Doze de outubro de dois mil e seis.
Fui com uns amigos animar uma festa infantil. Estávamos vestidos de palhaços, prontos animar as crianças do PROSSAN – Projeto Social Santo Antônio, em Pouso Alegre. Uma manhã de brincadeiras, músicas, pulos, brinquedos, doces e sorvete. Muito gratificante, embora a palavra seja um tanto banal.
E já que estamos ali, resolvemos subir mais um pouco o morro e passar no CREM – Centro de Reeducação Municipal, uma instituição que recolhe crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica, exploração sexual e abandono.
Conseguimos a autorização da direção e começamos de novo: brincadeiras, músicas, pulos, doces. Porém, com uma diferença, alguma coisa escondida atrás dos sorrisos: os olhares carentes ao mesmo tempo que esperançosos daquelas crianças tão sofridas. Esperançosos por alguém que lhes fosse buscar pra lhe dar carinho, uma casa, uma família.
As crianças nos agarravam pelas pernas, querendo colo. E aí vem o pedido chocante e abalador: _ Tio, você veio em buscar? Vai me levar pra casa?
Se eu tivesse alguma dúvida quanto à adoção, esta se dissolveria naquele momento.
Mas sempre fui a favor. Não pode existir ato mais bonito, mais humano. Não são estas as palavras que eu gostaria de usar, mas não encontro as certas. Poder devolver alegria, dignidade, amor a uma criança, com responsabilidade de lhe educar e lhe preparar para a vida num mundo que fica cada dia mais violento. Chamá-la de "meu filho" ou "minha filha", permitindo sentir todo o conforto dessa palavra dita assim, por um pai.
Só não sabia o que pensar sobre a adoção por um casal gay.
Sei lá, pensava que faltaria alguma coisa pra criança, a visão de uma família ideal ou a visão de uma “família normal”. Mas talvez existisse um preconceito incoerente nessa forma de pensar.
Até que num carnaval, entre conversas sobre tudo, a amiga pedagoga e instrutora quanto aos assuntos referentes à educação do meu sobrinho, disse: _ Mas, Rafa, você acha que duas pessoas do mesmo sexo não podem amar e educar uma criança?
E claro que eu achava isso possível. Foi aí que a ficha caiu e me senti mais feliz por isso, por vislumbrar possibilidades e me livrar de um cisco que fosse de preconceito escondido em algum canto aqui dentro. Tentem me imaginar um paizão, tão babão quando sou como tio, aprendendo a jogar futebol ou brincando de boneca!
Então, daqui a alguns anos, pode ser que vocês sejam tios e tias!
E nosso projeto terá continuação: Caçulinha com Canudinho!
Rafa.
Fui com uns amigos animar uma festa infantil. Estávamos vestidos de palhaços, prontos animar as crianças do PROSSAN – Projeto Social Santo Antônio, em Pouso Alegre. Uma manhã de brincadeiras, músicas, pulos, brinquedos, doces e sorvete. Muito gratificante, embora a palavra seja um tanto banal.
E já que estamos ali, resolvemos subir mais um pouco o morro e passar no CREM – Centro de Reeducação Municipal, uma instituição que recolhe crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica, exploração sexual e abandono.
Conseguimos a autorização da direção e começamos de novo: brincadeiras, músicas, pulos, doces. Porém, com uma diferença, alguma coisa escondida atrás dos sorrisos: os olhares carentes ao mesmo tempo que esperançosos daquelas crianças tão sofridas. Esperançosos por alguém que lhes fosse buscar pra lhe dar carinho, uma casa, uma família.
As crianças nos agarravam pelas pernas, querendo colo. E aí vem o pedido chocante e abalador: _ Tio, você veio em buscar? Vai me levar pra casa?
Se eu tivesse alguma dúvida quanto à adoção, esta se dissolveria naquele momento.
