Tema: Livro
Por Rafael Freitas
Eles me observam. Alguns com olhinhos
pedintes, outros raivosos. Quase sinto o toque desses olhares.
Não costumava ser assim. Embora vivessem espremidos, sufocados, eram mais felizes. Providenciei um lugar melhor para que ficassem mais organizados e respirassem ar puro, mas a alegria durou pouco. É que agora eles me observam.
Antes talvez pensassem que tudo era uma grande correria. Era a justificativa que eu usava para a falta de atenção e daquela meia horinha diária em que a gente botava o papo em dia. Tornei-me um mentiroso, é o que me dizem os olhares.
E não é por não estarem tão bem organizados como prometi. Nem por tomarem como injusta minha divisão do espaço e os critérios adotados. Sentem-se traídos.
Talvez esse sentimento tenha sido incitado pelo "A vida como ela é". Nelson Rodrigues, vocês já viram! Os olhinhos pedintes são dos romances, tão esquecidos quanto um ex-amor que não valeu a pena. Os raivosos são daqueles ali de cima, biografias musicais, história da arte, poemas... Talvez não tenham percebido que não ando preparando tantas aulas ultimamente... (Por pouco tempo, espero.) Os de fantasia estão meio indiferentes. São mais confiantes no meu amor por eles. E tem os de colorir que não tomaram nem conhecimento: vira e mexe estou com eles, dou uma folheada, começo um desenho novo.
Agora, tenho falado bastante com o Sherlock Holmes. Ele me garantiu que já desvendou o mistério desses olhares: ciúmes. Alegam que foram trocados por inúmeras séries diferentes. Que eu era uma pessoa melhor antes de começar a assisti-las. Inclusive aqueles que já viraram séries reclamaram disso!
Ah, meus livros queridos. Vocês sempre terão um espaço especial no meu coração. Nunca vou deixar de amá-los, acarinhá-los e de trazer mais colegas para deixar a estante vermelha onde moram ainda mais bonita, culta e prazerosa. Mas do lado desse espaço especial tem outro cantinho reservado para as séries. Conformem-se: elas vieram para ficar!
Não costumava ser assim. Embora vivessem espremidos, sufocados, eram mais felizes. Providenciei um lugar melhor para que ficassem mais organizados e respirassem ar puro, mas a alegria durou pouco. É que agora eles me observam.
Antes talvez pensassem que tudo era uma grande correria. Era a justificativa que eu usava para a falta de atenção e daquela meia horinha diária em que a gente botava o papo em dia. Tornei-me um mentiroso, é o que me dizem os olhares.
E não é por não estarem tão bem organizados como prometi. Nem por tomarem como injusta minha divisão do espaço e os critérios adotados. Sentem-se traídos.
Talvez esse sentimento tenha sido incitado pelo "A vida como ela é". Nelson Rodrigues, vocês já viram! Os olhinhos pedintes são dos romances, tão esquecidos quanto um ex-amor que não valeu a pena. Os raivosos são daqueles ali de cima, biografias musicais, história da arte, poemas... Talvez não tenham percebido que não ando preparando tantas aulas ultimamente... (Por pouco tempo, espero.) Os de fantasia estão meio indiferentes. São mais confiantes no meu amor por eles. E tem os de colorir que não tomaram nem conhecimento: vira e mexe estou com eles, dou uma folheada, começo um desenho novo.
Agora, tenho falado bastante com o Sherlock Holmes. Ele me garantiu que já desvendou o mistério desses olhares: ciúmes. Alegam que foram trocados por inúmeras séries diferentes. Que eu era uma pessoa melhor antes de começar a assisti-las. Inclusive aqueles que já viraram séries reclamaram disso!
Ah, meus livros queridos. Vocês sempre terão um espaço especial no meu coração. Nunca vou deixar de amá-los, acarinhá-los e de trazer mais colegas para deixar a estante vermelha onde moram ainda mais bonita, culta e prazerosa. Mas do lado desse espaço especial tem outro cantinho reservado para as séries. Conformem-se: elas vieram para ficar!
Carlos Rafael, você conseguiu se superar na sofrência por amor
ResponderExcluirSó com muita criatividade alguém faz um texto legal assim pra dar vida e sentimento aos livros.
ResponderExcluirachei metafórico (e fofolindo)
ResponderExcluir(será que é metáfora mesmo, a que queria me referir? corrijam-me, caso necessario)
ResponderExcluir"ai de mim que sou romântica", frase da vida do rafa
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