Tema: pão
Por: Aninha
Pedi muito à Tia Rosana para eu postar de novo no Guaraná. Foi feio, quase chorei, afinal vocês voltaram com o blog e nada de mim?
Aí vem a tia com esse tema do post (já tenho oito anos e não falo mais composição); justamente esse tema?
É que, a princípio, tenho birra de migalhas de pão. Depois eu até relaxo e fico feliz por causa delas. É sempre assim, quase todo o dia quando vô Joaquim Juvenal* tá na minha casa. Um ritual.
Pão não deveria ter migalhas e velho não deveria comer pão (lembram do que eu disse "a princípio"? Fiquem calmos, depois me acalmo). Tá, sei que vou ficar velha, mas quero treinar para não comer mais pão quando eu começar a ficar velha, lá com meus quase trinta anos, por exemplo.
Pra gente que é criança as pessoas começam a envelhecer quando têm filhos ou quando a gente escuta outra pessoa dizer: "Rafael, Laura e Marina já tão na idade de se casarem ter filhos, né?" (mas quem toparia? hihihihi) Pronto, começam a ficar velhos a partir daí.
Na minha casa é assim: eu tiro a mesa do café da manhã e Carlinhos ajuda minha mãe e meu pai a tirarem a mesa do almoço e da janta.
Café da manhã sem pão de sal, não é café da manhã. Eu adoro: com requeijão, com manteiga, passado na frigideira ou no formo. Até aí tudo bem, como pão direitinho, sem muito estardalhaço. Mas meu vô não!! Pro meu vô Juvenal comer um pão inteiro é preciso dar a ele dois ou três. Vocês me entenderam? Não sei o que ele apronta, mas sei que esfarela o pão todo, e quando acaba o café tem farelo no bigode dele (meu vô cismou de deixar o bigode crescer, tá lindinho), no queixo, na manteiga, no requeijão, na goiabada (hahaha vô come pão com goiabada. Ixa, dei ideia pro Tio Rafa), na nutella, no chão, na casa inteira. E todo santo dia que ele acaba eu me levanto, olho para ele e ele dá um tanto de risada porque sabe que eu estou irritada com os farelos todos.
Um dia ele foi tentar me ajudar a tirar a mesa, arrastou a toalha, pisou em cima dela e foi farelo até na casa da vizinha (queria escrever que era noutra casa, mas minha mãe disse que é coisa feia de menina bem criada dizer). Nunca mais deixei meu avô me ajudar a tirar a mesa. Mas deixo ele rir do tanto que ele quiser. Às vezes começo a ajeitar tudo meio irritada, mas no final eu caio nos braços dele tiro o resto do farelo de seu rosto, abraço forte e ele me diz: Aninha, melhor hora do dia pra mim é a hora que como meu pão de sal, pois sei que vou rir com você, ganhar um abraço e tocar o resto do dia sabendo que tenho alguém para recolher todas as minhas migalhas. Como não amar esse vô e como não me acalmar com tanto amor?
Meu avô Joaquim é meio porquinho com as migalhas do pão, mas é romântico e sábio e tem me ensinado que a melhor hora do dia é a hora do nosso café da manhã, com pão de sal, migalhas, risadas e carinho. É o que nos fortalece.
Aninha.
* Meu avô chama-se Joaquim Juvenal e chamo ele, dependendo do meu estado de espírito, de vô Joaquim ou vô Juvenal ou vô Joaquim Juvenal. Afinal, o vô é meu e chamo ele do jeito que quero.
Uma linda quinta-feira pra todos vocês, meus amores, porque nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há o retorno de Aninha, romântica e engraçadinha que só.
Também não gosto de recolher migalhas, Aninha.
ResponderExcluirMigalhas de pão, nem para pompo rsrsr
ResponderExcluirAgora as migalhas do vô Juvenal, tenho certeza que me deixaria feliz também.
ANINHA ... VELHA É A SUA AVÓ E SUA TIA ... rummmmmm
ResponderExcluirQue lindeza.
ResponderExcluirAi aninha, você é pequena mas e muitoooo sabida.
ResponderExcluirEu gosto de comer essas coisas com prato embaixo pra não ficar muito irritada
ResponderExcluirMigalhas de pão na cozinha inteira?
ResponderExcluirNa manteiga?
TOCAR o dia?
O Vô Juvenal conhece minha Vó Marta será??
hauhsuahus
Vou fingir que não notei o quão desaforada essa menina já foi na sua primeira postagem.
ResponderExcluirAninha eu admiro o amor que cê tem pelo seu avô Juvenal. Pela vida, pelo blog.
ResponderExcluiradmiro você.
TE AMO, NA VERDADE, SUA RAINHA DO GUARANÁ!!