Tema: indo às compras
Por: Rosana Tibúrcio
Adorava ir às compras no tempo em
que seu cartão de crédito era apenas um facilitador, que o saldo da conta
bancária era azulzinho e que tinha numa lista mental, exatamente, o que queria
dar a cada um dos seus e a si mesma. É claro que sempre havia uma
compra a mais, mas nada que trouxesse transtorno à sua vida de mulher
organizada que conseguia fugir dos sobressaltos negativos. Quaisquer deles.
Quando ia fazer cursos ou alguma
atualização profissional era o melhor tempo de compras, porque ia e voltava de taxi aos
melhores shoppings da capital, sem se preocupar com estacionamentos e motoristas irritadinhos. Ia sozinha sem ninguém para aporrinhar uma
possível demora ou uma rapidez inexplicável. Ou o que era pior: questionar suas escolhas. Era senhora de suas compras. Em
todos os sentidos.
Esse tempo fazia parte de um dos dois únicos períodos que
amava olhar vitrines. O outro tempo... era o tempo de solteira em que, aos sábados e
domingos, passeava com o namorado pelas ruas do centro da cidade e parava em
cada uma das vitrines sonhando: um dia vou ter isso e aqui. E teve. Na conferência mental do peso dos sonhos... teve muito mais “isso
e aquilo” que desejou no tempo que sonhava.
Mas voltando ao tempo das
melhores compras... Ela olhava vitrine por vitrine escolhendo qual presente
levar para as duas filhas, as dúzias de sobrinhos e afilhados, o marido e para
ela mesma. Para ela quase sempre: calçados e bolsas. Dos bons.
Sempre parava nas Lojas
Americanas para comprar ‘bobagens’; dentre elas os famosos pirulitos que Aninha
tanto gostou e até hoje propaga. Afinal, os colegas de equipe sempre esperavam
esse mimo; não só as filhas, sobrinhos, afilhados ou ela mesma.
Adorava entrar em lojas que sabia
não ia comprar nada. Pedia para ver coisas para casa: cozinha, banheiro, sala e quartos... imaginando um dia decorar o seu lar só a seu modo e gosto. Não comprava. A casa
nunca foi decorada como exatamente quis. Mas era interessante e feliz viver
essa parte da ida às compras para apenas sonhar.
Parava para lanchar besteira e
tomar os sorvetes costumeiros, um café. Voltava quase sempre à livraria para
comprar mais de um livro, cadernos bonitos e muitos lápis de cor para os desenhos
das filhas, sobrinhos e afilhados.
As melhores idas às compras eram
essas. Nem sempre fazendo em cada uma delas tudo aqui relatado, mas o que
conseguia e escolhia fazer era de seu gosto e ordem. Ela se sentia plena,
senhora de si, de sua grana, de sua vida... e de suas compras.
Uma linda quinta-feira para todos
vocês, minhas gentes, pois nas quintas é também dia de recordar tempos felizes
e verdadeiros.
Tempos felizes e verdadeiros.
ResponderExcluirJá tive desses também. E bom quando recordar não nos entristece.
Os pirulitos que a Aninha gosta eu gosto tambééééém!
ResponderExcluirComprarei para nós quando voltar à BH, Taffa.
ResponderExcluirObaaaa, huahua!
ResponderExcluireu quero pirulitos tambem...
ResponderExcluirsaudades do tempo que eu batia pernas para fazer compras, ou melhor saudades do dinheiro daquela epoca