Tema: Emprestar? Nunca!
Por: Rosana Tibúrcio
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Cena 1 - diálogo costumeiro - com adaptações - entre duas vizinhas. Dona Lourdes é minha mãe.
- Bom dia, Dona Lourdes, me empreste a tesoura de picotar?
- Vou precisar dela mais tarde.
- É rapidinho.
- Tá!
E o diálogo se repete - com algumas alterações - por muitos e muitos dias, semanas, mês.
Chega o aniversário da vizinha e Dona Lourdes é a primeira a cumprimentá-la, com um presente.
- Bom dia, vim te desejar feliz aniversário e te trazer um presente.
- Que coisa mais boa, Dona Lourdes.
- Espero que você goste.
- Nossa, uma tesoura de picotar!!! Obrigada, Dona Lourdes.
- De nada, agora você não precisa mais pedir a minha emprestada.
FIM!!
O que é herdado não é roubado. Odeio emprestar minhas coisas. Sou capaz protagonizar um diálogo similar ao de minha mãe, mas em grau muito maior de irritação.
Cena 2 - diálogo único entre mim e a empregada da vizinha.
- Oi Rosana, você pode me emprestar sua mangueira?? [ui!!].
- Mangueira? Como assim? Mangueira de aguar planta? Lavar calçada?
- É, a mangueira da Vânia estragou, não tem como ela comprar hoje e quero lavar a garagem.
- Eu hein??? Mangueira é igual bacia de lavar roupa, escova de lavar roupa, cada um tem a sua, se estragou e não tiver como comprar outra, fica sem.
- Tá!
E claro que não dei, à vizinha, porcaria de presente algum.
Acontece que eu não gosto de emprestar, pra ninguém, nada meu: roupa, sapato, meia, livros, cd, dvd. Nada. Exceção: irmãs e filhas. E ainda bem que elas não têm esse hábito de forma compulsiva. Minha mãe me criou não me deixando pegar nada emprestado de ninguém. E como eu sou uma pessoa obediente, trouxe isso pra minha vida... (hehehehe)
Empresto coisas pra pouquíssimos amigos e quando empresto, morro de medo dessas coisas não serem devolvidas. E quando empresta eu anoto. Tudo. Ou quase tudo. Alguns livros meus andam por aí e eu meio que dou a luz a cada dia que me lembro deles. Esse "quase tudo" fica por conta de um livro que emprestei pra um imbecil qualquer, no caso, quase certeza que pra uma filha da mãe e a larapia jamais me devolveu. Detalhe: eu não havia lido o livro. Irritação, define!.
Enfim, sempre que posso digo não. Não empresto e corto o mal pela raiz, com ou sem tesoura de picotar.
Detesto emprestar... mas isso não é nada, minhas gentes, porque mais do que isso, contar procês: eu ODEIO pedir emprestado. Qualquer coisa!!! De qualquer pessoa!!! O que se torna uma vantagem, pois ninguém precisa cortar nenhuma pretensão minha pela raiz.
Uma linda quinta-feira pra todos vocês minhas gentes, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje há uma certa consternação para com aqueles que, assim como eu, não gostam de emprestar, mas que não têm, de forma hereditária, aquela sutileza (hauahaushaushuhs) de dizer um não!!!