Tema: merchan
Convidado: Vanderley
Em uma época distante, não datada, as mulheres, ou melhor, as
fêmeas, eram escolhidas por suas características como reprodutoras: seios
fartos, ancas largas e idade fértil. Os homens, nessa época designados como
macho – por apresentar comportamento típico de animal –, não faziam quaisquer
galanteios, tampouco tinham a docilidade de palavras gentis. A mulher era o
objeto de desejo: a caça, e o homem o caçador, no sentido mais literal. Quando
dois machos tinham interesse pela mesma fêmea estava pronta a luta pelo
território e pelo titulo de macho alfa. O mais forte ganharia. E, assim,
ficaria com a parideira.
Nessa época o merchan da parideira era seus dotes físicos, e do
caçador, era uma paulada na cabeça da parideira: prova, e arma, de conquista.
Adquirindo certa civilidade, os conceitos mudaram. A jovem deveria
saber coser, cozer e cuidar do marido e da casa, em suma, ser prendada, além, é
claro, ser de boa família e pura, algo de estremo valor. Ao jovem era desejável
ter bom nome, posses, boa família. Os jovens, não podiam sequer escolher seus
destinos, sequer ter vontade própria. Pais e mães escolhiam com base no que
julgavam ser melhor para seus filhos e em seus interesses, fossem pessoais:
amizades e tratados feitos - antes mesmo dos filhos nascerem - ou financeiros.
Nessa época o merchan das jovens eram ter um belo dote, e do
jovem, uma bela vida a ofertar.
Antigamente, não tão antigamente assim, as pessoas se conheciam
na Igreja, na missa de domingo. Conversavam sempre com testemunhas. As moças
deixavam, graciosamente, os lenços caírem, para os cavalheiros pegarem; uma
cortesia e uma troca de gentileza. Na verdade nada mais era senão um sinal:
estou de olho em você.
Nessa época o merchan da donzela era “desculpe-me, nem vi que
meu lenço caiu. Obrigado, nobre cavalheiro”, e o do guapo era “não há de quê,
minha nobre senhorita”.
Hoje, século XI, próximo ao fim do mundo, segundo os Maias , as
pessoas mudaram sua forma de seduzir e conquistar. Hoje as pessoas seguem o
padrão de conquista drive thru. Vão às festas olham, escolhem as vítimas, e sem nem ao menos saber o nome já estão entrelaçadas. Às vezes, com essa modernidade, a forma de conquista é ainda mais impessoal, sendo somente virtual. Para os adeptos dessa prática, propaganda é a alma do negócio. Você, na maioria dos casos, compra uma coca-cola e leva, quando muito, um suco de pozinho aguado.
Hoje o merchan das pessoas é: “Estou à disposição. E ai, vai
querer?”.
Por isso, me pergunto: quando chegará a época em que o amor reinará e todos terão direito ao amor pleno - sem amarras, sem preconceito, sem imposição, sem segunda intenção -, tão sonhado por Camões, Vinícius de Morais e tantos outros poetas?
Vanderley
Uma linda quinta-feira para todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje houve labirintite textual o dia todo e, inteligente que sou, pedi socorro ao Limão e só ganhei com isso. Ganhamos.
Vanderley, loviú!!!
ResponderExcluirOba... Mais um vez tô aqui...
ResponderExcluirIsso é bom de mais, já até me acostumei. Me acostumo fácil com que é bom
pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje houve labirintite(não que desejo outra labirintite) mais gostei demais do texto do limão.
ResponderExcluirobrigadoooooooooo... tb nao desejo, mas quero continuar sendo convidado.
ResponderExcluirAgora entendi pq do nada o limão me perguntou o que era drive-thru.
ResponderExcluirO texto é utópico, porém é verídico, dado o fato que eu não acredito que existam amores iguais aos sonhados pelos poetas.
ResponderExcluirKD o marcador do Limão no Guaraná?
ResponderExcluirBoa abordagem e boa ideia. Ótima ideia, aliás.
ResponderExcluirPronto, Limão nos marcadores.
ResponderExcluirDepois eu volto... ai ai ai
Adorei a abordagem do Limão. Precisava falar isso.
ResponderExcluirnossa gente obrigado, como eu ja disse para a Rosana, eu sempre fui apontado por escrever mal e ruim. Agora, com dedicaçao, ganhar esses elogios e muito bom. Sou grato de mais a Rosana pela confiança em me convidar e ao taffarel por me incentivar e me ensinar muitas coisa.. obrigado...
ResponderExcluirEu acredito no amor utópico dos poetas e acredito que estou vivendo. E, que seja eterno enquanto dure, e que dure para sempre, e além. Te amo Taffa...
ResponderExcluirSabe o quê, Limão...eu também acredito no amor dos poetas. Conheço quem professe(?) e viva um amor assim.
ResponderExcluirNem vou falar muito porque o Taffa falou tudo.
Mas que tá legal, muito, ler o Limão por aqui, isso tá.
(?)Tá certo escrever assim? A palavra é com C e o verbo é com 2S Gente!!! Não tenho dicionário aqui!!! Sofro.
Helô
Helô
ResponderExcluirProfesse: 3ª pess. sing. imp. de professar
3ª pess. sing. pres. subj. de professar
1ª pess. sing. pres. subj. de professar
Sabia que? Pode consultar o significado de qualquer palavra abaixo com um duplo clique. Experimente!
professar - Conjugar
v. tr.
1. Seguir, fazer uso público de.
2. Exercer, praticar.
3. Ensinar.
4. Dedicar.
v. intr.
5. Ensinar, ser professor.
6. Fazer votos religiosos, tomar o hábito, tomar o véu.
Aproveitando que a semana e de merchan, vou fazer o meu.Eu adoro esse dicionário, e on line e gratuito: http://www.priberam.pt/dlpo/
gente, desconsidere o "Sabia que? Pode consultar o significado de qualquer palavra abaixo com um duplo clique. Experimente!", isso faz parte do ctrl+c e ctrl+V da vida.
ResponderExcluirLimão, você acredita que eu só aprendi isso aqui no meu Houaiss, este ano???
ResponderExcluirFoi como ganhar o céu. Mas aprenderia hoje com você.
Limão é o homem das dicas... rs
Gracias pela dica Limão. Valeu!!!
ResponderExcluirMe pergunto sempre
ResponderExcluirquando?
...
já estou quase desistindo ..
amei o post .. :)
(:~D)
ResponderExcluirLindo isso, Limão!!!
ResponderExcluirAssim, igualzinho igualzinho ao amor dos poetas eu não sei se acredito, não... Mas eu tento! rs
ResponderExcluirpoesia e romantismo a gente vê por aqui.
ResponderExcluireu queria ser da época do lencinho caído
ResponderExcluir