sexta-feira, 29 de março de 2013

Itinerário alfabético

Tema: Uma letra por frase no exterior
Por Taffa

Proncovô?

Antes de começar a falar sobre o assunto, gostaria de esclarecer que, sem sombra de dúvidas, sou um jovem idoso. Basta observar a aversão que tenho a festas, boates, bebedeiras, muvucas e coisas do tipo. Comigo a coisa é sempre mais light: programinhas a dois, cinemas, restaurantes ou, até mesmo, uma jantinha em casa com direito a assistir aquele filme abraçadinho na cama.

Digo isso porque, para praticamente tudo, meus gostos são meio que homogêneos. Em viagens isso constantemente se repete, já que não tenho saco para me locomover centenas de quilômetros apenas para frequentar alguma balada ou ir a festas de três dias de duração com pessoas acampando em parques. Falando em parques, até que gosto bastante de espaços abertos e tenho muita vontade de conhecer determinados lugares ao redor do mundo. Grécia que o diga, pois não quero morrer sem conhecer a Acrópole de Atenas e me maravilhar com suas edificações, principalmente com seus templos, como o Partenon. Há também o Monte Olimpo, carregado pela sua mitologia apaixonante, e a área de Meteora, onde se encontram mosteiros construídos no topo de rochedos tão altos que têm o apelido de “colunas do céu”.

Índia é outro lugar que me chama a atenção, pois quero muito conhecer o Taj Mahal e os Grandes Templos Vivos de Chola, aproveitando também para dar uma passada em Nova Deli, a capital do país. Já até me imaginei caminhando pelos templos e vendo as inscrições e imagens sagradas nas paredes e colunas. Krishna, a forma suprema de Deus no hinduísmo, sempre chamou minha atenção, assim como Shiva, Vixnu e Brama, que juntos compõem a trindade hindu e fazem a manutenção de tudo o que existe no universo.

Logo ao lado, indo para o país vizinho, a China também me encanta. Mais pela sua cultura e passado que pela situação atual da nação, na verdade. Não tenho dúvidas que adoraria conhecer o Grande Buda de Leshan, que possui mais de setenta metros de altura e foi esculpido numa rocha inteiriça, a Grande Muralha da China, que demorou cerca de dois mil anos pra ficar pronta e o Templo da Cidade Proibida, que é, sem sombra de dúvidas, a coisa que mais me chama a atenção naquele país. Óperas chinesas também fariam parte do meu itinerário, assim como visitar plantações de arroz e conhecer de perto o Templo do Céu em Pequim, terminando o passeio com as festividades do ano-novo chinês.

Passaria também pelo Japão, onde visitaria primeiramente seu Palácio Imperial em Tóquio e depois conheceria o Monte Fuji, que é um vulcão ainda ativo e localizado na mais alta montanha daquela região. Quem não gostaria também de conhecer as gueixas e toda a sua beleza e valor cultural? Recatadas e delicadas, porém extremamente inteligentes e estudiosas de artes como o canto, a dança e, principalmente, a sedução. Seguiria então para o Santuário de Itsukushima, que foi construído sobre a água, e visitaria o Templo do Pavilhão Dourado e os templos budistas Horyu-ji, terminando o passeio durante o Hanami, que é um evento ritualístico anual quando as cerejeiras florescem e há comemorações debaixo das árvores rosadas e cheirosas.

Também queria conhecer Machu Picchu, no Peru, aproveitando para dar uma olhada na Cordilheira dos Andes. Um destino interessante, já voltando para a União Europeia, seria Paris, onde eu visitaria o Museu do Louvre, a Catedral de Notre-Dame, as torres Eiffel e Montparnasse, os Jardins das Tulherias e conheceria o Rio Siena. Visitaria não somente o Vatiano, como toda a Roma, indo desde a Praça de São Pedro, para conhecer a Basílica, até o Arco de Constantino, a Fontana di Trevi e, claro, o Coliseu. Wallis e Futuna são ilhas situadas na Polinésia e que também devem ser bem interessantes, mas admito que naquela região a Ilha da Páscoa é o lugar que eu mais quero visitar, pois adoraria conhecer as estátuas gigantescas em formato de cabeças, chamadas Moais.

Xangai também é um destino bacana, mas como eu já teria passado pela China, não sei se compensaria fazer o retorno só para visitar a cidade. Yokohama sofreria do mesmo mal, pois do Japão eu já teria conhecido tudo o que realmente me interessa. Zurique seria uma boa ideia para terminar a viagem, sim, tanto por ser a maior cidade da Suíça, e onde eu poderia exercitar o idioma alemão, quanto porque lá eu também poderia comprar toneladas de chocolates e trazer de volta para presentear todas as pessoas que gosto. 

quinta-feira, 28 de março de 2013

Dos jogos de amor...


Tema: uma letra por frase
Por: Rosana Tibúrcio


Às vezes, no meio da tarde, eu me recordo a menina que fui um dia. Bonecas, petecas, piões... e, também, bolinhas de gude, por que não? Cabe à menina decidir desde pequena com o quê quer brincar. Dominós, pega-varetas, iôiô... eu escolhia o que me permitisse vencer. Escolhia a dedo os jogos e os companheiros para não perder sempre. Fazia dessas escolhas motivos para me destacar, quiçá ser a escolhida também...

Graça nenhuma havia em perder para aqueles meninos, ahhh os meninos... Hominhos já se achando adultos dominadores nos jogos. Inquietos, traiçoeiros, machões, agressivos e insanos.

Jamais acreditei encontrar um menino ou homem sem uma dessas “qualidades”. Kant, o filósofo, diria que eu, ainda menina, não tinha experiência para essa crença. Ledo engano... pois a vida me provou, mais tarde, que eu sabia quase tudo deles.

