quinta-feira, 28 de abril de 2016

Fora da casinha

Tema: acordei onde?
Por Rosana Tibúrcio

Andava na areia sem nenhuma pressa porque gostava e, mesmo se não, o cansaço só me permitia aquela toada. Não pensar em outra razão daquele compasso era mais um motivo para eu me sentir feliz.
Sempre gostei do mar; do pôr do sol na praia; da cerveja com os amigos ao som das ondas ou de uma cantoria divertida e não necessariamente afinada; de caminhar na areia de mãos dadas ou sozinha, muito mais sozinha, verdade; de ficar frente ao mar.
E... estava no lugar exatinho como planejei ir por esses muitos anos longe do mar, do sol, da areia, do pôr do sol, da cantoria, do afeto, da caminhada, da brisa, de tudo isso que amo e que só uma praia permite.
Urúúú mereço!!!!! Da boca nenhum som, mas coração e alma se misturaram e gritavam esse urúúúú mereço sem fim...
O sol se pondo lindamente sem que eu percebesse que rapidinho não haveria mais como registrar o sonho. No que chamei alguém pra pegar meu celular... acordei com a voz da amiga que havia me irritado demasiadamente, no dia anterior, quando contei dos meus planos e que só soube me dizer: "Ih Rô, mas Paraty fede muito".

Uma linda quinta-feira pra todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há um conselhinho bobo, mas eficiente: silencie seus planos bons que é pra não ser acordada fora da casinha.  

segunda-feira, 25 de abril de 2016

“Então, meu amor...”

Tema: Acordei onde?
Por Laura Reis

Ainda estava escuro, mas uma fresta da janela, acima da cama, revelava que já era dia. Me lembro de me despedir de minha namorada, em pensamento, depois de ler sua mensagem de boa noite, tomar meu Engov e sonhar pelo menos dez sonhos diferentes. Estava com o peito apertado que acompanha aquele sentimento de desconhecer hora, dia da semana e até lugar em que se acorda.

Olhei pro lado e reconheci o vestido colocado na cadeira, aparentemente com muito cuidado. Mas nada não havia nenhum barulho conhecido e o travesseiro ao meu lado estava vazio. Procurei o celular por perto e só avistei uma luz piscando lá na mesa que amparava o meu terno. Não me lembro de estar de terno, mas sei que aquele era pra ocasiões muito importantes. Me esforcei pra levantar, mas tinha tanto peso em minha cabeça, que não consegui.

Num salto, me assustei com o barulho da maçaneta da porta que revelava uma luz extrema vindo de fora do quarto. Sem enxergar direito e ainda sem entender onde estava e quem entrava no quarto, respondi o bom dia entusiasmado vindo atrás de uma bandeja. Avistei um buquê de flores no criado-mudo do outro lado, onde também tinha uma foto de um casal que parecia eu... e minha ex-namorada.

Ela se sentou na cama, com um sorriso enorme no rosto, limpando minha baba de sono e rindo do meu suposto bafo de uísque amanhecido. Na bandeja, panquecas com uma calda de chocolate dizendo “ENFIM NOIVOS!” e pela porta, seus pais e irmãos entrando cheios de sorrisos e batendo palmas. Só consegui pensar em como é que explicaria pra minha namorada que fui àquele casamento de amigos distantes e, aparentemente depois de vários copos de uísque, pedi minha ex em casamento?

quarta-feira, 20 de abril de 2016

É cada uma

Tema: século XVIII
Por: Nina Reis




Como assim, século DEZOITO? Que diabo é isso? Qual o motivo desse tema?
...

Estava euzinha, com os meus amigos, jogando o jogo PERFIL. Em uma das cartelas os jogadores teriam que acertar o ano de 1776 que é claro, fez parte do século DEZOITO. 
Achei um tanto quanto interessante e resolvi colocar pra post jogo hahaha


Escolher um acontecimento? Falar alguma invenção do século? 
Não não, vamos facilitar a vida da pessoa que está escrevendo e apenas ficaremos com as curiosidades escritas na cartela sobre o ano de 1776.


- No dia 4 de julho os Estados Unidos declararam sua independência.
- Na Inglaterra foi construída a primeira loja maçônica.
- Esse é o século das Luzes.
- O Brasil era escravista.
- Adam Smith publicou o livro A riqueza das Nações.
- Terminou a Guerra Civil dos Estados Unidos.
- O Brasil ainda era colônia de Portugal.
- O telégrafo ainda não havia sido inventado.
- O navio do comandante James Cook inicia uma viagem que iria durar quatro anos.



