roupas, travesseiros e do violão (que também ainda não aprendi a tocar) em cima dela.
Volto a olhar pro monitor. Olho pra baixo. Dois livros: As Crônicas de Nárnia e Chico Buarque – Histórias das Canções, e o DVD Tambores de Minas, do Milton Nascimento, que é lindo de doer. Eles estão na repartição da mesinha entre o monitor e a parte móvel do teclado. Agora, seguindo pra direita, depois dos livros e do DVD tem uma bolsinha vermelha com canetas, lápis e afins; a pasta das aulas de plásticas e outra com partituras; o Aurélio e dois CD’s: Chico Por Eles e Chico Por Elas. E tem uma piranha preta, dessas de prender cabelo, que a namorada do Huguinho esqueceu aqui em cima.
Mais pra esquerda: o camiseiro com a TV. Em cima dela tem um São Bernardo de pelúcia descansando com a língua pra fora. Do lado, uns óculos velhos que só uso pra fazer a barba, uma pulseira hipponga de metal arrebentada (sabe presente de quando seu amor faz uma viagem? então.), um convite de casamento (de que não quero faltar, no próximo sábado), as pernas do boneco do Ligeirinho, um par de meias pretas. Tudo isso entre a TV e a caixa que a Tia Denise me deu, preta, com fotos minhas na tampa. Depois do camiseiro, tem uma cama de casal. Ela fica com dois colchões: minha mãe não quer colocar um deles embaixo da cama porque dificulta a limpeza do quarto. Em cima dela, a calça jeans que usei no trabalho hoje; uma bermuda bege; minha camiseta do Popeye (xodó) e uma cueca preta. Na parede tem dois murais, pretos, com poucas fotos e algumas contas pra pagar (tem uns ímãs vermelhos, de aviãozinhos, nele!). Lá no fundo, minha cama com um lençol azul de bolinhas; uma colcha estampada de bichos; um livro e uns travesseiros amontoados que me serviram de apoio: antes de vir pra cá, estava lendo.
Paro aí, sem ver a parede azul, e só imaginando o guarda-roupa e tudo o que fica dentro dele. Não vejo o espelho e nem o sofá marrom que não cabe mais na sala.
Engraçado como cabe tanta coisa bagunçada num único quarto.
Engraçado como cabe tanta lembrança, de tanta coisa, de tantos dias, de tantos sentimentos no coração da gente.
Vejo o monitor e estas letrinhas aparecendo num arquivo de Word, lentamente, já que digito mal pra caramba. Do lado direito dele está o controle da TV e do lado esquerdo, uns dez clipes e um alfinete pequeno. Meu olhar começa uma trajetória lenta, reparando em todos os objetos do quarto. O pescoço é sua condução e vai até onde pode, sem que eu vire o corpo todo na cadeira.
Indo pro lado direito, depois dos clipes tem um suporte para impressora com uma impressora (!); em cima dela um livro que precisa ser devolvido – A menina que roubava livros – e na sua frente, um pote de tinta guache vazio (?). Abaixo um pouco os olhos e vejo a Matilda, a coruja de pelúcia que ganhei de presente (e que a Paula tem uma igual). Do lado dela, a Jô, uma joaninha, também de pelúcia, levemente ferida: uma de suas antenas foi arrancada por um terrível malfeitor: o Gu, meu sobrinho. Tem uma caixinha preta na sua frente, de plástico, tipo um porta-jóias. E uns programas do meu recital que sobraram: folhas sulfite dobradas ao meio, com a imagem da capa do disco Ópera do Malandro, do Chico, e as informações do recital. Ao lado da Matilda, dois livros: Harry Potter e a Câmara Secreta e Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban. Em cima dos livros, uma caixinha fina, comprida, com desenhos de árvores de natal, que foi a embalagem condutora de uma folhinha, dessas de meses e tals.
Continuo olhando pra direita. Desço o olhar um bocado. Vejo o ventilador sujo e desligado (por que não liguei ele ainda?). Vejo também uma caixa grande, dessas de formulário contínuo, que trouxe do escritório. Está cheia de folhas, partituras, CD’s de exercícios do Conservatório, de músicas ou fotos. Em cima dela, a caixa do meu All Star novo, mas ocupada por recibos velhos, envelopes de contas e outros papéis que vão pro lixo. E em cima de sua própria caixa, o meu All Star novo, cinza, lindão.