Muitos jovens – tempos depois – mentirosos e rebeldes cruzaram meu caminho. Nunca houve um que fosse predominantemente bom, belo, sábio ou rico. Olha que procurei bastante, vasculhei entre colegas e amigos de colegas.

Paqueras, namoros, flertes, transas... foi assim que eu, bem jovem, comecei outros jogos. Querendo ganhar carícias, presentes, músicas, braços, corações só meus e bem mais... Risadas soltas, olhares profundos, toques lascivos, silêncio afetuoso...

Saudade do meu tempo de jovem... eu me recordo jovem à noitinha... Tantos foram os homens jovens e igualmente maus que encontrei na arte de jogar. Ufanos bem mais que os hominhos meninos; bem menos que os maduros... ah os homens maduros.

Voyeur, na maturidade e, nas madrugadas, eu me recordo adulta: “Arder, no poro, no pelo, na pele” Xeque-mate foi o que me restou... sem possibilidade de fuga. Yes, , oui, ja, aquele sim do adeus, do fim de jogo, em todas as línguas... ahh aquela língua... Zarpando ferina e traiçoeira no último jogo do amor...


Uma linda quinta-feira para todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há um quê de insanidade rondando... rondando... 

quarta-feira, 27 de março de 2013

O Mutirão da Chica


Tema: Uma letra por frase
Por Vanderley José Pereira


 –Aonde tá o armoço? – perguntou José, homem simples do campo.
 –Baião, carne e mandioca é o que fiz hoje. – respondeu Chica, sua esposa, pelo menos uns vinte anos mais nova que ele e com no mínimo vinte dentes a menos também.
Imagem da minha casinha..
#VidaInteriorana
 –Couve cê num fêis?
 –Donde tem couve, home? Esqueceu, os bicho comeu tudo. Foi tudo goela da mimosa abaixo.
 –Gueroba tem?
 –Home de deus, cabo tudo.
 –Intão vamo boiá, que temo trabalho demais.

   Já quase terminando o almoço, chegam os familiares de dona Francisca, vindos da cidade grande. Kinderovo, Choquito e Nutela foram alguns dos mimos que eles trouxeram para aquele casal interiorano e simplório. Longe deles, dona Francisca ordenou rapidamente seu marido.

  –Mata umas galinha e cóie o jerimum para eu fazê um doce, com a rapadura prês.
 –Num seria mió fazê um doce de leite pra comê com queijo?
 –Ocê num lembra que vendemo o queijo pra comprá ração pro gado?  Pelamor de Deus, vai logo e pega o jerimum! Quero recebê minha famía bem, home. – disse dona Francisca, já exaltada e nitidamente com vergonha situação que se encontrava.

   Risos e gargalhadas marcaram o encontro da simplicidade com a bonança. Sentindo a falta de jeito dos anfitriões com a situação em que se encontravam ao recepcioná-los, os familiares de dona Francisca se compadeceram. Todos disseram, concomitantemente, que ficariam o fim de semana e que iriam à cidade fazer umas compras, pois haveria um mutirão ali.

   Uns homens, já naquele momento, foram buscar enxadas e ferramentas de todo tipo em seus carros, enquanto outros montaram barracas e outro grupo foi rumo à cidade.

 –Vamu ajudar, Zé. – disse dona Chica com lágrimas nos olhos. 

  Willian, sobrinho do pobre casal, registrava todos os acontecimentos – pretendia fazer um documentário para a faculdade de cinema. Xícaras, forno à lenha, porteiras, roda d’água, nada escapava das lentes famintas daquele jovem. Yin yang era o nome que escolhera para o documentário, pensando na diferença do casal e no quanto eles se completavam ao mesmo tempo. Zé fazia poses e Chica o chamava a atenção...

À noite, já no último dia, todos viram o resultado do documentário. Bailaram ao som da viola, festejando a benfeitoria. Cantaram muitas músicas sertanejas, em especial "Franguinho na panela" - Zé   falava com lágrimas nos olhos que aquela música era seu sonho. Dançaram forró pé de serra. E, na manhã seguinte, com a casa já posta em ordem, foram embora.  Ficaram apenas Chica e Zé. Gratidão inundava a feição do casal. Havia também um semblante de vergonha, escondido pelo sorriso verdadeiro, banguela e aberto de Dona Francisca. Iam dar seguimento àquela vida pacata e simples, podendo, finalmente, almoçar sem terem medo de não jantar.

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   Bom dia A todos. Hoje a Beleza, a simplicidade e a ingenuidade da vida interiorana mostrada em uma narrativa rápida e única. Baseado em fatos reais. Estrelando Chica e Zé como protagonista. Participação especial De Willian, como Sobrinho. SomentE nesta quarta no Guaraná com Canudinho. ConFira! 

Limão!!!

terça-feira, 26 de março de 2013

ABC das cartas de amor

Tema: Uma letra por frase
Por Rafael Freitas



Aqui vão algumas dicas para quem quiser mandar uma carta ou um bilhetinho de amor, seja para conquistar alguém ou para manter acesa aquela chama que já aquece o coração e faz a vida ter mais sentido!


Bombocado da minha vida!
Comece sempre de um jeito bem carinhoso. Dê preferência aos apelidinhos que vocês costumam usar na intimidade, mas pode dar asas à sua imaginação e tentar impressionar com suas palavras.

Estou morrendo de saudades de você! Falta muito tempo para nos vermos outra vez?
Geralmente, falar de saudades causa um grande efeito.