Mas sempre fui a favor. Não pode existir ato mais bonito, mais humano. Não são estas as palavras que eu gostaria de usar, mas não encontro as certas. Poder devolver alegria, dignidade, amor a uma criança, com responsabilidade de lhe educar e lhe preparar para a vida num mundo que fica cada dia mais violento. Chamá-la de "meu filho" ou "minha filha", permitindo sentir todo o conforto dessa palavra dita assim, por um pai.
Só não sabia o que pensar sobre a adoção por um casal gay.
Sei lá, pensava que faltaria alguma coisa pra criança, a visão de uma família ideal ou a visão de uma “família normal”. Mas talvez existisse um preconceito incoerente nessa forma de pensar.
Até que num carnaval, entre conversas sobre tudo, a amiga pedagoga e instrutora quanto aos assuntos referentes à educação do meu sobrinho, disse: _ Mas, Rafa, você acha que duas pessoas do mesmo sexo não podem amar e educar uma criança?
E claro que eu achava isso possível. Foi aí que a ficha caiu e me senti mais feliz por isso, por vislumbrar possibilidades e me livrar de um cisco que fosse de preconceito escondido em algum canto aqui dentro. Tentem me imaginar um paizão, tão babão quando sou como tio, aprendendo a jogar futebol ou brincando de boneca!
Então, daqui a alguns anos, pode ser que vocês sejam tios e tias!
E nosso projeto terá continuação: Caçulinha com Canudinho!
Rafa.
Tá, concordo: a trilha sonora é super previsível.
ResponderExcluirQue bonitinhoooooo. Olha eu fui muitos anos contra adoção por casais homossexuais, e um dia uma pessoa me disse algo na lata (falarei sobre no meu post) e tudo foi por água abaixo.
ResponderExcluirE mais: você conhece Luziá e Ju... e agora, quando voltar conhecerá o João Gabriel, filho delas.
E não sei o que eu faria se uma criança me pedisse pra levà-la pra casa. Não sei.
Agora, ai de você se ela me chamar de vovó.. eu direi: vovó é um dos pais... hehehe
ResponderExcluirA trilha sonora é sua cara!!E você não é previsível, é sensível, lindo, maravilhoso e me admira, vem na minha casa e tal.
ResponderExcluirSim, mainha!
ResponderExcluirA sra é minha amiga, eu te apoio, te admiro inté hoje e a sra vai ter que dar muitchos dinhêros pro seu neto!
Vó Daninha, me dá um real pra comprar bala!
haha
ai, que post mais doce, Rafa...
ResponderExcluireu tenho minhas dúvidas sobre adoção homossexual, não adotaria, mas admiro imensamente quem o faz, é um ato de coragem...
Agora essa deles pedirem pra levar embora é de picotar o coração...
A-DO-REI a imagem...
amocê...
bj.
Eu não tenho uma opinião formada sobre o assunto, mas adorei a ideia do Rafa ter um filho(a), imagina este ser como pai!?! Vai ser a criança mais cheirosa e bem arrumada do colégio, vai pra aula de all star e camisa xadrez [abraçando todo mundo, claro!]
ResponderExcluirJá vou deixar um espaço para o ele(a) no legado de Lulu: Vaca de cachecol e outros ursos para criança de Rafa, sem discussões! rsrs
Adorei isso de se vestirem de palhaço e etc e tal. Vocês fazem isso todo ano?
ResponderExcluirAcho que gostaria de fazer isso um dia, deve ser mto bom!
Adorei que meu filho vai ser todo arrumadinho e cheiroso!
ResponderExcluirSó você, Haline!!!
E a vaca de cachecol vai adorar o Ulisses e o Tácito, certeza!
Pode mandar ela já pra casa!
lálálá
haha
Flá, coragem era uma das palavras que eu queria ter lembrado pra usar no texto!
ResponderExcluirVocê vai ser a responsável pela decoração do quarto, ok?!
Quero uns paneis tão bacanas quanto esse nosso novo layout, ok?!
