Eu me lembro como se fosse hoje, o primeiro jogo que ganhei. Eu ainda morava no norte de Minas, minha mãe ficou a tarde inteira na cozinha entretida com a batedeira e eu acabei descobrindo o meu presente antes da hora, um jogo da memória da Disney que tinha umas cartas lindíssimas (eu me lembro de como era a carta da Cinderela, rs) e que vinha numa caixa vermelha. Foi o primeiro presente que meu pai me deu (depois disso veio um computador quando passei no vestibular), numa época em que não sabia quanto custava nada, mas sabia que não era tão comum um pai ter três empregos. Ah, eu tinha 5 anos e minha mãe adorava vestir a minha irmã mais nova e eu com as mesmas roupas. Sempre gostei desse tipo de jogo, que tinha um certo caráter educativo. Meu sonho era ganhar um balde amarelo cheio de peças de encaixe que tinha na tampa um relógio, mas minha mãe me deu uma boneca que vinha num carrinho de passeio naquele Natal. Não brincava de boneca, nunca gostei, a única vez que brinquei de casinha foi quando peguei todas as fitas cassetes e montei uma verdadeira mansão, com direito a piscina feita com água e sabão em pó.
Os jogos da minha infância não eram os mais caros, nem os mais modernos. Tinha amarelinha (porque desde cedo devemos aprender que existe céu e inferno), peteca, queimada na escola (eu não gostava nadica de nada, não tinha muito fôlego e esperteza), elástico (era muito complicado, sei que era um labirinto de nós), corda (só sabia o basiquinho), varetas (nossa , eu adorava, e lembro como era difícil pegar uma vareta preta ou vermelha, as que valiam mais pontos), o chefe mandou (levanta, abaixa, deita, levanta, levanta, abaixa – como era idiota e ainda assim, caíamos na gargalhada quando alguém errava), teatrinho e dança para comemorar qualquer coisa, até o Dia da Árvore. Lembro também quando meu pai comprou o nosso primeiro vídeo game, um Master System, todo preto, com umas fitas retangulares. E que a partir daí, adorávamos jogar papel, pedra e tesoura, com o Alex Kid, o joguinho que vinha na memória. Sinto falta daquela bagunça que gostávamos de fazer na rua, é engraçado como todo mundo confiava em todo mundo e ficávamos a tarde toda brincando de esconde-esconde e pique com os vizinhos. De vez em quando, eu caía (ok, eu me jogava no chão com tanta facilidade, pena que esse talento nunca foi descoberto por nenhum diretor de novela), numa tentativa de não ser pega. Mesmo depois de uma certa idade, ainda gosto de descer correndo uma ladeira gigante, só para sentir aquela emoção do coração na boca e não faz muito tempo que fizemos uma guerrinha de água com os vizinhos do apartamento ao lado. Enfim, milhões de coisas que muita criança não tem a oportunidade de jogar nesse caos de hoje.
Assim, pergunto a você, caro leitor, há quanto tempo você deixou a sua infância numa daquelas caixas empoeiradas, que acumulamos ao longo da vida. Você precisou parar para pensar? Então, pegue pela mão a criança que ainda mora em você e leve-a para jogar alguma coisa (menos esses joguinhos de computador, isso não vale hoje), que de preferência seja aquele jogo em que você era craque (mesmo que você não tenha sido muito extrovertido sempre tem algo que a gente domina). Vamos lá, hoje é sábado e não, hoje não tem escola. Depois apareça aqui para me contar como foi ou me chame se precisar de mais um na brincadeira.
Bola de meia, bola de gude
ResponderExcluirMilton Nascimento
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão
Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão
E me fala de coisas bonitas
Que eu acredito
Que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade alegria e amor
Pois não posso
Não devo
Não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal
Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem pra me dar a mão
na minha amarelinha é céu e terra.
ResponderExcluire eu adoro jogo da memória.