Apenas isso!

Durmam bem rsrsr

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Toda quinta ela faz quase sempre igual...

Tema: como faço meus posts
Por:  Aninha.

Oi meu tio e tias velhas, tudo bem com vocês? Saudade!
Contar pra vocês como faço meus posts. Eles começam assim:
- snif snif... Aninha, posso te pedir um favorzinho?
- pode sim, Tia Rosana.
E logo penso, meu Deus, que será? Ir lá pra balançar ela na rede? lixar os pés? ouvir a última historinha que ela leu da turma da Mônica e rir da falta de graça do que ela acha graça? ouvir uma fofoca sobre vocês daqui do Guaraná? achoquedepoisdessaestareiexpulsaprasempredaalencar55opppissoésenhadowifi. Enfim penso essas coisas todas e que, também, pode ser para fazer uma composição para o Guaraná. E o pedido de hoje foi pra isso, meus tios. E... ÀS DEZ DA NOITE!!!

- então, Aninha, você pode fazer um post pro Guaraná?
- mas agora, Tia Rosana, cadê responsabilidade? 
Não me contive. Deus me perdoe!!!
- nossa Aninha, hoje eu fiquei mal o dia inteiro, eu espirrei muito, muita dor de cabeça, dor nos olhoszzzzzz foi um dia cruelzzzzz
Claro que no final da frase eu não escutava mais o que a Tia tava falando, porque não sou obrigada, mas respondi que SIM, porque eu também tenho o coração bão. Feito o dela.

É assim, então, que quase sempre faço meus posts: de supetão, em cima da hora e só por isso é que não me incomodo de cometer um ou outro erro de português, entendem? Quem mandou ser procrastinadora? Claro que eu sei escrever, falar e sei o significado dessa palavra. A primeira das muitas que Tia Rosana me ensinou. Me lembro bem daquele dia em que ela disse: isso eu não faço nunca e não gosto que façam, Aninha: procrastinar. Vai por mim que sua vida será mais leve e sem sobressaltos.
hãrãn!! Deus tá vendo. E vocês todos de prova!!
Creio que consegui contar direitinho como é que eu posto nesse blog lindo do meu coração.
Um beijo queridos!!! AMO!!!


Uma linda quinta-feira para todos vocês, meus amores... pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há lição de moral sim, porque essa Aninha é sinistra. 



terça-feira, 12 de abril de 2016

Eu, sendo eu

Tema: Como faço meus posts
Por Rafael Freitas

Atrasado. É assim que tenho feito minhas postagens ultimamente. E não me orgulho disso.

Eu costumava preparar meu texto com antecedência, ou ao menos pensar em mil ideias para fazê-lo. Essas ideias precisavam ser criativas, inovadoras, interessantes. Não que fossem, de fato, mas era bom pensar que sim.

Eram tempos bem mais corridos e eu não me importava de chegar tarde do Conservatório, comer alguma coisa e ficar até o início da madrugada da terça-feira preparando a postagem. Além de deixar o texto como eu queria, ainda tinha a escolha do título, da imagem (que algumas vezes precisava ser editada), da música. Eu gostava quando colocávamos música nos posts... rs

De uns tempos pra cá, ando muito relapso, admito. Tive os tempos de muita correria, muita mesmo, para usar como justificativa ou desculpa, mas não mais. Quantas vezes abri um documento do Word, comecei duas ou nove ideias, e nada... É como se eu vivesse num eterno processo de labirintite textual.

Mas tem dias que consigo. E nesses dias, é tudo como sempre foi: tenho a mesma vontade de um texto criativo, mesmo que não saia como planejado; não consigo escrever direto no blog, então sempre começo no word; nada de músicas durante esse processo, porque música é uma coisa que me distrai muito por gostar tanto e querer cantar junto e decorar a letra e achar lindo e mais; a demora para encontrar o título perfeito, a neura com a formatação e a eterna vontade de falar de amor.

Essa última poderia ter mudado, amadurecido, sei lá. Eu me sinto clichê, mas é como se eu nunca fosse conseguir parar de falar de amor. Sinto que nunca foi tão necessário falar de amor, sentir amor. Sinto que são tempos difíceis, de ódio e intolerância camuflados pela modernidade, pela virtualidade, pela falta de tempo.


