quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Senhora de si e de suas compras

Tema: indo às compras
Por: Rosana Tibúrcio



Adorava ir às compras no tempo em que seu cartão de crédito era apenas um facilitador, que o saldo da conta bancária era azulzinho e que tinha numa lista mental, exatamente, o que queria dar a cada um dos seus e a si mesma. É claro que sempre havia uma compra a mais, mas nada que trouxesse transtorno à sua vida de mulher organizada que conseguia fugir dos sobressaltos negativos. Quaisquer deles.

Quando ia fazer cursos ou alguma atualização profissional era o melhor tempo de compras, porque ia e voltava de taxi aos melhores shoppings da capital, sem se preocupar com estacionamentos e motoristas irritadinhos. Ia sozinha sem ninguém para aporrinhar uma possível demora ou uma rapidez inexplicável. Ou o que era pior: questionar suas escolhas. Era senhora de suas compras. Em todos os sentidos.

Esse tempo fazia parte de um dos dois únicos períodos que amava olhar vitrines. O outro tempo... era o tempo de solteira em que, aos sábados e domingos, passeava com o namorado pelas ruas do centro da cidade e parava em cada uma das vitrines sonhando: um dia vou ter isso e aqui. E teve. Na conferência mental do peso dos sonhos... teve muito mais “isso e aquilo” que desejou no tempo que sonhava.

Mas voltando ao tempo das melhores compras... Ela olhava vitrine por vitrine escolhendo qual presente levar para as duas filhas, as dúzias de sobrinhos e afilhados, o marido e para ela mesma. Para ela quase sempre: calçados e bolsas. Dos bons.

Sempre parava nas Lojas Americanas para comprar ‘bobagens’; dentre elas os famosos pirulitos que Aninha tanto gostou e até hoje propaga. Afinal, os colegas de equipe sempre esperavam esse mimo; não só as filhas, sobrinhos, afilhados ou ela mesma.

Adorava entrar em lojas que sabia não ia comprar nada. Pedia para ver coisas para casa: cozinha, banheiro, sala e quartos... imaginando um dia decorar o seu lar só a seu modo e gosto. Não comprava. A casa nunca foi decorada como exatamente quis. Mas era interessante e feliz viver essa parte da ida às compras para apenas sonhar.

Parava para lanchar besteira e tomar os sorvetes costumeiros, um café. Voltava quase sempre à livraria para comprar mais de um livro, cadernos bonitos e muitos lápis de cor para os desenhos das filhas, sobrinhos e afilhados.

As melhores idas às compras eram essas. Nem sempre fazendo em cada uma delas tudo aqui relatado, mas o que conseguia e escolhia fazer era de seu gosto e ordem. Ela se sentia plena, senhora de si, de sua grana, de sua vida... e de suas compras.  


Uma linda quinta-feira para todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas é também dia de recordar tempos felizes e verdadeiros. 

5 comentários:

  1. Tempos felizes e verdadeiros.

    Já tive desses também. E bom quando recordar não nos entristece.

    ResponderExcluir
  2. Os pirulitos que a Aninha gosta eu gosto tambééééém!

    ResponderExcluir
  3. Comprarei para nós quando voltar à BH, Taffa.

    ResponderExcluir
  4. eu quero pirulitos tambem...

    saudades do tempo que eu batia pernas para fazer compras, ou melhor saudades do dinheiro daquela epoca

    ResponderExcluir

Sinta-se em casa. Sente-se conosco,tome um guaraná e comente o que você quiser e depois, aguente!!! hihihi