Hoje acordei pensando em você. Inclusive pensei em te ligar, mas era muito cedo e não quis incomodar...
Jogar um charme é uma boa estratégia também, para não parecer muito pretensioso. Know-how é para isso: use toda a experiência adquirida em outros relacionamentos como armas a seu favor.

Lembra daquele dia na sorveteria, quando você me disse que...
Mostre que você se interessa pelas coisas que ele/ela diz e faz e, principalmente, das coisas que fizeram juntos. Não deixe de utilizar frases prontas a seu favor e um ou outro verso conhecido, de uma música ou poema famoso que é para dar aquele ar romântico e intelectual:
  
O importante não é correr atrás das borboletas, mas cuidar do jardim para que elas venham até você, já dizia o poeta. Preparei meu coração para te receber, meu amor.
Quanto mais frases de efeito, melhor. Revistas, livros e filmes são uma ótima inspiração. Sem medo de ser feliz porque, como já sabemos, todas as cartas de amor são ridículas. Termine com juras de amor e uma palavrinha em inglês para impressionar que vai ser sucesso.

Um dia ficaremos juntos e seremos felizes para sempre. Vamos ser um casal de cinema, com direito a dançar na chuva como naquela música.

With all my love,
Xeque-mate! Yin-yang, arroz com feijão, queijo com goiabada: essa é a impressão que vai ficar, que nasceram um para o outro!


Zilhões de beijos e abraços do sempre seu/da sempre sua (e é só completar com seu nome!).



segunda-feira, 25 de março de 2013

Pra depois.


Tema: Uma letra por frase
Por Laura Reis

 Ainda que eu quisesse, não saberia muito bem por onde começar. Bagunçado era uma adjetivo que talvez não coubesse pra situação daquilo ali. Com alguma dificuldade e um milhão de dúvidas na cabeça, resolvi começar fazendo uma lista pra facilitar a organização.
Duas colunas preenchidas com vários tópicos depois e eu já acreditava que, quem sabe, mês que vem terminaria essa faxina. É que fui adiando, adiando e, quando vi, esse armário já não cabia nem mesmo os meus materiais de colégio – objetivo inicial de ter colocado o tal no meu quarto.
Foram quatro anos entulhando tudo quanto é bugiganga por ali: de ponta de lápis colorido a pedaço do aparelho de som da minha mãe. Guardei porque um dia iria usar, juro. Hoje vejo que só fui adiando o tal do uso e em vez de abrir ali de vez em quando, dar uma geral, quiçá pegar uma coisinha e reaproveitar mesmo, só deixei pra depois.
Ia começar a arrumação pelo primeiro item da minha lista quando vi a última prateleira cheia de lembrança dos primos. Jogos de todos os tipos: Cara a cara, Elas por elas, Imagem e ação e até um tabuleiro velho, mas lindo, de Damas tinha ali.  Kinect perde feio pra essas relíquias divertidas que a família inteira se reunia pra jogar. Lembro que eu era muito ruim em todos os jogos, mas com Damas eu não deixava ninguém ganhar, fui até campeã de torneios no colégio.
Mas, bom, voltando à organização, ali também tem a parte em que guardo todos os meus cadernos e fichários e diários. Não passava um ano sem anotar todos os meus dias, desde os 7 anos de idade. Outro costume que perdi, além de jogar damas, foi esse de escrever. Parece até que eu não sei mais o que é usar folha e papel, aí abro esse armário cheio de memórias e fico chateada comigo.
Passo o olho nas prateleiras de cima e só de pensar no tanto de coisa que ainda vou descobrir me dá um aperto no peito e um medo de nunca mais acabar com isso. Queria simplesmente que alguém arrumasse tudo pra mim, organizadinho, de um jeito que me desse a possibilidade de deixar tudo ali, mas ter mais um monte de espaço pras coisas novas.
Rio desse pensamento, porque não tem nada mais bobo do que achar que vai adiantar alguma coisa guardar essa tralharia. Sento no chão, novamente e releio a lista que fiz pra me orientar. Tento entender por onde realmente é melhor começar, parece que escrevi numa ordem que não tem nada a ver. Tipo, limpar primeiro e depois jogar coisas fora (ok, exagero), acho que vou começar a riscar as coisas que não conseguirei fazer hoje.
Uso uma das canetas que estavam nos potes do armário, mas ela não funciona, assim como a próxima e a próxima que está junto da borracha marrom e feia. Vejo que já tenho algum lixo do meu lado e fico feliz.
“Willian gosta de você”, acho o primeiro recadinho de um primeiro possível namoro, nem sei de quando é isso. Xuxa devia ser a trilha sonora, de tão antigo que é - rio novamente. “Yellow Submarine”, ok, esse aqui não é tão antigo assim, acho que é do ano retrasado quando precisamos fazer um trabalho de faculdade – só assim pra eu ouvir esse tipo de cois..
- Zelia, vem almoçar! – minha mãe chama e me faz pensar que, com certeza, vou acabar deixando essa arrumação pra depois.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Carta para uma vizinha

Tema: livre
Por: Rosana Tibúrcio


Olá Cleuza, tudo bem?

Eu não sei se esse é o seu nome, nunca perguntei. Também você nunca perguntou o meu, mas você tem cara de Cleuza. Daquelas Cleuzas que, na maioria das vezes, as pessoas tratam por Creusa porque você é esquisita demais.

Agora mesmo, assim que eu abri essa página em branco você passou correndo, pela calçada de lá. Eu levei um susto da peste. Porque havia decidido, há poucos instantes, que eu queria falar com você, com os seus shorts feios, seu rabo de cavalo e sua cara. Mas você passou correndo de calças compridas. Que susto! Que sinal foi esse? Logo você que anda sempre de short e acha que tá bonita.

