quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Merchan, a arte da conquista

Tema: merchan
Convidado: Vanderley


Em uma época distante, não datada, as mulheres, ou melhor, as fêmeas, eram escolhidas por suas características como reprodutoras: seios fartos, ancas largas e idade fértil. Os homens, nessa época designados como macho – por apresentar comportamento típico de animal –, não faziam quaisquer galanteios, tampouco tinham a docilidade de palavras gentis. A mulher era o objeto de desejo: a caça, e o homem o caçador, no sentido mais literal. Quando dois machos tinham interesse pela mesma fêmea estava pronta a luta pelo território e pelo titulo de macho alfa. O mais forte ganharia. E, assim, ficaria com a parideira.
Nessa época o merchan da parideira era seus dotes físicos, e do caçador, era uma paulada na cabeça da parideira: prova, e arma, de conquista.

Adquirindo certa civilidade, os conceitos mudaram. A jovem deveria saber coser, cozer e cuidar do marido e da casa, em suma, ser prendada, além, é claro, ser de boa família e pura, algo de estremo valor. Ao jovem era desejável ter bom nome, posses, boa família. Os jovens, não podiam sequer escolher seus destinos, sequer ter vontade própria. Pais e mães escolhiam com base no que julgavam ser melhor para seus filhos e em seus interesses, fossem pessoais: amizades e tratados feitos - antes mesmo dos filhos nascerem - ou financeiros.
Nessa época o merchan das jovens eram ter um belo dote, e do jovem, uma bela vida a ofertar.

Antigamente, não tão antigamente assim, as pessoas se conheciam na Igreja, na missa de domingo. Conversavam sempre com testemunhas. As moças deixavam, graciosamente, os lenços caírem, para os cavalheiros pegarem; uma cortesia e uma troca de gentileza. Na verdade nada mais era senão um sinal: estou de olho em você.
Nessa época o merchan da donzela era “desculpe-me, nem vi que meu lenço caiu. Obrigado, nobre cavalheiro”, e o do guapo era “não há de quê, minha nobre senhorita”.

Hoje, século XI, próximo ao fim do mundo, segundo os Maias , as pessoas mudaram sua forma de seduzir e conquistar. Hoje as pessoas seguem o padrão de conquista drive thru. Vão às festas olham, escolhem as vítimas, e sem nem ao menos saber o nome já estão entrelaçadas. Às vezes, com essa modernidade, a forma de conquista é ainda mais impessoal, sendo somente virtual. Para os adeptos dessa prática, propaganda é a alma do negócio. Você, na maioria dos casos, compra uma coca-cola e leva, quando muito, um suco de pozinho aguado. 

Hoje o merchan das pessoas é: “Estou à disposição. E ai, vai querer?”.

Por isso, me pergunto: quando chegará a época em que o amor reinará e todos terão direito ao amor pleno - sem amarras, sem preconceito, sem imposição, sem segunda intenção -, tão sonhado por Camões, Vinícius de Morais e tantos outros poetas? 
Vanderley

Uma linda quinta-feira para todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje houve labirintite textual o dia todo e, inteligente que sou, pedi socorro ao Limão e só ganhei com isso. Ganhamos.  

23 comentários:

  1. Oba... Mais um vez tô aqui...

    Isso é bom de mais, já até me acostumei. Me acostumo fácil com que é bom

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  2. pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje houve labirintite(não que desejo outra labirintite) mais gostei demais do texto do limão.

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  3. obrigadoooooooooo... tb nao desejo, mas quero continuar sendo convidado.

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  4. Agora entendi pq do nada o limão me perguntou o que era drive-thru.

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  5. O texto é utópico, porém é verídico, dado o fato que eu não acredito que existam amores iguais aos sonhados pelos poetas.

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  6. KD o marcador do Limão no Guaraná?

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  7. Boa abordagem e boa ideia. Ótima ideia, aliás.

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  8. Pronto, Limão nos marcadores.
    Depois eu volto... ai ai ai

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  9. Adorei a abordagem do Limão. Precisava falar isso.

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  10. nossa gente obrigado, como eu ja disse para a Rosana, eu sempre fui apontado por escrever mal e ruim. Agora, com dedicaçao, ganhar esses elogios e muito bom. Sou grato de mais a Rosana pela confiança em me convidar e ao taffarel por me incentivar e me ensinar muitas coisa.. obrigado...

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  11. Eu acredito no amor utópico dos poetas e acredito que estou vivendo. E, que seja eterno enquanto dure, e que dure para sempre, e além. Te amo Taffa...

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  12. Sabe o quê, Limão...eu também acredito no amor dos poetas. Conheço quem professe(?) e viva um amor assim.

    Nem vou falar muito porque o Taffa falou tudo.
    Mas que tá legal, muito, ler o Limão por aqui, isso tá.

    (?)Tá certo escrever assim? A palavra é com C e o verbo é com 2S Gente!!! Não tenho dicionário aqui!!! Sofro.

    Helô

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  13. Helô

    Professe: 3ª pess. sing. imp. de professar
    3ª pess. sing. pres. subj. de professar
    1ª pess. sing. pres. subj. de professar

    Sabia que? Pode consultar o significado de qualquer palavra abaixo com um duplo clique. Experimente!

    professar - Conjugar
    v. tr.
    1. Seguir, fazer uso público de.
    2. Exercer, praticar.
    3. Ensinar.
    4. Dedicar.
    v. intr.
    5. Ensinar, ser professor.
    6. Fazer votos religiosos, tomar o hábito, tomar o véu.

    Aproveitando que a semana e de merchan, vou fazer o meu.Eu adoro esse dicionário, e on line e gratuito: http://www.priberam.pt/dlpo/

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  14. gente, desconsidere o "Sabia que? Pode consultar o significado de qualquer palavra abaixo com um duplo clique. Experimente!", isso faz parte do ctrl+c e ctrl+V da vida.

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  15. Limão, você acredita que eu só aprendi isso aqui no meu Houaiss, este ano???
    Foi como ganhar o céu. Mas aprenderia hoje com você.

    Limão é o homem das dicas... rs

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  16. Me pergunto sempre
    quando?
    ...
    já estou quase desistindo ..

    amei o post .. :)

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  17. Assim, igualzinho igualzinho ao amor dos poetas eu não sei se acredito, não... Mas eu tento! rs

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  18. poesia e romantismo a gente vê por aqui.

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  19. eu queria ser da época do lencinho caído

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Sinta-se em casa. Sente-se conosco,tome um guaraná e comente o que você quiser e depois, aguente!!! hihihi