ResponderExcluirquando vou pra casa do meu pai eu fico brincando com os do heitor e da ana clara enquanto eles ficam jogando as pecinhas pro ar.
casinha de fita cassete.
ResponderExcluirquero uma.
Oi, Laura! SE você tiver um montão de fitas cassetes (eu não tenho mais nenhuma), eu faço uma casinha para vc. Gente, será que a minha amarelinha era diferente? bjus
ResponderExcluirGente, foi super mal demorar para enviar o post de hoje, mas como falei com o Rafa, não estou na minha casa e o meu querido e amado note não veio na mochila... (como já disse Rosana, a vida não é fácil não Seujão, rs)
ResponderExcluirQue delíciaaaa de post. Amei... e adorei as pitadas filosóficas inseridas no texto.
ResponderExcluirIsso de saber desde cedo que há céu e inferno, foi tudo.
É, aqui conhecemos céu e terra (a terra seria, assim, um infermo?).
Aqui em casa tem fita cassete sim, das de tocar em toca-fitas e as de vídeo cassete. Qual delas é vale?
ResponderExcluirPriscilaaaa,cê num mandou o texto tarde não, eu liguei o micro aqui bem quase na hora do seu e-mail.
ResponderExcluirDepois comento mais com a minha carinha, é que não quero sair de "LauraReis"... hehe
beijosss
Adorei: texto, imagem e música.
Ah, Priscila, sábado o povo é meio ausente, mas no domingo mais tarde ou no início da segunda eles veem e comentam, ok?
Beijosssss mais
Rosana, são aquelas fitas de toca fitas (nem lembrava daquelas de vídeo cassete).
ResponderExcluirSei como é sábado, rs. Mas adoro os seus comentários e sabia que vc ia dar uma pssadinha aqui hj (só tá faltando a sua foto, hehehehe).
ResponderExcluirE vc ainda gostou do texto,imagem e música!!! Iupiiiiiiii!!!!
bjus
Eis que voltamos: eu e minha carinha... iurúúú
ResponderExcluirEu me lembro como se fosse hoje, o primeiro jogo que ganhei. Vontade de falar isso, mas aí seria uma coisa assim, de meio século, num rola... hehe
Que dó isso de você descobrir o segredo de brinquedo escondido... Crianças são muito abelhudas por sinal e adulto é inocente, achando que todas são anjinhos.
ResponderExcluirMomento trauma: pulou do jogo de memória pro computador meio que dizendo: a pessoa do meu pai não me deu nenhum outro presente nesse lapso de tempo. Ôww dó!!! rs
ResponderExcluirPriscila eu achei que você gostava do jogo de vestir igual à sua irmã... demorei assim, quase meio século pra entender... dãnnnn!!! rs
ResponderExcluirO que é brincar de elástico???
... ainda gosto de descer correndo uma ladeira gigante... É... se bebeu do guaraná é porque não é bom da cabeça messsssssss
ResponderExcluirEu sou uma eterna criança, adoro jogos. Falando nisso vou ali pra mesa brincar de UNO com os amiguinhos de Laurinha... muitooooo bom!!!!!!
ResponderExcluirBeijos e bom domingo a todos.
Meu sonho era ganhar um balde amarelo cheio de peças de encaixe que tinha na tampa um relógio...
ResponderExcluirAHhh!!! eu ganhei um treco desses!
Que post com carinha de infância!
ResponderExcluiradourei!
Gente, eu nunca tive um video-game.
ResponderExcluir=/
Computador eu só fui ter mesmo no segundo grau!
ResponderExcluirhahuahuauhaahuahu!
Mesmo depois de uma certa idade, ainda gosto de descer correndo uma ladeira gigante, só para sentir aquela emoção do coração na boca e não faz muito tempo que fizemos uma guerrinha de água com os vizinhos do apartamento ao lado.
ResponderExcluireu fiz isso quinta-feira!!!!!
descendo uma rua aqui perto de casa, onde o morro é tão inclinado que parece que vai dar no céu.
me-do!
ah, e a guerrinha eu quero fazer tb.