Depois dessa caixa, tem uma estantezinha encostada na parede. Na parte de cima, estão umas caixas com peças de montagem para bijuterias; livros; um rechaud em forma de caldeirão de bruxa; uma sacolinha com pincéis e potes de tinta acrílica de diversas cores; meus DVD’s e um papel amassado, desses que vem dentro dos sapatos novos (veio no meu All Star novo lindão!). Na repartição de baixo, mais livros e meus CD’s; mais uns pincéis soltos e uma flauta Yamaha barroca (que ainda não aprendi a tocar e que me faz pensar no Le Bizarre; ou seja, em saudade e sonho). Na terceira repartição, nem dá pra ver direito o que tem. Distingo meu álbum de formatura; minha pasta sanfonada com contas, recibos, holerites e afins; mais uns bichos de pelúcia sem nomes próprios e revistas. A próxima repartição tem revistas, mas, assim como a última, está escondida atrás da tal caixa de formulários e da caixa de All Star e do meu All Star novo lindão.
Paro o olhar no cabideiro onde está pendurado o meu roupão azul marinho (que só uso quando tem visitas em casa, pra atravessar a sala e ir tomar banho). Tem uma toalha branca em cima dele, quebrando sua seriedade. Atrás dele tem uma janela e do lado, uma cama. Vejo só os vultos das roupas, travesseiros e do violão (que também ainda não aprendi a tocar) em cima dela.
Volto a olhar pro monitor. Olho pra baixo. Dois livros: As Crônicas de Nárnia e Chico Buarque – Histórias das Canções, e o DVD Tambores de Minas, do Milton Nascimento, que é lindo de doer. Eles estão na repartição da mesinha entre o monitor e a parte móvel do teclado. Agora, seguindo pra direita, depois dos livros e do DVD tem uma bolsinha vermelha com canetas, lápis e afins; a pasta das aulas de plásticas e outra com partituras; o Aurélio e dois CD’s: Chico Por Eles e Chico Por Elas. E tem uma piranha preta, dessas de prender cabelo, que a namorada do Huguinho esqueceu aqui em cima.
Mais pra esquerda: o camiseiro com a TV. Em cima dela tem um São Bernardo de pelúcia descansando com a língua pra fora. Do lado, uns óculos velhos que só uso pra fazer a barba, uma pulseira hipponga de metal arrebentada (sabe presente de quando seu amor faz uma viagem? então.), um convite de casamento (de que não quero faltar, no próximo sábado), as pernas do boneco do Ligeirinho, um par de meias pretas. Tudo isso entre a TV e a caixa que a Tia Denise me deu, preta, com fotos minhas na tampa. Depois do camiseiro, tem uma cama de casal. Ela fica com dois colchões: minha mãe não quer colocar um deles embaixo da cama porque dificulta a limpeza do quarto. Em cima dela, a calça jeans que usei no trabalho hoje; uma bermuda bege; minha camiseta do Popeye (xodó) e uma cueca preta. Na parede tem dois murais, pretos, com poucas fotos e algumas contas pra pagar (tem uns ímãs vermelhos, de aviãozinhos, nele!). Lá no fundo, minha cama com um lençol azul de bolinhas; uma colcha estampada de bichos; um livro e uns travesseiros amontoados que me serviram de apoio: antes de vir pra cá, estava lendo.
Paro aí, sem ver a parede azul, e só imaginando o guarda-roupa e tudo o que fica dentro dele. Não vejo o espelho e nem o sofá marrom que não cabe mais na sala.
Engraçado como cabe tanta coisa bagunçada num único quarto.
Engraçado como cabe tanta lembrança, de tanta coisa, de tantos dias, de tantos sentimentos no coração da gente.
Música pra um post chato: onde a gente acha?
ResponderExcluirrs
Eu me recuso a ver essa imagem.
ResponderExcluirVolto depois!
hehehehe
Minha Santa Camomila!!
ResponderExcluiralguém já disse que você é meio gay hoje?
