Tema: Um conselho para Aninha.
Por: Vanderley José Pereira
– Oi Aninha tudo bem? Sei que você é uma criança fora do comum: esperta e experta. Mas, hoje quero que seja criança, pois vou contar uma estória de um reino encantado chamado Fabuloso a você, e assim te ensinar muito da vida.
Reino Fabuloso
Era uma vez, em uma terra muito distante, um reino chamado Fabuloso. Lá, em meio a bosques de macieiras, jardins de lírios, montanhas com cumes sempre nevados, rios com peixes de todas as cores e lagos repletos de cisnes, vivia um príncipe chamado Maurício. O príncipe era um jovem como qualquer um, cheio de vida e buscando a liberdade.
Príncipe Maurício saía todos os dias em seu cavalo, galopando e desbravando cada centímetro de seu reino, numa busca incessante de algo que nem sabia o que era. Todas as vassalas o olhavam com um olhar desejoso e malicioso. Ao voltar para seu humilde castelo, que de humilde não tinha nada, passava entre os feirantes, na maioria nômades e que estavam apenas de visita.
Por ser um reino conhecido por acolher as diferenças e as minorias, sempre aparecia uma ou outra pessoa estranha. Destes se destacava o sóbrio Mula-Feio: homem poderoso, com muitos seguidores, hábil com palavras. Ninguém o dirigia a palavra ou ousava proferir seu nome. Tamanha era a influência do dito-cujo que logo ele passou a ser conselheiro do rei. O rei, homem bondoso e inocente, foi se encantando com as promessas de graça até que virou uma marionete nas mãos do poderoso malfeitor.
O rei era famoso por ter uma visão ampla e aberta ao diálogo, viu-se com tapa-olhos, um ditador; o rei que era famoso por não julgar levianamente prendeu qualquer um que o criticasse, dentre outros desmandos mil, obra e graça do desventurado por intermédio do pobre rei. O único que se atrevia contra sua tirania era Maurício. O infeliz, com medo da rebeldia do herdeiro do trono, logo fez a cabeça do rei: “Maurício está enfeitiçado e a cura é o casamento, indico a Gambe”. Gambe era sua enteada: jovem, calada, com cabelo rapado, sempre acuada pelos cantos e malvestida, uma desvalida aos olhos de Mula-Feio. O rei não titubeou e ordenou o matrimônio. Era sabido pelo rei que o jovem Maurício era diferente dos outros rapazes, que admirava outras belezas. O príncipe era gay! E, até então, prometido ao duque de Glamour, com as bênçãos de seu pai, afinal o duque era honrado. Mala-Feio como oráculo do reino induziu que tal aceitação traria a ruína ao reino. Então, a caça às bruxas começou. O príncipe viu-se obrigado a casar ou seu amado seria preso.
No grande dia para Mala-Feio, dia de sua redenção sobre aquele reinado, Gambe organizou os rebeldes (homem, mulheres e crianças que admiravam o bom coração do príncipe e que veneravam o duque, pois ele era um bom homem, justo, bondoso e generoso), juntou as provas contra o Mala-Feio e invadiu seu casamento abrindo os olhos do rei. Mala-Feio foi deposto de seu cargo, Gambe o substituiu e o príncipe casou com seu amor, o duque de Glamour. E todos foram felizes para sempre...
– Aninha, desta estória e de seus personagens tiramos algumas lições, são elas:
Rei: Seja questionadora, tenha opinião própria, não se deixe cegar;
Mala-Feio: Não seja egoísta, não seja invejosa, não seja leviana, não julge;
Gambe: não julgue pela aparência, não se deixe abater;
Príncipe Mauricio e duque de Glamour: faça o bem que o bem volta a você e lute pelo amor.
______________________
Boa quarta a todos e um beijo especial com gosto de limão a Aninha...