Mas olha... estou com você engasgada "na goela" desde aquele dia quando eu estava conversando com a outra vizinha, essa é uma querida, e você parou na nossa frente e, do nada, quis dominar a conversa. E dominou.

Você afirmou que o ladrão que entrou na sua casa furtou mais coisas do que aquele que entrou aqui na minha; que tem agilidade demais e em um segundo chega ali no UNIPAM; que sabe muito bem português apesar de que “fazem quinze anos que eu formei no 2º grau”; que que que...

Você disse depois que soube - apontando pra mim - “que eu tenho uma vizinha que orienta alunos e minha filha precisa de orientação para resolver alguns exercícios de Matemática, porque em equação de 2º grau eu não sou muito boa.”

Depois de falar por quase uma hora direto, sem respirar – não posso esquecer que o assunto "orientação" foi o primeiro assunto abordado quando você interrompeu meu papo com a outra vizinha - você me deixou dizer que eu orientava alunos de faculdade e que “fazia mais de dez anos que eu estava nessa”.

De lá pra cá você sempre passa na minha calçada com aqueles shorts feios, rabo de cavalo mais feio ainda, quase correndo pra mostrar agilidade, e vira a cara pro lado de lá.

Olha que já tentei fazer vários sinais para te cumprimentar, sabe? Para cumprimentar, saber o seu nome e, o que é mais importante, para te dizer que achei tudo aquilo que nos falou naquele dia, muito, mas muito chato. 

Mas o que está me corroendo desde então foi o fato de saber que você limpa muito bem um fogão. Que o seu fogão é um brilho. Eu odeio limpar fogão. Eu não sei limpar fogão, entende? Achei muito desaforo...

Minha intenção é conversar com você e propor uma permuta, queridinha: aprendo equação de 2º grau e tudo que for merda de Matemática, para ensinar à sua filha, e, em troca, você usa sua língua e deixa meu fogão um brinco. Topa a troca? 

Aguardo retorno. 

Sua vizinha querida
Rosana (a de nome lindo)


Uma linda quinta-feira para todos vocês minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há uma leve irritação de minha parte para com aqueles e aquelas que conseguem deixar um fogão brilhando, brilhando. Acho indigno para comigo!!!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Vou largar tudo!

Tema livre
Por Laura Reis

Sonhei por muito tempo em ser escritora. Podia ser da Abril e suas revistas femininas, podia ser de histórias fantasiosas pra crianças ou até livros e livros autobiográficos do tipo disfarçado.
Então caí nas garras da cruel e fria família do marketing. Tentei convencer algumas pessoas de algumas coisas por meio de diretos e suados títulos. Depois vieram as costuras de pequenos roteiros e, por ora, tem sido leves doses diárias de interatividade. Pesadas, pra mim.
No meio disso tudo me vejo perdida em imagens, de cores e falta delas, em mesas e estampas e paredes e objetos. A tal da decoração me conquistou e não tem pouco tempo. 
Decidido: vou largar tudo e ser decoradora. 
(Nem que seja de letrinhas.)

sexta-feira, 15 de março de 2013

Praia, sol e axé: só que não

Tema: Me faz emburrar
Por Taffa

Como achamos que o sol é           e          como ele realmente é            .

Eu gosto de silêncio, escuro e frio. Simples e sem rodeios, acho que sou uma das pessoas mais fáceis de agradar no mundo. A união desses três itens, sem dúvida, seria capaz de me trazer uma onda de bom humor tão constante que se estenderia enquanto o ambiente permanecesse assim. A vida perfeita se resumiria a morar num polo, mas já que estou no meio de um país tropical, me contento com as raras ocasiões em que o clima, o dia e a área contribuem com a minha calmaria.

Calor demais me deixa estressado. Não consigo pensar quando sinto que o meu cérebro está fritando. Barulho demais me deixa incomodado. Praticamente me torno um indivíduo com déficit de atenção quando sons altos e padronizados começam a invadir o lugar onde estou. Sol e luz demais me causam agonia extrema e a primeira coisa que digo quando vejo que o dia não possui nenhuma nuvem e a previsão promete 36° é um sonoro “ah não!”.

Quando o barulho, o sol e o calor se unem, trazem o meu eu emburrado à tona em um piscar de olhos. Basta ficar alguns minutos parado no trânsito, ao meio-dia, perto de algum indivíduo ouvindo Chiclete com Banana no volume máximo para que aflore em mim a aura do mau humor e eu seja capaz de desejar a morte mais lenta e dolorida para todas as pessoas da família daquele ser de gosto musical questionável.

Fico carrancudo mesmo. De cara tão feia quanto a de uma madre superiora desobedecida pelas crianças de um orfanato. Tenho vontade de pegar o carro, dirigir até o mar e jogar o veículo comigo dentro lá pro meio da imensidão azul. Pelo menos eu me refrescaria, ficaria livre do barulho e teria a paz necessária pra viver. Ou não, porque sem ar eu morreria, mas isso já é outra história.

Enfim, hoje o dia está nublado, no momento estou à meia luz e ouço ao fundo vozes baixas conversando. Estou em paz, feliz, tranquilo, totalmente capaz de produzir e, como prova, consegui escrever este post em cinco minutos. Um beijo pra todos que me amam, gostam de silêncio, escuro e frio e, para os que não, só um abraço. Até mais.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Só desenhando

Tema: me faz emburrar 
Por: Aninha

Recebi uma ligação hoje de Tia Rosana. Não hora em que eu ia para o colégio, sabe? Quase que eu chego atrasada. Mas como deixar de atender à minha Tia Pirulitete?
"Por que não me ligou ontem, Tia?" - eu perguntei.
E ela: "Não deu pra ligar, Aninha. Inclusive, eu estou emburrada, porque surgiram umas complicações aqui que não vem ao caso. Aliás, eu nasci emburrada. Emburro à toa, mas tem três coisinhas que são fatais. Te conto assim que você me disser que terminou o post, ok?"
Ok, né? Vou eu criar caso com gente emburrada?