Halineeeee
ResponderExcluirFaz tempo que tô tentando criar uma equipe para visitar o asilo, conversar, cantar com os velhinhos.
Topas?
E este layout novo ficou um arrraso, minha gente!
ResponderExcluir1 ano já?
Ps.: Preciso contar pq estou orgulhosa: Luíza completou 2 aninhos semana passada (dia 26) e já tá aprendendo a fazer xixi no piniquinho, super desenvolvida minha filha! hahaha
Agora vcs, Guaranetes, nem sairam das fraldas ainda!
Nossa Rafa, eu vou adorar ir ao asilo! Vamos conversar mais sobre o assunto... e olha, já sei de mais uma pessoa que vai querer ir com a gte.
ResponderExcluirDepois conversamos sobre isso por e-mail!
Vou trabalhar, pq serviço não falta!
Bjos pessoas!
Haline!
ResponderExcluirQue fofa a Luíza!!!
O Gu tb já tá saindo das fraldas, mas ele é um pouco mais velho que a Lulu, né?!
E eu não faço mais xixi na cama! Juro!
que delícia de foto, adorei.
ResponderExcluirsuper apoio adoção de qualquer criança por qualquer casal.
mas meu sobrinho vai ter que me aturar falando aquela minha frase que eu falo sempre, tadinho do pai dele. hahaha
eu não conheço a Luíza.
e nós bebemos muito guaraná e fazemos xixi na cama, sim que eu sei.
nossa, que papo mais materno por aqui hj... rsrs
ResponderExcluirCLARO QUE VOU DECORAR O QUARTO DO MEU SOBRINHO(A)!
É, acho que depois te conto os meus motivos sobre adoção.
Mas essa criança vai ser a mais amada, imagina?!
amo.
Nossa maninho ..
ResponderExcluiruma criança te pedir pra levá-la pra casa, é de cortar o coração.
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Mas uma fez me sentindo ferrada hehehe .. dou ideia pro post e nem tenho tempo pra fazer o texto ..
amanhã postarei, algo não Rafa de ser, muito menos Laura, mas vou tentar.
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Grande beijo pra todos
Meu sobrinho realmente será lindo, puxará as tias hahahah .
ResponderExcluirfico só imaginando o xodó.
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Gente! Tanta coisa pra falar pra vcs hoje! 1º o layout novo é super 10. Tem mãozinha da Flá aí?
ResponderExcluir2º adoraria ter participado hoje do post pq tá 10.
3º Querido Rafa, não só apoio adoção por gays como me orgulharia muito de ter amigos que o fizessem. Os abusos físicos e sexuais de muitos pais provam que o casal ser hétero, não é garantia de uma educação e amor maiores.
Que delícia hoje tantos comentários. Ai de quem não aparecer nos nossos dias, né Laurinha?
ResponderExcluirA Haline apareceu... A Flávia apareceu e tá tentando mudar o nosso layout...
Gente, o que é a criatividade dessa pessoa?
A Helô pensa como eu, sobre casais gays... No meu dia eu conto como mudei de ideia...
Agora, não posso deixar de dizer, eu ri muito da Laurinha dizer que falará uma frase pra o sobrinho dela (que não será meu neto).
Eu vou fazer muitas coisinhas lindas para o filho do meu sobrinho.
ResponderExcluirAntes de tudo, parabéns pelo 1 ano do Guaraná.
ResponderExcluirVocês todos estão de parabéns pelos textos que colocam aqui e por manter esse blog em tão alto nível.
Ah, e o layout ficou bacana demais!! rs
Rafa, Esse relato ficou muito foda.
Emociona ler sobre o pedido pra levar pra casa.
Parabéns pela iniciativa que tiveram de levar
um sorriso de presente pra eles.
Penso que um casal gay tem plena condição como qualquer outro casal hetero.
E que seu filho, quando chegar, será privilegiado
por ter um pai com a visão que tem.
Sucesso moçada. Sou fã de vocês.
Beijooooooooooooooooooooooooooooo.