O primeiro do ano

Tema livre

Por Rafael Freitas

Academia, pilates, juntar uma grana, estudar mais, comer menos. Há algum tempo estas deixaram de ser minhas resoluções de ano novo.

Na última virada, meu único objetivo foi ser melhor. Ser uma pessoa melhor; ser bom. E 2015 chegou com tudo nas provações. Acho que ele preferia que eu tivesse insistido na academia e afins para que pudesse jogar na minha cara que não consegui. Porque eu fui bem claro: este ano é pra valer.

Uma das coisas que percebo necessárias para o sucesso do meu objetivo é leveza. Andei muito esquecido desta palavra. Ela virou modinha, me irritou um pouco. E a carência dela aqui e agora é grande. Preciso reencontrá-la, reconquistá-la e fazê-la presente nas relações, nos amores, no "comigo".

A outra parece um tanto óbvia, mas não sei que nome dar. É de mão dada com a primeira aí, mas se esconde, ás vezes. Quem me disse onde ela estava foi um cara tão bacana, que admiro há muito tempo. Baterista. Coisa boa tinha que ter música no meio. E foi assim: ele me contava que no ano passado participou da gravação de quinze CDs. E que de dezembro até hoje foram mais cinco! No que eu disse:

_ Vixe! Você deve estar cansado!

Ele:

_ Não, cara! É o que eu gosto de fazer! Quando a gente faz com prazer, não cansa. E eu não sei viver pela metade, eu estou sempre inteiro no que faço. Não entendo quem fica reclamando da vida, falando que não aguenta mais dar aula... A gente permite o que vai acontecer com a gente. Tirando se o teto desabar, um acidente... Mas a maioria das coisas a gente escolhe. E se não era isso que você queria pra sua vida, vai lá e faz alguma coisa pra mudar e não fica reclamando. É tão simples, pra que ficar complicando?

Pasmem! Tudo isso era tão ele, tinha tanta propriedade e sentimento! E era só lembrar de outras situações (todas!) para perceber que ele distribui provas do que fala diariamente. Tão simples, mas foi um tapa na cara. E parece que acordei.

Ah, 2015... Você não perde por esperar!