Comigo a coisa é bem simples, talvez porque eu seja uma criança ainda, e não tenho essas picuinhas de gente velho, eu pouco me chateio com as coisas da vida. Claro que situações como aquela das formigas destruindo meus pirulitos foi algo que me deixou emburrada por um bom tempo. Diferentemente de Tia Rosana que "acha" que emburrar é algo que se sente de forma não tão intensa e que passa depressa eu já acho que emburrar é ter raiva mesmo. De coisas, de situações, de pessoas (fosse a Tia Rosana ia escrever "de gentes" em vez de pessoas - ela acha que é bonito... hihihihihi). 
Sou da turma do Tio Limão, do Tio Rafa e da Laurinha (a única que não tem cara de Tia - ainda). Emburrar é ficar irritada. Tia Marina e Tio Taffa ainda não postaram, não sei como eles são. Escrever isso aqui que é para eles não ficarem com ciúmes e putos da vida comigo emburrados comigo.

Atualmente o que tem me feito emburrar muito é o que vivencio com meu lindo estojo de lápis de cor. Eu ganhei  - depois de ficar emburrada um ano - um estojo lindíssimo com 120 lápis de cores. Meu sonho realizado. Com eles eu poderia ser feliz por 120 anos. Juro. Um ano para cada lápis. Começaria com o branco, claro...

Só que eu - pensando que estava num país democrático e que era dona absoluta do que é meu - levei meu estojo para o colégio. E sabem o que aconteceu? Todos os meus colegas, TODOS, quiseram pegar meus lápis. Eu não aceitei e desci uma tromba imensa.
Achando que estava no meu direito de dizer não eu disse: NÃO, não empresto. Pra quê?? Revolta geral. Se fosse motim só dos meus colegas eu lidaria bem com a situação. Todos eles conhecem meu gênio e não bancam os espertinhos comigo. Mas uma das minhas lindas professoras (só que não) achou que tinha o dever (ela disse: "tenho o dever de ensinar vocês a não serem egoísta") de determinar que eu emprestasse os lápis. Claro que eu não emprestei.

Desci a tromba, levantei meu queixo pra frente e disse: "vem, pega... pega que eu chamo o corpo de bombeiros agora".
Claro que ela não entendeu o porquê do corpo de bombeiros e eu, bastante emburrada, expliquei desenhando, bem devagar, e com os meus 120 lápis, tudo o que eu quis dizer com aquilo: os colegas usando meus lápis, eu pegando uma caixa de fósforos e jogando vários palitos acessos na lixeira cheia de papel e material inflamável; a sala começando a pegar fogo e o corpo de bombeiros chegando para apagar o fogo.

É evidente que eu jamais faria isso, né meus tios e tias velhos?? Eu não sou louca, muito menos irresponsável. Mas o meu nível de emburramento é tão grande quando alguém pensa em pegar meus lápis que só desenhando um destino bem cruel para me fazer entender.
Eu não chamei o corpo de bombeiros, mas a professora, sem precisar desenhar nada, chamou minha mãe na escola e... me ferrei total.

Lógico que eu estou de castigo até hoje, minha mãe disse que assim que terminar a quaresma ele acaba (heinnn?? o que tem uma coisa a ver com outra?? Mas mãe é mãe, né??). Estou de castigo e emburrada, porque meu castigo foi simplesmente levar meu estojo todos os dias para as aulas e emprestar para todos os  meus colegas. Só que espertinha, fiz um desenhinho para cada um deles com a seguinte mensagem subliminar: ai daquele que quebrar uma única ponta ou que precisar utilizar o apontador. Estou encantada, por um lado, pois minha caixa está praticamente novinha, pois eles entenderam cada um dos desenhos que fiz. O dó é que eu não posso usá-la e sei que vou ficar emburrada até terminar a quaresma.

Acredito que choquei vocês, não com o que me emburra, mas como lido com essa sensação. Desculpa tá?Sou criança, mas não sou tola. Agora quero mais é que a quaresma termine logo e que eu possa guardar minha tromba até nunca mais.

Ligo pra Tia Rosana e digo: - terminei minha composição, Tia, posso mandar pro seu e-mail? Mas antes me conta: o que te deixa emburrada?
E ela: - comida e café frios e cerveja quente. Emburro na hora!!
Não sei se falo o que penso ou se desenho. Oppps desenhar só no final da quaresma. E dizer o que penso? Melhor não!!!


Uma linda quinta-feira para todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há cheiro de fumaça: preta (da Aninha vingativa) e branca de ontem do habemus papam...

quarta-feira, 13 de março de 2013

Labirintite textual de tromba


Tema: Me faz emburrar
Por Vanderley José Pereira


   Frustração (1): Não sou criança. Fato! Mas emburro como tal com frequência. Para eu emburrar, dentre zilhões de coisas, uma se destaca: a revolta comigo mesmo quando não alcanço algo que só depende única e exclusivamente de mim. Esse comportamento...

(....)