Eu sinto. E então escrevo.


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Esse texto, por exemplo, era pra ser um quiz

Tema: Como faço meus posts
Por Laura Reis

Escrever não é das tarefas mais simples que um ser humano pode executar e, convenhamos, todo mundo tem o seu segredinho aqui, a sua maniazinha de lá e, claro um sonho de ser aquele escritor já generalizado dentro da mente de cada um de nós. Nesse meu sonho eu faria o seguinte: todos os dias, no mesmo horário, computador ligado, mente desperta, colocar uma música ambiente que não se sabe da letra nem da melodia, fazer algumas pesquisas literárias, para usar de referência, abrir o “papel” em branco e começar a digitar como num passe de mágica, todo o texto, de cabo a rabo – com o perdão da expressão. Revisar uma vez, só pelo prazer de ver como ficou excelente e, pronto, postar.

No meu caso, não há um certo padrão, é claro. Por que “claro”, Laura? Porque, meu querido, é raro que tenhamos um padrão na vida dessa que vos fala, sendo esse não-padrão, padrão. Em alguns dias não ligo música alguma e tudo flui como aquele escritor modelo lá de cima. Noutros (como hoje?) preciso ouvir aquela melodia chiclete que pregou no meu ouvido pra sossegar, de fato. Normalmente já deixo alguns documentos criados e nomeados com o tema da semana, mas hoje? Hoje abri e comecei com o “Documento1” mesmo. O que costuma se repetir, nessa via sacra, é a parte do começar o documento com essa coisa de “Tema: “ “Por  Laura...” e, sim, o título sempre fica por último – aposto que aquele escritor ali de cima colocou o título de uma vez só, e não ficou nessa ferrenha luta consigo mesmo usando uns 5 e optando pelo décimo que nem estava cogitado.

Em alguns dias escrevo horrores e saio apagando, noutros (em falta) consigo me resumir em um microparágrafo e fica tudo ótimo. Nos últimos tempos tenho escrito um monte e apenas permitido que todo esse monte fosse lido pelo mundo (que dó...). Mas aí tem a revisão e revisar é comigo mesmo, né? Porque é uma, duas, sete vezes e troca palavra e muda de ordem e volta tudo como no início ou fica totalmente diferente da intenção inicial – se é que ela realmente existiu.

Quando estou mais comprometida, costumo escrever antes das 19h e programar para que o texto seja publicado nesse horário, ou meia hora a mais ou meia hora a menos. Mas em dias como o de hoje, em que apenas escrevo e escrevo sem parar e, sim, já meio atrasada com esse compromisso de segunda, é mesmo depois daquelas revisões que o botão de publicar é clicado de uma só vez, na vaga esperança de que essas palavras sejam felizes. Ou façam.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Pra vida toda

Tema: uma aula

Por: Nina Reis


Gabriel havia subido no escorregador, mas o medo de descer era maior e ele permaneceu ali, completamente estático. Mateus que era todo serelepe, corajoso e observador, com apenas oito aninhos, sentou do lado dele, segurou em sua mão e disse: tá bem apertado Gabriel, mas vamos descer juntos, é legal. 
Uns escorregavam, outros estavam no balanço, uns três escalando aquela casinha grande e bem sentadinho no cantinho do banco, estava Tobias, tristonho. 
Tobias não era do bairro e havia parado no parquinho porque sua mamãe estava pedindo comida e dinheiro de porta em porta. Mateus todo sujo de areia, foi chegando perto e perguntou se Tobias queria brincar, Tobias disse que estava com fome e logo Mateus pegou seu lanche, sentou-se do lado dele e dividiu o que tinha. Não tinha muito, mas era o suficiente para encher Tobias de sustância e alegria. Terminaram de comer e Mateus disse que se ele quisesse comer mais, agora iria comer areia, porque a guerrinha estava apenas começando. Brincaram por mais dez minutos e a mãe de Tobias o chamou para ir embora.

Estava eu, sentada em outro banco, apenas lendo um livro e observando a aula de cidadania que aquele pirralhinho de oito anos havia me dado em plena quarta-feira de uma semana qualquer.

Foi bem ali, no parquinho do bairro que me deparei com uma aula pra vida toda.