ResponderExcluirBOM DIA
eu quero o que está embaixo do monitor
ResponderExcluirdepois eu mostro as fotos do quarto da nina e vc vai refletir
ResponderExcluireu amo muito falar aqui coisas da minha viagem em vez de comentar mais o post
ResponderExcluirBom, vou confessar que aquela hora eu não li o texto. Tava fome e tal e me assustei com a imagem.
ResponderExcluirAgora eu li tudo, tive que parar ene vezes pra pocar de rir, mas no final ficou uma indagação/indignação: ONDE ESTÁ O MEU PRESENTE DE ANIVERSÁRIO DO ANO DE 2009??????????????
Calma, Rosaninha Tibúrcio, não se altere... respira fundo e muita calma nessa hora!!
ResponderExcluirTá, vou ter...
Cês repararam que o destruidor de joaninha virou apenas “meu sobrinho”? Cadê aquele “meu afilhado”? Fujo à responsabilidade de padrinho porque blablablássss
ResponderExcluir“Eu precisava contar que tenho um all star novo, sacaram?” Ele disse, nas entrelinhas. Eu sei ler a pessoa. O relato do tênis ficou meio gay, mas tudo beeemmm!!!
ResponderExcluirO povo quer saber: o roupão é lavado vez em quando? E aquele ventilador imundo???
ResponderExcluiruns óculos velhos que só uso pra fazer a barba hehahehgfhaushsgs EU NÃO LI ISSO!!!
ResponderExcluirlençol azul de bolinhashaahahaehausaygayhaus EU NÃO LI ISSO!!! [2]
ResponderExcluirAi ai, o que será de mim nesta semana? Minha Santa Ideia, ondé que vou amarrar minha quinta-feira???
ResponderExcluirEu SE divirto.
Himalaia
ResponderExcluirJorge Vercilo
Composição: Paulo César Feital / Jorge Vercilo
O mundo inteiro está guardado em mim
De Sarajevo aos templos de Pequim
Não tenha medo de amar e ser feliz,
É o segredo divino do aprendiz
Quero andar nas ruas que há em mim,
Conhecer esquinas do coração,
Desabar nos próprios botequins
Nos subúrbios da iluminação
O mundo inteiro está mudado em mim
Desde Soweto aos muros de Berlim
Não tenha medo mudar é ser feliz,
É a terceira visão de um aprendiz
Sou um rio das mágoas que há em mim,
Cachoeira que desaba no mar,
Oceano das vidas que vivi
E de outras que virei navegar
Na leveza do ser a beleza é voar
o Himalaia, o Himalaia, o Himalaia, o Himalaia,
o Himalaia inteiro
Alquimia é reter as montanhas no olhar,
o Himalaia, o Himalaia, o Himalaia, o Himalaia,
o Himalaia inteiro
Mainha, seu presente tá na primeira parte da tal estante, junto com as caixas de bijuteria e tals. Mas da revisão do texto, eu tirei o trecho que dizia dos livros e DVD's. Tenho que arrumar isso. rs
ResponderExcluirGente, perto da sacolinha de tintas tem uma prendedor de roupas.
ResponderExcluirPra quê?
Não sei também.
Maninha, eu te empresto As Crônicas de Nárnia, o livro do Chico e o DVD do Milton.
ResponderExcluirLevo em Julho, ok?!
Gente, percebam que rola um preconceito total contra a minha pessoa.
ResponderExcluirNão posso nem mais contar do meu all star novo, cinza, lindão??? E qual o problema de se ter óculos velhos reservados para fazer a barba? E nem fui eu que comprei o tal lençol azul de bolinhas!
humpf
Isso magoa!
Eu preciso convencer o GU a me chamar de padrinho.
ResponderExcluirOlha... vai ser uma tarefa difícil!
Onde tá esse música que não vejo/ouço por aqui? medAAAA!!
ResponderExcluir´Meu presente taí nessa baderna? Tá, vou acreditar!!!!
ResponderExcluirAh, o tontininho só não trocou o nome da música lá. xáfazêissu
ResponderExcluirEu não acredito que não troquei no nome da música!
ResponderExcluirhaha