   Raiva (2): Sempre fui uma criança cercada de carinho e mimos. Não é para menos, sou filho caçula, tenho duas mães, três pais e quatro irmãos. Nunca faltou nada para mim, mas nem tudo eu tinha. Isso me provocava uma raiva, uma revolta, uma tristeza e sempre o reflexo era uma tromba. Minha mãezinha sempre dizia...

(...)

   Tristeza (3): Na arte da conquista não tem mistério, basta deixar o corpo falar por si só. É permitir o instinto agir, sem sermos racionais. Você olha, a pessoa desvia o olhar; posteriormente ela olha e você dá aquele sorrisinho escondido... Ao escrever, ou ler, parece fácil, mas não é. A incerteza da reciprocidade é o melhor e o pior. Quando o flerte desenvolve o sorriso ilumina, mas quando o oposto ocorre a testa franze e...

(...)


   P. da vida (4): Vanderley, pegue a vasoura! Vanderley, arrume a pia! Vanderley, lave o banheiro! Vanderley, compre detergente! Vanderley, faça isso! Vanderley, faça aquilo... Ordens e mais ordens, intercaladas apenas de uma respiração profunda para alimentar o grito a seguir. Isso me IR-RI-TA! Dar ordens seguidas me enfurece; me deixa p. da vida, me deixa muito emburrado. Não que eu seja preguiçoso, ou não queira ajudar, mas é que com tantas ordens eu fico com confusão mental e não produzo nada. Lembro-me que certa vez...


(...)

   Emburrei, pronto, desisto (fim): Quarta-feira, dia de publicar no Guaraná com Canudinho. Vejo o tema, me sento em frente ao computador e... (10 minutos se passam, e nada!) penso mais um pouco...

   Busco inspiração em vídeos, outros textos, na minha vida (20 minutos se passam, e nada!). Já magoado me levanto, certo que hoje não vai sair nada, bebo água, digo infinitas vezes em minha cabeça que amo um certo rapaz e me sento novamente, dizendo: Agora vai! Ligo novamente o computador, faço a viadagem virtual (Oi???  boUUUA é vc?), releio alguns textos que comecei a escrever pensando no tema, e nada... Neste momento de minha vida, acreditem, eu já estou emburrado e ciente de minha labirintite textual.

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Hoje tem o Limão emburrado e mais azedo que limão devido a labirintite e...

terça-feira, 12 de março de 2013

Dumbo e eu

Tema: Me faz emburrar
Por Rafael Freitas


Quando me formei no Pré II, o diploma tinha o desenho do Dumbo, o elefantinho mais simpático e orelhudo dos desenhos infantis. Eu tinha certeza de que era pra combinar com minhas LEVES orelhas de abano daquela época. Não era.

Na verdade, era um prenúncio, uma profecia de tempos ainda vindouros! Eu não seria o Dumbo por causa das orelhas, embora ainda fosse atormentado por elas durante a adolescência. O que de fato significava o elefantinho é que eu seria uma pessoa, e não apenas uma criança, com uma forte tendência a derrubar a tromba quando emburrado.

E eis que a profecia se cumpriu. Rafael, 29 anos, solteiro, virginiano e emburrado de vez em quando. E o que mais me deixa emburrado é... quando as coisas não saem como eu planejei. O que só acontece comigo, claro. Né? Minha mãe sempre dizia que eu ficava com a tromba derrubada por qualquer coisinha. Diz ainda, na verdade. O problema é que eu não consigo disfarçar. Fico quieto, amuado, pensativo. Tromba derrubada pesa.

É que sofro com situações pequenas, corriqueiras mesmo. Tipo ter que mudar o horário de um ônibus (sem hora marcada, só pra ir pra casa mesmo) ou comprar outro desodorante porque aquele que eu costumo usar acabou e, na pressa, não vou poder passar em outro supermercado. Não, não é exagero. Imaginem então o que acontece quando combino de sair com alguém e me deixam esperando!

Parece coisa de menino mimado, não parece? De pessoa inflexível, de quem não relaxa nunca, não deixa a vida "rolar". Ter o controle é bom, mas a gente não consegue ter o controle de tudo sempre, não é? Quem sabe o pode acontecer naquela uma hora a mais até o próximo horário de ônibus?

E, como não pretendo ser esse garoto mimado, chato e inflexível, vou rasgar esse diploma. O Dumbo ficou famoso pelas suas orelhas mesmo, não por sua tromba. Prefiro assim.




segunda-feira, 11 de março de 2013

Hino da sorte.

Tema: Me faz emburrar
Por Laura Reis

"E depois você ainda vem me perguntar o que é que me faz emburrar!"
Foi assim que terminou nosso segundo papo sério sobre o que acontece que me faz ficar com essa cara de quem não tá exatamente feliz com o momento. Acontece que já disse algumas vezes que prefiro rosas, chocolate branco e música romântica. Mas chega você, quase todo mês no dia errado de nosso aniversário, com aquele buquê enorme e caro de lírios, a caixa que acompanha de bombons de licor, cantando o hino do seu time. O hino. Se eu contar ninguém acredita.
Tudo bem, depois da décima vez que me explicou que ele te traz sorte eu até tenho achado aceitável beirando o quem-sabe-fofo. Mas cantasse, sei lá... mais lento. Não. Você faz questão de fazer até o som do tambor que nem tem na música original, mas você acha que fica ótimo quando ouve no estádio.
Aí você finaliza dizendo que me ama. E eu faço cara de quem acredita, internamente. Porque do lado de fora, você também deve estar cansado de ver essa cara de emburrada. E não venha me dizer que não tenho motivos.

sábado, 9 de março de 2013

Antes que ele volte ...