ResponderExcluirokok
Nusga, adorei o finalzinho.
ResponderExcluirficou tão nostálgico.
sabe quando você lê e os olhos ficam marejados? pois é!
na minha infância eu era o pior em tudo.
ResponderExcluirsnif.
grande demais e gordo demais.
ninguém me escolhia para nada.
sempre no final sobravam duas pessoas: eu, o gordinho, e o lindosvaldo, o cdf magricela antissocial.
eu lembro direitinho!
ResponderExcluirnum dia que eu fui jogar Handebol com a galera, fui o último a ser escolhido...
Prometi que faria bonito e aos 30 minutos de jogo, peguei pela primeira [e única] vez na bola por alguns segundos, e em vez de atirar em direção ao gol, joguei pra cima, que foi cair nas mãos do adversário do outro lado da quadra e marcou um gol.
perdemos.
sedentário eu? imagina.
beijo pra todo mundooooo!!!!!!!
ResponderExcluirvou-me já.
Gente!
ResponderExcluirEla dançava pra comemorar o dia do meu aniversário!!!
(21 de setembro - dia da Árvore! rs)
Jogo da memória é delícia mesmo!
ResponderExcluirGente, eu só fui ter um computador no último ano da facul, quando mudei de emprego e gastei todo o meu fundo de garantia nele.
rs
Eu quero uma mansão de fitas tb!!!
ResponderExcluir(é que fiquei imaginando como vc fez a piscina!)
Priiii (momento intimidade! rs)
ResponderExcluirBoa estreia sua por aqui. Post, imagem, música. Tudo!
(Ela já deve saber que ganhou muitos pontos comigo escolhendo uma música do Milton, né?!)
Rosana, como fui ingrata com meu pai, faltou dizer que quando formei, ele me deu uma grana também. Ou seja, são 3 presentes em 26 anos!!!!
ResponderExcluirBrincar de elástico é um "tiquim" complicado de explicar pq na época mesmo eu não conseguia entrar no jogo. Vamos lá, são duas pessoas com o elástico (aquele branco, comum mesmo) amarrado nas pernas, formando uma espécie de retângulo. Aí, nem me lembro como, uma terceira pessoa era colocada no emaranhado de nós que se fazia dentro do retângulo e o objetivo era justamente desfazê-los. Deu p/ entender?
ResponderExcluirO que é brincar de UNO? Eu não conheço...
ResponderExcluirTaffa, vc ainda tem o balde amarelo??? Até hoje quero ganhar um, hahahahahaha.
ResponderExcluirSe serve de consolo, o meu computador só veio na faculdade ( e olha que meu pai nem mandou atualizar nem nada, só esse ano que ganhei (de mim mesma, rs) um note).
Gente, o Taffa ficou emocionado (ai, que coisa mais linda!).
ResponderExcluirA guerrinha de água foi bem louca (acho que os vizinhos ficaram um pouco incomodados com o horário, tipo umas duas da manhã). Se forem fazer uma, me chamem, please!!!!
Agora, descer uma ladeira correndo, é realmente bom demais (acho que eu e o Taffa somos meio que crianças grandes, hahahahaha).
E Taffa, handebol é um jogo muito estranho, parece futebol, mas tem que usar as mãos. Como assim??? Isso não é para pessoas normais como nós, não.
kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Rafa, a piscina não era com fita não. Ops! Eu usei uma tampa amarela de um pote de não sei lá o quê. (Fiquei com medo de destruir as fitas cassetes dos meus pais, hehehehe.)
ResponderExcluirE sem querer me entregar muito, mas já me entregando (kkkkkkkk), eu dançava lambada em todas as comemorações da escola. Nossa, que vergonha!
Que bom que vc gostou da música Rafa (algo me dizia que vc era fã do Milton, rs).
ResponderExcluirbjus!!! (vou trabalhar!!!)