segunda-feira, 15 de abril de 2013

Saudades do futuro


Tema: me lembra algo bom
Por Ulisses Simões



De fato, foi muito bom ter assistido a esse filme. A indústria cinematográfica já tinha esgotado todas as ideias para novas produções.

Lembro de como o celular que tocou durante a exibição do filme explodiu e matou o seu dono carbonizado, de acordo com a punição prevista na legislação atual. E como é bom lembrar que ninguém conversou, comeu, gritou, ou de qualquer forma atrapalhou a exibição do filme. Realmente a educação teve avanços consideráveis.

Naquela época, as rádios tocavam nas ruas sem qualquer tipo de fiação ou alto-falantes, e me lembro bem daquela música que os Rolling Stones fizeram para comemorar mais um século do Keith Richards, que pelo 50º ano consecutivo ganhava o título de homem mais velho da Terra, Lua e Marte ao mesmo tempo.

Esse filme me faz lembrar também que saímos do cinema abraçados, quase que correndo da chuva ácida, mas ao mesmo tempo sem pressa porque a cobertura automática do céu já havia sido acionada. Você tinha tantos planos e ainda não sabia se iria estudar arquitetura espacial em  Portugal, na França ou naquele novo país que surgiu no meio do Oceano Pacífico, cujo nome ainda seria decidido em plebiscito.

E mesmo com tantas dúvidas, lembro que ainda queríamos burlar a lei e termos mais um filho, além do único permitido por casal. Essa subversão foi a mesma que eliminou os cães da face da Terra e os mandou para Marte. Seria muito caro termos que visitar o nosso filho lá.

Rimos bastante de tudo isso, você me beijou e não fomos multados por isso. Voltamos para casa e continuamos a brincar de decorar o nosso corredor vertical, outrora chamado de apartamento. Eu fingi que fui cozinhar, mas imprimi a comida mais uma vez. Como sempre, não consegui esconder, você riu de novo e disse, como sempre: “ei, eu te amo, seu idiota”.

Que saudades do futuro.

11 comentários:

  1. Uma abordagem inesperada...

    Grande Ulisses!!

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  2. Nunca tive umas ideias assim... estrambóticas

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  3. Minha mãe falava estrambóticas. E num é que a palavra existe? confirmei com o houaiss hehe

    Anotem, crianças.

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  4. Pedaço de mim, metade afastada de mim. =)

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  5. Acho tudo de bom isso de textos que retratam cotidianos futuristas. (Acho que é porque tem a ver com a minha pesquisa do mestrado, então é paixão de tempos)

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  6. mais interessante ainda é perceber que esse futuro distante não é tão distante e, de fato, já faz parte do nosso presente, mesmo que uma minúscula fatia.

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  7. por exemplo, ele escreve mió que eu.
    e ainda dá lição de moral no final.]
    ok, nesse texto não tem MAS NA VIDA REAL

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