Tema: se eu fosse para o exterior
Por: Nina Reis



Minha vida de viajante se resume em Sudoeste e Centro-Oeste e acredito que por isso nunca me interessei em fazer nenhuma viagem para o exterior. Há muitos lugares para conhecer aqui no meu mundinho verde e amarelo, porém há muita tristeza em relação a isso também, afinal de contas, está muito mais fácil planejar uma viagem para o exterior do que aqui no Brasil.

Então, se eu puder arriscar, imaginando que serei muito feliz e que tudo poderá ser perfeitinho ou pelo menos quase, definitivamente escolho Nova York. Lá quero fazer caminhada no Central Park, compras na Times Square e quero é claro, conhecer a estátua da liberdade, mas nada disso é mais importante que reencontrar o Silas . Tentando fazer um resumo, conheço-o desde 2001 e a última vez que estivemos juntos foi em 2011. Entre idas e vindas, encontros e desencontros, nunca perdermos o contato, o carinho e principalmente o respeito um pelo outro. Nos últimos meses nos aproximamos muito e inclusive começamos a planejar nosso futuro juntos. Sinceramente espero que tudo possa caminhar a nosso favor. Silas foi para Nova York estudar inglês e antes do fim do ano ele estará de volta, mas enquanto esse dia não chega, se eu fosse para o exterior, iria para Nova York, antes que ele volte.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Muito mais para sentir...


Tema: se eu fosse para o exterior
Por: Rosana Tibúrcio


Viajar para o exterior nunca foi o maior dos sonhos meus. Por vários motivos: meio de transporte, idioma, grana e companhia.
Avião conheci há um ano e ó... gostei, mas para uma viagem longa não sei aguentaria ficar sem abrir uma porta e sair. Navio eu me recuso, não sei nadar e se o barco virar ooopss, o navio virar, eu posso não morrer na hora, como morreria da queda de um avião. Ia sofrer muito e ainda tem os balanços do navio, os enjoos e afins.
Mal sei português, e fiz o favor de não aprender outro idioma. Gesticular sei muito bem, mas vai que o interlocutor... não muito.
Grana. Grana??? Oi??? Onde está você. Passo. E... francamente? Não nasci para ser hippie. Quero lugar de tomar banho, comer e dormir bem. Se não posso fora, fico na minha casa. Obrigada!
Companhia... ahh meu Deus, para mim é o problema mais crônico de uma viagem: as ou a companhia. Houve um tempo em que eu viajava bem, em boa companhia. Houve um tempo depois que viajei mal, com a mesma companhia. E nunca mais achei outra companhia boa, igual ao cara da primeira versão. 

Bom, diante disso... vamos supor que tudo estivesse nos conformes. Que eu estivesse de bem de todos os motivos bons para uma viagem. Eu queria ir nos lugares por uma questão muito mais de sentir do que de estar. Se é que me entendem...

Queria ir à Alemanha e ficar um tempo exatamente entre os dois lados de onde havia o muro de Berlim. Queria ser observadora daquelas gentes. Conversar, saber das impressões. Absorver o clima entre um lado e outro. Haveria mesmo essa diferença de "atmosfera" que eu creio existir? Os sorrisos dos que sempre foram de um lado seriam mais abertos e singelos do que os dos outros? Haveria uma sensação de nostalgia de um lado e de bem-estar de outro? E os prédios, as casas e as calcadas registrariam essas sensações?

Queria ir ao Vaticano... e não... não tem nada a ver com o Bento XVI e sua recente renúncia. Sempre quis isso antes. Queria observar duas coisas antagônicas: a riqueza e a fé. Deles. Queria ficar ali naquela Praça São Pedro e sentir qual seria mesmo a realidade daquele lugar rico e santo. Seria possível sentir no meio daquelas gentes a sensação de uma batalha íntima entre a cobiça, a inveja e a crença? 

Se a grana sobrasse, a companhia fosse boa, queria dar uma passadinha em Paris e em Lisboa. Acho que é só... Em Paris para ver as luzes e em Lisboa para comer os pastéis de belém. Sentir a luminosidade e o gosto tão bem propagados por quem conhece esses lugares.

E para finalizar, queria registrar tudo que eu visse. E se nada me aborrecesse nessa viagem ao exterior eu conseguiria vivenciar depois, olhando as fotos tiradas, todas as sensações sentidas estando naqueles lugares, com aqueles gentes, luzes e sabores...


Uma linda quinta-feira pra todos vocês minhas gentes, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há uma vontade de viajar nas sensações que os lugares, quaisquer lugares, podem me oferecer.

quarta-feira, 6 de março de 2013

De mala e cuia


Tema: Se eu fosse pro exterior
Por Vanderley José Pereira




Preparem as malas
   Para sua viagem se tornar “a viagem” ou, até mesmo, várias viagens em uma só, é necessário ter paciência. 

   Antes de viajar, contemple os preparativos: compre roupas adequadas, pesquise os roteiros que serão seguidos - mesmo que em vão, pois nunca são seguidos -, arrume e desarrume a mala quantas vezes julgar necessário. Por falar em mala, é sábio lembrar que quanto menos levar melhor será, afinal, você vai querer comprar de um tudo lá. Mas, ainda assim, leve filtro solar - independente de onde for - e leve também um esparadrapo, pois as bolhas no pé são inevitáveis. Se for possível, leve um cartão de crédito internacional, em detrimento a um grande montante de dinheiro vivo. É sempre mais seguro. Ainda assim, reserve uma quantia, pois sempre há aquela feirinha de artesanatos e de suvenir que não dá para perder. Todos esses preparativos e planos servem de pretextos para esquecer o dia-a-dia e, assim, estarmos um pouquinho lá todos os dias. Só aqui você vai garantir umas três historias no mínimo. 

   Ao viajar, um quesito é primordial – e não é máquina fotográfica, tampouco malas com inúmeros cremes e repelentes –, mas sapatos confortáveis e de preferência surrados, com a sola pouco gasta e ande, ande e ande! Hotel só para dormir, então prefira os mais simples! Se, ainda assim, busca um lugar cheio de regalias, cheio de “fru-fru”, é preferível ficar em um spa próximo de casa. Vá a praças e bairros afastados e veja a rotina do povo local; vá a igrejas e a outros templos, seja de qual religião for; visite parques aquáticos, museus e outros lugares; compre livros e aproveite para treinar a outra língua; faça amizade com o povo local, vista-se como eles.

   A amizade com o povo local é um caso a parte: não se imponha, observe! Para uma cultura desconhecida, seus hábitos, por mais inocentes, podem aparentar agressivos e desrespeitosos. Observe e fale pouco. Deixe o anfitrião falar a vontade de sua terra, respondendo, também, todas as curiosidades dele. Lembre-se: o estranho no ninho e você! 

Boa Viagem¹
   Permita-se degustar o lugar por meio de suas cores, sabores, cheiros e sons. Não saia comendo de tudo, mas coma.  Parcimônia é sempre prudente. 

   Vá a festa, festivais, cerimônias, casamentos e, até mesmo, funerais – para outra cultura esse momento pode ser motivo de alegria, se não for, valerá a pena saber como eles despendem dos entes queridos. Não se detenha aos limites impostos para os turistas. Rompa essa barreira invisível e rígida. Dance, cante, grite! Permita-se ao novo. 

   Viajar é um estado de espírito, então esqueça tudo, jogue os problemas para lá, deixe suas amarras aqui e se transporte para onde quiser - nem que seja no mundo da imaginação.

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Beijos a todos e desculpe a hora da postagem

¹Fotinho de uma época não tão distante ao embarcar rumo a Natal-RN. A viagem internacional ainda está por vir!

terça-feira, 5 de março de 2013

Para um álbum de viagem e alguns suvenires

Tema: Se eu fosse pro exterior
Por Rafael Freitas


Não sou invejoso. Juro.


Mas se a tal inveja boa existe, essa que não faz mal pra ninguém, que só desperta vontade, admiração e alguns sonhos, aí eu me rendo: morro de inveja boa de quem viaja pelo mundo. Conhecer outras culturas, outras línguas, outra arquitetura, outras roupas, outras cores, outras paisagens...


Não quero morrer sem ter ido até Paris pra tentar descobrir o que tem por lá de tão encantador. Não quero morrer sem ter ido a Itália, mesmo que engorde alguns quilos por lá, e ter comprado uma coleção de máscaras venezianas. Não quero morrer sem ter passado um dia inteiro perdido em alguma ilha da Grécia, tentando definir onde o azul é do céu e onde é do mar. E passar pela Índia só pra ver de perto o Taj Mahal e aproveitar pra comprar umas batas e incensos.


Sonhos a longo prazo.


A médio prazo: conhecer outras culturas e paisagens brasileiras mesmo, tão lindas quanto as de fora.


A curto prazo: comprar uma câmera pra registrar tudo.


A curtíssimo prazo: ter uma vida financeira estável que me proporcione tudo isso e mais um pouco. Ou seja...




segunda-feira, 4 de março de 2013

Sinceramente


Tema: Se eu fosse pro exterior
Por Laura Reis


- Ai, olhando essas revistas com dicas de viagem, me dá uma vontade de viajar pra fora do Brasil, sabe? De conhecer cada canto do mundo.. Você não tem vontade não?
- Eu não
- Mas nada, nada?
- Neeem, prefiro ficar aqui nesses cantos que já conheço e não preciso decorar novas ruas e nomes de gente, nada disso.
- Você não tem vontade de conhecer, sei lá, a França, ver de perto passagens de Amelie Poulain, que você gosta..
- Não, gostar do filme é uma coisa, agora ver aquele povo que custa a tomar banho e ainda deve vir falar com a gente usando daquele biquinho.. Eu ia era ficar p da vida!
- Que isso, Ana..
- É sério
- Mas e Itália.. Passear nas gôndolas, tirar aquela foto brega, mas divertida e básica com a Torre de Pisa
- Não.. Ainda mais naquele lugar de gente petulante, com cara de mafioso e aquele tanto de nona que deve conversar insuportavelmente mais com mãos que com palavras..
- E Estados Unidos?
- Haha.. Tá brincando né? Não tem lugar mais batido que esse, Deus me livre..
- Que isso.. Nem o Japão? Já que você gosta tanto desses lances de tecnologias e de coisas todas coloridas também..
- Ah, por favor, né? Eu gosto de coisa que dá pra entender. E mais: gosto de saber que, assim, quem tá falando comigo agora, por exemplo, é diferente do cara que tá ali do lado, naquela mesa perto do balcão por exemplo.. Imagina? Conversar com dez pessoas iguais e não entender nada que nenhum dos gêmeos fale?
- Tudo bem. Desisto..
- Que bom!
- Não, mas não acredito.. Nem se pudesse escolher, sei lá, se fosse para o exterior um dia..
- Ah! Se eu fosse para o exterior, iria para o exterior de mim, sabe? Pra entend..
- Ah Ana! Sinceramente!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Calcanhoutro

Tema: O outro
Por Taffa


"Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio,
Pilar da ponte de tédio,
Que vai de mim para o outro."

Mário de Sá-Carneiro; Lisboa, fevereiro de 1914.

Obs.: Minha criatividade/capacidade de escrever algo decente também ficará para outro post.